OPONENTE INVENCÍVEL

(Pode não parecer, mas este texto é uma homenagem ao Artur)

Em 05/02/2016, publiquei o 500o. Post do Blog Distribuindo Viagens, encerrando uma saga de 6 anos em que estive à frente deste tema na Blogosfera do Panrotas.

Desde que iniciei o ofício de escrever regularmente para o mercado de viagens e turismo, em março de 2010, estabeleci alguns objetivos, indicadores e metas, exatamente como faço em todos os desafios profissionais e, neste caso, o objetivo era produzir conteúdo relevante que levasse o Blog não somente a ser bem lido, mas também comentado e dabatido pelos diferentes players do mercado.

A partir de 2012, comecei a pensar em tentar disputar a liderança da audiência entre os Blogs Panrotas, mesmo sabendo que eu teria que encarar o Artur, nosso editor-chefe, como a referência a ser alcançada. “Muito difícil chegar perto da audiência do editor-chefe de um veículo de imprensa, em especial com a qualidade dos textos do Artur”, pensei com meus botões, buscando uma improvável estratégia.

Nessa área, Artur representa a figura do oponente invencível, o mais lido, comentado, respeitado e, em alguns casos, temido blogueiro do Panrotas. “Como encarar um Golias deste tamanho?”, pensei. Ao mesmo tempo que parecia impossível, também era uma referência incrivelmente desafiadora e eu não conseguia evitar de, pelo menos, tentar chegar perto da audiência do Artur.

Meta estabelecida, analisei as variáveis envolvidas no processo para perceber quais poderiam ser controladas e passei a estudar, aprimorar e aplicar 5 táticas, ao elaborar e publicar cada post:

1 – Priorizei o CONTEÚDO, focando em atualidade, variedade e relevância.

2 – Lapidei o FORMATO, visando estilo, objetividade e leveza.

3 – Trabalhei o TÍTULO, buscando síntese, atratividade e curiosidade.

4 – Automatizei a PUBLICAÇÃO, estabelecendo frequência, regularidade e pontualidade.

5 – Investi no LEITOR, estimulando participação, debate e contraditório.

Criei esta cartilha e procurei segui-la, pois os blogueiros do Panrotas não recebem qualquer tipo de limite ou censura, apenas uma orientação editorial relacionada ao nome do Blog, visando a abordagem regular do tema. O resultado deste trabalho (sim, é um trabalho, prazeroso como qualquer trabalho que se goste de fazer) foi conquistado seguramente graças aos leitores e comentaristas do Blog Distribuindo Viagens, a quem sou muito grato por tudo o que aprendi e continuo aprendendo nessa experiência única de ser Blogueiro Panrotas.

Ok, mas e agora?

Novo Blog, novo tema, novo desafio. Como manter a audiência para um Blog ainda mais específico e muito mais técnico? Como destrinchar, de forma atrativa, temas relacionados à tecnologia corporativa, ou seja, tecnologia desenvolvida, operada e consumida pelas empresas?

Ou ainda, como descreveu nosso novo chefe, o Renê Castro, o B2B Tech focará em “tudo sobre ferramentas e modelos de negócios baseados em tecnologias para o ambiente de viagens corporativas”.

Encaro como o desafio de reescrever uma história de sucesso, mesmo consciente das dificuldades, da nova realidade de nosso mercado e da aparente aridez do tema chave deste novo Blog, o qual requer um novo objetivo e uma mudança abrupta de rumo, uma estratégia diferente da anterior.

O propósito agora será outro, mas permanece o desejo de ser merecedor do interesse e da participação dos leitores.

Estamos prontos pra recomeçar…!

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500 POSTS EM 6 ANOS. HORA DE RENOVAR !

Já é uma história de vida…

Atendendo a gentil convite do Panrotas, desde março de 2010 escrevo aqui sobre o que vejo, ouço, leio e experimento no mercado de viagens e turismo.

O título do Blog – Distribuindo Viagens – foi a inspiração para a maioria dos textos publicados, mas seguramente escrevi sobre muitos outros assuntos, incluindo temas de fora de nosso mercado, sempre com a estimulante participação e comentários dos leitores.

Durante esses 6 anos, foram 500 textos e mais de 4.100 comentários (incluindo minhas respostas), fazendo a média de 7 posts (quase 2 por semana) e 57 comentários por mês, o que me deixou surpreso que tenha havido mesmo tanto assunto assim…

A média de 5.000 “page views” por mês (dados de 2015) eleva esses dados a 360.000 leituras, uma baita responsabilidade considerando a alta qualidade dos leitores e dos comentários postados.

A média aproximada de 3 minutos de leitura por texto (medido e reportado pelo WordPress), faz com que mais de 1 milhão de minutos tenham sido dedicados à leitura dos posts, tempo equivalente a 2.250 dias úteis, ou ainda, a 10 anos !

Sinto enorme gratidão por esta legião de leitores, interessantes e interessados, todos muito generosos, pois valioso é o tempo que uma pessoa oferece para ouvi-lo, para lê-lo, para compreendê-lo, tão valioso que custa um pedaço da vida desta pessoa.

Muito obrigado !

Alguém me perguntou, durante o Panrotas Next no Rio de Janeiro: “Qual o segredo para manter o interesse dos leitores num tema técnico durante tanto tempo?”

Respondi com a mesma objetividade com que procuro desenvolver cada texto: “Nunca me limitei ao tema do Blog, escrevo sobre tudo um pouco, da forma que vejo e percebo os fatos, sem inventar estilo nem preocupar-me com o que vão pensar, busco escrever a verdade, nem que seja a minha verdade”.

Não é tão fácil discorrer, de forma recorrente, sobre o mercado em que atuamos, sem correr o risco de incomodar ou desagradar algumas pessoas, mas o fato é que apesar de eu nunca ter buscado polêmica, admito que a encontrei algumas vezes…

Ser blogueiro independente é mesmo uma missão, pois a exposição gerada por 2 textos por semana, num portal com a visibilidade do Panrotas, acaba por provocar um sem número de reações dos leitores, geralmente profissionais do mesmo mercado em que atuo.

Já me chamaram de petista, mais recentemente de anti-petista, já fui tachado de vaidoso, de ficar em cima do muro, de polêmico, e até o Artur um dia me rotulou como lobista, carinhosamente complementado com lobista “do bem”, referindo-se à minha saga de evangelização, há 16 anos, sobre os benefícios da tecnologia para o mercado de viagens e turismo.

Como diria o poeta, tudo isso “faz parte do meu show” e esses 6 anos de articulista (ok, blogueiro) me ensinaram que escrever sobre distribuição de viagens é apenas uma pequena parte da riqueza de conteúdo que podemos abordar por aqui.

Por isso, e com o beneplácito do chefe Artur e dos queridos Alcorta, é hora de mudar, de dar outra abrangência a este blog, e vamos começar batizando-o com outro título, algo que represente o rumo que os negócios no mercado de viagens e turismo estão tomando, independentemente do segmento.

O nome do novo Blog que assinaremos será conhecido após o carnaval, ou até fevereiro, ou até o Forum Parotas, ou durante o Forum Panrotas, é o Artur quem decide como e quando…

Até lá, estaremos fechados para balanço, um balanço desses 500 Posts publicados (e 1 que jamais foi publicado)…

Tchau e até já !

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PROCURA-SE SÓCIO COM FOME, COM SEDE E COM FRIO

Conversando com um amigo, CEO de uma empresa de investimentos especializada em “startups”, ouvi uma frase que me surpreendeu por soar muito estranha quando ouvida fora de contexto:

“Eu costumo buscar sócios com fome, com sede e com frio, são esses caras que eu quero para tocar os negócios em que investimos”, comentou.

“Como assim, um sócio carente e necessitado?”, perguntei.

Meu amigo prosseguiu, quase sem parar pra respirar:

“É fácil identificar um profissional recém-formado, que foi orientado pela família e preparou-se para ocupar um bom emprego, público ou privado, e que seguramente vai exercer o papel esperado (pela família, pelo empregador, pelo mercado, entre outros), cumprir sua jornada de trabalho, ser promovido de tempos em tempos, assumir responsabilidades, num processo que, em 35 ou 40 anos, o levará ao seu objetivo de vida: a aposentadoria.

Difícil é encontrar um jovem, recém-formado ou não, que tem fome de progredir socialmente, que foca em evoluir profissionalmente em todos os sentidos: aprender, aplicar o conhecimento adquirido para impactar pessoas, ganhar muito dinheiro, subir degraus da escada social e estar melhor, social e economicamente, do que seus pais daqui a 5 ou 10 anos.

É bem mais provável encontrar este jovem profissional entre os melhores alunos das faculdades e MBAs, mas cujas origens sejam famílias de classe média baixa dos subúrbios e periferias das grandes cidades, uma galerinha que tem obstinação por ascensão social e econômica, disposta a trabalhar muito e a arriscar, a partir para o tudo ou nada, se necessário.

Esse cara tem sede de vencer na vida, ele não aceita qualquer outra alternativa que não seja a ascensão econômica através do trabalho sério e honesto e está disposto a buscar este objetivo, com faca nos dentes e sangue nos olhos.

Sim, porque uma das ironias dos tempos atuais é que, apesar de dispor de todo o tempo do mundo pela frente, os jovens têm pressa, e é essa pressa que os leva a correr riscos.

No caso de um jovem empreendedor com fome de realizar, o vício do frio na barriga, do arriscar-se, é o que faz a diferença entre planejar e efetivamente fazer, produzir, realizar, pois caso não goste do risco, vai empacar diante dos maiores desafios, vai gaguejar diante do cliente, vai amolecer na pressão do fornecedor, vai ceder demais aos parceiros, vai sentir-se sozinho diante do tabuleiro de jogo.

Diferentemente do que possa parecer, o frio na barriga o faz avançar, a tomar decisões, mesmo ciente da possibilidade do fracasso, e isso é fundamental para quem tem fome por desafios e sede de vencer”.

Ouvi, um tanto perplexo, aquela analogia e após alguns minutos de reflexão, percebi o sentido e a moral da história, muito similar à utilizada por alguns grandes grupos empresariais para estimular, motivar e extrair o máximo de empenho e produtividade de suas equipes.

O que realmente penso sobre isso é assunto para um outro post…

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