A ERA DA ABUNDÂNCIA

Homens de 18 anos da RAF (Royal Air Force) pilotavam caças Spitfire para defender Londres, que era bombardeada por pilotos com 19 anos da Luftwaffe, isso na Europa da década de 40 do século passado.

Até a segunda guerra mundial, a maioridade separava os homens dos meninos…

Com a segunda grande guerra, milhões de homens e mulheres morreram e os que sobreviveram voltaram para casa e tiveram que trabalhar duro para reconstruir suas vidas, seus países e suas cidades, tiveram filhos e envelheceram.

Foi uma época dura, duríssima, comiam o que havia para comer, economizavam o que não podiam, trabalhavam muito e cuidavam de suas famílias, isso é tudo o que faziam nossos avós e bisavós, e foi isso que formou a base da economia de abundância que temos hoje em todo o mundo.

Homens e mulheres trabalharam duramente para reerguer nações destruídas pela guerra

Hoje, a adolescência vai até os 35 anos e esses jovens vivem muitas crises, num mundo cruel, com muita pressão, eles têm que tomar muitas decisões, questionam tudo o que foi construído até hoje, acham que quase tudo está equivocado.

Homens de 30 anos tomam toddynho, fazem depilação e massagem facial, usam óleos especiais na barba bem desenhada, fazem limpeza de pele, praticam yoga e pilates, frequentam sessões de Reiki, recebem coaching, não perdem uma sessão de análise e precisam de um mentor como do ar que respiram…

A expressão metrossexual saiu de moda pois não indica mais um comportamento excepcional. Hoje quase todos os homens jovens são ou serão metrossexuais.

Depois de uma semana árdua de trabalho, em ambientes confortáveis, bem iluminados e refrigerados, digitando em teclados ergonômicos, onde também atualizam freneticamente suas redes sociais, reúnem-se com amigos igualmente estressados, em bares modernos, decoração descolada, com mesas posicionadas segundo Feng Chui, telões HD, ao som das mensagens inspiradoras da música de Pablo Vitar e Ludmilla.

Pedem suflê de mandioquinha com alho poró e traços de curry com framboesa selvagem, e harmonizam com caipirinha de aguardente de alecrim, mixed de saquê e vinho crianza catalão, com adoçante natural destilado da casca da mini-jaca colombiana.

Os bares e restaurantes refletem a era da abundância, oferecendo produtos raros, serviços exóticos e ambientes exclusivos.

Finalizam com uma taça de café gourmet gelado (descafeinado, é claro), aromatizado com favas de baunilha de Madagascar e raspas de limão siciliano, que degustam enquanto conversam sobre os planos da próxima viagem, que poderá ser uma temporada em Aspen, uma expedição na Antartida ou uma escalada no Kilimanjaro, destinos que exigirão consciência plena e/ou mindfullness

Quando olhamos em volta, percebemos que esta “era da abundância” não corresponde ao que deveria ser uma “era da igualdade, do equilíbrio ou da distribuição” e nos damos conta que o ciclo histórico é o mesmo que vem se repetindo há séculos:

1) Tempos difíceis criam pessoas fortes.

2) Pessoas fortes criam tempos fáceis.

3) Tempos fáceis criam pessoas fracas.

4) Pessoas fracas criam tempos difíceis.

Neste início de século, estamos entre as fases 3) e 4) e acredito que, brevemente, o ciclo se repetirá, e torço para eu estar errado.

Obs.: Este post é uma adaptação. O texto original foi publicado em projeto60anos.com.br

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Leia outro texto da série “ERA”:

A ERA DA VELOCIDADE

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A ERA DA VELOCIDADE

“As empresas precisam encontrar alternativas e modelos disruptivos, estimulando, continuamente, a revisão de seus planos estratégicos e a busca pela estrutura societária mais adequada para suportar o crescimento futuro dos negócios”.

Esta frase icônica se adequa perfeitamente a qualquer estrutura societária, de qualquer empresa, de qualquer tamanho, de qualquer segmento econômico e consta do Fato Relevante que uma gigante do ecommerce brasileiro enviou à CVM na quarta-feira, 07/03/18, para esclarecer mudanças na sua presidência e conselho de administração.

Da mesma forma que as empresas precisam de agilidade para adequar sua estrutura societária à realidade de cada momento, o mesmo se aplica à estrutura organizacional, que também demanda mudanças e ajustes frequentes, para evitar a obsolescência precoce do poder executivo (aquele que realiza e produz) da companhia.

Aquilo que já foi chamado de uma empresa instável, que “vive trocando o organograma”, sem dar tempo para a equipe ajustar-se à nova realidade, hoje tornou-se uma empresa antenada, ágil e proativa, que antecipa movimentos do mercado e previne-se com antecedência, sobrevivendo aos picos e vales de uma economia errante, de um governo errado e uma classe política aberrante.

Esta tendência foi acompanhada por uma geração de profissionais mais versáteis, adaptáveis e dinâmicos, cuja formação acadêmica costuma ser a base inicial de sua carreira, capazes que são de desenvolver outras atividades e talentos e, tal e qual as empresas em que atuam, evoluir, crescer e seguir em frente, muitas vezes em direções que jamais imaginaram conquistar.

Nas idas e vindas desta reestruturação serial, alguns profissionais têm dificuldade para se readaptar, outros demonstram simples resistência (ou falta de resiliência) à mudança, alguns poucos simplesmente congelam, mas o fato é que são nesses frequentes e rápidos ajustes que costumam surgir incríveis oportunidades, para as empresas e para os profissionais que nasceram e vivem esta era da mais alta velocidade.

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EXISTEM VAGAS

Sim, existem muitas vagas abertas para esta atividade.

Requisitos da função

– Habilidade para lidar com clientes, colaboradores, fornecedores e prestadores de serviços, instituições financeiras, órgãos do governo, sindicatos, associações e outros.

– Segurança para atuar sob pressão, focando no bem de todos, mesmo que saia pessoalmente prejudicado.

– Usar recursos próprios para comprar, manter e atualizar materiais, equipamentos e sistemas necessários ao seu trabalho e ao de sua equipe.

– Talento para contornar situações atípicas, lidar com os problemas dos outros, e compartilhar 40% do seu faturamento com os governos federal, estadual e municipal.

A multi-disciplinaridade ou o perfil “generalista especialista” é o maior desafio desta função

Conhecimento e experiência

– Direito societário, tributário, comercial e trabalhista.

– Contabilidade, sistema financeiro, gestão de pessoas e planejamento estratégico.

– Tecnologia, informática, produtos e infraestrutura.

– Normas técnicas, regulamentos e boas práticas do mercado.

Perfil pessoal

– Realizador, competitivo e proativo.

– Flexível, negociador e resiliente.

– Líder, carismático e inspirador.

– Inovador, corajoso e criativo.

Pacote de benefícios

– Horário: acima de 12 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano.

– Local de trabalho: na empresa, em casa, no restaurante, na academia, na casa de amigos, na praia, na balada e em todos os lugares que você estiver.

– Férias: Não

– Décimo terceiro: Não

– Auxílios e Vales: Não

– Horas extras: Não

– Desculpas: Não

– Bonus: Não

– Salário: Sim, quando houver lucro.

Cargo

– Empresário (também conhecido mais recentemente como empreendedor).

Importante

Os interessados devem enviar seu CV para o fundo da gaveta e habituar-se a ser avaliado exclusivamente pelos clientes que conseguir conquistar e pelos resultados que conseguir atingir.

Obs.: Texto adaptado livremente.

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