RAPIDINHAS DA SEMANA…

Observações, frases e comentários curiosos, que ouvi de diferentes pessoas, ao longo da semana passada:

“O Sr. ainda prefere os assentos da frente da aeronave?”
– Atendente do checkin na ponte aérea, após a queda do avião da Asiana, para um Pax frequente que não havia se intimidado com a reportagem do Fantástico, sobre a queda controlada de um Boeing, que indicou que os assentos mais seguros seriam os do fundo do avião.

“Dan Brown escreveu um livro contando tudo isso e ninguém o perseguiu.”
– Solange Vabo, sobre Edward Snowden, ex-técnico da NSA, foragido após revelar exatamente a mesma coisa que Dan Brown escreveu no best-seller “Fortaleza Digital”.

“Quanto mais caem as ações das empresas do Eike, mais eu o admiro.”
– Um amigo, investidor do mercado financeiro (que pediu para não ser identificado), explicando que não é qualquer um que consegue vender ilusão, por bilhões de dólares, para alguns dos maiores especialistas em finanças do mundo inteiro.

As frases abaixo foram ouvidas pela platéia presente ao Workshop Semestral Reserve 2013, sábado passado, no Rio de Janeiro:

“Para resolver desafios em série, somente juntando organização, talento e vontade.”
– Renato Castanho, em palestra sobre as dificuldades de superar desafios frequentes, “aqueles em que se algo tiver que dar errado, dará…”

“É fácil lembrar que uma empresa é um único organismo. Basta dar uma topada e tentar dizer pro seu dedão: se vira aí embaixo, porque aqui em cima eu estou bem…”
– Álvaro Pinto, lembrando que um problema de uma área, ou mesmo de um único colaborador, afeta o resultado de toda a equipe.

“Tudo é possível. O impossível apenas demora mais.”
– Sidney Lima, sobre os devaneios criativos do Reserve Lab, nosso grupo de P & D.

“Aquele que valoriza suas vantagens acima de seus princípios, acaba por perder ambos.”
– Eu mesmo, parafraseando Eisenhower, sobre os sistemas que insistem em permitir a maquiagem de bilhetes e as agências que fingem não fazê-lo.

Boa semana a todos.

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SOBERBA

Muitos dos grandes gênios da humanidade tinham um temperamento difícil, coisa de quem sabe que é um ponto fora da curva do ser humano médio, mas não consegue fingir que não está nem aí.

Casos do Einstein, do Pelé, do Steve Jobs, para citar o topo, e do Stephen Hawking, do Romário (ou Maradona) ou do Mark Zuckerberg, mais recentemente, todos são insuportáveis no trato pessoal, por saberem que são (ou foram) gênios e, por isso, se julgam (ou julgavam) maiores ainda do que são (ou foram).

A verdade é que a soberba inebria, e foi isso que derrubou Anderson Silva esta madrugada em Las Vegas.

Detentor do recorde de defesas do cinturão de campeão mundial dos médios do MMA, Silva já deveria saber que nenhum lutador que entra no “octagon” é um neófito e, portanto, deve ser respeitado.

Eu me pergunto: com qual objetivo um lutador de 38 anos fica fazendo presepadas diante de outro 9 anos mais jovem, invicto e motivado?

A arrogância e a prepotência nocautearam uma lenda viva do esporte romano nesta madrugada em Las Vegas.

Sim, o UFC é uma versão moderna das arenas romanas, com um pouco mais de hipocrisia…

Afinal, para justificar que dois seres humanos se engalfinhem numa jaula, um com o objetivo de golpear o outro até tirar-lhe a consciência, algumas “regras” foram estabelecidas e um juiz acompanha de perto a contenda, com o principal objetivo de evitar um assassinato em cadeia nacional e, assim, preservar o “esporte” e os ganhos milionários que ele proporciona a todos (incluindo os lutadores).

O curioso é que aquilo que atraiu 16 mil pessoas ao MGM neste sábado (a “performance” autossuficiente de Anderson Silva) foi justamente o que essas 16 mil pessoas vaiaram no ex-campeão.

Por mais à frente que você esteja, jamais deve subestimar seu adversário, pois ele certamente vai surpreendê-lo em algum momento, e este momento será insubstituível.

O brasileiro Anderson Silva descobriu isto da pior forma possível…

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PAPO RETO: DESAFIO É MANTER AGÊNCIAS SAUDÁVEIS (PLAGIANDO EFROMOVICH)

Li algumas matérias do Portal Panrotas sobre o 1º Seminário Aeroportos Brasileiros, que aconteceu semana passada, na Fecomércio, em São Paulo e, de tudo que li, chamou-me a atenção a afirmação do presidente da Avianca, José Efromovich, de onde adaptei o título deste post.

“Desafio é manter aéreas saudáveis”, disse Efromovich, numa manifestação que poderia ser interpretada como em interesse próprio.

Ora bolas, está certíssimo o presidente da Avianca ao defender medidas que mitiguem as mazelas das empresas aéreas brasileiras, como o preço do combustível e as altas taxas aeroportuárias.

Nada mais natural do que o representante de um player importante de uma indústria, vir à público defender sua atividade econômica, seguramente por achar importante a saúde das transportadoras, mas também para aliviar o peso absurdo sobre suas próprias costas.

Você pode estar perguntando: E onde entram os agentes de viagens nisso?

Sem querer abrir polêmica (é mais forte do que eu), sinto falta de um grande player (não me refiro a lideranças associativas) de nossa indústria de agenciamento de viagens e turismo vir à público fazer a mesma coisa a respeito das agências de viagens, neste momento de crescente dificuldade econômica.

A diferença fundamental, entre tantas outras, entre as cias. aéreas, aqui representadas pela ABEAR, e as agências de viagens, representadas pela ABAV, é o tamanho e a quantidade de empresas de cada um desses segmentos.

No mais, as dificuldades econômicas são proporcionais ao tamanho do negócio e as práticas comerciais são igualmente predatórias, tudo em nome da liberdade de mercado e da livre concorrência.

Penso que não basta esperar que nossas entidades lutem (ok, mobilizem, articulem, negociem…) sozinhas em prol da atividade de agenciamento de viagens (aliás bem mais ameaçada do que a de transporte aéreo), como têm feito as atuais gestões das ABAV Nacional, de São Paulo, de Brasília e do Rio de Janeiro (apenas para citar as que eu acompanho).

Como os novos tempos nos mostram, as grandes mudanças exigem mobilização de todos, ação conjunta e, no mínimo, manifestação de opinião, aberta, clara, sem receio de exposição.

“Pensei em comentar, mas preferi ficar na minha”, dizem alguns. “Achei corajoso o seu post, mas minha posição não permite que eu manifeste meu ponto de vista”, alegam outros. “Concordo com tudo que você escreveu, mas não acredito que algo mudará”, e assim por diante.

Sinto que está faltando “papo reto” em nosso mercado de viagens e turismo…

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