ACORDO AA/SABRE REFORÇA DISTRIBUIÇÃO FRAGMENTADA

Muitos dirão que o modelo GDS venceu a batalha já que a American Airlines permanecerá no Sabre, e que, portanto, o GDS manterá o controle da distribuição da cia. aérea (e é isto que está em jogo).

Mas se olharmos os termos do acordo (amigável, negociado e remunerado) conforme anunciado nesta data, percebemos que está garantido o direito da AA distribuir através de “direct connect” (conexão direta sem GDS), item que foi um dos grandes, senão o maior, motivo da desavença:

“Sabre and American Airlines announce they have settled their disputes and have renewed their current distribution agreement for multiple years. American has also agreed to negotiate with Sabre for additional technology services in the future. As part of the settlement, American will receive a monetary payment from Sabre. American will continue pursuing its direct connect initiative. Additional information will be announced at a later date. Terms of the settlement and distribution agreements require review and approval by the court presiding over AMR Corporation’s restructuring procedures.”

Ora, não há mais como defender que uma cia. aérea não possa distribuir seu próprio inventário da maneira que melhor lhe aprouver, ou que tenha que, necessariamente, distribuir via GDS ou através de qualquer outro “hub” ou canal mandatório.

A rigor, o que faz com que as cias. aéreas distribuam via GDS é a alta qualidade deste serviço de distribuição, sua capilaridade, estabilidade e funcionalidade, as quais, entretanto, serão sempre avaliadas em conjunto com o preço cobrado, como de resto são todos os contratos de prestação de serviços em um ambiente negocial de livre concorrência.

Com as novas alternativas que a internet propiciou, que inclusive deixaram de ser alternativas e se tornaram concorrentes diretos dos GDSs (casos da Farelogix que a AA e diversas outras cias. aéreas internacionais utilizam e da Navitaire que Gol/Webjet e Azul/Trip utilizam, entre outros), mais do que nunca o corolário da relação custo x benefício prevalecerá.

Revisando o dito popular que diz que “o competente que se estabeleça”, eu diria que “os mais competentes que se destaquem, provem seu valor, sobrevivam e cresçam”.

O mercado mundial de distribuição de viagens e turismo agradece…

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MOBILIDADE SOCIAL?

Há quem acredite que um início de vida adulta mais difícil, do ponto de vista financeiro, que exija muito esforço e alguma ambição na largada, acaba por impactar todo o futuro da pessoa, por moldar a forma como ela vai lidar com dinheiro, e com seus projetos pessoais, para sempre.

As diferentes cargas de responsabilidade que uma pessoa encara, ao começar sua fase economicamente independente, poderiam influenciar sua vida, na medida em que tornam mais ou menos difícil esse importante momento e isso pode (ou não) gerar cidadãos mais ou menos adaptados às dificuldades, aos desafios e à agressividade do ambiente econômico.

Francamente, não estou certo de que haja uma correlação entre os fatos, mas que existem fortes evidências sobre isso, existem…

Será verdade que pessoas que começam a vida independente sem muito esforço, filhos ou já herdeiros de pais muito ricos, que não precisam se preocupar tanto com seu futuro e cujo destino social parece já estar meio traçado, tendem a esforçar-se menos e, por isso, não são tão bem sucedidos quanto seus pais?

Não estou bem certo disso…

Na outra ponta, será verdade que filhos de pais pobres, mas com base familiar íntegra, boa educação e acesso à informação, tendem a ambicionar mais e a buscar novos patamares de evolução sócio-econômica, estimulando a mobilidade social?

Isso parece roteiro de novela…

Será que a realidade comprova, no dia-a-dia, a velha máxima do pai rico, filho nobre e neto pobre?

Ou trata-se de mais uma lenda urbana?

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ABAV 2012: O QUE DEU CERTO E O QUE PODE MELHORAR

Não vi tudo, mas participei de muita coisa na Feira de Turismo das Américas 2012 e também preparei minha lista.

Veja abaixo o que eu acho que deu certo e o que pode melhorar na próxima ABAV, em São Paulo:

Vila do Saber

Contrariando algumas expectativas pessimistas, foi um absoluto sucesso, salas cheias, público interessado, painelistas motivados e felizes de estarem ali, além de organização impecável. Os temas apresentaram um ecletismo digno de uma associação como a ABAV, que congrega desde microempresários até grandes operadoras e mega agências de viagens corporativas. Teve tema pra todo mundo.

O que pode melhorar: a acústica e o tamanho das salas.

Palestras

Os 3 painéis que participei ou assisti, “Mídias Sociais – Como fazer a mídia social da sua empresa bombar”, “As 5 perguntas atuais dos travel managers sobre sistemas de gestão de viagens corporativas” e “Técnicas de empreendedorismo para alavancar o crescimento da sua agência de viagens”, foram uma prova do absoluto sucesso da Vila do Saber, todas três com “overbooking” e muita participação da plateia.

O que pode melhorar: evitar repetir alguns temas parecidos na grade.

Espaço Corporativo

Semente de um projeto maior, que visa dotar a feira da participação efetiva e permanente do segmento que representa 2/3 do mercado de viagens no Brasil, o Espaço Corporativo Abracorp foi uma ideia brilhante que trouxe o “travel manager” para dentro da feira e do congresso.

O que pode melhorar: tirar o cercadinho e oferecer acesso livre igual a todos os espaços da exposição.

Riocentro

Apesar de bem refrigerado, merece uma repaginada geral, interna e externa. Os banheiros parecem de rodoviária, sujos e mal conservados, incompatíveis com um centro de convenções de uma cidade olímpica. O serviço de estacionamento é sofrível.

O que pode melhorar: quase tudo…mas agora o foco é o Anhembi.

Montagem, decoração e sinalização

Bonita no geral, caprichada em alguns lugares, com corredores mais largos que facilitaram muito a circulação, mas ainda não foi dessa vez que conseguimos nos encontrar facilmente somente olhando para cima, como é desejável. Ainda precisamos melhorar para chegar à qualidade de uma Fitur, por exemplo, embora sabemos que tudo é uma questão de orçamento.

O que pode melhorar: no mínimo um carpete de melhor qualidade e sinalização eficaz já produziriam um ótimo efeito.

Aldeia dos Sabores

Ótima ideia, funcionou bem apesar do cardápio limitado. A praça de alimentação, melhor dimensionada, tinha espaço suficiente para todos sentarem, diferente de anos anteriores.

O que pode melhorar: cardápio mais variado.

Tendências da Feira de Turismo das Américas

Percebi algumas tendências no mercado, nas associações e no comportamento das pessoas, que acredito se confirmarão já a partir do próximo evento:

Estandes cooperados

O Business Center ABAV Panrotas, o Espaço Abracorp, o estande cooperado do FOHB e o de Microempresários, entre outros, serão reproduzidos e ampliados, permitindo que mais expositores participem do evento.

Participação dos estados

Com estandes bonitos, bem decorados e criativos, os estados continuarão peça importante no sucesso da feira.

Mercado corporativo

O mercado de gestão de viagens corporativas ocupará um espaço crescente nas próximas edições da feira e do congresso da ABAV, ajudando a ABAV a operar o resgate da importância e grandiosidade do evento.

Estandes de agências

Seja OTA ou agência tradicional, seja operadora, consolidadora ou corporativa, as agências de viagens participarão da feira também como expositores. Faz todo o sentido e é muito bem vindo para custear a produção do evento e estimular a participação de todos.

Delegações estrangeiras

Continuarão a investir na feira da ABAV, buscando atrair uma parte do mercado da classe média emergente do Brasil.

Fim dos folhetos, brindes e bolsas

Poucos expositores entregaram brindes este ano, alguns ainda entregaram folhetos e brochuras e, por isso, muito menos agentes circularam com malas, carrinhos ou com bolsas lotadas de papéis. Uma evolução comportamental muito importante, que mostra uma tendência “paperless” nos negócios de viagens e turismo também no Brasil.

Este ano, participei como expositor na feira, painelista no congresso, anfitrião pela Abracorp e até como “hosted buyer”, uma experiência de assumir múltiplos papéis que, havendo oportunidade, repetiremos na Feira de Turismo das Américas 2013, em São Paulo.

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