PERFEIÇÃO

Não é porque o super-cavalo de Rodrigo Pessoa refugou em Sydney 2000, ou porque Daiane dos Santos pisou fora do tablado em Atenas 2004, ou mesmo porque Diego Hypólito caiu sentado em Pequim 2008…

Mas essas Olimpíadas de Londres 2012 estão superando nossa capacidade de frustração com o insucesso daqueles que consideramos nossas poucas chances de medalha de ouro.

Francamente, eu não consigo imaginar o que faz uma atleta campeã mundial, como Fabiana Murer, brigar com o vento, ou um campeão olímpico e mundial, como Cesar Cielo, não brigar dentro d’água…

Não vou discorrer aqui sobre Marta (5 vezes melhor do mundo pela FIFA), por se tratar de um esporte coletivo, ou sobre Diego Hypólito, que desta vez caiu de cara no chão, sob a desculpa de que “amarelou”…

Mas o estreante Arthur Zanetti só “amarelou” no casaco que usou, ao receber a inédita medalha de ouro do Brasil, na ginástica artística.

Assim como Sarah Menezes, do judô, também de 22 anos, Zanetti representa o esforço individual e solitário de um indivíduo, em prol do que é objetivo de Estado para muitas nações.

Mesmo após seu desempenho espetacular nas argolas, que beirou a perfeição para mim, que sou leigo, mas também para os juízes, que lhe deram nota altíssima, houve quem dissesse que sua saída das argolas podia ter sido melhor…

Lembrou-me o torcedor brasileiro que, crítico como ninguém, gritou durante a cerimônia de entrega do troféu da Fifa na Copa 2002: “Segura essa droga de taça direito, Cafú !!!”

Como sabemos, somos 200 milhões de técnicos de judô e de ginástica artística…

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MUITO CACIQUE PRA POUCO ÍNDIO

A Net-Rio é uma das operadoras de TV digital no Rio de Janeiro.

Campeã de qualidade de imagem e com boa programação, é também imbatível no quesito alto preço e péssimo serviço: call center lento, equipe de atendimento despreparada para lidar com o cliente, equipe de serviço técnico com muitos monitores, supervisores e gerentes, mas com poucos técnicos.

Técnicos são aqueles que botam a mão na massa, fazem instalações, passam cabos e fazem o trabalho pesado, para depois virem os configuradores de rede, que são especialistas em apertar botões, mas que não pegam numa chave de fenda…

Percebo essa síndrome em muitas empresas: muitos gerentes, coordenadores, supervisores, líderes de equipe, chefes…, todos estudiosos, formados, preparados para novos desafios, mas comandando pequena equipe de gerenciados, coordenados ou supervisionados.

É um dos efeitos colaterais do crescimento econômico e social, que os países desenvolvidos convivem desde sempre: a falta de mão-de-obra para fazer, operar, realizar uma tarefa considerada “simples”, mas que, na maioria das vezes, é o cerne do trabalho.

Todos desejam ser gestores, aliás, atualmente, todos desejam ser empreendedores (e proliferam escolas e cursos em universidades para ensinar a ser empreendedor).

Um ambiente propício à ascensão profissional é importante sinal de evolução da sociedade, mas deve ocorrer em todas as classes econômicas, de modo a oferecer oportunidades para todos e popular a cadeia produtiva com os recursos necessários a fazer a roda girar.

Afinal, nem só de líderes vivem as empresas, a economia e a sociedade.

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PAULO SALVADOR

Em outras 3 oportunidades, homenageei pessoas neste blog, algumas em ocasiões especiais, como o Tony Garcia da Ancoradouro, quando, ainda na TAM, completou 35 anos de mercado, outras, como a Adriana Cavalcanti, pela sua bela carreira como executiva de primeira linha em uma cia. aérea europeia, e o Edmar Bull, pelo empreendedorismo multi-facetado e participativo como poucos que conheço.

Hoje, escrevo sobre o Paulo Salvador, que continua o mesmo: um executivo brasileiro que se destacou no mercado, saiu do país para estudar ainda mais, especializou-se e continua a se destacar no exterior, mas sem jamais abdicar de suas raízes, seus amigos e suas referências.

O Paulo tem o dom da palavra e, quando conhece o assunto (e conhece muitos), é ótimo palestrante, debatedor, moderador ou painelista, mas melhor mesmo é quando sua veia multicutural é exposta num bate-papo descomprometido (como todo bate-papo), numa conversa descontraída que envereda por assuntos relacionados a comportamentos sociais, atitudes profissionais ou estratégias corporativas.

Paulo Salvador, Solange e Luis Vabo
Paulo Salvador, Solange e Luís Vabo, papo entre amigos

Encontrá-lo em período de férias, no Rio de Janeiro e, ainda por cima, na Barra da Tijuca, (seguramente o melhor bairro do Rio atualmente) é dar oportunidade para um papo leve, inteligente e agradável, como também ocorreu há 2 anos, em 29/07/10, quando PS visitou o Reserve pela primeira vez e reportei aqui, num post que chamei Distribuindo Viagens, Tendências e Tecnologia, numa citação aos Blogs que escrevemos aqui no Portal Panrotas.

Desta vez, entre tantos assuntos, falamos de crise econômica internacional, oportunidades de investimentos no Brasil, estratégias de marketing da hotelaria, globalização de empresas brasileiras, fusões de agências, grupos de agências, associações, centrais de compras, comoditização da tecnologia, inovação tecnológica, blogs, blogueiros, amigos, estilos, vinhos, história, Rio de Janeiro, São Paulo, Frankfurt, München, família, filhos, futuros netos, tempo, vida, distribuição de viagens, tendências e tecnologia…

Assim como ocorreu em 2010, continua muito boa a conversa com o Paulo…

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