TRAVEL MANAGER X TMC – ARE YOU READY?

Há um inexplicável conflito no ar, semeado no ano passado e que ameaça crescer em 2017 e, por isso, resolvi abrir o novo ano com este tema.

Conforme já abordei por aqui, de uns tempos para cá algumas empresas vêm confundindo o papel do seu executivo gestor de viagens (também chamado travel manager) com as funções da sua agência de gestão de viagens corporativas (também chamada TMC, do inglês travel management company).

Expressões iguais não são mera coincidência: Travel Manager X Travel Management Company

Ora, por que este assunto agora?

Talvez porque alguns gestores de viagens têm encontrado um gap entre o que julgam ser o papel da TMC e o seu próprio papel, numa tendência de comportamento catalisada pelas novas tecnologias e pelo acesso via internet aos sistemas de reservas dos fornecedores de serviços de viagens, cias. aéreas e redes hoteleiras à frente.

Isso tem levado algumas empresas à aventura de investir na criação de uma agência de viagens, um departamento com 4 ou 5 profissionais (às vezes mais), com o propósito de “economizar” o valor do serviço de consultoria especializada de uma agência de gestão de viagens corporativas, o que acaba por redundar em gastos muito maiores.

Veja mais sobre este tema: Contratar ou montar uma agência de viagens corporativas?

Surpreendi-me recentemente com uma consulta de um business hunter cujo cliente estaria interessado na aquisição de uma agência de viagens.

Após meia hora de conversa, identifiquei que o cliente que teria encomendado a tal aquisição é uma empresa de grande porte, interessada tão somente na inscrição no IATA de uma agência estabelecida, com o pragmático objetivo de “evitar o prazo de análise cadastral do IATA”, necessário para aprovar um novo credenciamento de agência de viagens.

Esta simples consulta reafirmou várias verdades a respeito da visão equivocada dessa mega corporação (e provavelmente de muitas outras):

1) O óbvio
Após experimentar a compra direta com as cias. aéreas nacionais, ela está interessada em obter crédito também nas cias. aéreas internacionais, que exigem a inscrição no IATA e, assim, acredita prescindir de vez do serviço de uma agência especializada.

2) O desconhecido
Ela ignora o fato de que, ao adquirir uma agência de viagens, será necessário um recadastramente no IATA para atualização dos dados societários, que poderá demandar praticamente o mesmo prazo de um cadastro inicial.

3) O fato
Ao adquirir uma agência de viagens para executar o trabalho de gestão de viagens corporativas, está reafirmada a relevância de um agente de viagens na gestão das viagens corporativas da empresa, mesmo que seja através de uma atividade interna da empresa.

4) O equívoco
O custo de internalização da atividade de agência de viagens seguramente será muito superior ao de contratação de uma agência de gestão de viagens corporativas, transformando o que parecia vantagem econômica em custo fixo trabalhista, incluindo todos os seus desdobramentos.

Após testemunhar diversas tendências mundiais (em tecnologia e em gestão corporativa) serem absorvidas no Brasil aos 5 minutos do primeiro tempo, tendemos a acreditar que este comportamento também veio de fora, mas convido-o a refletir e responder:

A quem, no final das contas, este movimento interessa?

(___) À empresa cliente, que atuaria na contramão do outsourcing ao verticalizar uma atividade que não é o core business da empresa

(___) Ao travel manager com espírito empreendedor (mas com investimento e risco da empresa que o emprega)

(___) Ao agente de viagens interessado em vender sua agência a uma grande empresa e, assim, executar o trabalho que gosta sem se preocupar com a rentabilidade e risco do negócio

(___) Ao travel manager que gostaria de ser agente de viagens (cerca de 65% dos travel managers brasileiros foram, são ou serão agentes de viagens um dia)

(___) Todas as respostas anteriores

(___) Nenhuma das respostas anteriores

É incrível imaginar que um mercado relativamente maduro como o nosso ainda se influencie com promessas de eficácia, de rentabilidade e de vantagens como as que vêm sendo apregoadas pelos defensores desta tendência, que não resiste a uma simples análise no business plan.

Mas alguém certamente dirá (ou pensará) que eu tenho interesse no assunto, por atualmente ocupar uma diretoria executiva da ABAV e um assento no conselho de administração da ABRACORP.

Estará redondamente enganado !

Afirmo e reafirmo o que vaticinei em março de 2010, no primeiríssimo dos 545 textos que já publiquei aqui na Blogosfera do Panrotas:

“A atividade do agente de viagens, enquanto empresa especializada em consultoria de gestão de viagens corporativas, seguirá firme e forte, com os ajustes necessários e mudanças características dos tempos atuais”.

Após trocar de chapéu e refletir prospectivamente, também no meu papel de investidor e executivo de empresa de tecnologia para este mesmo segmento, acabo chegando à esta mesmíssima conclusão…

Por isso, recomendo:

1 – Aos diretores das empresas consumidoras de viagens corporativas:

“Entre o travel manager e a travel management company, fique com os dois”.

2 – Aos travel managers e travel management companies:

“Cada um na sua e a eficácia continua”.

Feliz 2017 a todos !

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O QUE LUIZ DA GAMA MÓR NÃO DISSE PARA A ABRACORP EM LISBOA

Encerrada a Convenção Anual Abracorp 2016, tentei reunir os pontos que se destacaram em um evento sensacional, desde o planejamento, patrocinadores, programação social (roteiro, passeios, serviços etc.), além de, principalmente, os trabalhos relativos ao Planejamento Estratégico da Abracorp 2017 a 2020, apoiados pela consultoria e metodologia da KPMG.

Com 95% dos associados presentes, o discurso de boas-vindas do Rubens Schwartzmann, nosso presidente do Conselho de Administração, lembrou que este evento em Portugal começou a ser construído na gestão de seu pai, Mauro Schwartzmann, ainda no Favecc (uma das entidades antecessoras da Abracorp) e que, por coincidência do destino, tornava-se realidade somente agora, justamente em sua gestão, motivo de seu orgulho pessoal também por isso.

A atual gestão da Abracorp concilia modernidade e tradição numa entidade que aponta tendências em gestão de viagens corporativas
A atual gestão da Abracorp concilia modernidade e tradição numa entidade que aponta tendências em gestão de viagens corporativas

Pronto, estava dado o tom carinhoso das reuniões de congraçamento e convivência familiar dos associados, tão valorizadas pelos associados Abracorp, em especial pelos oriundos do Favecc.

Com reuniões e hospedagem no excelente Dom Pedro Palace, receptivo pela Schultz em equipamentos de última geração com pessoal qualificado e gentil (e a presença simpática do Aroldo), programação especialmente coordenada pelo Turismo de Portugal (Clube do Fado de Lisboa, Palácio de Seteais em Sintra entre outros), patrocínio da onipresente Travelport, o evento teve ainda visita às instalações da TAP, incluindo um dos gigantescos hangares de manutenção de aeronaves.

Parte do gigantesco hangar da TAP para manutenção de aeronaves
Parte do gigantesco hangar da TAP para manutenção de aeronaves

Além da grandiosidade das instalações físicas da cia. aérea, que mantém verticalizada o atendimento às suas demandas operacionais (onde produz, opera ou gerencia, com equipe própria, quase todas as atividades-meio necessárias à sua atividade-fim), o “grand-finale” estava reservado para uma reunião/discurso/palestra/bate-papo do VP da TAP com os associados Abracorp.

Durante o “stand-up meeting”, Luiz da Gama Mór abordou, com sua conhecida franqueza, assuntos como a privatização da TAP e a composição acionária decorrente deste processo, as experiências “fora da caixa” da nova estratégia comercial da cia. aérea, que inclui leilões online para “upgrade” da classe econômica para executiva (voos dentro da Europa), entre outras iniciativas, mas o que surpreendeu mesmo foi sua visão pragmática de como a tecnologia apenas iniciou o processo de mudança profunda no negócio distribuição de passagens aéreas.

Para conhecer boa parte do que Mór disse para os associados Abracorp, leia aqui a matéria do Artur no Portal Panrotas.

O que Mór não disse foi que a TAP, assim como todas as cias. aéreas em todo o mundo, verdadeiramente acredita que vender diretamente ao passageiro, seja viagem de turismo ou corporativa, é o melhor negócio para a transportadora, preferencialmente sem GDS, sem OTA, sem TMC, sem agente de viagens, operadora ou qualquer intermediário, o que não é propriamente uma novidade.

Para uma cia. aérea cuja operação já é tão verticalizada, a distribuição poderia ser apenas mais um dos insumos necessários à sua atividade comercial e, enquanto não for de todo possível prescindir da atual teia capilar de distribuição, quanto menos intermediários tanto melhor para a eficácia da gestão de vendas, por isso a relevância dos consolidadores.

Perguntado sobre qual o próximo movimento disruptivo da aviação comercial, Mór afirmou que adoraria saber, mas está certo de que, seja qual for esta nova disrupção, será estimulada por atender uma demanda ditada pelo comportamento do novo consumidor digital, que está permanentemente buscando maneiras alternativas, mais fáceis, mais rápidas, mais baratas, mais eficazes e até mais prazerosas, de reservar e comprar passagens aéreas.

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MAPA DE TECNOLOGIA PARA VIAGENS E TURISMO

O Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV – GTT-A, foi criado no início deste ano e é composto por até 20 empresas especializadas no fornecimento de soluções tecnológicas para a indústria de viagens e turismo.

Essas empresas são chamadas de integrantes do GTT-A e os executivos que participam das reuniões mensais são seus representantes, conforme regimento especialmente elaborado e que serviu de referência para os demais grupos de trabalho da ABAV.

O Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV tem atualmente as seguintes empresas integrantes e seus respectivos representantes:
ABAV – Edmar Bull
ABAV – Luís Vabo (Coordenador)
ABAV – Marisa Dantas (Apoio)
ABAV – Fernando Luzetti (Suporte)
AGI – Glaucio Silva
AMADEUS – Aline Pontes
AMERICAN AIRLINES – Thomas Comber
ARGO – Wagner Amarelo
AZUL – Eduardo Silveira
B2B RESERVAS – Marcos Fernando
BENNER – Aoron Beyer (Coordenador)
EFACILPLUS – Ricardo Lidington
GOL – Luciana Granado
LEMONTECH – Caio Oliveira
LUFTHANSA – Alan Jacch
MONDE – Daniel Biancarelli
OMNIBEES – Melanie Teixeira
RESERVE – Sidney Filho (Coordenador)
SABRE – Marcelo Tanque
T4W – Thiago Campos
TRAVELPORT – Eduardo Calamari

O GTT-A tem trabalhado muito desde então, em reuniões mensais, na participação em painéis na ABAV Expo e, mais recentemente, na elaboração de um documento gráfico cujo objetivo é refletir a participação dos diversos “players” da indústria de tecnologia para viagens e turismo, através de um conteúdo dinâmico, que terá atualizações frequentes e que permite, numa análise simples, identificar o papel de cada fornecedor de tecnologia participante de cada um dos macro-segmentos da prestação de serviços ao mercado de viagens e turismo.

A edição 2016 do Mapa de Tecnologia de Viagens e Turismo da ABAV 2016 foi publicada nas páginas centrais da edição 1.247 – Especial Tecnologia do Jornal Panrotas, e pode ser acessada online aqui.

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Obs.: As imagens publicadas neste texto são de autoria do Panrotas, a partir de conteúdo gerado pelo Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV.

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