PALESTRAS IMPERDÍVEIS NA ABAV EXPO 2016

A Vila do Saber da ABAV Expo melhora a cada ano e a edição 2016, de 28 a 30 de setembro, no Expo Center Norte, não será diferente e deverá superar as anteriores em termos de inovação, segmentação, gestão e tecnologia.

O conteúdo está amplo, diversificado, bem segmentado, com a organização e forma de apresentação inovadora, diferentes de tudo o que você já viu antes !

Como não é possível participar de todos os painéis, afinal a arena terá 4 espaços simultâneos, procurei analisar bem a grade de palestras e debates da Vila do Saber, para sugerir livremente os seguintes painéis:

Com conteúdo cada vez mais interessante, os painéis da Vila do Saber atraem agentes de viagens, fornecedores e hosted buyers
Com conteúdo cada vez mais interessante, os painéis da Vila do Saber atraem agentes de viagens, fornecedores e hosted buyers

DIA 28/09/2016 – QUARTA-FEIRA

O IATA NDC E SEUS REFLEXOS PARA AS AGÊNCIAS DE VIAGENS
Arena: Tecnologia
Horário: 16:00h às 17:30h
Moderador: Luís Vabo (ABAV)
Painelistas:
– Alexander Thomas (American Airlines)
– Antonio Carbone (IATA)
– Kleber Fernandes (Copastur)
– Tiago Quintanilha (Reserve)
Porque indico: O IATA estabeleceu os parâmetros para um novo padrão mundial de distribuição de resevas aéreas, o NDC (New Distribution Capability), e vem estimulando as cias. aéreas e as empresas de tecnologia a desenvolverem soluções tecnológicas baseadas neste novíssimo padrão. Neste painel, será apresentado o projeto brasileiro que gerou o primeiro bilhete aéreo emitido no padrão NDC nas Américas e serão debatidos os impactos e as oportunidades desta nova tecnologia para as agências de viagens brasileiras.

TECNOLOGIA É FERRAMENTA DE VENDAS PARA SUA AGÊNCIA – PERSPECTIVAS PARA O NOVO AGENTE DE VIAGENS
Arena: Tecnologia
Horário: 17:30h às 18:30h
Painelistas do GTT-A Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV:
– Ricardo Lidington (E-Facil Plus)
– Sidney Lima Filho (Reserve)
– Wagner Amarelo (Argoit)
Porque indico: Este painel foi desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV, com representantes das principais empresas fornecedoras de sistemas para o mercado de viagens e turismo. É uma turma que conhece o assunto e, por isso, vale assistir e participar do debate.

DIA 29/09/2016 – QUINTA-FEIRA

TENDÊNCIAS EM GESTÃO DE VIAGENS CORPORATIVAS
Arena: Inovação
Horário: 15:00h às 16:30h
Moderador: Edmar Bull (ABAV)
Painelistas:
– Augusto Cruz (Suzano)
– Rubens Schwartzmann (Abracorp)
– Sidney Lima Filho (Reserve)
Porque indico: As agências de gestão de viagens corporativas estão no epicentro do choque entre a evolução tecnológica global e os desafios do cenário econômico brasileiro. Na busca por alternativas para crescer, diversificam sua oferta de serviços, especializam-se em gestão de despesas corporativas e agregam um novo valor para sua carteira de empresas clientes. Neste painel, conheça a experiência de alguns “players” dessa novíssima atividade (cliente, agência, sistema) e tire suas conclusões sobre esta oportunidade de negócio.

TECNOLOGIA É GESTÃO PARA SUA AGÊNCIA – OTIMIZANDO RECURSOS E MAXIMIZANDO RECEITAS
Arena: Tecnologia
Horário: 16:30h às 17:30h
Painelistas do GTT-A Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV:
– Aoron Beyer (Benner)
– Eduardo Calamari (Travelport)
– Marcelo Tanque (Sabre)
– Marcos Fernando (B2B Reservas)
Porque indico: Este painel foi desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV, com representantes das principais empresas fornecedoras de sistemas para o mercado de viagens e turismo. É uma turma que conhece o assunto e, por isso, vale assistir e participar do debate.

DIA 30/09/2016 – SEXTA-FEIRA

TECNOLOGIA É INOVAÇÃO PARA SUA AGÊNCIA – CONECTANDO-SE AOS SEUS CLIENTES
Arena: Tecnologia
Horário: 14:00h às 15:00h
Painelistas do GTT-A Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV:
– Alexander Thomas (American Airlines)
– Aline Pontes (Amadeus)
– Caio Oliveira (Lemontech)
Porque indico: Este painel foi desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Tecnologia da ABAV, com representantes das principais empresas fornecedoras de sistemas para o mercado de viagens e turismo. É uma turma que conhece o assunto e, por isso, vale assistir e participar do debate.

Os painéis de tecnologia e inovação estão sempre entre os mais procurados e costumam lotar
Os painéis de tecnologia e inovação estão sempre entre os mais procurados e costumam lotar

Também aposto nos painéis abaixo, tanto pelos temas fortemente inspirados em gestão, inovação e empreendedorismo, assuntos que me interessam muito, quanto pela expertise dos painelistas:

Competitividade ao extremo: avance para ganhar
Arena: Gestão
Data: 28/09/16 – Quarta-Feira
Horário: 14:00h às 14:50h
Painelista: Luiz Carlos Barboza (LCB Consultoria)

Millenials: a geração que está mudando o mercado
Arena: Tecnologia
Data: 28/09/16 – Quarta-Feira
Horário: 15:00h às 15:50h
Painelista: Beia Carvalho (5 Years From Now®)

Start-ups como plataformas criativas para o turismo
Arena: Inovação
Data: 29/09/16 – Quinta-Feira
Horário: 13:00h às 13:50h
Painelista: Bruno Talevi (Jooce Box)

Empreendedor na prática
Arena: Gestão
Data: 29/09/16 – Quinta-Feira
Horário: 13:00h às 13:50h
Painelista: Lúcio Oliveira (Consultor Corporativo)

Agência Ideal. O futuro é hoje, você está preparado?
Arena: Inovação
Data: 29/09/16 – Quinta-Feira
Horário: 17:30h às 18:30h
Painelistas do Grupo de Trabalho ABAV Jovem:
– Edmilson Romão (L’Equipe)
– João Augusto Machado (ABAV)
– Soraya Resende (Blog Por Aí Comigo)
– Rodrigo Araújo (Riotravel)

Como você pode observar, há temas para todos os gostos e interesses (esses são apenas alguns), a programação está riquíssima, com muito bons painelistas em todas quatro Arenas da Vila do Saber: Inovação, Segmentação, Gestão e Tecnologia.

Não perca tempo, escolha os painéis de seu interesse e inscreva-se já, pois a capacidade da arena é limitada.

Nos veremos lá !

.

RETROSPECTIVA 2016: TECNOLOGIA

O ano voa, mal começou e parece que já vai acabar…

Ano de crise ética, política e econômica, de impeachment, de renascimento da esperança, de Jogos Olímpicos, de início de retomada da economia (será?), de reconstrução da nação…

A evolução tecnológica acelera o ritmo de inovações, buscando atender demanda do consumidor e o mercado de viagens e turismo vai junto, embalado por uma tsunami de novidades, de tecnologias disruptivas, que oferecem novas formas de fazer a partir de comportamentos diferentes.

Pensando nesse tema, li o excelente artigo do Luis Carlos Vargas, da Travelport, publicado Portal Panrotas em 19/04, que me estimulou a reler o também ótimo artigo do Alexandre Cordeiro, do Sabre, no Portal Panrotas de 16/03, ambos sobre a revolução que a tecnologia está provocando no mercado de viagens e turismo (recomendo a leitura de ambos).

Inspirado por esses dois artigos, iniciei a construção deste post, mas lembrei-me de entrevista que concedi no final do ano passado, sobre as tendências e novidades do mercado de viagens e turismo para este ano de 2016.

O resumo das respostas desta entrevista são as tendências tecnológicas em que acreditamos e apostamos em nosso planejamento estratégico para este ano de 2016:

1. As empresas buscarão, mais do que nunca, novos meios para cortar custos, otimizar processos, reduzir despesas, fazer mais com menos e, seguramente, a tecnologia de gestão de despesas (expense management) é o caminho natural.

2. As agências de viagens focarão em capacitar-se para novas ferramentas tecnológicas para o atendimento e encantamento do cliente, seja para operação ou agenciamento de viagens, de turismo ou corporativas.

3. A diversificação será a tônica para um mercado sem barreiras, em que todos podem tudo, agenciar, operar, intermediar, consolidar, distribuir e representar, diretamente para o cliente final ou através do agente de viagens ou através de grupos associados com o mesmo propósito.

4. O NDC (New Distribution Capability), novo padrão tecnológico desenvolvido pelo IATA para distribuição de reservas e bilhetes aéreos, deixará de ser uma promessa e começará a mostrar suas vantagens, integrado aos sistemas que focam em inovação (no início) e a todos os demais (em seguida).

5. Não bastará a uma agência de viagens corporativas ser uma TMC puramente, devido à crescente demanda por novos e variados serviços, como gestão de despesas, gestão de eventos e gestão de frotas, entre outros serviços e produtos agregados a viagens corporativas.

6. Da mesma forma, não bastará a uma agência de viagens de turismo e lazer ou a uma operadora de turismo, ser intermediário de serviços prestados por cias. aéreas e hotéis, entre outros, já que estes investem cada vez mais na comercialização direta com o consumidor.

7. A similaridade entre todos esses cenários são os investimentos em tecnologia, não mais opcionais, mas mandatórios, seja num sistema backoffice mais eficiente, num motor de reservas para entrar no mercado de OTAs, num sistema de gestão de viagens corporativas (self-booking tool) para disputar o mercado de viagens corporativas, num sistema de gestão de eventos ou de frotas, ou mesmo numa plataforma de gestão de despesas para diversificar e abrir o leque de ofertas para a mesma carteira de clientes corporativos.

O que não dá mais é para ficar parado lamentando a velocidade do bonde sem ao menos tentar entrar nele, afinal poucas coisas são tão democráticas quanto as novas tecnologias.

Quanto mais se usa em casa, mais se aprende a usar no trabalho.

E o agente de viagens já descobriu isso.

.

PONDO ORDEM NA CASA !

É mais usual do que parece o movimento de padronização de tecnologias, em especial aquelas inovadoras e disruptivas, que chegam para mudar abruptamente o comportamento do consumidor em relação a determinado produto ou serviço.

Como exemplo de tecnologia recente, ainda nascendo, basta observar a tão comentada Internet das Coisas ou IoT de “internet of things”, que inclui “wearable devices”, “embedded systems”, entre outros.

Muitas startups correram, e ainda correm, para sair na frente e desenvolver soluções inovadoras baseadas em IoT, sonhando que sejam dominantes no futuro em função de seu grau disruptivo, mas as grandes indústrias de bens de consumo (refiro-me a eletrodomésticos, carros, roupas, entre outras) estão tão atentas a esta tendência, que não perderam tempo e já começam um movimento de padronização desta nova tecnologia, em comum acordo com os grandes provedores de tecnologia no mundo:

IoT: Empresas mundiais criam fundação para padronizar tecnologia

Esta fundação agregará diversos segmentos da indústria, com o objetivo de organizar um mercado ainda incipiente e que envolve todo e qualquer produto, desde malas, sapatos, geladeiras, armários, bicicletas, roupas, material esportivo, carros, alimentos, remédios etc, etc, etc.

Os fabricantes de bens de consumo buscam um padrão tecnológico para a Internet das Coisas estar em todos os lugares até 2025
Os fabricantes de bens de consumo buscam um padrão tecnológico para a Internet das Coisas estar em todos os lugares até 2025

Como IoT é uma tecnologia nova a ser embarcada em produtos velhos conhecidos do consumidor, os tradicionais fabricantes não querem ficar de fora desta festa e, mais do que isso, não querem depender de poucos fornecedores, ou de empresas que utilizem padrões próprios para desenvolver e manter este ou aquele dispositivo, não querem se tornar dependentes de ninguém.

Isso nos lembra alguma coisa?

Sim, uma analogia direta com nosso mercado nos faz lembrar que, desde que a IATA citou pela primeira vez o termo NDC, diversos questionamentos surgiram no mercado sobre seus reais objetivos.

Diziam que as cias. aéreas desejavam a posse e o controle de todos os dados dos passageiros para alavancar sua estratégia de desintermediação, ou que o objetivo era enfraquecer o hub de distribuição representado pelos GDSs, cada um com um padrão tecnológico proprietário, ou ainda permitir que todos os players de tecnologia da distribuição tenham as mesmas condições concorrenciais e, assim, estimular inovações disruptivas que mudem o rumo do negócio.

A verdade é que a real motivação do NDC não é nenhuma dessas, mas o mais prosaico dos objetivos: padronização tecnológica tal e qual as indústrias de bens de consumo estão buscando para a IoT.

Aliás, comparativamente ao objetivo da padronização da IoT, veja o que diz a IATA sobre o NDC:

The power of standardization

An industry standard will facilitate a more efficient airline distribution system, thereby benefitting airlines, agents, GDSs, IT providers and travel start-ups. Structured around seven distribution-related functions, the NDC Standard provides the opportunity to address the end-to-end airline distribution process, e.g. shopping, booking etc., and to deliver enhanced customer experiences.

A IATA lançou o projeto de padronização da tecnologia de distribuição no final de 2012 e batizou-o NDC (New Distribution Capability)
A IATA lançou o projeto de padronização da tecnologia de distribuição no final de 2012 e batizou-o NDC (New Distribution Capability)

Para maiores detalhes sobre o NDC, veja diretamente na fonte: IATA NDC Standard

Se para ter força suficiente para organizar o mercado, a padronização de uma tecnologia depende de ser promovida por uma entidade, fundação ou associação representativa dessa indústria, no caso da distribuição de reservas aéreas, essa entidade sem dúvida alguma é a IATA, cujas mais de 400 cias. aéreas associadas produzem 84% do tráfego aéreo mundial, processam US$ 367 bilhões em vendas via BSP e atendem 35 mil agências de viagens em todo o mundo.

As cias. aéreas, aqui representadas pela IATA, são as efetivas donas do mercado de transporte aéreo, cessionárias que são deste modal de transporte no mundo e, tal e qual os citados fabricantes de bens de consumo, pretendem arrumar a casa, padronizando a tecnologia de distribuição de seu serviço.

A questão aqui é que, diferentemente da IoT, as tecnologias de distribuição de reservas aéreas existem há mais de 50 anos e, por isso, o desafio da IATA de estabelecer um padrão, enfrenta décadas de legado tecnológico, de práticas e acordos comerciais (que envolvem incentivos financeiros bilaterais) e que são diferentes de mercado para mercado, de país para país, transformando sua implantação numa missão tão complexa quanto substituir todo o combustível de uma aeronave em pleno voo…

Claro que não é impossível de ser feito, mas há que se encontrar alternativas para o equilíbrio comercial entre todas as partes envolvidas.

.