Este texto é uma espécie de retratação com aqueles que não entenderam ou se sentiram incomodados com o post anterior, publicado em 05/03/2020, portanto uma semana antes da declaração de pandemia pela OMS e duas semanas antes da decretação do estado de calamidade pública pelo governo federal.
O fato de eu ter afirmado que não mudaria minha agenda ou mesmo os meus hábitos, significa tão somente que, àquela altura do campeonato, eu não identificava motivos para cancelar os compromissos que tinha em Portugal (reunião da Abracorp no final de março) e nos USA em maio.
O fato é que a realidade mudou a minha agenda e a do mundo inteiro.
Atropelado pela evolução nefasta do pânico social com a epidemia, sigo respeitando todas as recomendações das autoridades governamentais (e não preciso aqui repetir quais são) e aprimorando os hábitos de higiene que sempre tive, alinhados com as atuais recomendações dos especialistas de saúde pública, incluindo o isolamento social voluntário, recomendado pelas autoridades do Rio de Janeiro.
Mas continuo acreditando no que Dr. Drauzio Varella afirma neste vídeo, apresentando sua experiente visão técnica, de forma serena mas categórica, sobre esta epidemia:
Reafirmo o que penso sobre tudo isso: a epidemia é grave, o virus é contagioso, devemos todos nos precaver, a ciência deve continuar perseguindo obstinadamente tratamentos e vacinas, mas a estagnação econômica gerada pelo pânico global tende a matar muito mais pessoas.
Esclarecido isto, destaco os altos e baixos de uma semana negra, que ficará marcada na história pelas diferentes formas de gestão da crise:
1) Gestão da saúde: a semana testemunhou ao vivo, online em real time, as estatísticas crescentes da contaminação do coronavirus no Brasil e no mundo (exceto na China) e os esforços do Ministério da Saúde em manter a “curva achatada” na evolução da Covid-19.
2) Gestão corporativa: o empresariado brasileiro, experiente em crises econômicas, bateu cabeça no início da semana, mas terminou no fim de semana buscando soluções objetivas para sustentação dos negócios e preservação de postos de trabalho, cortando na própria carne.
3) Gestão política: o presidente da república deu o pior exemplo de comportamento diante do risco de contaminação, seu filho gerou uma crise infantil com a China, ninguém mais quer integrar a próxima missão do presidente ao exterior, o ministro da saúde deu show de competência, mas gerou pânico ao explicar sua previsão técnica para a evolução da epidemia.
4) Gestão pessoal: a população brasileira aderiu ao afastamento social voluntário, recomendado pelas autoridades (brevemente poderá ser obrigatório) e as empresas aderiram em massa ao teletrabalho, as ruas ficaram vazias, as lojas, cinemas, teatros, estádios etc. ficaram fechados, mesmo ambientes abertos como praias, parques e espaços públicos foram proibidos de serem acessados.
No finalzinho desta semana negra como um túnel aparentemente infinito, eis que surge uma luz, e ela vem de 4 drogas diferentes, de 4 laboratórios diferentes, já sendo testadas em 4 países diferentes:
- Cloroquina
- Remdesivir
- Lopinavir / Ritonavir
- Favipiravir
Para maiores detalhes, vale conhecer esta boa matéria publicada pelo G1 no portal Globo.com: Remédios têm resultados positivos em pesquisas para o tratamento do coronavirus – Veja 4 possibilidades
Tudo indica que teremos ainda mais pressão nas próximas semanas, mas estes dias entre a sexta-feira 16 de março até hoje 22 de março de 2020, deverão ser lembrados como a semana negra do coronavirus.
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