COVID-19: MUDEI MINHA AGENDA, O PÂNICO VENCEU

Este texto é uma espécie de retratação com aqueles que não entenderam ou se sentiram incomodados com o post anterior, publicado em 05/03/2020, portanto uma semana antes da declaração de pandemia pela OMS e duas semanas antes da decretação do estado de calamidade pública pelo governo federal.

O fato de eu ter afirmado que não mudaria minha agenda ou mesmo os meus hábitos, significa tão somente que, àquela altura do campeonato, eu não identificava motivos para cancelar os compromissos que tinha em Portugal (reunião da Abracorp no final de março) e nos USA em maio.

O fato é que a realidade mudou a minha agenda e a do mundo inteiro.

Atropelado pela evolução nefasta do pânico social com a epidemia, sigo respeitando todas as recomendações das autoridades governamentais (e não preciso aqui repetir quais são) e aprimorando os hábitos de higiene que sempre tive, alinhados com as atuais recomendações dos especialistas de saúde pública, incluindo o isolamento social voluntário, recomendado pelas autoridades do Rio de Janeiro.

Mas continuo acreditando no que Dr. Drauzio Varella afirma neste vídeo, apresentando sua experiente visão técnica, de forma serena mas categórica, sobre esta epidemia:

https://youtu.be/WyQiEUQixD0
Vídeo do Dr. Drauzio Varella, de 30/01/20, foi uma de minhas inspirações para a elaboração do post anterior, baseado na minha percepção, na época, sobre a ameaça do coronavirus.

Reafirmo o que penso sobre tudo isso: a epidemia é grave, o virus é contagioso, devemos todos nos precaver, a ciência deve continuar perseguindo obstinadamente tratamentos e vacinas, mas a estagnação econômica gerada pelo pânico global tende a matar muito mais pessoas.

O fundador do Giraffas alerta sobre o custo e o risco da estagnação econômica para toda a humanidade.

Esclarecido isto, destaco os altos e baixos de uma semana negra, que ficará marcada na história pelas diferentes formas de gestão da crise:

1) Gestão da saúde: a semana testemunhou ao vivo, online em real time, as estatísticas crescentes da contaminação do coronavirus no Brasil e no mundo (exceto na China) e os esforços do Ministério da Saúde em manter a “curva achatada” na evolução da Covid-19.

2) Gestão corporativa: o empresariado brasileiro, experiente em crises econômicas, bateu cabeça no início da semana, mas terminou no fim de semana buscando soluções objetivas para sustentação dos negócios e preservação de postos de trabalho, cortando na própria carne.

3) Gestão política: o presidente da república deu o pior exemplo de comportamento diante do risco de contaminação, seu filho gerou uma crise infantil com a China, ninguém mais quer integrar a próxima missão do presidente ao exterior, o ministro da saúde deu show de competência, mas gerou pânico ao explicar sua previsão técnica para a evolução da epidemia.

4) Gestão pessoal: a população brasileira aderiu ao afastamento social voluntário, recomendado pelas autoridades (brevemente poderá ser obrigatório) e as empresas aderiram em massa ao teletrabalho, as ruas ficaram vazias, as lojas, cinemas, teatros, estádios etc. ficaram fechados, mesmo ambientes abertos como praias, parques e espaços públicos foram proibidos de serem acessados.

No finalzinho desta semana negra como um túnel aparentemente infinito, eis que surge uma luz, e ela vem de 4 drogas diferentes, de 4 laboratórios diferentes, já sendo testadas em 4 países diferentes:

  • Cloroquina
  • Remdesivir
  • Lopinavir / Ritonavir
  • Favipiravir

Para maiores detalhes, vale conhecer esta boa matéria publicada pelo G1 no portal Globo.com: Remédios têm resultados positivos em pesquisas para o tratamento do coronavirus – Veja 4 possibilidades

Tudo indica que teremos ainda mais pressão nas próximas semanas, mas estes dias entre a sexta-feira 16 de março até hoje 22 de março de 2020, deverão ser lembrados como a semana negra do coronavirus.

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COVID-19: NÃO VOU MUDAR MINHA AGENDA


Acho que sou um sujeito responsável, um pouco demais até, tenho atitudes e procedimentos de segurança muito próprios que, algumas vezes, tornam-me até um tanto chato para conviver.

Ainda bem que minha família e amigos próximos são tolerantes, entendem e aceitam o que chamam de minhas manias, mas que, na verdade, são hábitos bem disciplinados para redução de riscos, qualquer risco, na vida, nos negócios, na saúde, no dia-a-dia.

Isso não significa que não corro riscos, bem ao contrário, sou até chegado a encarar determinadas situações arriscadas, desde que minuciosamente analisadas e cuja relação chance X recompensa valham realmente a pena enfrentar.

Faço todo esse preâmbulo para afirmar que não vou mudar minha agenda nem meus hábitos por causa do coronavirus:

1) Vou para a Europa ainda em março e para os USA em maio.

2) Continuarei a lavar bem as mãos, da forma e na frequência adequadas, aliás como aprendi em casa e nunca deixei de fazer.

3) Evitarei gentilmente a proximidade com pessoas resfriadas, gripadas, espirrando ou tossindo, como também sempre fiz e continuareI a fazer mesmo após esta pandemia passar.

Manter hábitos saudáveis de convivência social e praticar comportamentos de redução de risco de contaminação são o caminho para evitar o coronavirus

4) Também continuarei a evitar locais com grandes aglomerações e isso definitivamente não inclui aviões, hotéis, passeios, reuniões e pequenos ou médios eventos corporativos.

Acho que cada um deve agir conforme a sua consciência e eu respeito a opinião e a decisão de todos que optarem por mudar seus hábitos, seus procedimentos e suas agendas, mas o fato é que a dengue (com epidemia no Paraná em 2020 e quase 800 mortes no Brasil e cerca de 1,5 milhão de doentes em 2019) e o sarampo (que voltou com força com 13.500 casos confirmados em 2019), entre outras doenças transmíssiveis, me preocupam muito mais.

O principal efeito nefasto do Covid-19 é mesmo o estado de quase pânico que uma parte da população mundial está entrando, tendência que eu considero advinda de 2 fatores:

1) É uma doença que não distingue ricos e pobres (e os ricos são os que andam mais assustados).

2) É uma ameaça viral (com duplo sentido) devido à disseminação do vírus e das notícias, em real time, via redes sociais e dramatização pela grande imprensa, sem qualquer tipo de barreira ou distinção de fronteiras.

Por estes e outros motivos, não vejo razões para este pânico viral, não vou deixar de viajar nem vou deixar de vender viagens, porque acredito mesmo que não seria o isolamento de pessoas saudáveis que evitaria a disseminação desta doença, mas isso teria potencial de gerar uma grave crise econômica (bem mais cruel), fato que nós, empresários do mercado de viagens e turismo, temos todos a responsabilidade de evitar.

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Obs.: Para variar um pouco, confira aqui 10 boas notícias a respeito do coronavirus

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