Candelária apresenta suas cores

De um lado, a belíssima exposição “O triunfo da cor” reúne obras-primas do pós-impressionismo no Centro Cultural Banco do Brasil. Do outro, a pira olímpica exibe seus vários tons metálicos ao sabor do vento deste final de inverno. A região da Igreja da Candelária, no Centro, ganhou um novo colorido.

O CCBB, a pira olímpica e a Igreja da Candelária / Foto de Carla Lencastre
O CCBB, a pira olímpica e a Igreja da Candelária / Foto de Carla Lencastre

A mostra “O triunfo da cor. O pós-impressionismo; obras-primas dos Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie” passou por São Paulo e chegou ao CCBB carioca no fim de julho, às vésperas da abertura das Olimpíadas. Mas foram tantas as atrações no Rio durante os Jogos que somente agora tive tempo de ir ao CCBB. É simplesmente imperdível, mesmo para quem conhece os quadros dos museus de Paris. A exposição apresenta 75 trabalhos, incluindo obras importantes de mestres como Van Gogh, Gaugin, Toulouse-Lautrec, Cézanne, Matisse. Se não viu em São Paulo, não perca no Rio. Vai até 17 de outubro.

Centro / Foto de Carla Lencastre

A entrada da exposição (no alto) e uma das salas / Fotos de Carla Lencastre
A entrada da exposição (no alto) e uma das salas / Fotos de Carla Lencastre

O CCBB encontra-se quase ao lado da Igreja da Candelária. A pira olímpica fica logo em frente, e estará acesa novamente durante as Paralimpíadas, de 7 a 18 de setembro. Criada pelo artista americano Anthony Howe, mesmo apagada a escultura de arte cinética justifica a admiração. É lindo vê-la refletir a luz  e se mexer de acordo com o vento. Vale contornar a obra, para observar de ângulos diferentes.

Casa França-Brasil: portas abertas para a Guanabara / Foto de Carla Lencastre
Casa França-Brasil: portas abertas para a Guanabara / Foto de Carla Lencastre

Para ir do CCBB ou da Candelária até a pira, no Boulevard Olímpico, o caminho mais curto é por dentro da Casa França-Brasil. Com a derrubada do Elevado da Perimetral, o centro cultural abriu novamente suas portas na fachada original, voltada para a Baía de Guanabara, e agora tem duas entradas.

A França-Brasil e o CCBB (ao fundo) / Foto de Carla Lencastre
A França-Brasil e o CCBB (ao fundo) / Foto de Carla Lencastre

Outro roteiro para chegar ao Boulevard Olímpico passa pelas ruas do Rio Antigo e pela Praça Quinze (onde já estão bem adiantadas as obras da nova linha do VLT). Posts sobre a área aqui e aqui.

Rio Antigo: a encantadora Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, na Rua do Ouvidor / Foto de Carla Lencastre
Rio Antigo: a encantadora Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, na Rua do Ouvidor / Foto de Carla Lencastre

Para antes ou depois do passeio, não faltam opções de restaurantes na região. No Verso, o bistrô do CCBB, com entrada por dentro da Livraria da Travessa, o cardápio enxuto reúne boas opções de saladas e pratos quentes, como picadinho e hambúrguer de carne de porco. Na Casa França-Brasil fica a Crepe Nouveau Art, do chef Olivier Cozan, com simpáticas mesas com ombrelones no pátio interno. No Boulevard Olímpico há vários food trucks, também com mesinhas ao ar livre.

Food trucks no Boulevard Olímpico, perto da Praça XV / Foto de Carla Lencastre
Food trucks no Boulevard Olímpico, perto da Praça XV / Foto de Carla Lencastre

Nas ruas do Centro Histórico encontram-se ainda bons restaurantes como a Brasserie Rosário e o Cais do Oriente. Ambos em sobrados antigos, com belas paredes em pedra que são uma atração a mais.

Serviço

O triunfo da cor”. O CCBB fica na Rua Primeiro de Março 66, telefone +21 3808-2020. Abre de quarta-feira a segunda, das 9h às 21h. A visita é gratuita, e durante a semana as filas são curtas e rápidas. Mas é possível marcar o dia e o horário pela internet. Até 17 de outubro.

Centro / Foto de Carla Lencastre

 

Boulevard Olímpico continua em festa

A revitalização da região portuária carioca é um dos principais legados da Rio 2016. E a área continuará movimentada durante as Paralimpíadas, de 7 a 18 de setembro. No Boulevard Olímpico, que recebeu quatro milhões de pessoas durante os Jogos, telões transmitirão ao vivo as competições, como aconteceu nas Olimpíadas. Food trucks e o balão panorâmico que fazem parte da infraestrutura montada para a Rio 2016 seguem na área.

 / Foto de Carla Lencastre

 / Foto de Carla Lencastre

Novos murais no Porto do Rio / Fotos de Carla Lencastre
Novos murais no Porto do Rio / Fotos de Carla Lencastre

Em uma das extremidades do boulevard, a maior atração são os murais nas fachadas de prédios antigos e armazéns do Porto do Rio. Inscrito no livro Guinness World Records como o maior do mundo, o grafite “Etnias”, de Eduardo Kobra, destacou-se em todas as redes sociais nas últimas semanas. Mas há muito mais.

O bonde e um pequeno trecho do mural "Etnias" / Foto de Carla Lencastre
O bonde e um pequeno trecho do mural “Etnias” / Foto de Carla Lencastre

A melhor maneira de chegar ao Boulevard Olímpico é de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), o bonde que é outro importante legado da Rio 2016. Embarque no Aeroporto Santos Dumont ou em qualquer ponto da Avenida Rio Branco, no Centro da cidade. Desembarque na estação Parada dos Navios. Pronto, você já está cercado de grafites em uma imensa e colorida galeria a céu aberto.

Grafite de Rita Wainer / Foto de Carla Lencastre
Obra de Rita Wainer / Foto de Carla Lencastre


No Armazém 2, fica a Casa Brasil, que também estará aberta até o final das Paralimpíadas. Na Praça Mauá, ao lado dos armazéns, estão os museus de Arte do Rio e do Amanhã (neste, em agosto e setembro os ingressos somente podem ser comprados online), a hashtag #CidadeOlimpica e uma réplica do 14 Bis.

O 14 Bis da Praça Mauá / Foto de Carla Lencastre
O 14 Bis da Praça Mauá / Foto de Carla Lencastre

Ao lado do Museu do Amanhã começa a Orla Conde, que margeia a Baía de Guanabara, passa por áreas da Marinha que foram abertas ao público pela primeira vez e revelam ângulos inéditos da baía e da cidade.

A ponte que liga o continente à Ilha das Cobras / Foto de Carla Lencastre
Debaixo da ponte que liga o continente à Ilha das Cobras / Foto de Carla Lencastre

 

Novos ângulos da Baía de Guanabara / Foto de Carla Lencastre
Novos ângulos da Baía de Guanabara / Foto de Carla Lencastre

Quase chegando à Praça XV, em frente à Igreja da Candelária, encontra-se a linda pira olímpica, agora apagada. A estação do bonde na Praça XV não ficou pronta para as Olimpíadas, então o jeito é voltar pela Avenida Rio Branco. Ou aproveitar outras casas temáticas de países. As da Colômbia e do México (esta no Museu Histórico Nacional), pertinho da Praça XV, funcionarão durante as Paralimpíadas.

Ainda que sem o divertido ambiente de festa, a nova Região Portuária continuará sendo o passeio mais original do Rio nos próximos meses.

Centro / Foto de Carla Lencastre

Borboletas do Copa dão adeus às Olimpíadas

O Rio anda incrível nos últimos dias. Depois de todo o mau humor que precedeu o início dos Jogos Olímpicos, o carioca fez as pazes (ainda que momentaneamente) com a sua cidade. As ruas e as diversas atrações estão cheias de moradores e visitantes. Nem a chuva fina ocasional e o friozinho à moda local afastam o povo do Boulevard Olímpico do Centro, o maior sucesso de público destas Olimpíadas. E não precisa de ingresso.

Detalhes dos grafites nos armazéns do Porto Maravilha / Foto de Carla Lencastre
Detalhes dos grafites nos armazéns do Porto Maravilha / Fotos de Carla Lencastre

A Praça Mauá, a Orla Conde, a região da Candelária e a Praça Quinze são passeios obrigatórios, inclusive depois dos Jogos. Mas se você estiver no Rio neste segundo fim de semana olímpico, tente encaixar no roteiro uma caminhada pela Praia de Copacabana. Ali, no Belmond Copacabana Palace, acontece até domingo um dos momentos mais bonitos destas Olimpíadas (fora dos estádios, claro). Pontualmente às 19h, a fachada do hotel é tomada por uma revoada de borboletas coloridas, em uma projeção criada pela ilustradora islandesa Kristjana S. Williams. Chegue com uns 15 ou 20 minutos de antecedência para garantir um bom lugar no calçadão.

Copacabana / Foto de Carla Lencastre

 

 / Foto de Carla Lencastre

 / Foto de Carla Lencastre

Antes ou depois das borboletas, vale a pena reservar um tempo para passear pela praia. Bem em frente ao Copacabana Palace há anéis olímpicos.

 / Foto de Carla Lencastre

Pertinho, na direção do Leme, na areia em frente à Avenida Princesa Isabel, fica a monumental Arena de Vôlei de Praia da Rio 2016, com 12 mil lugares e 21 metros de altura. Os ingressos estão esgotados para os jogos de sábado e domingo, mas ainda alguns para os dias de semana.

 / Foto de Carla Lencastre
Na direção oposta, sentido Posto 6, em frente à Rua Figueiredo Magalhães, encontra-se uma imensa loja da Rio 2016. É grande a variedade de produtos, incluindo versões em pelúcia do Vinicius, mascote que anda fazendo sucesso com seus passos de dança, nos intervalos das competições nos estádios.

Vinicius descansando da maratona olímpica
Vinicius descansando da maratona olímpica

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Não faz parte da programação das Olimpíadas, mas tem uma exposição imperdível no Rio que termina no próximo dia 21, junto com os Jogos. “Millôr: obra gráfica” está em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS), na Gávea, e pode ser vista de terça-feira a domingo, das 11h às 20h. Escrevi aqui sobre a exposição em abril, quando ela foi inaugurada.