Boulevard Olímpico continua em festa

A revitalização da região portuária carioca é um dos principais legados da Rio 2016. E a área continuará movimentada durante as Paralimpíadas, de 7 a 18 de setembro. No Boulevard Olímpico, que recebeu quatro milhões de pessoas durante os Jogos, telões transmitirão ao vivo as competições, como aconteceu nas Olimpíadas. Food trucks e o balão panorâmico que fazem parte da infraestrutura montada para a Rio 2016 seguem na área.

 / Foto de Carla Lencastre

 / Foto de Carla Lencastre

Novos murais no Porto do Rio / Fotos de Carla Lencastre
Novos murais no Porto do Rio / Fotos de Carla Lencastre

Em uma das extremidades do boulevard, a maior atração são os murais nas fachadas de prédios antigos e armazéns do Porto do Rio. Inscrito no livro Guinness World Records como o maior do mundo, o grafite “Etnias”, de Eduardo Kobra, destacou-se em todas as redes sociais nas últimas semanas. Mas há muito mais.

O bonde e um pequeno trecho do mural "Etnias" / Foto de Carla Lencastre
O bonde e um pequeno trecho do mural “Etnias” / Foto de Carla Lencastre

A melhor maneira de chegar ao Boulevard Olímpico é de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), o bonde que é outro importante legado da Rio 2016. Embarque no Aeroporto Santos Dumont ou em qualquer ponto da Avenida Rio Branco, no Centro da cidade. Desembarque na estação Parada dos Navios. Pronto, você já está cercado de grafites em uma imensa e colorida galeria a céu aberto.

Grafite de Rita Wainer / Foto de Carla Lencastre
Obra de Rita Wainer / Foto de Carla Lencastre


No Armazém 2, fica a Casa Brasil, que também estará aberta até o final das Paralimpíadas. Na Praça Mauá, ao lado dos armazéns, estão os museus de Arte do Rio e do Amanhã (neste, em agosto e setembro os ingressos somente podem ser comprados online), a hashtag #CidadeOlimpica e uma réplica do 14 Bis.

O 14 Bis da Praça Mauá / Foto de Carla Lencastre
O 14 Bis da Praça Mauá / Foto de Carla Lencastre

Ao lado do Museu do Amanhã começa a Orla Conde, que margeia a Baía de Guanabara, passa por áreas da Marinha que foram abertas ao público pela primeira vez e revelam ângulos inéditos da baía e da cidade.

A ponte que liga o continente à Ilha das Cobras / Foto de Carla Lencastre
Debaixo da ponte que liga o continente à Ilha das Cobras / Foto de Carla Lencastre

 

Novos ângulos da Baía de Guanabara / Foto de Carla Lencastre
Novos ângulos da Baía de Guanabara / Foto de Carla Lencastre

Quase chegando à Praça XV, em frente à Igreja da Candelária, encontra-se a linda pira olímpica, agora apagada. A estação do bonde na Praça XV não ficou pronta para as Olimpíadas, então o jeito é voltar pela Avenida Rio Branco. Ou aproveitar outras casas temáticas de países. As da Colômbia e do México (esta no Museu Histórico Nacional), pertinho da Praça XV, funcionarão durante as Paralimpíadas.

Ainda que sem o divertido ambiente de festa, a nova Região Portuária continuará sendo o passeio mais original do Rio nos próximos meses.

Centro / Foto de Carla Lencastre

Borboletas do Copa dão adeus às Olimpíadas

O Rio anda incrível nos últimos dias. Depois de todo o mau humor que precedeu o início dos Jogos Olímpicos, o carioca fez as pazes (ainda que momentaneamente) com a sua cidade. As ruas e as diversas atrações estão cheias de moradores e visitantes. Nem a chuva fina ocasional e o friozinho à moda local afastam o povo do Boulevard Olímpico do Centro, o maior sucesso de público destas Olimpíadas. E não precisa de ingresso.

Detalhes dos grafites nos armazéns do Porto Maravilha / Foto de Carla Lencastre
Detalhes dos grafites nos armazéns do Porto Maravilha / Fotos de Carla Lencastre

A Praça Mauá, a Orla Conde, a região da Candelária e a Praça Quinze são passeios obrigatórios, inclusive depois dos Jogos. Mas se você estiver no Rio neste segundo fim de semana olímpico, tente encaixar no roteiro uma caminhada pela Praia de Copacabana. Ali, no Belmond Copacabana Palace, acontece até domingo um dos momentos mais bonitos destas Olimpíadas (fora dos estádios, claro). Pontualmente às 19h, a fachada do hotel é tomada por uma revoada de borboletas coloridas, em uma projeção criada pela ilustradora islandesa Kristjana S. Williams. Chegue com uns 15 ou 20 minutos de antecedência para garantir um bom lugar no calçadão.

Copacabana / Foto de Carla Lencastre

 

 / Foto de Carla Lencastre

 / Foto de Carla Lencastre

Antes ou depois das borboletas, vale a pena reservar um tempo para passear pela praia. Bem em frente ao Copacabana Palace há anéis olímpicos.

 / Foto de Carla Lencastre

Pertinho, na direção do Leme, na areia em frente à Avenida Princesa Isabel, fica a monumental Arena de Vôlei de Praia da Rio 2016, com 12 mil lugares e 21 metros de altura. Os ingressos estão esgotados para os jogos de sábado e domingo, mas ainda alguns para os dias de semana.

 / Foto de Carla Lencastre
Na direção oposta, sentido Posto 6, em frente à Rua Figueiredo Magalhães, encontra-se uma imensa loja da Rio 2016. É grande a variedade de produtos, incluindo versões em pelúcia do Vinicius, mascote que anda fazendo sucesso com seus passos de dança, nos intervalos das competições nos estádios.

Vinicius descansando da maratona olímpica
Vinicius descansando da maratona olímpica

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Não faz parte da programação das Olimpíadas, mas tem uma exposição imperdível no Rio que termina no próximo dia 21, junto com os Jogos. “Millôr: obra gráfica” está em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS), na Gávea, e pode ser vista de terça-feira a domingo, das 11h às 20h. Escrevi aqui sobre a exposição em abril, quando ela foi inaugurada.

Vizinhos da pira olímpica

A tocha olímpica chegou hoje ao Rio. E pela primeira vez na história das Olimpíadas de verão a pira ficará fora de um estádio. A imponente Igreja da Candelária, no Centro da cidade, pertinho da nova Orla Conde, é o cenário escolhido para a chama olímpica, que será acesa sexta-feira à noite.

Nos arredores da Candelária / Foto de Carla Lencastre
Nos arredores da Candelária / Foto de Carla Lencastre

Não me canso de escrever sobre como está encantadora a alma do novo Centro do Rio. No momento em que a pira for acesa, a orla às margens da Baía de Guanabara será inteiramente aberta ao público (alguns trechos ainda estão em fase de acabamento). Passear pelos seus 480 metros de extensão será programa imperdível durante os Jogos. Entre as praças XV e Mauá, a nova orla faz parte do Boulevard Olímpico Porto Maravilha, que terá cerca de três quilômetros.

Centro / Foto de Carla Lencastre

Centro / Foto de Carla Lencastre

Fachadas do Rio Antigo e o céu de inverno / Foto de Carla Lencastre
Fachadas do Rio Antigo e o céu azul de inverno / Foto de Carla Lencastre

Na região perto da Candelária, os caminhos do Rio Antigo estão muito bem cuidados, com a maioria dos sobrados restaurados. Vale a pena reservar um tempo para andar pelas ruas do Ouvidor e do Mercado, entre outras. Na Rua do Rosário fica a escultura em aço “Vênus reclinada”, de José Resende. A área abriga o Centro Cultural Banco do Brasil, o Centro Cultural dos Correios e a Casa França-Brasil. No CCBB carioca o destaque do mês de agosto é a exposição “O triunfo da cor”, com obras de artistas do pós-impressionismo vindas dos museus d’Orsay e de l’Orangerie, em Paris.

Escultura de José Resende no Centro Histórico / Foto de Carla Lencastre
Escultura de José Resende no Centro Histórico / Foto de Carla Lencastre

Com a derrubada do Elevado da Perimetral, várias construções históricas do Centro da cidade voltam a ter suas fachadas “livres”. Os prédios voltados para a Baía de Guanabara ficavam encobertos pelo pavoroso viaduto. A Casa França-Brasil é um destes edifícios históricos beneficiados com a abertura da nova orla. Agora é novamente possível apreciar a fachada do prédio do início do século XIX projetado por Grandjean de Montigny. Entre muitas outras belezas do Rio Antigo.

Flores no Rio Antigo / Foto de Carla Lencastre
Flores no Rio Antigo / Foto de Carla Lencastre