A gestão de viagens de uma empresa é uma temática ampla e complexa – e é preciso entender a estratégia de negócios da companhia, seu orçamento, públicos e comportamento de áreas para, só então, criar, alterar ou propor e/ou gerir a rotina de viagens em uma empresa.
Parte da política trata (ou deveria tratar) do viajante. Analista, técnico, vendedor, trainee, consultor, coordenador, diretor, vice-presidente, CEO. Independente da posição hierárquica que ocupa na estrutura, estes profissionais podem integrar a lista dos viajantes corporativos. O entendimento sobre o papel e a importância destes consumidores que, ao fim e ao cabo, são a face da companhia em viagens de negócios, é um dos temas que mais integram a pauta de executivos do setor na atualidade.
Há gestores de viagem que agem como robôs, a partir de processos sistematizados e integralmente focados na otimização de recursos. Outros, têm a escuta verdadeiramente aberta para as necessidades de todos os envolvidos, atentos à busca de soluções para demandas corporativas e pessoais, enxergando cada viajante e cada demanda como parte viva do processo.
A boa notícia para quem está na dianteira da condução deste desafio é que a harmonização dos interesses de cada cluster é benéfica a todos.
Sem abrir mão de uma política que busca melhorar a composição dos custos – realidade de todas as empresas em seus vários departamentos –, é possível tratar melhor o viajante em toda sua jornada de viagem, desde a escolha da companhia aérea, passando pelo período da viagem (e, se é possível prorrogá-la ou não), pela escolha do hotel e pela avaliação das oportunidades de mobilidade (táxi ou aplicativos)
Na esteira deste debate, o bleisure vem ganhando relevância porque impacta direta e, na maioria das vezes, positivamente na experiência do viajante.
No entanto, saber como a empresa vê (e trata) seus viajantes é muito mais do que oferecer bleisure.
Bleisure poderia ser considerado um fator do client centricity, ou seja, o quanto a empresa olha para o seu viajante para construir uma política de viagens que providencia uma experiência de viagem corporativa positiva antes, durante e depois. Revela um comportamento cultural da companhia e de suas lideranças que, indiscutivelmente, impacta no comportamento dos funcionários e volta para a empresa como performance.
Mas, final, quais são os benefícios deste novo comportamento do gestor e das companhias?
Sem dúvida alguma, o resultado desta equação sempre será bom.
Cabe ao gestor de viagens escutar a base e mostrar aos dirigentes das companhias, por meio de pesquisas de mercado, de workshops e de estudos internos, quais são os benefícios deste novo mindset que é pensar as viagens de negócio – também – a partir da experiência do viajante.
Afinal, um funcionário feliz trabalha mais motivado e tem influência direta no clima organizacional. O sentimento de pertencimento tem efeito cascata e se desdobra para outros benefícios na relação entre a empresa e o colaborador, que se torna mais fiel e engajado. De certa maneira, e sem correr o risco do exagero, afirmo que a retenção de talentos também é uma das consequências deste novo olhar em nosso setor.
Esta perspectiva da relação de ganha-ganha convida à reflexão e incentiva o mercado para uma nova proposição. E você: como vê (e trata) o viajante de sua empresa?