Insights do WEC: O que posso implantar nos eventos?

No último mês participei da World Education Conference (WEC) by MPI (Meeting Professionals International), que aconteceu em São Francisco, nos Estados Unidos. 

Foram dias intensos, com conteúdos exclusivos e de grande relevância para o mercado. Como realizadora de eventos na Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV), fui com o olhar de aprendiz para entender o que o maior encontro para profissionais do setor apresentaria, e compartilho alguns insights com vocês.

Como destaque, o WEC abordou assuntos técnicos e de desenvolvimento pessoal em sessões de 1 hora, como: habilidades de soft skills, coaching de carreiras com especialistas de recrutamento, palestras de design Canvas, além de sessões interativas (e não somente expositivas), networking inteligente durante os coffee breaks, ativação para o bem-estar (área de exercícios que ficava aberta para que as pessoas pudessem se alongar) e patrocinadores que se uniram para oferecer amenities para que os participantes colaborassem com a montagem de kits destinados a projetos sociais. Nós também entendemos mais sobre a WEB 3.0 e o caminho que está seguindo; e ainda construímos um playground com a função de conectar todos em temas do dia-a-dia do corporativo por meio da diversão.

Com essa experiência, ficou claro que o mundo não funciona mais com troca de cartões; nós precisamos nos interessar pelo outro e encontrar sinergia, ou seja, ter uma curiosidade genuína. E o mais impressionante é que conseguimos realmente abandonar o nosso celular. Sei que parece uma missão impossível, mas economiza tempo no aprendizado, uma vez que você acaba focando totalmente no conteúdo presencial. E nem preciso dizer que correr atrás da informação de novo é perder tempo. 

Ao participar da atividade de criação de miniquadros – sim, nós pintamos algumas imagens! – provamos que, com união, podemos desenvolver ações maiores, já que quando juntamos as pinturas, elas formavam uma grande figura.

E vale ressaltar que o evento começava bem antes do primeiro dia, ou seja, eu fazia o trabalho de casa antes de ir, verificando quem participaria. Já no pós-evento, me relacionei com os principais profissionais pelo LinkedIn e salvei todos os contatos. 

Por fim, compreendi que devemos beber de fontes diversas para construir um evento, seja na forma ou no conteúdo. Adquiri aprendizados de diversos segmentos que trouxeram insights e criatividade – de psicologia, filosofia e economia. É importante ressaltar que tudo pode colaborar para o seu evento ser diferente e gerar experiências memoráveis.

Abaixo, coloco para vocês outros pontos compartilhados durante o WEC:

  • Otimize o seu orçamento transformando o mesmo espaço de eventos em módulos múltiplos e eficientes;
  • Tenha um olhar atencioso para o bem-estar e as ações que podem ser feitas em seu projeto;
  • How you WOW no seu evento: construa um time variado, em que cada um possa contribuir com a construção do encontro com visões diversas;
  • Utilize todos os sentidos no seu evento: visão, audição, paladar e tato;
  • Construa um playground: conecte pessoas por meio da diversão;
  • Crie uma jornada para o participante do seu evento (antes, durante e depois)

Se interessou em saber mais sobre esse tema? Então anote na agenda! No dia 14 de Julho, às 17h, a ALAGEV fará uma live especial sobre os insights da WEC com Juliana Aranega, Igor Tobias e eu. Faça sua inscrição no link: https://eventosdigitais.live/evento/lamec-talks-tendencias-wec-2022

Metaverso e seus benefícios para o mercado de eventos

Um dos assuntos mais discutidos no setor de eventos é a nova tecnologia do Metaverso. Mas, afinal, o que é isso? Até parece algo relacionado à ficção científica ou filmes sobre o futuro, mas essa tecnologia é um novo ambiente virtual compartilhado que simula o mundo real e que pode tomar conta da internet nos próximos anos. 

O termo foi mencionado pela primeira vez em 1992, no livro Snow Crash, de Neal Stephenson. No enredo da história, as pessoas utilizavam essa ferramenta para fugir da realidade por meio de seus avatares. Porém, esse nome se popularizou apenas em outubro de 2021, por conta de Mark Zuckerberg, criador do Facebook. Ele anunciou que a organização Facebook passaria a se chamar Meta, e essa mudança tem como objetivo promover o recurso do Metaverso.

Outras grandes empresas trabalham com essa técnica. Por exemplo, o jogo Fortnite já utilizou dessa prática quando realizou um show onde as pessoas participavam simultaneamente, mas com os seus avatares. O Pokémon Go, jogo baseado na animação Pokémon, também pode ser considerado como usuário dessa ferramenta. 

No entanto, Mark não foi o criador dessa tecnologia, mas quer ir além de um jogo. O empresário deseja que as pessoas comprem, trabalhem, façam reuniões, eventos, socializem e assistam filmes no cinema virtual, ou seja, possam viver dentro dessa realidade por meio de avatares que se conectam com qualquer pessoa do mundo. E tudo isso será feito por meio de ferramentas que já existem no mercado, como realidade virtual, realidade aumentada, redes sociais e criptomoedas, entre outros. 

Os primeiros passos para o Metaverso já começaram. O Meta, ex-Facebook, já desenvolveu a plataforma Horizons Workroom, um espaço de reuniões virtuais, e o Horixon Worlds, uma espécie de rede social de realidade virtual. Esses aplicativos são gratuitos, porém precisam ser acessados pelo Oculus Quest 2, óculos de realidade virtual do Meta. 

Marcas como a Microsoft, Apple, Nike, Disney, Renner, Itaú e jogos como Roblox também estão se aproximando deste conceito. Estamos vivendo uma corrida pelo Metaverso. Essa competição, eu comparo como a corrida espacial, que aconteceu entre 1957 e 1975, mas a diferença é que essa foi feita entre os norte-americanos e os soviéticos, já o mundo on-line não tem fronteiras, os lucros estão com grandes corporações e as pessoas terão acesso em breve.

O Goldman Sachs estima que o Metaverso já representa uma oportunidade de investimento de US$ 8 trilhões. Especialistas do banco Citi também apontam dados positivos com a ascensão da tecnologia – e afirmaram que sua economia deve chegar a US$ 13 trilhões até 2030.

Desafios

Por outro lado, ainda teremos muitos desafios. Um dos problemas que essas grandes empresas estão tentando solucionar é a questão da velocidade da internet e a quantidade de dados que serão transmitidos caso esse mecanismo vire uma tendência mundial. Pois, serão bilhões de pessoas utilizando o Metaverso simultaneamente.

E ainda tem outros obstáculos como, por exemplo, deixar a ferramenta acessível para todos, já que os óculos de realidade aumentada custam em torno de R$ 2 mil. Além disso, eles ainda têm que enfrentar questões éticas sobre a privacidade de dados, uma vez que com o uso constante do programa, estaremos compartilhando sempre as nossas informações.

Todas essas situações estão em análise, por isso o projeto completo do Meta ainda não tem uma data definida de lançamento e a empresa está abrindo muitas opções de vagas para engenheiros virtuais. 

De acordo com uma pesquisa conduzida pelas Universidades de Cambridge, do Reino Unido, Coburg de Ciências Aplicadas, da Alemanha, e de Primorska, na Eslovênia, além do braço da Microsoft para pesquisas aplicadas, essa nova tecnologia ainda precisa de muitos ajustes. O estudo, realizado com 16 participantes durante duas semanas com 8 horas diárias de conexão e 45 minutos de pausa, notou que alguns participantes reclamaram de náuseas, enxaqueca e quadros de ansiedade, embora uma parte deles tenha superado esses sintomas durante o decorrer do experimento. Segundo os responsáveis pela análise, já eram esperados esses resultados.

Metaverso em eventos

Para os eventos, essa realidade está começando a ser possível. Várias empresas de tecnologia estão lançando plataformas para as marcas utilizarem o Metaverso para seus eventos e capacitações. Como algo mais restrito, o usuário compartilha o acesso com os participantes do evento e eles podem acompanhar uma feira, cursos e interagir com outros usuários, entre outros benefícios. 

Com isso, podem surgir novas profissões no mercado, como o diretor de eventos focado nesse universo.

Por fim, o que víamos apenas em filmes, agora é nossa realidade. E faço a seguinte pergunta: você está preparado para trabalhar, estudar, fazer compras e até mesmo eventos por meio de avatares no Metaverso? O futuro já chegou e você precisa se atualizar. 

* Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da ALAGEV

A força do setor de viagens corporativas em momentos de imprevisibilidade

Imagino que você, leitor, durante a pandemia, fez remotamente uma pós-graduação, MBA em gestão de crise, gestão de caixa ou capacitações em diversas áreas para lidar com tantas imprevisibilidades. Nós, que sempre tivemos uma atuação dinâmica, fomos impactados por condições externas e de mercado. Foi preciso nos adaptarmos ainda mais e rapidamente com a nova realidade, além de revisar as habilidades necessárias para auxiliar na jornada da viagem corporativa. 

Após o avanço da vacina, parecia que estávamos mais perto da efetiva retomada. Mas a disputa de poder deflagrou uma guerra na Ucrânia que muito rapidamente impactou o nosso setor, sem falar no aumento da inflação e juros altos, que automaticamente esfriam os negócios. A situação é complexa e estamos novamente em um cenário pouco previsível. 

Porém, como sempre, batalhamos para o sucesso e estamos conseguindo nos reerguer. Afinal, lidar com a pressão e imprevisibilidade é um exercício que fazemos todos os dias; julgo dizer que é até mesmo um sinônimo constante nesses últimos dois anos. 

Vejo também, que com a enxurrada de eventos realizados em plataformas digitais, as pessoas estão órfãs de interações face a face, conexões pessoais, qualidade de relacionamento, ampliação do networking e mais confiança na hora de fechar um negócio com o famoso aperto de mãos, pequenos atributos que fazem a diferença para que as empresas decidam investir em viagens corporativas, pois são parte fundamental no processo de desenvolvimento de muitos setores. 

Segundo o relatório mensal de dados da US Travel Association de março de 2022, mais de 77% dos viajantes de negócios e 64% dos americanos empregados concordam que é mais importante do que nunca trazer de volta as viagens corporativas.

E como resultado desse trabalho em conjunto da indústria, estamos cada vez mais próximos dos números pré-pandemia. De acordo com dados do Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), criado pela FecomercioSP em parceria com a Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV), referente ao mês de fevereiro, o faturamento dos setores ligados às viagens de negócios foi de R$ 5,4 bilhões, o que remete a 143,7% de crescimento em relação ao mesmo período de 2021, quando o valor foi de R$ 2,2 bilhões.

O LVC aponta que esse resultado expressivo tem duas explicações. A primeira delas é por conta da retomada da economia com a vacinação avançada e do menor receio da população e das empresas em realizar deslocamentos pelo país. Por mais que o cenário no mês tenha sido, em parte, impactado pela variante Ômicron, não houve restrições relevantes e a oferta de serviços manteve-se em alta.

A segunda explicação é pela base fraca de comparação. Neste período de 2021, o país vivia a segunda onda da pandemia do coronavírus, com recordes de mortes e restrições significativas das atividades, sobretudo a de eventos. A oferta de serviços, como transporte aéreo e meios de hospedagem, ainda estava longe de regressar a patamares razoáveis. Com isso, os dados do mês são muito positivos, mas devem também ser contextualizados com o cenário pré-pandemia. Em relação a fevereiro de 2020, mês que antecedeu a primeira onda do coronavírus, o faturamento atual está 34,6% abaixo. Ou seja, quase R$ 3 bilhões menor.

O indicador também apresenta que os próximos meses serão decisivos, pois ainda existem obstáculos como, por exemplo, o preço das passagens, que afetam as decisões das viagens, principalmente do setor corporativo. E, consequentemente, com menos viagens, a cadeia do turismo em geral é afetada. Portanto, a conjuntura econômica de inflação e juros altos deve trazer um ritmo menor do que o esperado meses atrás.

Mesmo com diversos desafios e um longo caminho para a efetiva recuperação, estamos observando uma retomada confiante. Esses dados mostram que as empresas estão retornando os seus investimentos em eventos e viagens, o que favorece o desempenho das áreas de transporte aéreo, locação de veículos e meios de hospedagem, entre outros. Vale ressaltar também que o nosso setor tem um peso importante no aumento das oportunidades de emprego.  Ainda estamos em um período de incertezas, mas podemos colocar em prática as estratégias elaboradas durante o período de pandemia, mantendo sempre a palavra que representa o nosso cenário: a flexibilidade. 

Por fim, desejo que possamos continuar nessa jornada JUNTOS e promover um setor mais igualitário, inclusivo e responsável!