Greenwashing e o impacto nos eventos e viagens corporativas

A partir do Relatório Brundtland e da Agenda 21, a expressão “desenvolvimento sustentável” se popularizou e tornou-se pauta frequente na sociedade. Recentemente divulgamos o relatório de práticas de Environmental, Social, and Governance (ESG) com os resultados das ações adotadas no Latin America Community for Travel and Events Experience (LACTE), evento realizado pela ALAGEV que aconteceu nos dias 27 e 28 de fevereiro em São Paulo. O estudo, feito em parceria com a Arbache Innovations, Casa Causa e Mangue, tem o objetivo de incentivar eventos a adotarem ações semelhantes, contribuindo para que o mercado se desenvolva de forma mais sustentável (link).

Atitudes como essa surgiram com o Hub ESG ALAGEV, que nasceu em 2022 do encontro de três mulheres: Grace Kelly Cauzo, da Pinguim Incentive Travel & Tech, Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da ALAGEV, e Ana Paula Arbache, fundadora do Hub Mulher e da Arbache Innovations.

Com esse foco, reforço a ideia de que para uma empresa ser reconhecida como sustentável é necessário ir além do discurso e comprovar na prática ações responsáveis social e ambientalmente.

O público dificilmente se opõe ao cuidado com rios e florestas, por exemplo. Mas o que debatemos aqui não é sobre a importância, mas sobre como fazer, a quem compete esta missão e a que valor. 

A população, governo e iniciativa privada têm responsabilidade sobre o tema. As consequências da crise ambiental e dos caminhos para revertê-la estão cada vez mais distantes do consenso. A exploração de recursos naturais e os interesses conflitantes entre todas as partes fazem com que o trajeto para uma solução esteja em um campo nebuloso. 

Hoje, as empresas buscam estratégias para se posicionar e liderar o mercado altamente competitivo das organizações. Uma das táticas usadas por algumas marcas na busca por vantagens está direcionada às questões sobre identidade e reputação. A comunicação corporativa e as ações de responsabilidade social têm mudado a imagem corporativa aos olhos do consumidor, bem como sua reputação no cenário organizacional. Consequentemente, seus posicionamentos refletem nas questões de ordem econômica e na melhoria direta dos resultados. 

Para entender essa linha de raciocínio, trago um termo que está em alta: o greenwashing, na tradução literal “lavagem verde”. Isso ocorre quando uma empresa utiliza a sustentabilidade para se promover, porém, na prática, não exerce o que divulga e afeta o impacto socioambiental de suas atividades. Além de questões legais, quando vem à tona essa farça, pode levar ao linchamento da marca e, de uma hora para a outra, destruir a reputação de toda uma história construída com décadas de investimento.

Essas ações negativas abalam as vendas, afastam investidores e até mesmo talentos, ou seja, colaboradores que não querem vincular sua carreira a organizações que não compartilham com os seus ideais.

De acordo com uma pesquisa do Interactive Advertising Bureau (IAB), o investimento em publicidade no Brasil chegou a R$ 32,4 bilhões no ano passado. O ritmo dos gastos em publicidade digital no país foi mais lento em 2022, refletindo o fim do auge da pandemia da covid-19 e as eleições, bem como os cenários econômicos de alta de juros e inflação no país e no mundo. Destes investimentos, uma boa parte é direcionada ao chamado “marketing verde”. Embora não haja números exatos, podemos observar uma tendência no aumento de propagandas com apelo ambiental nos últimos anos. 

A preocupação com a auto sustentabilidade é especialmente forte entre as gerações Z e Millennium, que ocupa cada vez mais o espaço do consumidor, na força de trabalho e entre investidores. Eles querem viver de maneira mais igualitária e percebem a tecnologia como uma extensão deles mesmos. Com esse cenário, o compromisso com esse público e com a sustentabilidade pode abrir a porta a novos mercados. 

Segundo Ana Paula Arbache, CEO & founder, diretora de sustentabilidade e D&I da Arbache Innovations, existe uma grande oportunidade para os negócios no setor se posicionarem a favor das práticas ESG e fazerem isso de modo legítimo. “Assim como nós, em nossos papéis de consumidores, as demais pessoas também querem informações compreensíveis a respeito dos impactos gerados por suas escolhas, acessibilidade, preservação ambiental, respeito à cultura local, cuidado com os resíduos gerados, o compromisso com uma cadeia produtiva limpa e sustentável, o apoio efetivo ao emprego e renda nos locais onde as empresas atuam, a preservação da biodiversidade e o acolhimento à diversidade. Destaco aqui a importância da formação de líderes e equipes capazes de desdobrarem estratégias coerentes e consistentes para o dia a dia das operações criando uma nova cultura para o segmento. Ai sim, comunicar ESG será legitimo e trará benefícios para as organizações”, comenta.

A partir de toda essa discussão, destaco a importância de os gestores de eventos e viagens corporativas ficarem atentos aos discursos de marcas e destinos que se dizem “eco-friendly”, pois podem estar apenas propagando o greenwashing.

E pensando em combater esse mal e auxiliar as empresas a de fato direcionar os seus recursos para práticas reais de sustentabilidade, a União Europeia criou o “Regulamento para Divulgação de Finanças Sustentáveis”, com um conjunto de regras estratégias de ESG. A partir desses parâmetros, os negócios europeus podem utilizar essas ações e apresentar resultados mensuráveis. 

Com o aumento dessa pressão social, as marcas precisam dominar o universo de possibilidades que se abriram. Devemos verificar o CPF, antes do CNPJ, ir além da venda e construir um mercado ético, transparente, sustentável e de acordo com os valores, convicções e construções dessa nova era. Desta forma, ao praticar efetivamente os princípios de seus negócios será possível ser honesto com os stakeholders e construir uma reputação corporativa consistente na estratégia de ESG. 

*Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da ALAGEV

Dubai: cidade que vive no futuro

ALAGEV e Dubai Business Events levam 10 gestores de eventos para Dubai

No último mês, a convite e em parceria com o governo de Dubai, nós, da ALAGEV, realizamos a 1ª edição da Dubai Business Study Mission – MICE, projeto que levou 10 gestores de eventos corporativos para a cidade nos Emirados Árabes a fim de gerar conhecimento in loco para os meeting planners, troca de experiências e negócios para o destino.

Andrea Ocker (Dell Technologies), Ana Prado (Syngenta), Carolina Mello (iFood), Cristiane Iwayama (The Walt Disney Company Brasil), Gilberto Guitti (Polishop), Luciana Dantas (UnitedHealth Group – UHG), Luis Pracchia (ArcelorMittal), Mariana Lucia Martins (Grupo Oncoclínicas), Patricia Mello (Credit Suisse) e Rodrigo Cezar (Roche) foram os participantes da missão, além de mim e da Daniela Fabbri, representante do governo.

O programa contou na partida da viagem com o apoio do Palácio Tangará, Shift Mobilidade Corporativa, Assist Card e GRU Airport. No início, esses fornecedores já demonstraram algumas possibilidades para grupos e eventos.

O objetivo da ação foi apresentar os principais atrativos corporativos desse destino, proporcionando aos meeting planners conteúdo atualizado sobre a metrópole, acesso aos equipamentos direcionados para MICE in loco e compartilhamento de boas práticas e cases de sucesso.

Emirados Árabes

Os Emirados Árabes Unidos são a federação constitucional de sete emirados: Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm Al-Quwain, Ras Al Khaimah e Al Fujairah. Se estende por 1.448 km da costa oeste do Golfo Pérsico e do Golfo de Omã, onde a água e a terra se sobrepõem à Península Arábica. Por conta da localização estratégica, a região oferece ligações convenientes com todos os países vizinhos do Golfo, bem como com o sul da Ásia e a África Oriental.

Dubai

Conhecida por suas riquezas, dunas sem fim do deserto e por seus recordes mundiais, desde os prédios mais altos do mundo à maior ilha artificial, Dubai é uma cidade de contrastes que consegue promover em um único local o passado, presente e futuro. O destino também é abençoado com o maior porto natural da região, tornando-se um dos principais centros comerciais do Oriente Médio.

Diário de bordo

Todas as experiências a seguir tiveram o propósito de demonstrar Dubai como um pólo multicultural e com diversas atividades para atrair eventos corporativos.

Compartilho com vocês um breve diário de tudo que fizemos durante a viagem na cidade do futuro. Nossa aventura na Arábia foi da tradição à modernidade. O grupo viveu a experiência do ‘At the Top’ até as águas azuis do mar.

Logo na chegada, após um longo voo de 14 horas, fomos recebidos pelo Marhaba Services, que nos ofereceu os serviços meet&greet, como encontro na saída do avião e acompanhamento até a retirada das malas.

Por volta das 23h, o Marriott Hotel the Palm nos recepcionou com um jantar leve no quarto e com todas as informações dos próximos dias fornecidas pela Arabian Adventures.

No primeiro dia, acompanhamos uma apresentação do Dubai Business Events (DBE) e Arabian Adventures sobre os principais diferenciais da cidade para ações corporativas, além de uma visita técnica no Marriott Hotel The Palm. Visitamos também o complexo Madinat Jumeirah, que proporciona um dos maiores ambientes de eventos em hotel dos Emirados Árabes com mais de 1.750 m², a área está pronta para sediar banquetes, festas, exposições, lançamentos de produtos, concertos de música e festivais para até 1,4 mil pessoas. 

Ainda pela manhã, conhecemos a Old Dubai, antiga região que abriga alguns dos mais tradicionais e históricos bairros como Deira e Bur Dubai. O Oriente Médio é bem famoso pelos seus mercados populares, chamados de souks, e em Dubai não é diferente, por isso, visitamos as vendas tradicionais de Gold Souk e Spice Souk. Passamos pela travessia de Abra e realizamos uma caminhada até o Sheikh Mohammed Centre for Cultural Understanding (SMCCU), onde desfrutamos de uma apresentação cultural incrível e um almoço tradicional delicioso. À noite, jantamos no Madinat Jumeirah.

No dia seguinte, conhecemos o Address e Zeta 77, hotéis com espaços para eventos para diversos tamanhos. No período da tarde, visitamos um dos marcos mais famosos do Dubai, o Museu do Futuro. Fundado pela Dubai Future Foundation e lançado em 22 de fevereiro de 2022, o museu explora como a sociedade pode evoluir nas próximas décadas usando ciência e tecnologia. Chamado de “museu vivo”, ele incorpora elementos de exposições tradicionais, teatro imersivo e atrações temáticas para que os visitantes possam olhar além do presente e em direção às possibilidades ilimitadas do futuro. 

No terceiro dia, conhecemos o The View at The Palm e realizamos uma visita técnica no Atlantis Royal, hotel recém-aberto que teve sua inauguração feita com o show da Beyoncé. O resort possui design luxuoso, sofisticado e contemporâneo, além de mais de 700 quartos, 17 restaurantes de chefs estrelados e 5 mil m² de instalações de spa, incluindo academia, sauna seca e a vapor, piscinas cobertas e descobertas, um hammam de seis quartos e um jardim de meditação ao lado de tratamentos holísticos; e espaços interiores e ao ar livre à escolha para eventos.

Outra experiência marcante, foi conhecer o Dubai Desert Conservation Reserve, reserva de conservação do deserto de Dubai. O caminho até o local é feito em carros 4×4 pelas dunas e com muita emoção. Chegando lá, assistimos a um pôr do sol  de tirar o fôlego e, para uma experiência ainda mais completa, jantamos com um luar que jamais esquecerei.

No quarto e último dia, fomos para o Burj Khalifa, visitamos o At the Top, andares 124 e 125, com sua vista magnífica da cidade e com a possibilidade de realizar evento em sala privativa. Caminhamos pelo Souk al Bahar até o The Palace Downtown, onde realizamos uma visita técnica e almoçamos. Depois, mais uma experiência incrível: um passeio de barco ao pôr do sol para encerrar essa experiência intensa e incrível.

Dicas de viagens

Confira as dicas de viagens que a Arbian Adventures e Dubai Business Events compartilharam com os gestores:

:: Clima 
As temperaturas variam de estação para estação: janeiro pode cair a uma baixa de 15 ° C / 59 ° F, enquanto julho pode subir a 48 ° C / 118 ° F.

:: Moeda
A moeda dos Emirados é conhecida como o Dirham dos Emirados Árabes denotado por AED ou mais comumente dhs. Notas: Dhs1000, 500, 200, 100, 50, 20, 10 e 5. Moedas: Dhs1, Fils50 e 25. Vinculadas ao Direito de Saque Especial do Fundo Monetário Internacional, o dirham se manteve constante contra o dólar norte-americano – aproximadamente US$ 1 = Dhs3.679.

:: Idioma
O árabe é a língua oficial, embora a maioria das placas de rua e cardápios dos restaurantes sejam em árabe e também em inglês. Vale lembrar que inglês, urdu, hindi e malaiala são amplamente falados.

:: Horário 
Dubai opera no horário padrão do Golfo (GST), que é GMT + 4 horas.

::Telecomunicações 
As telecomunicações em Dubai são excelentes. Os serviços de internet e wi-fi estão de acordo com os padrões mundiais, embora alguns sites não estejam disponíveis, pois entram em conflito com as sensibilidades religiosas, políticas e culturais dos Emirados Árabes Unidos. Os hotspots wi-fi estão amplamente disponíveis em hotéis, resorts, cafés e até mesmo alguns parques públicos com soluções flexíveis de cobrança.

:: Vestuário 
Algodão leve no verão (julho a setembro). É uma boa ideia trazer um cardigã ou pashmina leve para proteção contra o ar-condicionado, que às vezes é forte em shoppings e restaurantes. Jaquetas leves ou sweaters no inverno. É importante estar ciente das sensibilidades culturais e evitar roupas muito apertadas, curtas ou reveladoras. Às vezes, como por exemplo nas visitas a uma mesquita ou centro cultural, o código de vestuário será um pouco mais rigoroso, exigindo que as mulheres cubram os braços e as pernas e que os homens usem calças compridas.

:: Semana útil 
A semana de trabalho em Dubai mudou recentemente para segunda a sexta-feira. Sexta-feira é um dia religioso para os muçulmanos nos Emirados Árabes Unidos e geralmente é passado na mesquita e com a família, então as lojas locais podem fechar das 11h às 16h.

:: Bancos 
Muitos bancos internacionais são representados por filiais em Dubai e a maioria opera das 8h às 15h de sábado a quinta-feira e fecha às sextas-feiras.

:: Atendimento médico
Serviços médicos em Dubai são de padrão internacional e estão amplamente disponíveis.

:: Fotografia
É recomendável pedir permissão antes de tirar fotos, especialmente quando outras pessoas estão envolvidas.

Gostou? Realmente Dubai é um destino que impressiona para quem o escolhe para realizar os seus eventos corporativos. Se quiser saber mais, entre em contato conosco.

Em pleno 2023, você ainda tem dúvidas sobre a importância de ações de ESG para viagens e eventos corporativos?

O ano de 2022 foi realmente cheio de surpresas, com a Copa do Mundo do Catar, retomada dos eventos e viagens, eleições e guerra. Aquele sentimento de que os últimos 12 meses passaram em um piscar de olhos está pairando no ar nos corredores das empresas, no comércio e também na nossa casa.

Nessa semana de recesso, me preparando para todos os bons desafios que teremos a partir de agora, além de descansar e recarregar as energias, reassisti algumas lives da ALAGEV e uma que me chamou a atenção foi a Jornada Virtual pré-LACTE POP-UP com o tema Environmental, Social, and Corporate Governance, o famoso e tão comentado ESG. É impossível negar que esse foi um dos assuntos mais discutidos de 2022 no mundo corporativo e que terá importância ainda maior em 2023. E é por isso que abro a nossa temporada de posts deste ano exatamente com este tema.

O documento “Marco setorial de turismo”, preparado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e atualizado a cada quatro anos com análises sobre a América Latina e Caribe, aponta como cinco principais obstáculos o fortalecimento dos destinos na recuperação pós-choque covid-19, o aumento dos benefícios econômicos do turismo e de suas contribuições locais, a distribuição dessas vantagens entre grupos em situação de vulnerabilidade, o crescimento da gestão ambiental e climática do segmento e a melhoria da governança turística. 

Todos esses pontos estão embaixo de um guarda-chuva que pensa o desenvolvimento como um vetor de sustentabilidade e inclusão. Desse modo, as empresas devem ficar atentas aos projetos que favorecem o meio ambiente e a diversidade, já que interferem na vida de todos. 

Segundo os dados do painel intergovernamental das mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), Recife é considerada a capital mais ameaçada do Brasil devido ao potencial aumento do nível do mar. A cidade não possui uma elevação muito superior ao oceano e qualquer alteração pode trazer consequências devastadoras para o local, que tem como importante fonte de economia o turismo. 

No estudo foi notado que as inundações, o descongelamento de glaciais, secas e a acidificação do nível do oceano afetam ecossistemas sensíveis que normalmente são regiões costeiras, mangues, recifes, onde, em geral, os projetos turísticos acontecem.

Ao mesmo tempo que o segmento é sensível a essas ações do meio ambiente, ele também impacta na mudança climática. Um estudo da Organização Mundial do Turismo (OMT), realizado em 160 países, indicou que, entre 2009 e 2013, a pegada de carbono do turismo representou aproximadamente 8% das emissões globais de gás de efeito estufa. Em primeiro lugar estão os voos aéreos, seguidos por viagens de automóveis (32% das emissões) e pelos alojamentos (21%).

A pegada de carbono é grande, mas não é de fácil medição, porque turismo e mudanças climáticas envolvem interações muito além do segmento, e isso não é, muitas vezes, prioridade do governo. É preciso que esse monitoramento também seja responsabilidade do setor privado, pois é necessária uma observação uniforme e sistemática para que seja possível fazer comparações e análises corretas. Assim, será possível que o governo e as empresas relatem como estão contribuindo para as métricas de descarbonização estabelecidas nas suas políticas nacionais.

Esse pensamento leva à mensagem de que para ser uma área mais resiliente às mudanças climáticas, é necessário promover uma transformação de comportamento. Na live, vimos que existe uma literatura muito extensa que busca entender o que o turista quer, o quão sensível ele é às questões ambientais e climáticas e qual o valor que ele atribui a esses assuntos. Estamos chegando no final da pandemia, mas sabemos que foi uma grande dificuldade o uso obrigatório da máscara, o que impactou justamente numa mudança  de comportamento das pessoas. Esse é um exemplo bem claro de como o setor terá que enfrentar obstáculos, por um lado educando o turista e, do outro, o turista incorporando essas novas maneiras de viajar e consumir. Isso também está alinhado ao desenvolvimento sustentável, ou seja, para que o segmento consuma e produza seus atrativos de uma forma saudável, é essencial mudar. 

Por fim, as medidas de adaptação e mitigação são fundamentais para a resiliência e sustentabilidade dos destinos turísticos. O conteúdo também identificou medidas que apoiam a luta climática realizadas em parceria com o BID, como, por exemplo, avaliações ambientais estratégicas para identificar os riscos e desafios, além de manter a competitividade do seu destino a longo prazo; indicadores de sustentabilidade de São Paulo; plano de mitigação e adaptação às mudanças do clima de Salvador; e a certificação para o Turismo Sustentável e Resiliente nas Bahamas. 

Diversidade

Pensando no tema da diversidade, as empresas precisam discutir a importância do voluntariado, como o ambiente corporativo pode ser um agente anti-racista, quais são as políticas e práticas afirmativas com maior potencial de transformação e campanhas com mais diversidade, além da cultura inclusiva e informativa.

Destaco uma fala que achei super interessante de Samanta Lopes, coordenadora do Mestres Diversidade Inclusiva, em que diz que “ser anti-racismo em um ambiente corporativo é cruzar as pontes. Uma mulher de pele mais retinta tem uma barreira levantada muito antes dela falar. O ambiente de negócios é um grande espaço para quebrar esses tabus. A primeira observação que faço ao chegar na empresa é verificar onde estão as pessoas negras. Normalmente estão na portaria, servindo café ou na equipe de faxina. Se eu quero trabalhar em uma área anti-racismo, tenho que ter representatividade e isso não é ter essas pessoas nesses cargos, mas é também tê-los na gestão”, destaca. 

Uma das dicas para que o empresário seja mais diverso é ir nas escolas e mostrar o  turismo, o impacto econômico que um resort, hotel, organização de transporte e agência podem trazer e refletir para aquela comunidade. 

Para isso acontecer será necessário que as lideranças dêem um passo à frente e sejam mais proativas do que reativas. No turismo devemos aprender com as dimensões de diversidade sejam elas de raça, orientação sexual, faixa etária ou gênero.

Como oportunidade, os RHs precisam ser mais bem informados, devemos ter no topo lideranças preparadas com culturas mais direcionadas à diversidade e à inovação.

Como palavra final, destaco outra fala da Samanta sobre a importância de apoiar o próximo: “Hoje não tem mais lugar do meio, se você não faz nada, está sendo omisso e conivente, seja com o racismo, homofobia, gordofobia ou xenofobia. Se você não é aquela pessoa que está passando por essa situação, você deve ser aquela aliada. Isso é uma questão de respeito humano. Não temos o direito, em hipótese alguma, de permitir a violência, desrespeito ou descriminação, por conta da aparência, escolha religiosa ou identidade. Respeitar a vida está na constituição”, comenta.

Para o próximo ano, deixo a reflexão para que as empresas reflitam sobre como ser mais sustentável e inclusiva. Hoje, não é possível ser uma marca respeitada se não aplicar essas diretrizes em sua cultura corporativa. 

Se você também quiser assistir à live completa, deixo aqui o link direto da TV ALAGEV no Youtube. E que venha 2023, com muita conscientização e sucesso!