Pre-Trip Cost Calculator & Taxas Aeroportuárias

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Fonte da imagem: myexceltemplates.com

 

Caros Leitores,

Dedico este post a falar sobre a criação de uma Calculadora de Custos de Viagens em sua empresa (Pré-Viagem). É uma ferramenta poderosa, mas pouquíssimo utilizada, na conscientização dos viajantes e para os controles financeiros (contábeis, orçamentários) das organizações. Também aproveito para dividir brevemente uma dica sobre auditoria em taxas aeroportuárias, um estalo que me deu esses dias e que quis compartilhar com vocês.

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Sendo nós os administradores dos setores de Viagens das nossas empresas, é recomendável expandirmos a área de atuação das mesmas, saindo do tradicional tripé Aéreo-Hotel-Carro e contribuindo cada vez mais com o resultado da empresa. Precisamos também educar nossos usuários a comprarem o mais econômico e eficiente, como se o dinheiro gasto na viagem fosse o deles mesmos – o segredo do sucesso de qualquer gestão – e ao mesmo tempo o mais justo com sua saúde, bem-estar e segurança durante o deslocamento a serviço da empresa. Para lograrmos sucesso nestas duas tarefas, existem diversas técnicas e métodos, mas hoje quero destacar a Calculadora de Custos de Viagens.

Expandir o escopo de nossa área e aumentar a visibilidade de dados relevantes que ela traz para a Direção é também uma maneira de dar-lhe maior exposição e consequentemente, a nós mesmos, dentro de nossas organizações (especialmente em um momento de crise onde precisamos mais do que nunca justificar nossa permanência no quadro de colaboradores).

Minha pergunta é: você tem uma ferramenta de Trip Cost Calculator disponível a todos os viajantes, secretárias e aprovadores? É uma maneira simples de seu próprio colaborador visualizar e se conscientizar de quanto efetivamente ele está gastando do dinheiro da empresa na viagem em questão e porque precisa fazer dela a mais eficiente possível… indo além, sugiro que tal arquivo seja criado pelo viajante/secretária, aprovado pelo gestor do colaborador (e dependendo do fluxo de aprovação da empresa, por uma eventual segunda pessoa) e anexado na ferramenta de prestação de contas, para fins de auditoria e controle orçamentário (pré Vs. pós-viagem). Abaixo listo itens que compõem uma viagem e podem fazer parte da calculadora, mas obviamente depende de cada empresa e sua própria política e procedimentos quais adotar no Trip Cost Calculator:

1- Custo estimado com Documentação, como vistos, passaporte (se aplicável):

2- Custo Passagem(ns):

3- Custo Taxas Aeroportuárias (sim, separado):

4- Custo Hospedagem (se aplicável – pode-se colocar aqui também quanto será gasto em um jantar pago para o amigo/familiar que hospedar seu viajante, caso ele opte por não ficar em um hotel):

5- Custo Taxas de Hospedagem (se aplicável):

6- Custo Locação Veículos (carro alugado, van com motorista):

7- Custo Taxas Locação de Veículos:

8- Custo Abastecimento Veículo (caso seja alugado):

9- Custo Estimado com Pedágios e Estacionamentos no destino (caso um carro seja alugado):

10- Custo Estimado com táxi/uber/estacionamento do aeroporto no deslocamento casa-aeroporto de origem:

11- Custo Estimado com locomoção no destino caso nenhum carro seja alugado (Táxi, Uber, Transporte Público):

12- Custo Estimado com Alimentação (baseado no per diem aprovado para o destino):

13- Custo Estimado com gorjetas:

14- Custo Estimado para reembolso de telefonia (crédito no Skype, roaming internacional):

15- Custo Estimado com taxa de conversão de câmbio (para quem é reembolsado das despesas feitas no cartão de crédito quando fora do País):

16- Custo Estimado com contratação de seguro-viagem/assistência ao viajante (quando não utilizado o do cartão de crédito, que aliás recomendo fortemente a utilização como já escrevi em posts anteriores):

17- Custo para Compra de Moeda Estrangeira (se realizada pelo próprio colaborador evidentemente):

18- Custo Estimado com outras despesas (compra de mala caso a do viajante quebre, medicamentos caso fique doente, adaptadores de tomada, acesso à Internet em ambiente externo ao hotel e escritório, etc):

 

Pronto… agora sim o viajante, o aprovador e a empresa saberão quanto efetivamente (ou estimadamente) aquela viagem custará para os “cofres”, tanto de sua área quando da Companhia. Computar apenas passagem, hotel e carro na conta é camuflar o gasto real… e entendo que Gestão de Viagens Corporativas vai muito além deste tripé aéreo, hotel e carro. O mesmo vale para viagens de terceiros e convidados, onde quem deve preencher o Pre-Trip Cost Calculator é o colaborador responsável por aquela pessoa.

 

**** TAXAS AEROPORTUÁRIAS ****

Aproveito o post para dar uma dica aos colegas gestores, especialmente aqueles que compram passagens com modelo de faturamento via agência mas também para os que compram com cartões de crédito virtuais. Alguém aqui já investiu algum tempo para auditar o valor das taxas aeroportuárias que somos cobrados? Se a taxa é carregada incorretamente nos canais de distribuição, pagamos mais caro – sim, isso pode acontecer, afinal quantas histórias já não ouvimos de que tarifas de USD 20, USD 50 foram lançadas erroneamente no GDS e muitos que identificaram o erro antes da Cia. Aérea corrigir foram se divertir em muitos destinos internacionais? Bem, além do próprio erro de carregamento da taxa, existe também o risco de problema técnico do próprio distribuidor do conteúdo (no caso, o GDS) na hora da emissão – as chances são pequenas, mas existem.  Já quem compra faturado deve auditar pois as cobranças são geradas manualmente … enfim, pode parecer excesso de zelo o que estou falando, mas existe um motivo… e no fim das contas, uma das minhas missões neste blog é alertar os colegas.

 

O que falei na Arena What’s Up e como me preparei para ela?

Amigos Leitores,

A Blogosfera do Panrotas está renovada, e fiquei muito feliz por continuar escrevendo para vocês, especialmente em um site mais moderno e interativo. Parabéns à equipe que constrói e administra este Portal diariamente!

No último dia 16/02 participei de um Painel no Lacte 11 (Latin America Corporate Travel Experience) representando o lado dos compradores/gestores de viagens, e do outro lado, tínhamos TAM, GOL, ABRACORP (Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas), Viajanet (uma OTA – Online Travel Agencies) e Accor, sendo todos mediados pelo Artur, editor-chefe do Panrotas. Pelos feedbacks que tive, foi um fórum bastante polêmico pelo posicionamento que adotei e as perguntas que fiz (e naturalmente quem se posiciona nas situações tem seus apoiadores, os neutros e os menos apoiadores J). A ideia era justamente esta, não deixar a discussão cair para uma conversa morna e deixar perguntas sem respostas (algo que geralmente vemos por parte dos grandes fornecedores). Está na hora de termos discussões avançadas em nossos eventos, de nós clientes nos posicionarmos de maneira ativa e cobrando mudanças (e fazermos aquelas que nos cabem), sendo nós os verdadeiros donos do dinheiro que gira essa indústria. Com um evento impecável e muito bem organizado como o LACTE, os painéis precisam estar à sua altura, assim como justificar o dinheiro investido por todos para estarem ali.

Por isto, meu primeiro post nesta nova Blogosfera é o rascunho do que escrevi para me preparar para este Painel. São ideias que coloquei num papel para preparar meu discurso e me organizar para debater com pessoas de tão alto nível de conhecimento e experiência como as que estavam lá. É uma maneira também de resumir o que foi conversado neste dia para os que infelizmente não puderam presenciar.

 

Meu rascunho de pensamentos para o Painel:

O comprador de viagens não é um comprador direto, mas sim um negociador e facilitador, ao contrário de outras commodities de Serviços como Limpeza, Jardinagem, Refeitório, Fretados e até Plano de Saúde, onde realmente Compras tem controle dos preços finais (Produtos nem estou levando em conta neste fórum). Por isto é uma categoria que mais do que nenhuma outra requer envolvimento de Finanças e RH, pois depende dos usuários finais para ser bem-sucedida, eles são na realidade os compradores, e nosso papel é garantir acesso destes compradores aos melhores canais, conteúdos e induzir a compra correta.. para isto, é necessário educar, treinar e acompanhar…. se eles comprarem bem, a commodity de Viagens (e Eventos) será bem-administrada… ou seja, o comprador/gestor de viagens precisa de um skill muito importante que é a liderança, pois realiza mais através de seus colegas… por isto precisa de habilidades políticas (devido à posição estratégica que Viagens exerce no funcionamento da organização) e somos mais gestores do que propriamente compradores (com exceção de algumas negociações, como compra antecipada de noites de hotéis, tarifas fixas com Cias. Aéreas, etc).

Quanto à tendência de Viagens estar cada vez mais sendo gerenciada por Compras, não vejo nenhum inconveniente, apenas recomendo aos colegas que se tornem mais gestores do que compradores que fazem estimativas de savings com base em aumento de descontos. Esta é uma categoria diferente. Tanto é que em benchmarks que já fiz, apenas em torno de 40% das passagens apenas são emitidas com acordo corporativo (tour code), pois os viajantes acabam comprando passagens promocionais, especialmente quando respeitam a antecedência. Ou seja, o forte de nossas negociações deve ser para mitigar o prejuízo das compras de última hora, que invariavelmente ocorrem. Por que não negociar um desconto maior para compras acima de 10, 14, 21 dias? Analise seu perfil de compras dos últimos 12 meses, veja se consegue mudá-lo com uma mudança nas regras, e se não conseguir, mitigue o prejuízo que inevitavelmente terá através de negociações mais focadas.

Sou totalmente contra controle de preços e a favor do livre mercado e concorrência, portanto acho que já passamos da fase de ficar discutindo se é justo ou não ter tarifas B2B misturadas com tarifas B2C. O que nos resta é atacar o problema chamado falta de esclarecimento, e nisto acredito que sim, os fornecedores finais tem a obrigação de nos ajudar, já que se colocam como nossos parceiros.

Para mim também passou da hora de atacarmos as OTAs e tê-las como inimigas, elas trazem dinamismo e modernidade ao mercado na nova economia compartilhada, assim como o Uber trouxe no mercado de táxis, o WhatsApp na telefonia móvel e o AirBnB na Hotelaria, bem como aplicativos de caronas entre cidades são ruins para as transportadoras rodoviárias estão levando-as a iinovarem (colocando Wi-Fi a bordo, ar-condicionado, poltronas confortáveis, diminuindo tempo de parada na estrada, renovando a frota, aumentando frequências, etc).

O viajante corporativo também é um viajante de lazer, mas não necessariamente o viajante de lazer é um viajante corporativo. Por que Cias. Aéreas não podem colocar uma página em suas revistas de bordo falando mais de tarifas de consumidores e tarifas para o mercado corporativo, sendo que a maioria de seus viajantes é corporativa? Isto seria um tremendo avanço no trabalho de esclarecimento dos consumidores de viagens brasileiros.

Perguntas:

– como vocês (TAM, GOL e Accor) podem nos ajudar já que são 3 dos maiores fornecedores de B2B e B2C do País? É possível orientar mais claramente os usuários acerca das diferenças de tarifas nos canais de vendas como Internet e até mesmo nas propagandas de TV, ou nas revistas que vão à bordo nos aviões, que são lidas pelos viajantes corporativos, que também são viajantes de lazer?

– Vocês não acham que poderiam simplificar sua estrutura de preços e vendas aos consumidores (B2B e B2C) para contribuir nesse sentido? A GOL deu um bom exemplo ao criar 3 classes de tarifas, mas ainda assim com diversas letras. A Hotelaria é um mundo muito complicado, com hotéis econômicos, midscale, upscale e diversas categorias dentro de cada propriedade, diversas tarifas negociadas com canais diferentes: corporações, OTAs, distribuidores novos como HRS, operadoras como a Trend e as TMCs. Ou seja, é possível encontrar até 5 tarifas para o mesmo quarto – ou não encontrar a tarifa da minha empresa por falta de disponibilidade, mas o mesmo quarto ter a tarifa para o canal XYZ pois a negociação com ele inclui isto devido ao volume agregado dele ser muito maior que o da minha empresa sozinha.

– Para a ABRACORP, está claro que cada vez mais precisamos de apoiadores na execução do que na negociação? Ou seja, as TMCs são cada vez mais essenciais em nos apoiar na obtenção dos melhores preços no ponto-de-venda, e não necessariamente na negociação em mesa com os fornecedores finais?  A ABRACORP conseguiria exigir de seus associados a extinção dos programas de fornecedores preferenciais, mesmo que isso refletisse em aumento nos fees cobrados dos clientes para compensar a perda de receita, num gesto de compromisso com a transparência do processo?

Como as TMCs estão se preparando para deixarem de ser as únicas provedoras de informações de gestão para competirem com ferramentas de Expense (como o SAP, Reserve, Concur, Oracle – sendo o Concur parte da SAP há algum tempo) e de cartão de crédito, especialmente considerando um cenário de open booking?

Para as OTAs, vocês tem uma estratégia para o mercado corporativo, como está indo este segmento para vocês? Nesta pergunta, recebi a resposta de que a Viajanet não tem estratégia desenhada, mas identificou que 25% de suas vendas já vêm de viajantes corporativos e estão começando a pensar a respeito.

Acredito que nós gestores/negociadores podemos suportar todos os canais de distribuição, basta ter uma fonte segura e centralizada de coleta de dados para fazer gestão (expense ou cartão de credito), além do perfil de quem cuida da área de Viagens dentro da empresa: quantas pessoas são? São dedicadas? Nível de senioridade? Sim, é possível trabalharmos com uma política de viagens sem um intermediário único, obviamente existem os riscos – quem vai ajudar a remarcar passagens, pedir reembolso, em uma situação de emergência? Mas, o viajante não faz isso diretamente com os fornecedores em sua viagem de lazer, porque precisa deste apoio na viagem corporativa? Hoje, acredito no modelo de gestão de orçamento e self-service, onde uma TMC homologada passa a ser também uma opção, e não a única. Mas como sempre digo, cada empresa tem um perfil, cultura e processos… o open booking não é bom para todos, mas também não é ruim para todos. Sendo assim, em minha opinião, a TMC continuará sendo a melhor opção quando for forte naquilo que o open booking (OTAs ou fornecedores diretos) for “fraco”… no momento, no que são “fracos”? Não tem atendimento personalizado, não tem relatórios, não oferecem Duty of Care (responsabilidade de fornecer dados do viajante em trânsito).

 

Sem dúvida foi um Painel rápido, de uma hora, e com muitos participantes para nos aprofundarmos muito em todos os temas. Mas a dicussão ficou aberta, colocou as pessoas para refletirem e espero que tenha mudado o jeito de se debater em futuros painéis… nosso mercado, ainda em profissionalização, tem muita “camaradagem” (algo também da cultura do brasileiro) e acabamos tendo medo de as pessoas do outro lado ficarem ofendidas e levarem para o lado pessoal eventuais críticas e “cutucadas”. Mantendo o respeito e a boa educação, não há porque não ter uma discussão mais dura ou polêmica que contribua para mudar práticas antigas e incorretas para os tempos atuais. Não estamos ali discutindo pessoas, mas sim fatos e práticas. Foi um prazer contribuir com isso!

Como aplicar o Gamification – Dicas Práticas

Amigos Leitores,

Muito falamos sobre o Gamification na teoria, mas poucos de nós (ou ninguém) ainda teve a oportunidade de implantá-lo no Brasil e na América Latina (tal qual o famigerado Open Booking). É o tipo de iniciativa que, como já citei aqui em outros posts, nos dá visibilidade e leva nossa gestão a outro patamar de maturidade, mas que com os incêndios diários que temos que apagar e as reuniões e interferências diárias, acabamos deixando na gaveta.

No passado trabalhei em uma proposta de modelo em uma das empresas em que atuei, que vou dividir neste post.  Claro que ela não será perfeita e terá pontos difíceis de implantar considerando a realidade de sua empresa e do seu programa de viagens, mas no geral pode dar uma boa ideia de como começar.

A parte mais difícil sem dúvida é a “costura política” necessária, que inclui a Diretoria, RH, Compliance e Financeiro da empresa. O RH em especial precisa dar seu aval uma vez que envolve competição entre funcionários e pode afetar o clima organizacional, além de que o Gamification geralmente envolve premiação ao final do período – por isto também a área de Compliance precisa ser envolvida (estamos pagando pelo ticket aéreo, a reserva no restaurante ou o salto de paraquedas que vamos dar como prêmio, ou ganhamos dos fornecedores preferenciais?).

P.S: meu post dos sonhos ficou incompleto, pois queria dividir também resultados e análises de ter feito o meu próprio Gamification. Mas minha esperança é que ajude alguém a implantá-lo com base no modelo que havia criado.

 

Bem, o primeiro passo sem dúvida é estabelecer as regras:

 

1- Fonte da medição

Relatórios mensais da TMC: embora saibamos que temos muitos erros nos relatórios de nossas TMCs, ainda são a melhor opção disponível… as alternativas seriam o relatório do OBT (que não tem todas as transações offline) ou o do cartão de crédito.

2- Periodicidade

Não deixe para fazer a apuração por quarter, semestre ou ano. Fazer mensalmente manterá as pessoas interessadas e instigará a competição entre elas, além de manter Travel (e você) sempre em evidência.

Falando em Frequência, já te pergunto: o período será o ano-fiscal mais comum, de Janeiro a Dezembro, ou o específico da sua empresa (Julho-Junho, Outubro-Setembro)? De qualquer maneira, não espere até o próximo ano começar – faça um piloto, nem que seja apenas de 7, 8 meses.

3- Público-Alvo

Perguntas a serem feitas para definir o público participante:

1- A apuração será feita por Departamento/Diretoria/Centro de Custos/Projeto ou individualmente por viajante? No caso de viajantes, se o vencedor for aquele que tem uma assistente que faz as reservas, ela também será premiada?

2- Aprovadores também serão premiados?

3- Um membro da Diretoria pode ser premiado também caso seja um viajante exemplar?

Minha opinião:  elaborar 3 rankings e premiar os 3 de forma igualitária (seja 1 passagem com acompanhante para a Bahia ou 1 jantar no Figueira Rubayat com acompanhante).

Ranking 1- Viajante mais compliant ;

Ranking 2- Secretária mais compliant;

Ranking 3- Aprovador mais eficiente (provavelmente será o chefe do melhor viajante).

Aí entramos em um problema: frequência das viagens. O assistente do RH, que viaja 1 vez ao ano, não pode competir com o gerente de Vendas que viaja 30 – ou jamais terá chance de vencer. Por isto, uma sugestão é criar 3 categorias e separar os viajantes por eles:

  • Frequência 1: Quem viaja de 1 a 10 vezes ao ano;
  • Frequência 2: Quem viaja de 11 a 20 vezes ao ano;
  • Frequência 3: Quem viaja de 21 a 30 vezes ao ano;

Ou seja, ao final poderá haver até 9 vencedores neste modelo (3 vencedores em 3 categorias).

Uma opção também é simplesmente excluir da competição os que viajam até 10 vezes ao ano, mas não faça isso sem antes analisar seus dados: se 30% do seu volume estiver nas mãos de pessoas que viajam pouco, você deve mantê-los sim na competição – e fazer uma sessão de treinamento, pois quem viaja pouco esquece das regras e gasta muito :-).

 

4- Passagens Aéreas

Ao abrir o relatório da TMC, crie colunas ao lado de onde estão as informações utilizadas e crie as regras do Excel (será necessário trabalho manual em algumas partes).

  • Advance Purchase acima da data estipulada na política: +2 pontos
  • Advance Purchase dentro da data estipulada na política: +1 ponto
  • Advance Purchase abaixo da data estipulada na política: -1 ponto
  • Escolha da menor tarifa ou dentro do cap aprovado pela empresa para a rota: +1 ponto
  • Viagem com Cia. Aérea preferencial: +1 ponto
  • Tarifa Restrita: +1 ponto
  • Remarcação do bilhete com multa e com diferença tarifária: -2 pontos
  • Remarcação do bilhete com multa e sem diferença tarifária: -1 ponto
  • Remarcação do bilhete sem multa e sem diferença tarifária: +1 ponto
  • Bilhete reembolsado: + 1 ponto
  • Ponte-Aérea sem Hotel: + 2 pontos (devido à economia gerada acordando mais cedo)

Embora a opção pela remarcação seja mais interessante do que o reembolso (que tem multa, taxas administrativas da TMC, da Cia. Aérea e perda do valor do dinheiro com o tempo até o retorno do saldo), no caso do Gamification a ideia é recompensar quem  organiza a viagem com exatidão, e portanto, não precisa remarcar – ainda que a mudança seja por conta da mudança de agenda de clientes e chefes, por exemplo. Se começarmos a abrir muitas exceções, o jogo perde o sentido e as exceções acabam “engolindo” o todo, pois em Viagens exceções ocorrem o tempo todo.

Quanto ao reembolso, embora seja a opção menos preferível, neste caso o viajante ganha 1 ponto pois está recuperando o dinheiro da empresa – por não ter a necessidade de remarcar a viagem, no mínimo não deixou o crédito se perder.

*Embora possa ser conflitante escolher a menor tarifa e viajar com uma Cia. Aérea preferencial (especialmente no Doméstico, onde muitos tem acordo com as 4 maiores), o modelo funciona principalmente no Internacional. Para sorte dos viajantes, no doméstico praticamente todos ganharão ponto neste quesito pois as empresas tem acordo com todas as opções disponíveis (Tam, Gol, Azul e Avianca).

 

5- Hotéis

  • Advance Booking acima da data estipulada: +2 pontos (sim, é muito importante para garantir as tarifas preferenciais e disponibilidade)
  • Advance Booking dentro da data estipulada: +1 ponto
  • Escolha da menor tarifa ou dentro do cap aprovado pela empresa para a cidade: +1 ponto
  • Rede preferencial*: +1 ponto
  • Propriedade preferencial*: +1 ponto
  • Reserva via Online Booking junto com Passagem Aérea** (Bundled, para evitar pagar 2 fees à TMC e manter visibilidade do gasto): +2 pontos
  • Reserva via Online Booking – Hotel Only: +1 ponto

*Poderíamos reconhecer aqueles que se hospedame próximos ao escritório para economizar com táxi, porém subentende-se que a área de Viagens já escolhe redes e propriedades preferenciais próximas a seus pontos de interesse justamente para evitar este custo.

**Depende da precificação contratada com a TMC

 

6- Carros

  • Advance Booking acima da data estipulada: +2 pontos (sim, é muito importante para garantir as tarifas preferenciais e disponibilidade)
  • Advance Booking dentro da data estipulada: +1 ponto
  • Escolha da menor tarifa ou dentro do cap aprovado pela empresa para a cidade: +1 ponto
  • Fornecedor preferencial: +1 ponto
  • Carro Econômico: +1 ponto
  • Reserva via Online Booking com Passagem Aérea*  (Bundled, para evitar pagar 2 fees à TMC e manter visibilidade do gasto): +2 pontos
  • Reserva via Online Booking – Car Only: +1 ponto

* Depende da precificação contratada com a TMC

Seria muito bom poder reconhecer viajantes que devolvem o carro sem multas, avarias, ou que economizam com aluguel de GPS e devolvendo com o tanque cheio. No entanto este tipo de informação precisa vir preferencialmente da própria locadora, afinal é pós-reserva (a TMC só é envolvida se ainda fatura multas e avarias e não tem como prover este tipo de informação).

 

7- Outras Ideias 

Para os itens abaixo será necessário consultar outras fontes, mas podem ser boas ideias para aprimorar a medição e engajar ainda mais seus colegas de trabalho com a área de Viagens e as ações executadas por você e sua equipe (aliás, estes pontos podem ser medidos ao final do período por envolverem outras áreas, e consequentemente, serem mais trabalhosas).

 

  • Participação em Pesquisas de Satisfação (da TMC ou Internas): +1 ponto a cada participação;
  • Prestação de Contas dentro do período determinado pelo Financeiro: +1 ponto a cada prestação submetida dentro do prazo – necessário checar com Financeiro;
  • Participação em Treinamentos de Viagens, Workshops, Travel Days etc: +1 ponto a cada participação;
  • Motorista que não levou multas quando alugou carro: +2 pontos;
  • Motorista que não provocou avarias quando alugou carro: + 2 pontos;
  • Utilização do Serviço Emergencial: se o viajante estiver em trânsito ou com menos de 24 horas do embarque, 0 pontos. Se o viajante telefonar sem necessidade (ou seja, com tempo hábil para ligar no Posto de Atendimento): -2 pontos a cada interação.

 

Como sempre digo, não existe uma fórmula perfeita nem de Política, nem de Gamification, que se aplicará a todas as empresas – aliás, a cada dia que passa me convenço justamente do contrário, de que podemos estabelecer bases gerais para os processos e ideias, mas cada empresa (e cada departamento) tem uma realidade extremamente particular. Procuro neste blog dividir experiências, opiniões e ideias para que você desenvolva as suas, até porque seria impossível propor uma solução para sua realidade escrevendo para tantas pessoas, de tão diferentes perfis e interesses.

Sim…trabalho vai dar, e muito. Mas não conheço outra fórmula para as coisas darem certo e mudarmos o destino delas, se não for com trabalho duro – levei 2 horas de uma sexta-feira à noite escrevendo este post, fora o tempo de coleta de dados, reflexão e revisão do texto. Como disse o Sr. Albert Einstein, não podemos querer ter resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas.

Ah, e claro, estou à disposição para discutirmos e trocarmos ideias, incrementar o modelo  que propus e até mesmo testá-lo em alguma empresa-cobaia. Empresas globais são um pouquinho mais difíceis de se executar estas ações, especialmente se a orientação não vier de fora, e porque são bastante centralizadoras… mas sempre é possível tentar!

 

NOS VEMOS NO LACTE 11!