Dinossauros em Miguel Pereira (RJ)

No final do ano passado, tive a chance de conhecer o Terra dos Dinos, parque de dinossauros em Miguel Pereira, na serra fluminense, a 150 quilômetros da cidade do Rio. Fui movida por muita curiosidade, afinal, antes da inauguração do Terra dos Dinos, desconhecia completamente a cidade que abriga o parque. Descobri que Miguel Pereira gaba-se de ter o terceiro melhor clima do mundo (!), situada a 618 metros acima do nível do mar, e sua história começa, justamente, por conta das boas condições climáticas, que levaram o sanitarista que deu nome à cidade a indicá-la para tratamentos médicos, no início do século 20.

Sem dúvida com temperaturas muito mais agradáveis que aquelas registradas na última semana de dezembro no Rio de Janeiro, Miguel Pereira é uma típica cidade do interior, de cerca de 27 mil habitantes, com ruas arborizadas, praças, construções charmosas e um parque de dinossauros que, em seu primeiro ano de funcionamento, recebeu 350 mil visitantes.

Mesmo os visitantes mais distraídos vão perceber a grande aposta no turismo que a cidade vem fazendo. Miguel Pereira quer ser o principal destino turístico da Serra Fluminense. O Terra dos Dinos foi o primeiro parque temático instalado, mas a cidade vive um processo de construções que inclui o maior pórtico de dinossauros do mundo, que terá 40 metros de comprimento e 16 metros de altura; a instalação da primeira Maria Fumaça do Rio de Janeiro; Museu de Cera; um parque indoor com neve, o Mundo da Neve; a primeira fábrica de chocolates da Lugano no Estado do Rio, investimento anunciado de R$ 100 milhões; uma unidade fabril da cerveja Proibida; e a segunda unidade do hotel de luxo Colline de France, de Gramado (RS), em investimento de quase R$ 500 milhões, previsto para iniciar neste mês.

A Serra Gaúcha é a clara inspiração no modelo de desenvolvimento turístico adotado por Miguel Pereira. Ainda no ano passado, a cidade inaugurou sua Rua Coberta, com praça de alimentação, restaurante com temática de dinossauros e modelo semelhante à rua coberta da cidade gaúcha. Com pouco mais de 3,5 mil leitos hoje, a cidade deve ver crescer esse número, deixando de ser um destino “bate-e-volta” do Rio de Janeiro, graças à quantidade de atrações que promete inaugurar nos próximos anos. O Terra dos Dinos é a primeira delas. Vamos a ele, então!

Maior parque de dinossauros do mundo

Visitamos o Terra dos Dinos em um dia em que houve queda de energia elétrica na região. Um indicativo de que a infraestrutura precisa acompanhar os investimentos privados. Avisados logo na entrada do parque de que muitos dos animatronics, os dinossauros robóticos com movimento e ruídos, não estariam funcionando plenamente, podíamos escolher entre remarcar a visita ou realizá-la mesmo assim. Com uma criança de 5 anos, a visita sem os ruídos acabou se mostrando mais agradável, sem sustos ou surpresas que crianças maiores e adolescentes certamente preferem.

A visita começa com a descida, em vans, para a entrada do parque. São cerca de 10 minutos de estrada de terra em meio à Mata Atlântica. Esse é, aliás, um dos pontos altos do parque para mim: todo ele foi construído em área de mata preservada, com ganhos em todos os sentidos, tanto na verossimilhança com o cenário original em que teriam vivido os dinossauros quanto pelo agradável passeio em trilha sombreada pela mata. Instalado em uma reserva de mais de 1,4 milhão de metros quadrados, é natural que o parque seja o maior do mundo em sua temática.

Ideal para famílias, o parque apresenta os dinossauros por meio de um storytelling bem desenhado, que cria um personagem central, com sua casa e laboratório no centro da visitação, e um meteorito que teria iniciado todo o processo de trazer de volta à vida os gigantes que habitaram o planeta. A partir daí, os visitantes caminham pela trilha desenhada na mata, com algumas inclinações e pontes suspensas, observando as diferentes espécies de dinossauros.

Em tamanho natural, as espécies têm placas de apresentação com informações sobre alimentação, período em que viveram e hábitos, entre outras. Sem os sons e movimentos produzidos pelos animatronics, pudemos realizar a visita atentos aos sons da mata, que se mostraram uma atração à parte!

Storytelling é um dos destaques na visitação

São mais de 40 modelos de dinossauros, divididos entre os períodos triássico, jurássico e cretáceo. Entre os destaques está o Argentinossauro, com mais de 30 metros de comprimento, maior réplica da espécie em todo o mundo. As crianças gostam muito dos ninhos com ovos de dinossauro, especialmente aqueles com filhotes por perto, e do final do passeio, concluído em uma grande caixa de areia sinalizada como área de escavação – onde os pequenos podem, de fato, ‘escavar’, realizando suas próprias descobertas. Realizamos o percurso em cerca de duas horas, porque o parque não estava cheio.

Além da trilha que todos os visitantes percorrem, há uma trilha suspensa e uma tirolesa, com ingressos vendidos separadamente. A trilha suspensa é um percurso de pouco mais de 200 metros, com trechos de até 10 metros de altura e tem como destaque a praça suspensa, com pontos de observação e contemplação da natureza.  Já a tirolesa tem percurso de 300 metros de extensão, com pontos de até 100 metros de altura. Crianças a partir de quatro anos já podem fazer. Para todos os preços atualizados, o site é www.terradosdinos.com.br.

São Paulo lança projeto para ampliar participação infantil entre turistas

“A capital paulista, para mim, é um grande parque de diversões. Assim como todo o Estado”, disse a CEO e fundadora da plataforma SP Pra Crianças, Priscilla Negrão, ontem, no lançamento do projeto de mesmo nome apresentado pela Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. A iniciativa da Setur-SP, em parceria com outras dez associações e órgãos públicos, tem o objetivo de fortalecer o turismo familiar, especialmente de famílias com crianças, nas cidades paulistas.

Principal destino de viagens de negócios do País, o Estado de São Paulo quer estimular as viagens familiares – internas e atraindo visitantes de outros Estados. Na apresentação, o secretário de Turismo do Estado, Roberto de Lucena, defendeu que o objetivo é ainda maior: transformar São Paulo no “melhor Estado para se ser criança do Brasil”, em suas palavras. “As famílias com crianças têm um turista mirim que, no futuro, será o visitante que recordará as histórias e experiências vividas em nosso Estado”, disse o secretário.

Lançada em parceria com a plataforma SP Pra Crianças, que virou o nome do projeto, a ação prevê a troca de conteúdos, pesquisas e fomento às atividades ligadas ao público infantil. O SP Pra Crianças se apoia em um tripé de ações práticas: promoção, com a criação de rotas turísticas amigáveis às crianças, com programas que unam turismo e educação; capacitação da mão de obra, para que se tornem mais atraentes e seguras ao público infantil; além do desenvolvimento de soluções tecnológicas, como a criação de um passaporte de integração com atrativos públicos e privados, com ofertas, combos e sugestões de restaurantes e meios de hospedagem.

PARQUES E ATRAÇÕES

Entre os principais atrativos para o turismo familiar, os parques e atrações encontram nas famílias com crianças seu principal mercado consumidor, como aponta o Panorama Setorial lançado em março deste ano pelo Sindepat e pela Adibra. Segundo o estudo, famílias com jovens até 17 anos representam 41% dos visitantes de parques e atrações. Quando analisados parques itinerantes (aqueles com montagens e desmontagens em diferentes cidades) e FECs (Family Entertainment Centers, como são conhecidas as unidades de parques instaladas em shopping centers), esse índice sobe para 52%.

O estudo mostra ainda a relevância das famílias segundo a faixa etária das crianças. Considerando 1 como irrelevante e 5 como mais importante, a pesquisa apontou que as famílias com crianças de até 10 anos alcançaram índice 4,2 em relevância na demanda média anula de parques e atrações.  

Reprodução do estudo Panorama Setorial Parques, Atrações Turísticas e Entretenimento no Brasil – março/2023

O Estado de São Paulo é rico em diversidade de parques e atrações, de empreendimentos temáticos, como o Animália Park, aberto neste ano, em Cotia, e o Parque da Mônica, na capital paulista, à grande variedade de parques aquáticos (Wet´n Wild; Acqualinda; Magic City; Thermas da Mata; Barretos Country; Hot Beach Olímpia; Thermas dos Laranjais etc). Na lista de atrações turísticas, as inaugurações são constantes. Entre as mais recentes, está a roda gigante da capital paulista, em operação desde dezembro, e a maior estátua de Nossa Senhora Aparecida do Brasil, inaugurada no último dia 7, em Aparecida, conhecida pelo Santuário Nacional. Também não faltam a São Paulo parques urbanos e naturais. Na capital, os parques Ibirapuera e Villa-Lobos estão repletos de atrações familiares, com foco especial nas crianças. Em Jundiaí, o Mundo das Crianças é mais um espaço público que faz a alegria da garotada, assim como a Praça dos Exageros, em Itu.

Mas há muitos mais, impossível de serem incluídos neste post. Muitos já têm lugar, no entanto, na plataforma SP Pra Crianças. Outros ainda poderão ser incluídos. Promover o que já existe e estimular a adaptação para crianças de atrações e espaços ainda não adequados, além de incentivar que mais parques e atrações apareçam é o objetivo do projeto lançado ontem. Fica nossa torcida para que tenhamos cada vez mais e melhores ambientes para o desenvolvimento de infâncias saudáveis. E, aproveitando a data, meu desejo de um Feliz Dia das Crianças!

Velhas novidades

Estou em dívida com este espaço, que não ganha um post novo desde o final do semestre passado. Faço um “mea culpa” trazendo neste post um pequeno retrospecto dos últimos três meses, tão dinâmicos para todo o Turismo e, especialmente, para o segmento de parques e atrações!

Julho

O setor de parques e atrações teve uma alta temporada, em julho, extremamente aquecida. Estive no Rio de Janeiro e visitei algumas das principais atrações da cidade: o Trem do Corcovado, lotado em plena quarta-feira; o AquaRio, igualmente cheio em um dia comum do meio da semana; o Jardim Botânico do Rio, com fila repleta de estrangeiros em uma segunda-feira. Atrações menos conhecidas, como o Espaço da Marinha, que tem o submarino Riachuelo como principal ponto de interesse, também tinham filas para visitação.

Fora do Rio de Janeiro, o Parque Nacional do Iguaçu recebeu em julho mais de 124 mil visitantes brasileiros, seu melhor registro de visitação de todos os tempos para o mês. Em Curitiba, a Linha Turismo, circuito que passa por 26 atrativos da capital paranaense, bateu recorde de visitantes, com resultado 35% superior ao mesmo período de 2019, antes da pandemia. Os números da hotelaria também mostram os bons resultados da temporada de julho. No Ceará, a ocupação hoteleira chegou a 80% no período, mesmo resultado de destinos como Olímpia, no interior de São Paulo, enquanto em São Luís, capital do Maranhão, a esse índice superou 85% no último mês de julho.

Agosto

O mês de agosto foi marcada por uma importante comemoração para o setor de parques e atrações turísticas. O Sindepat – Sistema Integrado de Parques e Atrações –, que em julho completou 20 anos, foi homenageado em Sessão Solene no Senado Federal. A homenagem foi realizada no dia 25, atendendo a requerimento do senador Eduardo Girão, do Ceará. Criado há 20 anos para conscientizar os Poderes Legislativo e Executivo da importância econômica e social dos parques e atrações, o Sindepat teve nesse reconhecimento, no Senado Federal, a comprovação de que vem alcançando esse objetivo em seu trabalho.

A Sessão Solene contou com a presença e as palavras dos representantes dos parques e atrações que fundaram o Sindepat, há 20 anos. A cerimônia foi transmitida ao vido pelo canal do Senado no YouTube e pode ser assistida clicando aqui.

Setembro

E chegamos a setembro. No mês passado, foram intensos os estudos e pesquisas produzidos pelas associações de Turismo para comprovar a relevância socioeconômica do setor e os impactos negativos que a Reforma Tributária pode acarretar. As principais lideranças das associações de Turismo têm visitado Brasília com frequência, incluído o Sindepat, que promoveu junto com o movimento Vamos com Eventos e Turismo café da manhã no restaurante do Senado para apresentar aos senadores esses dados. Foram 26 senadores e outros representantes de gabinetes, em total de 50 participantes, com destaque para o presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo no Senado, Marcelo Castro, a presidente da Comissão Mista do Orçamento, Daniella Ribeiro e o coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Tributária na Comissão de Assuntos Econômicos, Efraim Filho.

Mas setembro é o mês também em que a Revista PANROTAS traz o Guia de Férias, sua edição especial que circula na Abav Expo. Nesta edição, o guia mostra as novas atrações e experiências turísticas criadas nos Estados brasileiros nos últimos 12 meses. São muitas e variadas, como o Brasil. De Turismo de Base Comunitária, no Pará, à ampliação da faixa de areia da praia de Guarapari, no Espírito Santo, passando pela reabertura do Forte Nossa Senhora dos Remédios, em Fernando de Noronha (PE) ou pela inauguração do Museu Planeta Água, em Curitiba. Além de novas e charmosas opções de hospedagens em destinos do Rio de Janeiro, Ceará, Alagoas e São Paulo.

Os parques da Flórida têm destaque nesta edição do guia, assim como o destino Nova York, em matérias assinadas pelo editor-chefe da PANROTAS, Artur Andrade. Mas os parques brasileiros, também. Há novidades nos parques instalados, como nova área temática no Magic City, na Grande São Paulo, e a atração Turbilhados, no Hot Park, em Goiás, mas há também novíssimos parques e atrações.

É o caso do temático Animália Park, na Grande São Paulo, aberto em julho. Em dezembro, a capital paulista também já havia inaugurado sua roda gigante, a Roda Rico. Na região metropolitana de Belo Horizonte, foi aberto o aquático Aquabeat neste ano, enquanto em Martins, no Rio Grande do Norte, foi inaugurado o primeiro parque aquático do Estado, o West Aqua Park. No Sul, Gramado e Canela seguem captando cada vez mais atrações para a Serra Gaúcha, como o parque Vila da Mônica, aberto há um ano, e os mais recentes NBA Park e Space Adventure, deste ano.

No Rio de Janeiro, além da abertura do novo Museu do Flamengo, em agosto, o Estado ganhou há um ano o parque temático Terra dos Dinos, em Miguel Pereira.  Esse é o tema também do mais recente parque inaugurado no País, o Aventura Jurássica, em Balneário Camboriú (SC). Mas esse “título” de mais recente não deve durar muito, porque as aberturas têm acontecido em ritmo intenso. Mas esse é o tema para um próximo post…

Novas atrações diversificam ainda mais oferta de parques na Serra Gaúcha

Space Adventure foi inaugurado em Canela (RS) na semana passada (Foto: Divulgação)

Na terça-feira, dia 10, foi inaugurada em Canela (RS) a Space Adventure, nova atração turística da cidade, com investimento de R$ 40 milhões do Grupo Oceanic. A atração leva para a Serra Gaúcha um mix de exposição e experiência imersiva, com simuladores e itens originais da Nasa, diante da temática da exploração espacial. No mês passado, a vizinha Gramado ganhou o maior parque da NBA na América Latina, o NBA Park. Ambos são novos “ingredientes” na diversidade de atrativos da região – que tem parques temáticos, aquáticos, naturais, atrações ligadas ao chocolate, ao Natal, a carros antigos, à magia, museu de cera etc.

Há quem diga que a região perde “autenticidade” ao tornar-se endereço de tão diversa oferta de atrativos turísticos. É essa diversidade, no entanto, que consegue manter o destino cada vez mais atraente para novos públicos. Na imensa variedade de atrativos que a região da Serra Gaúche reúne hoje, há opções para famílias de todos os perfis e gerações. Cada abertura, cada nova atração move a economia local, gera empregos, atrai visitantes e amplia a permanência dos que já estão lá. A Serra Gaúcha transformou-se nas últimas duas décadas, deixando de ser um tradicional destino de inverno, malhas e gastronomia para tornar-se um completo destino turístico, com visitas que ocorrem durante todo o ano. Os eventos, como o Natal Luz e a Páscoa, completam isso, sem dúvida!  

As recentes aberturas fazem parte dos 63 investimentos apontados pelo estudo “Parques, Atrações Turísticas e Entretenimento – Panorama Setorial e novos investimentos”, realizado pelo SINDEPAT e pela Adibra e lançado em março, no SINDEPAT Summit. O estudo mostra que dos 63 novos parques e atrações mapeados, que somam investimentos de R$ 9,6 bilhões no Brasil, 31 serão abertos ainda neste ano. E eles já estão aparecendo…

Em Canela, a Space Adventure reúne em quatro mil metros quadrados uma das maiores coleções de artefatos originais da agência americana de exploração espacial, com itens dos projetos Mercury, Gemini e Apollo. A capacidade é de quatro mil visitantes/dia. Tem ainda planetário, cinema 6D e simuladores e, em evento pré-inauguração, contou com a presença do astronauta Charles Duke, um dos 12 homens que já esteve na Lua. “John Young foi meu comandante e um dos trajes que ele usou na missão Apollo está aqui”, comentou ele sobre uma das peças originais dispostas na atração.

Além dos investimentos em novos projetos, como o Space Adventure e o NBA Park, os parques e atrações turísticas fazem constantes reinvestimentos. As inovações são fundamentais para garantir o retorno dos visitantes, cada vez mais ávidos por novidades. Um dos pioneiros de Canela, o parque Mundo a Vapor, é um exemplo disso, com investimentos de R$ 50 milhões anunciados na instalação de novas atrações, entre elas uma roda-gigante.

Juntos, os parques e atrações entrevistados para o Panorama Setorial do segmento apontaram investimentos de R$ 3,7 bilhões nos próximos anos. Somados aos R$ 9,6 bilhões em novos projetos, o total de investimentos em parques e atrações é superior a R$ 13 bilhões. Indutoras do desenvolvimento turístico, são as atrações que garantem a ocupação dos hotéis, dos restaurantes e a movimentação no comércio local, em muitos casos. Gramado, por exemplo, tem 86% de sua arrecadação assegurada pelo turismo. Não à toa a cidade cuida bem de seus visitantes… e também dos investidores!

Em tempo: o site da Space Adventure é o spaceadventure.com.br e a nova atração está no Instagram como @spaceadventurebr. O site do NBA Park é www.nbaparkgramado.com.br.

O evento dos parques e atrações do Brasil

Na semana passada, o SINDEPAT realizou, em Brasília, dias 22 e 23, a melhor edição do SINDEPAT Summit, consagrando o encontro anual como “o evento dos parques e atrações do Brasil”. Foi apenas a quarta edição do evento, mas já demonstrou, para além da organização e da riqueza e diversidade de conteúdos na plenária, uma excelente audiência.

Sobre os conteúdos, o Summit apostou na apresentação de cases, que ilustram a realidade dos parques e atrações e permitem, assim, vislumbrar oportunidades e aprender das experiências já praticadas. Foram cases com diferentes pegadas, como a ambiental, apresentada pelo Grupo Cataratas, Beach Park e Parque Vila Velha, com excelentes práticas ESG – sigla que certamente estará presente em futuras edições do Summit. Mas houve cases de novos parques/atrações, como o ViaNova, montado no Riocentro, no Rio de Janeiro, no ano passado, e as transformações do Zoo São Paulo, na capital paulista, e do Parque Capivari, em Campos do Jordão (SP), após as concessões.

O debate sobre a força do entretenimento no desenvolvimento dos destinos abriu a plenária desta edição do Summit, enquanto as oportunidades em ativos naturais, em um painel, e ativos históricos e culturais, em outro, reuniram no palco representantes do Ministério do Turismo, do BNDES e da iniciativa privada, com a rica apresentação do diretor da rede portuguesa Vila Galé no Brasil em um deles. A importância do storytelling para as atrações – alguém duvida? – também foi destacada, assim como a relevância da gestão da reputação e da imagem da empresa e seus colaboradores. O Chat GPT e outros modelos de inteligência artificial também foram apresentados nesta edição do Summit, levando reflexões à audiência do evento.

20 anos

E, comemorativa como foi a edição do Summit no ano em que o SINDEPAT celebra seu 20º aniversário, houve parabéns e presentes. Entre os “presentes”, o primeiro estudo sobre o mercado de parques, atrações e entretenimento no Brasil, realizado em parceria com a Adibra e produzido pela empresa Noctua. Nele, podemos observar que os parques e atrações representam, no Brasil, mercado de 89 milhões de visitantes anuais e com investimentos previstos, para os próximos três anos, de mais de R$ 13 bilhões. E ainda há muito para crescer…

Outro “presente” foi o lançamento do livro SINDEPAT, 20 anos de atuação no setor de parques e atrações turísticas no Brasil. Mais que contar a história dessas últimas duas décadas, o livro escrito pelo jornalista Luiz Sales, que já foi editor da PANROTAS, trouxe a história do entretenimento desde seu início, apresentando os primeiros empreendimentos, o começo da comercialização do lazer e a profissionalização do setor. Para completar, o Summit foi o palco do lançamento do primeiro curso de pós-graduação em Gestão de Parques e Atrativos Turísticos, outra parceria com a Adibra, desta vez com o apoio da Universidade Caxias do Sul.

Em Brasília

Realizado em Brasília, o Summit mostrou força política, ao contar com a ministra do Turismo em sua abertura, e reunindo mais de uma dezena de parlamentares no café da manhã institucional que realizou junto à Adibra, Resorts Brasil e FOHB, para apresentar as pautas prioritárias para o setor. Na Área de Exposição e nos showcases, 27 empresas fornecedoras mostraram novidades em produtos e serviços para o setor – mas há espaço para crescer, especialmente. Importantes fornecedores internacionais não estiveram presentes em razão de uma agenda apertada de eventos mundo afora – muito ainda em consequência do represamento provocado pela pandemia. Nacionalmente, o mercado fornecedor compareceu e mostra-se em pleno desenvolvimento e expansão, assim como o próprio setor de parques e atrações.

Mas, antes de terminar, quero falar novamente da audiência deste último SINDEPAT Summit. Foram mais de 300 participantes, todos profissionais da operação de parques e atrações turísticas, fornecedores dessa cadeia ou investidores em potencial. Uma audiência que aplaudiu vários painéis do Summit, mas que bem poderia ter representantes no palco do evento, apresentando cases, ensinando, compartilhando os muitos desafios que o setor ainda enfrenta, nos âmbitos local e nacional. Para essa audiência, deixo aqui, o meu aplauso.

Em tempo – Como responsável pela Comunicação do SINDEPAT, esta visão é totalmente parcial, mas nem por isso menos sincera. Deixo aqui o convite para saberem mais sobre o evento aqui mesmo, no PANROTAS, clicando aqui: www.panrotas.com.br/tudo-sobre/sindepat. Boa leitura!  

A tirolesa do rio

Anunciada no ano passado, a tirolesa do Parque Bondinho Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, começou a ser construída e a promessa é de entrega da nova atração turística carioca no início do segundo semestre. Serão 755 metros de “voo”, partindo de 395 metros de altitude, entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca. Içados por cabos, em descida de aproximadamente 50 segundos, os visitantes poderão atingir a velocidade de 100 km/h e, ao desembarcar, depois de recuperar o fôlego, certamente vão contar a muitos sobre a experiência de voar sobre um dos mais famosos cartões-postais de todo o mundo.

O Parque Bondinho Pão de Açúcar, que já arranca suspiros de seus visitantes, com as vistas espetaculares que oferece de cada um de seus mirantes, vai fazer esses mesmos visitantes – ao menos os mais valentes – gritarem no minuto de duração da descida em sua tirolesa. Aos 110 anos, o parque inova no que parecia uma experiência completa, afinal, além dos próprios bondinhos e suas estações repletas de mirantes, oferece passeio de helicóptero, trilha pela Mata Atlântica, diversificadas opções gastronômicas e eventos com culturais e concertos. Agora, no meio do ano, haverá também a tirolesa.

Aviso publicado no site do Parque Bondinho Pão de Açúcar, sobre o início das obras da tirolesa; abertura está prevista para o segundo semestre

Mais que a “Tirolesa do Bondinho”, a nova atração deve virar a “Tirolesa do Rio”, tendo tudo para se tornar uma das experiências mais desejadas pelos visitantes da capital fluminense. Há críticas, naturalmente. Em entrevista ao jornal O Globo, o CEO do Parque Bondinho, Sandro Fernandes, assegurou que todas as licenças foram obtidas junto a órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com os impactos da nova atração bem estudados e debatidos.

O presidente da Associação Carioca de Turismo de Aventura (ACTA), Fábio Nascimento, que é montanhista e membro do Conselho Consultivo do Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e Urca (Consemona), participou da apresentação do projeto no ano passado e, em artigo, demonstrou todo seu otimismo com a nova atração. “O Pão de Açúcar é um dos símbolos do Rio e do Brasil, reconhecido em todo o planeta e visitado por 1,6 milhão de pessoas em 2022. A Tirolesa do Pão de Açúcar (eu diria Tirolesa do Rio), voando sobre o Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e Urca, a unidade de conservação mais visitada da cidade e uma das mais visitadas do país, será um marco do turismo de aventura no Rio e no Brasil.”

Afinal, como será?

Segundo o CEO do Parque Bondinho, a tirolesa tem investimento de R$ 50 milhões e terá quatro vias de descida paralelas, com partidas e chegadas em plataformas próximas às estações do teleférico. Os cabos serão quase imperceptíveis na panorâmica do Rio, com 15 milímetros de diâmetro. Os visitantes terão explicações sobre o Pão de Açúcar e orientações de segurança antes do preparo para a descida, com capacete que inclui proteção facial e acústica.

Objetivos soltos, como chinelos, celulares ou óculos, serão recolhidos em mochila acoplada à cadeirinha da tirolesa. Em tecido resistente, a cadeirinha será presa com equipamentos aos cabos da tirolesa e um sistema eletrônico-digital com sensores jamais permitirá que uma pessoa parta da rampa no Pão de Açúcar enquanto a que desceu anteriormente não tiver saído da via. A capacidade da tirolesa será de 100 pessoas por hora.

E aí, animou? Conta pra gente aqui nos comentários se você é do time que vai encarar a nova atração! Eu vou!

Balneário Camboriú (SC) e a fama de “Dubai brasileira”

Tradicional destino de praia dos argentinos nas décadas de 1980, 90 e no início dos anos 2000, Balneário Camboriú, em Santa Catarina, tem muitos registros desses visitantes – em nomes de restaurantes, condomínios residenciais e no sotaque que se escuta em suas areias –, mas a cidade deixou para trás sua fama de “balneário”, construindo aceleradamente seu lugar entre os destinos brasileiros com maior diversidade de atrativos. E são as “construções” que têm levado o destino a ser conhecido como a “Dubai brasileira”.

A comparação é exagerada, mas justificada. Balneário Camboriú tem hoje sua orla pontuada pelos maiores arranha-céus do Brasil, entre eles o mais alto da América Latina, a One Tower, edifício residencial com 290 metros. Para acompanhar o gigantismo das construções à beira-mar, a própria orla da Praia Central da cidade precisou ser remodelada. A obra de alargamento que ampliou a faixa de areia da praia de 25 metros, em média, para 70 metros durou cerca de nove meses e removeu 2,2 milhões de metros cúbicos de areia do fundo do mar para preencher os 5,8 quilômetros de extensão da Praia Central, sendo entregue em dezembro de 2021.

Faixa de areia da Praia Central foi ampliada de 25 metros para cerca de 70 metros, em média (Foto: Maria Izabel Reigada)

Nova praia, novos e gigantescos edifícios e novidades na área de atrações e entretenimento a cada ano são os ingredientes da receita que fazem a cidade catarinense ser comparada a Dubai. Desde a inauguração do Parque Unipraias, em 1999, sistema de bondinhos aéreos com duas estações, conectando a Barra Sul da Praia Central à Praia das Laranjeiras – e com atrações na estação intermediária, como mirantes, área gastronômica, atrações para crianças e tirolesa –, a cidade ganha constantemente novidades.

Antes dele, o Barco Pirata, dos anos 1980, já fazia sucesso e, desde o início de suas operações, o Píer da Barra Sul de Camboriú vem ganhando novas embarcações. A mais recente é o Galeão Santa Trindade, maior barco temático de madeira do Brasil, que começou a navegar neste verão. Com capacidade para 600 passageiros, o barco recebeu investimentos de R$ 5 milhões para se tornar a sexta embarcação na frota da empresa Barco Pirata.

Investimentos recentes

Entre as recentes atrações da cidade estão o Oceanic Aquarium, aberto em dezembro de 2019, com 3,5 mil metros quadrados de área onde estão 25 recintos que abrigam 130 espécies, a roda-gigante FG Big Wheel, aberta um ano depois, o Classic Car Show, ou Museu do Automóvel, também de dezembro de 2020, e o Aventura Pirata, atração interativa com storytelling inspirado nas lendas piratas, inaugurado em janeiro de 2022.  

Neste mês, foi a vez do Grupo Dreams fazer sua estreia em Balneário Camboriú com a inauguração da Selfie Experience, no último dia 10. A atração recebeu investimentos de R$ 10 milhões e reúne 40 cenários instagramáveis. Gaúcho, o Grupo Dreams tem 25 atrações em Gramado (RS), Foz do Iguaçu (PR) e Olímpia (SP), chegando agora a seu primeiro destino em Santa Catarina.

Investimentos públicos somam-se aos privados. Além da obra de ampliação da Praia Central, com custo de cerca de R$ 70 milhões, a prefeitura inaugurou em 2016 a Passarela da Barra, já transformada em cartão-postal da cidade. Com 190 metros de comprimento, a passarela sobre o rio Camboriú une a Barra Sul ao Bairro da Lagoa. São 57 metros de altura, o equivalente a um edifício de 22 andares, e vão livre de 114 metros. A visitação é gratuita e seus elevadores funcionam durante as 24 horas.

Investimentos futuros

Mas há mais por vir… No próximo ano, em comemoração ao 25º aniversário do Unipraias, será inaugurada a Super Giro Tower, torre giratória de observação para 50 passageiros que está sendo construída na Estação Mata Atlântica, a altitude de 300 metros. O Grupo Tedesco, idealizador do Parque Unipraias, tem projeto ainda para o Multiparque, também na cidade. O projeto inclui parque temático, aquático e parque verde, em área próxima à Praia do Estaleirinho, com acesso pela BR-101. São 160 mil metros quadrados e investimento previsto de R$ 150 milhões.

A 80 quilômetros de Florianópolis e 40 km de Penha, endereço do Beto Carrero World (e tema de um dos próximos posts), Balneário Camboriú reinventou-se neste século, ao aliar à sua vocação natural de destino de sol e mar o setor de parques e atrações turísticas. Com eles, dribla a sazonalidade e vai se firmando como um dos destinos turísticos obrigatórios do Brasil.

Conquistas e desafios

Em semana marcada pelas retrospectivas, afinal, é a última de 2022, quero escrever sobre o que considero uma conquista do setor de parques e atrações, além de, ao mesmo tempo, ser uma esperança na construção de um futuro melhor.

No final do mês passado, o SINDEPAT (Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas) e a Adibra (Associação Brasileira de Parques e Atrações), associações parceiras, que compartilham alguns associados e muitos planos, concretizaram um projeto debatido há algum tempo: a criação de um Comitê de Sustentabilidade das duas associações. No último dia de novembro, o comitê teve sua primeira reunião, virtual, com a apresentação de três cases.

O objetivo é compartilhar boas práticas, trocar informações e experiências entre os associados relacionadas a questões ambientais, sociais e de governança, a tão utilizada sigla ESG (das palavras em inglês). Como norte, as associações utilizam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Organização das Nações Unidas (ONU). Assim, a primeira reunião tratou da gestão de resíduos sólidos, enquanto reuniões futuras abordarão a gestão da água, a conservação da biodiversidade, as mudanças climáticas, a gestão de fornecedores, a interação com a comunidade e o relacionamento social, a inclusão, entre outras.

São temáticas abrangentes e cada parques ou atração turística pode estar mais avançado em uma delas, enquanto seu par em outro Estado desenvolve outras. O objetivo do Comitê é justamente compartilhar as experiências bem-sucedidas, para replicá-las nas diferentes e contrastantes, muitas vezes, realidades deste vasto Brasil.

Na primeira reunião, foram apresentados os cases do Parque Vila Velha, no Paraná, e do Beach Park, no Ceará, além das políticas de resíduos sólidos do Grupo Cataratas, gestor de empreendimentos no Rio de Janeiro, como o AquaRio, o Paineiras-Corcovado e o BioParque do Rio, além da EcoNoronha, em Fernando de Noronha (PE), e do Parque Nacional do Iguaçu e Marco das Três Fronteiras, em Foz do Iguaçu (PR). A audiência questionou, compartilhou contatos e apresentou os desafios que encontram regionalmente. Os cases chegaram a emocionar a plateia, diante das significativas conquistas.

O Beach Park, por exemplo, conseguiu criar a partir das boias plásticas descartadas chinelos que são hoje comercializados dentro do parque, envolvendo a comunidade local na confecção e com renda revertida para o próprio projeto. No Grupo Cataratas, a implantação de políticas de resíduos sólidos consistentes nos parques e atrações são dos casos mais bem-sucedidos do setor. Entre os projetos destacados, o viveiro de mudas nativas da EcoNoronha e o programa socioambiental do Paineiras-Corcovado são modelos. O Parque Vila Velha, em Ponta Grossa, conquistou o selo Aterro Zero, que garante que todos os resíduos gerados na operação tenham destino correto, sem que qualquer grama de lixo seja direcionado a aterros.

Foi somente a primeira reunião, mas extremamente rica na troca de conteúdo. O Comitê volta a se reunir em 2023 e a expectativa é de que, a cada nova abordagem, mais parques e atrações apresentem suas contribuições. O objetivo maior, claro, é que nas reuniões futuras os parques/atrações que nesta primeira reunião compartilharam angústias e desafios mostrem o sucesso das ações implantadas. É para isso que o Comitê foi criado. Parabéns às associações, aos associados que já compartilharam experiências e deixo como desejo de ano novo que cada vez mais o assunto entre nas pautas de prioridades, não somente de parques e atrações, mas de toda indústria do Turismo. Que o próximo ano traga robustos avanços! Feliz 2023!

Ranking mostra resiliência do setor

Realizado anualmente pela Themed Entertainment Association (TEA), o ranking dos parques e museus mais visitados do mundo manteve na edição deste ano, que traz os números de 2021, a colocação obtida pelos empreendimentos em 2019, uma vez que as políticas restritivas impostas pela pandemia tiveram diferentes impactos regionais e nacionais. Questionado muitas vezes por contar com números fornecidos pelos próprios parques e museus – alguns auditados, outros não –, o relatório deste ano, mais do que destacar os rankings, enfatiza a resiliência do setor.

Em todo o mundo, quando abertos, os parques voltaram a ser visitados. Os 25 maiores parques temáticos do planeta em visitação – distribuídos entre EUA, Japão, China, França, Coreia do Sul, Alemanha e Holanda – receberam 141,3 milhões de visitantes no ano passado, contra os 83,2 milhões registrados em 2020, quando teve início a pandemia. Os visitantes de 2021 representam 56% do total pré-pandemia. No recorte latino-americano, a recuperação é de apenas 44%, uma vez que dois dos dez primeiros colocados entre os mais visitados, ambos mexicanos, estiveram fechados durante todo o ano de 2021.

Único parque brasileiro na lista dos dez mais visitados entre os temáticos latino-americanos, o Beto Carrero World, de Santa Catarina, mostrou recuperação mais forte que a média regional, com aumento de 51% nos visitantes entre 2020 e 2021, quando recebeu 1,89 milhão de pessoas. Em 2019, esse número foi de 2,2 milhões de visitantes. Os dez primeiros colocados recuperaram 44% da visitação pré-pandemia no ano passado.

Beto Carrero World, em Penha (SC)

Os aquáticos

Na lista de parques aquáticos, o Brasil é mais presente, com seis empreendimentos entre os dez mais visitados da América Latina. Entre eles, o aumento na visitação foi de 74% entre 2020 e 2021, quando sete milhões de pessoas estiveram nos dez parques. A recuperação em relação a 2019, quando se alcançou 10,2 milhões de visitantes, é de 68%, muito próxima da recuperação dos parques aquáticos da América do Norte, que chegou a 70%. Na Ásia/Pacífico, a visitação em 2021 foi de apenas 54% do total pré-pandemia, enquanto o combinado de Europa/Oriente Médio/África mostrou recuperação mais lenta, com 2021 registrando apenas 48% dos visitantes de 2019. A sazonalidade aparece como um dos principais responsáveis, além do impacto da variante Omicron da Covid-19 na região, no início do ano passado.

Entre os parques aquáticos brasileiros, o crescimento do Hot Beach Olímpia, no interior de São Paulo, é um dos destaques. O parque aumentou em 144% o número de visitantes entre 2020 e 21, chegando a 594 mil pessoas. Em 2019, antes da pandemia, o total foi de 608 mil visitantes. Primeiro colocado no ranking, o Thermas dos Laranjais, também em Olímpia, recebeu 922 mil visitantes em 2020 e 1,1 milhão no ano passado. Em 2019, segundo o estudo, foram 1,8 milhão de pessoas. A lista traz ainda entre os mais visitados o Hot Park (GO), o Beach Park (CE), o Magic City (SP) e o Thermas Water Park (SP). Pelos dados, é possível perceber uma recuperação mais rápida entre aqueles empreendimentos que se beneficiam do turismo rodoviário, caso dos parques de São Paulo, pela proximidade com os grandes mercados consumidores.

Os museus

Os museus devem demorar mais a se recuperar, segundo o estudo, em parte por serem atrações fechadas, na maioria das vezes, e também pela maior dependência do turismo internacional, em muitos casos. A visitação em 2021 representou apenas 29% dos níveis pré-pandemia. O Museu do Louvre, em Paris, primeiro colocado no ranking, com 9,6 milhões de visitantes em 2019, recebeu 2,8 milhões no ano passado, número que foi apenas 5% superior ao total de visitantes em 2021. O Tate Modern e a National Gallery, de Londres, que ocupam respectivamente a sexta e sétima posições no ranking, registraram redução no número de visitantes no ano passado, em relação a 2020. Os Museus do Vaticano, terceiro colocado no ranking, recebeu no ano passado 1,6 milhão de visitantes, contra os 7,3 milhões de 2019.

Para ler o relatório completo, clique aqui.

Zoo Sp inaugura seu primeiro habitat interpretativo

O Zoo de São Paulo, na zona sul da capital paulista, inaugurou seu primeiro habitat interpretativo para espécies. É a primeira entrega do amplo projeto de melhorias e readequações que serão realizadas no zoológico, após a concessão realizada no ano passado, que prevê investimentos de R$ 417 milhões, sendo R$ 320 milhões nos primeiros cinco anos, nos três equipamentos concessionados para a Reserva Paulista: o zoológico, o Zoo Safari e o Jardim Botânico.

A Reserva Paulista assumiu no início de dezembro a gestão dos três parques e, de início, realizou obras de infraestrutura consideradas emergenciais, como melhorias nos banheiros, bebedouros e bancos, no piso de alguns recintos, como o dos elefantes, além de colocar no ar a plataforma de venda on-line de ingressos, novidade nos equipamentos.

Agora, com a inauguração do Espaço Xochimilco, ambiente dos curiosos axolotes, as salamandras mexicanas, o zoológico abriu sua primeira área interpretativa, com foco na imersão com interação, aspectos educativos e, naturalmente, a contemplação dos animais. “São essas três imersões que queremos proporcionar aos nossos visitantes. Ambientes com interação, informações e a exposição das espécies, para uma experiência memorável, muito além da contemplação”, explica o diretor de Projetos do Reserva, Celso Grion.

Espaço Xochimilco é dividido em três ambientes; no primeiro, visitantes conhecem mais sobre origem e habitat natural dos anfíbios

Formado por três salas, o Xochimilco tem seu nome retirado do lago da Cidade do México em que vivem os axolotes. O novo espaço oferece informações importantes sobre o habitat natural desses anfíbios e sua importância na mitologia mexicana. No primeiro ambiente, as pessoas podem conferir o tamanho dos ovos e as fases de desenvolvimento dos axolotes, além de tocar em algumas reproduções deles, feitas em resina e recobertas com material que tenta imitar a pele dos axolotes.

Na sala seguinte, o foco é nas informações sobre o risco de extinção da espécie e nas ameaças para sua conservação. Características biológicas desses anfíbios e informações sobre as 17 espécies de axolotes que existem também estão disponíveis no ambiente, planejado para ser tocado e explorado. Em seguida, os visitantes caminham para o terceiro ambiente, onde está instalado o aquário dos axolotes, em formato circular e oco no centro, que possibilita que o visitante contemple também de “dentro para fora”.

Para ampliar a visibilidade sobre os axolote, o Zoo SP fechou parceria com o youtuber Marco Tulio, conhecido como Authentic, do canal Authentic Games. Isso porque, no jogo Minecraft, os axolotes são importantes aliados dos jogadores nas batalhas aquáticas. É na sala de exposição dos axolotes que está o painel de Authentic e as informações sobre o jogo. Na saída, os visitantes encontram a loja com produtos dedicados aos axolotes, como camisetas, copos, pins e, claro, pelúcias.