A diversidade religiosa e cultural do Estado de São Paulo acaba de ganhar um novo destaque. Nesta segunda-feira (30), a Secretaria de Turismo e Viagens (Setur-SP) lançou um guia turístico totalmente dedicado às religiões de matrizes africanas e indígenas. A iniciativa busca reconhecer e valorizar espaços sagrados que são verdadeiros centros de fé, resistência e ancestralidade espalhados pelo estado.
A publicação é resultado de uma parceria com a Secretaria da Justiça e Cidadania (SJC) e conta com o apoio do Fórum Inter-religioso do Estado de São Paulo.
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O guia traz um mapeamento inédito de 35 locais – entre casas religiosas, centros culturais e institutos – que mantêm vivas as tradições afro-brasileiras e indígenas em 17 cidades paulistas. Cada espaço guarda histórias, rituais e saberes que resistem ao tempo e continuam a transformar vidas.
Entre os destaques, estão a Axé Ogodô, em Guarulhos – a primeira casa de matriz africana reconhecida como patrimônio histórico da cidade –, e a Escola de Curimba de Ogum, em São Paulo, voltada ao ensino musical dentro da tradição da Umbanda.
“O turismo religioso é uma forma de valorizar o que temos de mais profundo: nossa identidade cultural. E, ao abrir espaço para essas manifestações, trazemos novos olhares e mais inclusão ao setor”, afirma o secretário de Turismo, Roberto de Lucena. Segundo dados do Ministério do Turismo, o segmento movimenta cerca de 20 milhões de viagens por ano e gera R$ 15 bilhões na economia.
Além de impulsionar o turismo, iniciativas como essa fortalecem comunidades tradicionais, promovem o desenvolvimento local e ajudam a combater preconceitos ainda presentes na sociedade.
Para Fabio Prieto, secretário da Justiça e Cidadania, o guia também representa um importante avanço na promoção da diversidade religiosa. “Facilitar o acesso a esses espaços sagrados é essencial para fortalecer o diálogo inter-religioso e enriquecer a experiência dos visitantes”, destaca.
Essa não é a primeira vez que as secretarias trabalham juntas. Em fevereiro, o guia foi apresentado ao público e agora chega oficialmente para ser usado por cidadãos, estudantes, pesquisadores, agentes de viagem e qualquer pessoa que deseje se aproximar da riqueza espiritual presente nos terreiros e centros culturais de São Paulo.
Mais do que um material de consulta, o Guia Turístico de Religiões de Matrizes Africanas e Indígenas é um convite à escuta, ao respeito e à descoberta. Ele abre caminhos para vivências profundas, intercâmbio cultural e turismo com propósito – inclusive na baixa temporada.
É hora de viajar com o coração aberto e reconhecer que os saberes ancestrais também fazem parte do nosso patrimônio.