Fórum de Turismo Religioso consolida o Brasil como referência no segmento

O turismo religioso deixou há muito tempo de ser apenas uma expressão de fé. Tornou-se também um fenômeno econômico, cultural e social que movimenta comunidades, preserva tradições e gera oportunidades. Em um mundo cada vez mais ávido por experiências transformadoras, o Brasil desponta como um dos principais polos globais desse tipo de turismo — e o Fórum Nacional de Turismo Religioso é a prova viva dessa vocação. Em 2025, o evento chega à sua sétima edição, entre 25 e 26 de novembro, no Cine Teatro do Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), reafirmando o país como referência internacional no segmento.

A força do Fórum está na sua capacidade de unir dimensões distintas: fé, cultura, negócios e conhecimento. Trata-se de um espaço onde gestores públicos, lideranças religiosas, profissionais do turismo e pesquisadores dialogam sobre como transformar a espiritualidade em uma alavanca de desenvolvimento sustentável. A presença de instituições como EMBRATUR, Ministério do Turismo, SEBRAE Goiás, ABBTUR e CNTur confere legitimidade e amplitude a essa agenda, revelando que o turismo religioso já não é um nicho, mas uma vertente estratégica da economia criativa e do turismo cultural brasileiro.

De acordo com dados apresentados recentemente pelo ministro do Turismo, Celso Sabino, e pela deputada federal Simone Marquetto, o turismo religioso movimenta cerca de R$ 15 bilhões por ano no Brasil, distribuídos entre as diversas celebrações e festividades que ocorrem de Norte a Sul do país.

Nesse contexto de crescimento recorde, o Fórum Nacional de Turismo Religioso assume papel central ao integrar fé, cultura e estratégia. O apoio do SEBRAE Goiás, com o Seminário de Turismo Religioso, reforça a importância do empreendedorismo local e das micro e pequenas empresas no fortalecimento desse ecossistema. Artesãos, guias, produtores culturais e empreendedores do entorno de santuários e destinos de fé encontram nesse movimento uma oportunidade concreta de prosperar de forma sustentável, transformando espiritualidade em desenvolvimento econômico.

Desde sua criação, em 2015, o Fórum diferencia-se pela continuidade e resiliência. Mesmo durante a pandemia, manteve suas atividades em formato digital, provando que a fé pode ser também motor de inovação. Agora, ao ocupar o espaço simbólico do Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade — um dos maiores polos de peregrinação da América Latina —, o evento une tradição e modernidade, espiritualidade e estratégia, em torno de um propósito comum: consolidar o Brasil como protagonista global no turismo religioso.

Mais do que um evento, o Fórum Nacional de Turismo Religioso é um movimento que reafirma o valor da fé como patrimônio imaterial e motor de desenvolvimento. É também um espelho da vocação brasileira para acolher, celebrar e transformar — atributos que fazem do turismo religioso um dos pilares mais promissores da economia contemporânea e um símbolo da união entre cultura, devoção e prosperidade.

Turismo religioso em goiás impulsiona venda de roupas

Não canso de dizer. Vou morrer lembrando que o turismo é uma das atividades econômicas que mais mobiliza cadeias produtivas em todo o mundo. Seja no lazer, nos negócios ou na fé, ele sempre impacta, de forma direta e indireta, uma série de setores — movimentando desde hospedagem e alimentação até transporte, comércio e serviços especializados. Quando falamos em turismo religioso, esse efeito se amplia ainda mais, alcançando nichos específicos, como o mercado de artigos religiosos e, pasmem, a crescente indústria da moda modesta.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Artigos Religiosos (ABIAR), o turismo religioso no Brasil movimenta cerca de 18 milhões de viagens por ano, com um impacto econômico de aproximadamente R$ 15 bilhões no comércio de artigos religiosos e vestuário.

Em Goiás, esse fenômeno se expressa de forma contundente. Para os grandes eventos religiosos, a indústria têxtil focada em moda modesta observa explosão de vendas.

O estado se destaca como um dos principais polos do turismo religioso no país, atraindo milhares de fiéis em eventos de grande porte. Entre eles, o Totuus Tuus, um encontro católico de evangelização e espiritualidade que reúne jovens e famílias em momentos de oração, adoração, formação e shows de música cristã. O evento tem crescido exponencialmente, tornando-se referência nacional no calendário católico.

Além disso, o Santuário do Divino Pai Eterno, localizado em Trindade (GO), é o principal destino de fé da região Centro-Oeste. Reconhecido como a “Capital da Fé” em Goiás, o santuário recebe, todos os anos, milhões de devotos, sobretudo durante a tradicional Romaria do Divino Pai Eterno, que chega a atrair mais de 3 milhões de pessoas em apenas dez dias de festividades. O complexo religioso oferece missas diárias, novenas, bênçãos, espaços de acolhimento e infraestrutura para receber romeiros de todo o país.

Moda Modesta: Uma Tendência que Ganha Força entre as viajantes

Um dos segmentos que mais se beneficia com o turismo religioso é, sem dúvida, o da moda modesta. Trata-se de uma proposta estética que prioriza roupas que cubram mais o corpo, alinhadas a valores de recato, elegância e identidade cultural e espiritual. A moda modesta não é uma exclusividade de uma única fé — ela está presente em diversas tradições religiosas e tem se consolidado também como uma tendência de estilo no mundo contemporâneo.

Entre mulheres católicas, é comum o uso de saias midi, vestidos de corte clássico, blusas com mangas e decotes discretos, principalmente em ocasiões litúrgicas ou peregrinações. No universo judaico, especialmente entre as comunidades ortodoxas, a tzniut — conceito que rege a modéstia — determina o uso de roupas que cubram joelhos, cotovelos e colo, além do uso de lenços ou perucas (tichel ou sheitel) para as mulheres casadas. Já no meio evangélico, especialmente nas vertentes pentecostais e neopentecostais, a preferência recai sobre saias longas, vestidos sem transparência e peças que transmitam sobriedade, muitas vezes associadas a uma estética elegante, sem perder a feminilidade.

O crescimento desse nicho reflete não apenas uma demanda religiosa, mas também uma busca crescente por peças que comuniquem valores pessoais, culturais e espirituais. Grandes marcas, influenciadoras e empreendedores locais têm investido nesse mercado, que une fé, identidade e estilo.

Muito Além da Fé: turismo como Um Motor Econômico

É sempre bom lembrar que o impacto do turismo religioso vai muito além da hotelaria, gastronomia e transportes. Além da moda e dos artigos religiosos, ele também estimula setores como serviços gráficos (na confecção de banners, camisetas de grupos e materiais promocionais), além de impulsionar pequenas economias locais com a venda de produtos artesanais e lembranças.