Inclusão em Parques de Orlando – Sea World Parks

Discovery Cove – Respeito, inclusão e diversão criam memórias inesquecíveis para todos os tipos de visitantes – Arquivo pessoal

Quando falamos em viagem a Orlando, EUA, logo nos vem á mente, um roteiro repleto de Parques de diversão.

Os parques de Orlando estão na lista de muitas famílias. Independente de suas idades, neurotipicidade e condições físicas. Por essa razão, há um constante movimento de capacitação de funcionários. Somado á adequação desses lugares para receber visitantes com diferentes perfis e necessidades. Contudo, há muitas situações que vão além do controle de funcionários bem treinados. Como a quantidade de estímulos visuais e sonoros. O que compõe a magia. Entretanto, pode trazer um grande desconforto ao visitante atípico.

Tendo esse cenário em vista, como mãe de adolescente com autismo, procuro sempre minimizar o que está em meu controle. Adaptar a viagem às necessidades dele, como indivíduo único, traz também um conforto para toda a minha família.

Enquanto a maioria das famílias se organiza para fazer uma quantidade de parques em um breve período – geralmente, um parque por dia – a nossa família, passa um dia no parque e no dia seguinte faz uma atividade mais tranquila. O que requer menos tempo e que nos permite descansar e sair da correria. Por isso, nesse texto (parte 1), falo apenas dos parques que visitamos e seus diferenciais no quesito, inclusão.  

No topo da lista, ao identificar o forte trabalho de inclusão feito pelo time do Sea World Parks – que incluí os parques: Sea World, Busch Gardens, Discovery Cove e o Aquatica, decidimos que essa seria nossa 1ª opção.

RIDE ACCESSIBILITY PROGRAM – RAP

O Sea World Parks oferece um cartão de acessibilidade aos visitantes com necessidades especiais ou limitações físicas em todos os parques da rede. O cartão permite acesso á filas especiais (geralmente mais rápidas), e acomodações especiais que garantem mais conforto.

O processo é muito simples. Na entrada do parque, o visitante ou a família do indivíduo com necessidades especiais, se dirige ao Guest Services (atendimento ao cliente) e solicita o cartão. Ali, um dos funcionários (team member) entenderá suas necessidades e fornecerá o cartão dando todas as informações necessárias. Minha dica “extra” é: sempre consultar as regras e opções previamente á visita. Como resultado, você evita dúvidas e garante mais entendimento do que é e o que o programa comtempla. Por isso, acesse aqui.

adrenalina pura

Como já mencionei em outros textos, minha família é constituída de jovens em diferentes idades (26, 18, 17 e 15 anos). Rafael, o mais jovem, é atípico, com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Mesmo de nível de suporte leve, ele enfrenta muitos desafios. Alguns deles, são sem dúvida lidar com longas esperas, locais com muita concentração de gente, muitos sons e incidência de luzes.

Iniciamos nossa viagem em família no Busch Gardens, já que é um parque com bastante área ao ar livre, e opções que vão além das montanhas russas.

Notem que meu filho nunca havia tido uma experiência com muita adrenalina. O que para mim, como mãe, era um ponto de interrogação quanto ao que essa aventura poderia significar para ele e causar. Por isso, chegamos ao parque e decidimos que meu marido ficaria com os outros 2 filhos (18 e 17 anos) desbravando os brinquedos mais radicais. Enquanto eu e Rafael (TEA), passearíamos pelo parque, explorando as possibilidades.

De forma bastante tranquila, estudamos o mapa, as atrações e deixei que meu filho, me guiasse de acordo com o que ele desejava fazer. E para minha surpresa, após pouco mais de 1 hora passeando no parque e curtindo atrações “leves”, meu filho decidiu que gostaria de experimentar algo mais “radical”. E lá fomos nós.

De forma natural e genuína, Rafael aproveitou todas as atrações as quais se sentiu á vontade – Arquivo pessoal

a primeira vez

Como tínhamos acesso rápido á todas as atrações, não enfrentamos filas. O que não causou o desconforto e nem a ansiedade da espera. E logo estávamos sentados em um dos carrinhos da 1ª montanha russa.

Confesso que o nervoso pairava no ar, tanto meu, quanto dele … me certifiquei algumas vezes que ele estava “ok” com a escolha antes da partida do nosso carrinho. E vualá … ali começava a 1ª experiência dele com adrenalina, medo e ao mesmo tempo, a sensação de poder estar ali. E tudo saiu tão bem que nos juntamos ao resto da família e praticamente “gabaritamos” o parque. Deixando 3 atrações para uma próxima visita!

Aqui, é importante salientar que todos os funcionários ao tomarem conhecimento que Rafael é atípico, trouxeram palavras de conforto, brincaram com ele para quebrar o gelo e se certificaram que ele (e nós) estávamos bem.

águas calmas

Com perfil completamente diferente dos demais parques de Orlando, o Disovery Cove é um oásis em meio á frenesia. Lá, o ritmo é mais lento e o contato com a natureza desacelera os corações adrenalizados.

A inclusão é visível já no atendimento da chegada ao ver funcionários com necessidades especiais no “front“. O que particularmente me agrada muito, pois sinto que a empatia é ainda maior.

Esse é um parque de águas. Logo, dias mais quentes trazem maior conforto ao visitante. Há também um limite controlado de visitantes por dia e por atração que requer agendamento no momento da chegada. Logo, o dia flui de maneira mais tranquila, organizada e sem aglomerações e muito barulho. Note que não há tobogãs e nem atrações mais eletrizantes. Ali, a experiência inclui nado com lontras, arraias e golfinhos.

Sea Venture uma aventura inclusiva debaixo d´água – Arquivo pessoal

Durante nossa permanência, todos os funcionários pareciam estar cientes de que em nossa família, havia um membro com TEA. Apesar de não portarmos uma identificação óbvia. E nossa experiência foi impecável, em todos os sentidos. Igualmente, o parque se orgulha de ser um Centro especializado em Autismo. E pude ver que não é apenas teoria

Por se tratar de um parque all-inclusive, a alimentação e as bebidas não alcoolicas, são oferecidas aos visitantes, sem custo adicional. Um largo buffet é preparado, com opções frescas ou feitas na hora, para todos os gostos. Eu, como vegetariana que sou, não tive problemas em me alimentar. Por outro lado, no caso de alimentação seletiva, vale se informar de como proceder, uma vez que não é permitido levar alimentos de fora do parque.

No Discovery Cove, destaco a experiência de mergulhar com escafandro – um capacete com oxigênio que permite a permanência submersa no tanque de água para observação de diferentes espécies marinhas. Chamado de Sea Venture, a atividade encantou á toda minha família e deixou Rafael bastante tranquilo. Não há necessidade do uso de máscaras e respiradores. O capacete usado, se assemelha aos capacetes de astronautas e os “mergulhadores” respiram como se estivessem fora d´água.

meio á meio

Nem muita adrenalina e nem muita calmaria. O tradicional e mais conhecido parque do grupo, é o Sea World.

O parque vem se adaptando aos dias atuais. Consequentemente, reduziu a quantidade de shows e atrações com animais. E trouxe ao menu, as tão disputadas montanhas russas.

Meus filhos, parte de uma geração que não fica confortável com o uso de animais para o entretenimento, não estavam interessados em assistir aos shows. Queriam sentir o friozinho na barriga. Por consequência, exploramos as atrações mais radicais. E aqui destaco a ousadia do meu filho em experimentar a montanha russa em que os usuários vão em pé. Ele literalmente surfou no ar!

Pipeline, a montanha-russa que atrai milhares de visitantes ao Sea World – Imagem de divulgação

Vale dizer que, ao longo do parque há uma variedade de comodidades como: Dispositivos e roteiros de escuta assistida para os shows, interpretes de linguagem de sinais (ASL – língua de sinais americana), fones redutores de ruídos, assentos especiais para cadeirantes e banheiros adaptados.

Cães-guia (service dogs) são bem vindos em todos os parques (porém não podem entrar na água).

O parque também conta com uma sala silenciosa (quiet room), onde os visitantes podem descansar em um ambiente tranquilo.

dica de mãe atípica

Além do programa de acessibilidade RAP, vale solicitar o guia sensorial. Uma ajuda extra para entender quais as atrações mais desafiadoras, com luzes fortes, ruídos altos ou outros tipos de estímulos.

Cacá Filippini ao lado de seu filho com TEA durante férias em Orlando, EUA

Como os parques demandam de longas caminhadas e oferecem atrações que também molham o visitante, sugiro levar uma mochila com itens que você possa precisar. Com exceção do Discovery Cove, os demais parques permitem que os visitantes levem alimentos e bebidas, o que pode trazer mais conforto para vocês.

Procure chegar cedo aos parques. Inclusive, antes ou próximo ao horário de abertura. Isso facilita o estacionamento mais próximo aos acessos aos parques. Consequentemente, o parque também estará mais vazio, o que pode ajudar na adaptação ao local e organização das atividades.

Concluindo, como disse antes, para não sobrecarregar meu filho, intercalamos parques á outras opções de passeios. Se você busca sugestões do que fazer em Orlando, além de parques, confira o próximo texto.

Viagem com pets e animais terapeuticos

Dicas para viajar com animal terapêutico – Banco de imagens

Muitas são as dúvidas dos tutores quando o assunto é viagem com pets. Sobretudo com àqueles considerados terapêuticos ou de apoio/ suporte emocional. Entende-se que um animal é terapêutico quando ele é parte de um tratamento ou intervenção terapêutica para melhora da saúde física, mental, emocional ou social de uma pessoa.

Os animais terapêuticos podem incluir uma variedade de espécies, como cães, gatos, cavalos, pássaros e até mesmo coelhos. Esses animais são treinados e cuidadosamente supervisionados para fornecer apoio e conforto a indivíduos que enfrentam desafios ou condições específicas.

Inicialmente, esses animais eram usados em ambientes terapêuticos, como hospitais, escolas, lares de idosos, centros de reabilitação e consultórios de terapeutas. Contudo, hoje, eles fazem parte das nossas vidas, integralmente. E são também conhecidos como animais de suporte emocional. E não se limitam apenas em fornecer ao tutor o conforto emocional, mas também estimulam a interação social, a atividade física, melhoram a função cognitiva e ajudam na reabilitação física e emocional.

Por isso, não é difícil vê-los cada vez mais presentes em ambientes públicos. Assim também, acompanhando seus tutores em viagens nacionais e internacionais.

Pensando em descomplicar esse tema, conversei com a médica veterinária e nutróloga, Mayara Andrade. E abaixo, destaco alguns pontos importantes para garantir uma experiência positiva ao viajar com seu animal terapêutico.

política de viagem

Embora comum a viagem com pets e animais terapêuticos, é preciso verificar as políticas de transporte desses “passageiros” junto a companhia aérea, de ônibus, trem ou navio. Certifique-se de entender todos os requisitos e ter a documentação exigida pela empresa de transporte antes do embarque.

Vale dizer que o Brasil não possui uma legislação específica para que animais de apoio emocional viajem com seus tutores na cabine. As companhias aéreas brasileiras definem que somente cães servem de apoio emocional e eles poderão viajar gratuitamente. Algumas consideram gatos também. Mas é preciso contatar a empresa escolhida e verificar caso a caso.

Não confunda com a modalidade “cão-guia”, utilizado por pessoas com deficiência visual ou baixa visão. Nem com “pet na cabine”, relacionado ao transporte do animal de estimação – que é cobrado. Estamos falando de animal terapeuta ou de apoio emocional.

documentação

Como dito acima, cada empresa tem a sua politica. Consequentemente, as exigências acerca de documentação, também não são padronizadas.

Muitas empresas exigem não apenas os registros de vacinação do animal, como também, cartas de profissionais de saúde mental. Geralmente, cada companhia aérea disponibiliza um modelo de carta ou formulário em seu site, que o médico responsável pelo passageiro deve preencher. Neste documento, comprova-se ser indispensável que o animal viaje na cabine, para que o tutor viaje com tranquilidade.

meios de transporte

É importante observar as regras de transporte do animal em cada categoria e também, relacionados ao seu tamanho/raça.

Algumas companhias aéreas, por exemplo, oferecem acomodações especiais para animais de suporte emocional na cabine, enquanto outras, podem ter restrições ou requisitos específicos, como caixa de transporte, uso de focinheira, entre outros.

Verifique as regras de transporte do animal terapêutico junto a empresa escolhida

Nesse quesito, é importante destacar que os médicos e especialistas geralmente tratam o animal terapêutico de forma diferente dos pets convencionais, por isso, é importante fornecer documentação.

preparos

Antes mesmo da 1ª viagem, é importante lembrar que o animal também estará em ambiente desconhecido. Sendo assim, acostume seu animal de suporte emocional a caixa de transporte, a ambientes mais movimentados, ao uso de focinheira, enfim, a todas as exigências da empresa de transporte que irá usar. Fazer viagens curtas pode ajuda-lo a familiarizar e ainda reduz o estresse durante as viagens mais longas.

conforto e necessidades básicas

Garanta que seu animal de suporte emocional tenha água, comida, brinquedos e outros itens essenciais durante a viagem. Leve também uma manta ou cobertor familiar para ajudar a criar um ambiente reconfortante durante a jornada.

Durante a viagem, observe o comportamento e o bem-estar do seu animal. Esteja preparado para oferecer conforto adicional, se necessário, e faça pausas regulares para que ele possa esticar as pernas e fazer suas necessidades.

Mayara, que é também veterinária da BRF PET , dona das marcas Biofresh e Guabi natural, ressalta ainda que a alimentação é sempre um ponto importante para que seu animal se sinta bem, fora ou em casa.

dicas da vet

Certifique-se de promover hidratação e alimentação adequada durante a viagem.
  1. Leve comida suficiente para a duração de toda a viagem. “É melhor levar mais do que menos. E de preferência na própria embalagem, que garante a manutenção do produto e seus nutrientes”.
  2. Evite mudanças na dieta. “É importante manter a comida que seu animal está acostumado a comer, para evitar problemas digestivos e estresse longe de casa.” A veterinária ainda diz que, se caso for preciso mudar a comida por algum motivo, que seja gradualmente ao longo da viagem.
  3. Hidratação sempre! “Certifique-se que o animal tenha acesso constante á agua fresca durante a viagem.” Eu mesma, Cacá Filippini, viajo bastante com meus pets de carro. Ainda assim, levo comigo uma garrafa de água e uma tigela portátil que facilitam a hidratação durante paradas ou pausas no percurso até o destino.
  4. Pausas para o banheiro são essenciais. O recurso do tapetinho higiênico pode ser uma boa, mas precisa ser treinado, previamente, no caso de animais que não estão acostumados a usá-los.
  5. Antes de viajar, consulte o veterinário do seu pet terapêutico para obter orientações específicas sobre a alimentação durante a viagem. Ele (a) pode fornecer recomendações personalizadas com base nas necessidades individuais do seu animal.

Por fim, lembre-se que em caso de hospedagem em hotéis ou AirBnB, é preciso também entender quais os requisitos para que você possa estar em companhia do seu amigo de 4 patas.

FOZ DO IGUAÇU: UM DESTINO PARA TODOS

Foz do Iguaçu, é conhecida por suas majestosas Cataratas do Iguaçu. Por sua beleza natural, o destino atrai turistas do mundo inteiro. Por isso, está na lista de desejos de muitos viajantes brasileiros.

Registro de visita ao Marco das 3 Fronteiras

Oferecendo não apenas uma experiência deslumbrante na natureza, o destino também se destaca por seu compromisso com o turismo inclusivo. E o trade turístico se empenha cada vez mais, para tornar as maravilhas do destino 3 em 1, acessíveis a todos os visitantes – independentemente de suas habilidades ou necessidades.

Falamos 3 em 1, porque a cidade paranaense faz fronteira com 2 outros países: Paraguai e Argentina. Dessa forma, proporciona ao viajante, a experiência de tomar café da manhã no Brasil, fazer compras durante o dia no Paraguay e jantar na Argentina.

VIAGEM EM FAMÍLIA ATÍPICA

Eu mesma, Cacá Filippini, pude fazer isso com minha família em nossa recente visita no final de 2023. De 6 que somos, estávamos em 4: eu, meu marido, enteado de 18 anos e meu caçula, Rafael – adolescente de 15 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Como já contei aqui, viagens para pessoas com autismo são sempre desafiadoras. E se viagem significa quebra de rotina para nós, para eles, vem acompanhado de muitos outros desafios. Contudo, é preciso diferenciar a palavra desafio de impossível. Desde pequena, por influência familiar, viajo pelo Mundo. E mesmo após a maternidade atípica, esse meu estilo de vida não mudou.

Ajustei alguns detalhes, entendi as possibilidades e criei mecanismos, para que, todos nós pudéssemos aproveitar cada destino, dentro dos “quereres” individuais.

hospedagem

Sabendo que Foz do Iguaçu em dezembro costuma ter temperaturas mais elevadas, optamos por um hotel com piscina e área verde. O que também favoreceu ao descanso e ao estado de carga emocional do meu filho, Rafael.

Registro de nossa estada em Eco Cataratas Resort por 196Clicks

O Eco Cataratas Resort foi perfeito em todos os sentidos. Próximo aos principais pontos turísticos. Suítes amplas. Piscinas em diferentes pontos do hotel, o que ajuda na distribuição de hóspedes. Sala de jogos. Recreação infantil. Buffet com ampla variedade no café da manhã. Restaurante a la carte para almoços e jantares.

Também vale dizer que, como de praxe, informei a recepção de que tínhamos entre nós, um viajante TEA. O que certamente foi positivo para que eles pudessem também contribuir para o nosso bem-estar. Um bom exemplo: acomodar nossa família em andar mais alto, com quarto virado para o lado com menos ruídos e no final do corredor. Longe da movimentação de elevadores e demais quartos.

logística

Juliano e Rafael: empatia, carinho e profissionalismo

Esse é um ponto que costumo olhar com bastante atenção. Sabendo que tínhamos em nossa programação visitar algumas atrações turísticas e cruzar as fronteiras com os outros 2 países, ter alguém que fizesse nosso “leva e traz” era preciso. Mas tenho que destacar, a cereja do bolo dessa nossa recente estada: Juliano, o motorista da Van que cuidou da nossa logística desde o desembarque até a nossa partida.

Pensa naquelas surpresas boas que a vida nos proporciona. Além do cuidado com a nossa família num todo, o zelo e o profissionalismo, tornaram mais confortável cada deslocamento nosso.

Ademais, ter um motorista local nos ajudou a organizarmos melhor nosso cronograma. Não apenas nas travessias de fronteiras, como também, na seleção de melhores lugares para compras. Bem como, melhores horários para as visitas às atrações turísticas.

É importante acrescentar que, em sua maioria, os serviços de transporte público em Foz do Iguaçu foram adaptados para atender às necessidades de turistas com mobilidade reduzida.

família aventureira

Quem me segue sabe que tenho uma inclinação á esportes, adrenalina e natureza. Consequentemente, formei uma família adepta a esse trio.

Dessa forma, visitar as Cataratas, no Parque Nacional do Iguaçu, incluiu as famosas trilhas de onde avistamos as Cataratas Argentinas, o passeio pelas pontes que passam por cima das quedas brasileiras e ainda a adrenalina do Macuco Safari.

Foram tantos os passeios que fizemos ao longo da semana, que hoje vou compartilhar a 1ª parte com vocês.

as cataratas

Em síntese, são aproximadamente, 185mil hectares de Parque, só no lado brasileiro. Mas os visitantes tem acesso restrito á área. Acessando as trilhas através do ônibus do parque ou veículos previamente autorizados. Por haver muita vida silvestre por lá, há um controle rígido de velocidade. E a vigilância é constante em todas as áreas públicas, sendo uma atração bastante segura.

Para avistar as Cataratas – consideradas Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco – é importante ressaltar que boa parte das trilhas não possuem rampas de acesso e contém degraus. Entretanto, plataformas elevadas, trilhas adaptadas e elevador em alguns pontos de interesse, transpõem algumas barreiras. Por isso, permitem que todos os visitantes apreciem a grandiosidade das quedas d´água.

Formadas há 18km da junção com o Rio Paraná, as cataratas surgem do desnível do Rio Iguaçu, em 275 quedas de 65m de altura. O espetáculo acontece com uma vazão média de 1.500m³ /segundo em uma largura de 2.780m. Um show que pode ser contemplado de diferentes ângulos ao longo das trilhas de acesso e plataformas sobre as quedas.

adrenalina nas cataratas

Imagine um passeio cheio de emoção, que vai te levar até o encontro das quedas d´água mais famosas do Brasil, percorrendo o Rio Iguaçu a bordo de um bote e chegando bem pertinho de algumas quedas.

O passeio é dividido em algumas fases. Inicialmente, fazermos um percurso em carro aberto por dentro da Mata Atlântica. Nesse momento, um guia nos acompanha e ao longo do percurso nos conta curiosidades sobre as espécies de árvores, plantas e vegetação da região.

A bordo de um bode, embarcamos no Macuco Safari

O segundo momento se divide entre a possibilidade de embarcar em um veículo menor ou fazer uma caminhada por trilha, para chegar à base de onde saem as embarcações.

Nessa base, os visitantes têm banheiros, guarda volumes e uma lojinha para eventuais compras. É ali que você recebe e veste o colete de uso obrigatório para o passeio.

dicas de mãe para mães

Há quem embarque com capa de chuva achando que vai permanecer seco, mas, preciso alertar que independente do local que você se sente, você vai se molhar. Fotos e vídeos também podem ser contratados com a equipe. Caso você embarque com celulares e equipamentos, a responsabilidade por eles, é totalmente sua.

Sendo meu filho bastante receptivo á aventuras e á novas experiências, fomos conversando com ele sobre como seria o nosso passeio. E nos certificamos que seria algo agradável para ele. Optamos por um horário, com menos Sol na cabeça. Aliás, chegamos bem cedo no parque e decidimos fazer todas as atrações antes do almoço, que aconteceu lá no parque mesmo, no restaurante Porto Canoas.

Rafael estava tranquilo ao embarcar. Mas mesmo assim, decidi amenizar a intensidade da aventura. Sentamo-nos na parte traseira do bote, onde é mais estável e permanece menos tempo abaixo das quedas. Uma decisão assertiva ao sentirmos a pressão d´água caindo sobre nós. E o tempo de permanência debaixo da queda. Também é válido lembrar que a parte da frente do bode, tende a inclinar mais. Em decorrência disso, a adrenalina e o medo podem ser maior embora o passeio seja seguro.

além das cataratas

Os atrativos de Foz do Iguaçu vão muito além das Cataratas. Visto que a cidade possui passeios gratuitos e pagos, para todas as idades.

Localizado na divisa entre o Brasil, Argentina e Paraguai, o Marco das Três Fronteiras  é um dos principais pontos turísticos. No exato ponto da tríplice fronteira, avistamos o obelisco da Argentina e Paraguai, além do encontro dos rios Iguaçu e Paraná. Inclusive, ali fizemos a famosa foto na placa de direção aos 3 países.

Atualmente o local oferece algumas apresentações aos visitantes. Por ser um local bastante procurado, consultamos o pessoal do Visit Iguassu – Associação local do Trade Turístico que nos apoiou, e nosso motorista, Juliano, na questão “melhor horário”. Chegamos por lá no meio da tarde, o que nos possibilitou visitar o local com tranquilidade e tempo suficiente para conversarmos sobre a história, a cultura e curiosidades da fronteira.

Para fecharmos o dia, com uma outra perspectiva da fronteira, embarcamos na Yup Star . Uma roda-gigante de 88m de altura, com 36 cabines climatizadas. Embora cada cabine leve até 8 passageiros, fomos em uma cabine só para nós 4. A volta completa da roda, leva cerca de 20 minutos. A cabine quase não balança. Logo, pudemos contemplar o Sol se pôr diante dos nossos olhos, sem medo e por um ângulo de 360◦, nas alturas.

para todos os gostos

A cidade que está há cerca de 637km da capital Curitiba, reúne algumas atrações presentes em outras cidades brasileiras também.

Estou falando do Dreams Park Show, com 6 atividades diferentes.

Dreamland Museu de Cera: com 17 cenários e pouco mais de 100 esculturas de personagens e celebridades feitas em cera.

Dreams Ice Bar: Um pequeno bar fechado com bebida á vontade servido em copo de gelo. Lá a temperatura é de -10◦C e tudo é feito em gelo. Todos os visitantes recebem casacos e luvas para entrarem na atração.

Há um tempo máximo de permanência, mas é possível deixar o local a qualquer momento. Vale dizer que o local aglomera pessoas, o som é alto e há muitas luzes. Nosso tempo de permanência foi de menos de 5 minutos.

Essa é uma atração que deve ser previamente agendada.

Dreams Motor show: Uma exposição de motos raras e estilizadas dentro de um bar/restaurante. Para os amantes de motos, um prato cheio. Nas noites de 6ª feira e sábado, há shows de Rock Acústico.

Vale do Dinossauro: Como o nome já diz, é um passeio por um vale com bonecos de dinossauros gigantes que emitem sons e fazem movimentos. Ideal para famílias com crianças pequenas.

Nessa mesma área, está o Dino Adventure com arvorismo, pontes suspensas e uma tirolesa de 100m para os pequenos mais aventureiros.

Maravilhas do Mundo: um local repleto de cenários com réplicas das mais famosas construções do Mundo.

Vale dizer que nesses locais, alguns cenários não podem ser fotografados pelos visitantes, salvo quando há contratação dos fotógrafos locais. Em alguns cenários, é possível se caracterizar para as fotos.

juntando o útil ao agradável

Em viagens em que meu filho atípico está, sempre temos pausas importantes. De modo que um dia curtindo o hotel, pode ser a oportunidade de fazermos uma programação ao final do dia ou á noite.

Sair para jantar, fica mais divertido para a família se o local escolhido for temático.

Por isso, reservamos uma noite para o Bonnie´s burger, uma hamburgueria no estilo anos 50 retrô americano. Além de hamburgueres, a lanchonete oferece em seu menu milkshakes e sorvetes. Combinação perfeita para nos refrescar enquanto assistimos ao Wonder Water show. Um show de águas com projeções de luzes ao ritmo de músicas, que acontece no lago do complexo Wonder Park Foz .

Ademais, os visitantes podem acessar o Movie Cars Entertainment. Local com mais de 40 réplicas oficiais de carros de cinema.  

Pensa o sucesso com meus meninos ….

surpresa boa

Antes de fechar o texto de hoje com a 1ª parte do que fazer em Foz do Iguaçu com viajante atípico, não posso deixar de compartilhar nossas saborosas descobertas no quesito “lugares para comer”.

Além do farto buffet de almoço no Porto Canoas com vista para as Cataratas dentro do Parque Nacional do Iguaçu, tivemos algumas experiências gastronômicas muito boas durante a nossa estada na cidade paranaense.

A começar pelo restaurante do hotel, que mencionei mais cedo. Comida super bem feita tanto no almoço quanto no jantar e pratos muito bem servidos. A melhor experiência que tive, ao comparar a outros restaurantes dentro de hotéis que já me hospedei.

Ponto alto no quesito jantar com pizza: Quinta da Oliva

Ainda destaco a Búfalo Branco Churrascaria, que embora seja uma churrascaria (sou vegetariana e o Rafa não consome muita carne por gosto próprio), o buffet tem muita opção para quem tem um paladar mais seletivo. E foi uma boa escolha para nossa família.

Contudo, tenho que destacar a Pizzaria Quinta da Oliva e suas pizzas extremamente bem feitas, que esbanjam sabor. A Pizzaria tem 2 grandes salões, o que facilita na questão de optar por uma mesa em local mais tranquilo. As pizzas são assadas em forno á lenha e o serviço é ágil e muito profissional. Daqueles lugares que queria ter perto de casa!

Essa é a 2ª vez que visito Foz do Iguaçu com meus filhos e, cada nova estada, é um convite para retornarmos.

A cidade não apenas encanta os visitantes, mas também promove uma visão de turismo que acolhe a diversidade em todas as suas formas. Seja explorando as Cataratas ou absorvendo a cultura local, Foz do Iguaçu se destaca como um destino verdadeiramente inclusivo para todos. E em nosso próximo encontro aqui, compartilho com vocês, nossa experiência além da fronteira e programas que misturam o contato com a natureza, a educação ambiental e vivências turísticas inclusivas.

Nos vemos em breve!

dicas de como melhorar a experiência do viajante com autismo

Viajante com autismo contempla vista em janela de avião

Final de ano, férias ou feriado, sempre foram convites para que nós fizéssemos nossas malas e aproveitássemos alguns dias “OFF” em algum novo destino. Entretanto, com a chegada do meu caçula há 15 anos, esse cenário precisou ser revisado e adaptado para nossa nova realidade.

Embora muitas famílias prefiram não arriscar, como mãe de um adolescente atípico que sou, decidi experimentar possibilidades para que ele pudesse aproveitar esse momento conosco e nós com ele.

quebra na rotina

Vale dizer que nem todas as quebras de rotina, foram boas. Tivemos situações difíceis e outras, maravilhosas que já contei aqui.

Com o objetivo de melhorar a experiência do viajante com autismo, ao longo desses 15 anos, criei uma espécie de cartilha como mãe, com conselhos de especialistas, vivenciais de outras famílias atípicas e claro, com a opinião do meu filho.

Ademais, é importante ressaltar que viajar pode ser uma experiência emocionante, mas que para viajante com autismo, pode trazer desafios únicos. Entretanto, com algumas adaptações e considerações especiais, é possível criar um ambiente mais confortável e inclusivo para tornar a viagem uma experiência positiva para todos.

planejamento

   – Faça um planejamento detalhado da viagem, incluindo horários, itinerários e atividades planejadas. A previsibilidade pode reduzir a ansiedade.

   – Informe, antecipadamente, ao viajante com autismo, sobre os detalhes da viagem. Comunique claramente os detalhes da logística. Tipo de transporte, os possíveis desafios, o tempo de permanência em cada estágio da jornada e informações acerca do destino em si. Mas atenção para não sobrecarregar o viajante com autismo com muita informação.

   – Utilize recursos visuais. Cronogramas visuais, mapas ou listas de verificação, ajudam o viajante com autismo a compreender e seguir a sequência de eventos durante a viagem. Com nosso adolescente, repassamos a rotina do dia seguinte, na noite anterior. Funciona bem!

   – Como responsável pelo viajante com autismo, pesquise as políticas e serviços específicos da companhia aérea, empresa de ônibus, ou outro meio de transporte. Algumas empresas oferecem assistência especial para passageiros com necessidades específicas. E mesmo que não ofereçam, muitos funcionários, quando solicitados, nos ajudam.

#partiu e agora?

   – Escolha Assentos Estratégicos. Ao reservar assentos, escolha aqueles que proporcionem mais conforto e menos estímulos visuais ou sonoros. Além disso, alguns meios de transporte oferecem áreas designadas para passageiros com necessidades especiais.

   – Tenha à disposição itens familiares e confortáveis, como travesseiros, cobertores ou brinquedos favoritos. A fim de criar um ambiente mais acolhedor.

   – Fones de ouvido com cancelamento de ruído podem ser úteis para reduzir estímulos sonoros e proporcionar um ambiente mais tranquilo. Durante algum tempo meu filho fez uso. Hoje em dia, ele opta em usar fone tocando suas músicas preferidas. Portanto, sente-se confortável com o que ouve.

   – Esteja atento às sensibilidades sensoriais do passageiro. Algumas pessoas com autismo são sensíveis a luzes fortes, cheiros ou texturas. Respeite essas necessidades ao planejar atividades e escolher locais. Mesmo que não consiga controlar o ambiente por todo, ter contigo alguns itens de uso frequente do viajante, podem ajudar. Meu filho por exemplo, gosta de contribuir na hora de organizar a mala de bordo. Inclusive em viagens de carro ou ônibus.

antecipe-se ao desconforto

   – Tempo extra para check in e embarque. Costumo dizer que para o sucesso de uma viagem, precisamos ter uma jornada tranquila. De modo que quando falo “jornada”, me refiro á todas as etapas da viagem. Então, o dia “D”, precisa ser o mais tranquilo possível. Aeroportos são tumultuados, em especial durante a época de festas e férias. Sendo assim, se antecipe em tudo que puder.  

   – Complementando o item anterior: Esteja aberto à flexibilidade no itinerário. Se possível, reserve tempo para pausas e intervalos, permitindo que o passageiro relaxe e recarregue durante a viagem. Alguns aeroportos e rodoviárias têm espaços destinados para essas pausas.

   – Há que não goste ou discorde, mas eu como mãe atípica, sempre preferi conversar com as pessoas que nos cercam sobre detalhes relevantes para o conforto do meu filho. Sabemos que muitas pessoas e empresas vem se educando sobre TEA e PCDs. Mas sabemos também, que esta realidade está aquém do “mundo ideal”. A viagem, é um momento que tem como premissa, construir boas lembranças. Nesse sentido, eu, Cacá Filippini, prefiro me antecipar á possíveis desconfortos. A compreensão e sensibilidade da equipe que nos atende, podem fazer toda a diferença na experiência do viajante com autismo.

Por fim, precisamos ter em mente que somos seres humanos. Respondemos ao ambiente em que estamos inseridos. Não temos um padrão engessado de comportamento. A pessoa com Transtorno do Espectro Autista também. Portanto, compreenda que o processamento de informações pode levar mais tempo. Dê espaço para que o viajante com autismo, processe as informações e evite pressionar para respostas rápidas.

Ao implementar essas dicas e se manter aberto á ouvir a pessoa com TEA, é possível criar uma experiência de viagem mais positiva e inclusiva. Como resultado: a oportunidade de explorar o mundo com mais conforto e confiança.

Espírito Santo: o novo destino do turismo de esporte e aventura

Sabe aquela viagem que você faz sem muita pretensão de grandes descobertas e se surpreende a cada dia no destino? Pois é … acabo de chegar de uma. Meu destino? Um Estado fronteiriço com 3 dos mais visitados Estados brasileiros – Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais. De topografia montanhosa e ao mesmo tempo, com 411km de costa litorânea. Composto por 78 municípios. Com um povo hospitaleiro de origem inicialmente italiana, alemã, holandesa e suíça. Conhecido por uma moqueca feita em panela de barro, produzida pela paneleiras. E uma torta criada no século XIX, rica em frutos do mar e pescados, feita especialmente para a semana Santa.

O Estado do Espírito Santo me surpreendeu ao longo dos 6 dias de estada.

um novo olhar

Essa não foi a minha primeira vez em terras capixabas. Voltando um pouquinho no túnel do tempo, me vejo aos 13 ou 14 anos, passando férias em Vila Velha – cidade vizinha da capital – na casa de primos. Contudo, nada além de praia, uma turma de condomínio e festas em clubes locais nas minhas lembranças. Alguns bons anos se passaram até que em novembro de 2018, volto ao estado rumo ás Montanhas Capixabas, e ajusto um novo olhar ao destino.

Entretanto, voltar 5 anos depois para o Estado, não foi nem de perto fazer “mais do mesmo”. Ao contrário, foi uma sequência de “uaus” seguidas de “quero mais”. Por isso, se você planeja viajar dentro do Brasil e busca uma pitada de esporte e aventura, mas não tinha o Espírito Santo no seu mapa …. prepare-se para mudar sua “lista de lugares á visitar”!

O Estado do Espírito Santo é um prato cheio de desafios em novas e exuberantes paisagens: canoa havaiana, stand up paddle (SUP), caiaque, barco á vela, surf, navegação marítima, mergulho, corrida, ciclismo, caminhada, escalada, trekking, mountain bike, trail run, rappel, raffting, voo livre, são apenas algumas das atividades que você pode praticar enquanto visita o destino.

Cachoeiras, montanhas, rios e a temperatura amena das regiões mais distantes da praia, facilitam a prática do turismo esportivo e de aventura em terras capixabas. Um destino com os 3 elementos: água, ar e terra.

vitória: porta de entrada

Comecemos por Vitória. Com voos diretos vindos de São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Porto Seguro e Recife. A capital oferece opções de praias para banho e Sol, e também, esportes aquáticos.

Imagem aérea da Capital Vitória, ES – Imagem de divulgação
  • Praia de Camburi: a mais famosa e uma das mais extensas da capital, com boa infraestrutura e opções de lazer.
  • Curva da Jurema: uma praia tranquila e familiar, com águas calmas e quiosques.
  • Ilha dos Frades: uma ilha paradisíaca com praias de águas cristalinas e natureza preservada.
  • Ilha do Boi: uma ilha nobre e exclusiva, com praias de areia branca e mar azul.
  • Praia das Castanheiras: uma praia urbana e movimentada, com sombra de castanheiras e águas limpas, situada na Ilha do Frade.
  • Praia do Canto: a mais central e badalada, com bares, restaurantes e vida noturna. Local que inclui a Praia da Guarderia, um lugar bem procurado pelo público jovem e por famílias com crianças. Que se destaca pela “guarderia”, um grande “estacionamento” de pranchas de Stand Up Paddle, caiaques, canoas havaianas e pequenos barcos á vela.

elemento 1: água

Vista aérea da Praia da Guarderia, em Vitória – ES (Imagem de divulgação)

Foi na Praia da Guarderia que euzinha, Cacá Filippini, conheci o Sr. Edmar Zouain Campos, que não tem apenas o mar no nome, como também em seu estilo de vida. Um dos responsáveis pela criação da instalação do CNC-CENTRO NÁUTICO CAPIXABA  (1998) ou simplesmente GUARDERIA. Inicialmente instalados na Praia de Camburi. Tornou-se uma associação náutica sem fins lucrativos em 2006 e em 2008, foi transferida para a Praia do Canto. No ano seguinte, o CNC passou a sediar as 2 primeiras escolas de canoa havaiana do Estado. Para se ter uma ideia, são mais de 400 equipamentos à vela, remo e canoagem, guardados na instalação. O que fez da Praia de Guarderia um point para a prática de esportes náuticos.

Desportista náutica que sou e habilitada com Arrais Amador, sempre conduzi embarcações de recreio (barcos motorizados) mas trazia comigo a curiosidade de conduzir barco de vela. Bastou apenas um convite do Sr. Edmar para eu vestir o colete salva-vidas, aprender á armar a vela e partir para o mar. Em pouco tempo, lá estava eu navegando em águas claras, impulsionada pelo vento da bacia abrigada. Em poucos minutos, realizei as primeiras manobras, me sentindo aprendiz de Torben Grael. Por fim, atraquei nas areais amareladas, de frente á Praça dos Namorados, querendo mais.

Mas se você pensa que esse foi meu único contato com a água, se engana. Não resisti e subi no caiaque para remar meio aos barcos ancorados na baia e em torno das rochas que despontam no mar. Ainda mais, após saber que a Praia da Guarderia integra a Área de Proteção Ambiental Baía das Tartarugas. Mergulhadora que sou, não poderia deixar de perder a chance de avistar tartarugas enquanto remava por lá. Lindo, lindo e lindo!

O CNC também oferece experiências e aulas de Stand Up Paddle, WindSurf, natação em águas abertas e canoa havaiana.

Na orla, é possível avistar praticantes de caminhada, corrida e bike. Vale também dizer que a praia em si é pequena, tem pouca estrutura e não conta com muitos quiosques e restaurantes a sua frente. Embora não tenha comércio, é bem provável que você encontre vendedores ambulantes por lá no período de alta temporada e finais de semana. Assim como pessoas alugando guarda-sóis e cadeiras de praia.

Outra opção de “água” é o mergulho … assunto para o futuro.

elemento 2: ar

Há quase 90km dali, o município de Alfredo Chaves marcou definitivamente a minha vida.

Vista aérea de Alfredo Chaves, na região das Montanhas Capixabas em Espírito Santo – Crédito: Rodolpho Cavalini

Muito procurado por turistas, o município de Alfredo Chaves possui uma paisagem exuberante formada pela Mata Atlântica, refletida em suas serras e cachoeiras. Recentemente passou a integrar as Montanhas Capixabas. Ali, reside o piloto de parapente, Rodolpho Cavalini, detentor do recorde capixaba de voo livre por 196,4km – 7h40min. Fundador da AVLAC (Associação de Voo Livre de Alfredo Chaves) e do espaço TakeOff Adventure Co, o brasileiro que acumula prêmios por todo o Mundo, colocou o Espírito Santo no cenário internacional da modalidade. E o parapente nas vivências da minha vida.

Sim, isso mesmo que você leu! Cacá Filippini voou por aproximadamente 11 minutos, em voo duplo com Rodolpho Cavalini. Ali, pude viver a adrenalina e a sensação de voar como um pássaro em uma paisagem que não sai da minha lembrança.

Confesso que até o momento de me desprender do chão, o nervoso tomava conta de mim. Rara foram as vezes que senti minhas pernas tremerem tanto, a ponto de achar que não conseguiria ficar em pé. Mas Rodolpho que iniciou sua história com os voos em 1995, de forma tranquila e voz calma, fez com que eu me sentisse cada vez mais segura e com vontade de viver aquela experiência. Aliás, saltei com 121 batimentos por minuto (bpm) e tão logo estava voando, registrei 82bpm. Logo, eu realmente me entreguei aquele cenário esplêndido e me senti muito bem voando. Com uma linda cachoeira, montanhas nos rodeando preenchidas de 50 tons de verde e um companheiro de voo, cheio de histórias para contar, a experiência foi singular. Estava tão radiante ali em cima que a vontade não era que acabasse. Vale conferir um trecho do meu voo aqui.

E adivinhe? Trago na mala o gostinho de “quero mais” e a promessa de que volto para conhecer outros “ares” locais.

Espírito santo no circuito internacional de voo livre

Espírito Santo entra para o Circuito Internacional de Voo Livre – Imagem de divulgação

Rampas de voo livre e beleza natural não faltam na região das Montanhas Capixabas. Outro município que se destaca e sedia campeonatos regionais e até internacionais, é Castelo, na região do sul do Estado do Espírito Santo. Em 2023, Castelo recebeu atletas de 25 países. Começando pelo Open Castelo/CCVL, seguindo pela etapa do Campeonato Britânico de Parapente, e finalizando com a Copa do Mundo de Parapente (PWC). Foi literalmente um colorido lindo no céu do Vale de Ubá.

Pancas, Mantenópolis e Cachoeira Alta, são alguns outros locais com rampas naturais para o voo livre em solo Capixaba. Ou seja, cenário e pessoas habilitadas para receber turistas aventureiros, é o que não falta!

elemento 3: terra

E por falar em Montanhas Capixabas, a região inclui diversas cidades e vilas montanhosas – cada uma com sua própria personalidade e atrações naturais. Portanto, um destino popular para amantes da natureza e aqueles que buscam uma experiência de montanha única no Brasil. Tendo como cartão postal capixaba, a formação rochosa que se destaca no horizonte, chamada: Pedra Azul.

A montanha tem esse nome devido à tonalidade azulada que assume em determinadas condições de luz e umidade. Mas, de acordo com a época do ano e a incidência solar, a rocha pode ganhar cores com tonalidades que vão do laranja ao rosa.

Vista do Patrimônio Geológico Brasileiro formado por Pedra Azul, Pedra das Flores e Pedra do Lagarto. E registro da subida de Cacá Filippini na Pedra Azul, ES

Ademais, Pedra Azul com seus 1822m de altura compõe patrimônio geológico brasileiro, junto á Pedra das Flores e a `Pedra do Lagarto.

Vale dizer que a Pedra Azul está dentro do Parque Estadual da Pedra Azul e também dá nome ao distrito que pertence ao Munícipio de Domingos Martins. A área do parque se estende por 1240 hectares e possui um circuito de trilhas autoguiadas (percurso sinalizado sem a necessidade de guias) que permite conhecer atrativos como: mirantes, piscinas naturais, formações rochosas, vegetação e animais silvestres. Apesar de termos acesso só a 5% da área do Parque, a visita vale á pena. Por isso, programe-se com antecedência. O Parque recebe apenas 150 pessoas por dia, distribuídas em grupos de até 30 pessoas. A entrada é gratuita e o agendamento deve ser feito aqui

Sobretudo, para os trilheiros, a região é um convite. Ali pertinho, temos o Parque Estadual de Forno Grande. Nomeado após o Pico do Forno Grande – montanha mais alta do estado do Espírito Santo, atingindo cerca de 2.039 metros de altitude. Acima de tudo, o Parque abrange uma área significativa de floresta tropical, riachos e rios, criando um ambiente rico em biodiversidade com trilhas bem conservadas que levam os visitantes a pontos de vista panorâmicos espetaculares. É dali que temos a vista panorâmica das Montanhas Capixabas e das áreas circundantes. Verdadeiramente deslumbrante!

Lá é possível fazer escalada. Todavia, lembro que a prática de escalada em rocha é um esporte que exige experiência do praticante e o uso de equipamentos de segurança, caso não seja um praticante regular, é necessária a contratação de um guia de escalada com certificação comprovada. O acesso geral é limitado á 20 pessoas com saídas diárias entre as 6 e 6h30. De modo que, o agendamento deve ser feito aqui.

trilhando novas experiências

Por outro lado, não posso deixar de mencionar a Gruta do Limoeiro, em Castelo. Uma formação rochosa que se destaca por suas estalactites e estalagmites, criando uma paisagem subterrânea espetacular. Acessada por meio de uma trilha cênica que leva os visitantes a uma jornada pelas paisagens montanhosas da região, a experiência na gruta surpreende pelas belezas das formações calcárias, e pelo ambiente misterioso e fresco que contrasta com o calor das montanhas capixabas.

Imagens de Divulgação – Formações da Gruta do Limoeiro, Castelo – ES

Não muito distante dali, a Cachoeira de Matilde é mais um atrativo de encher os olhos. Há 18km do Centro de Alfredo Chaves, é também conhecida como Cachoeira Engenheiro Reeve e tem aproximadamente 70m de queda. Para visitar, há uma taxa de entrada de R$5,00. No percurso de descida, pontos “instagramáveis” para fotos. A trilha é bem segura, pois é feita com bloquetes e alguns degraus, porém não há acessibilidade á cadeirantes. Do mesmo modo, para aqueles que querem ir além da contemplação, atividades como rapel, bungee jumping e pendulo jumping estão disponíveis desde que haja agendamento prévio. Mais informações aqui.

O Estado do Espírito Santo se destaca pela quantidade de Parques Estaduais onde o verde é protagonista. Além dos mencionados nessa matéria, temos os Parques Estaduais: Cachoeira da Fumaça, Itaúnas, Mata das Flores e Paulo César Vinha, que valem a menção.

hospedagem com experiências

Tendência em alta, o turismo de experiência, vem ganhando cada vez mais os holofotes quando o assunto é viajar. Por consequência, os hotéis e pousadas capixabas estão caprichando na experiência de seus hóspedes.

Um bom exemplo disso é o complexo Hotel Fazenda China Park , no Munícipio de Domingos Martins, há 51km da capital capixaba. O local possui 140 unidades para hospedagem entre chalés e suítes. Teleférico, Tirolesa, Arvorismo, Parque Aquático, Trenzinho, Pesca Esportiva, Recreação, Mini fazenda, Caiaques, Pedalinhos, Trilhas ecológicas, Mirante, piscinas aquecidas, cinema, salão de jogos, restaurantes buffet e a la carte, lanchonetes, centro de eventos, campo society, e muito verde em mais de um milhão de metros quadrados, agradam viajantes de todos os tipos.

Cacá Filippini aproveita a estrutura do Hotel Fazenda China Park e se aventura na maior tirolesa do Espírito Santo

Com 107 m de altura e 669 m de extensão, a tirolesa do China Park é a maior do Espírito Santo e terceira maior do Brasil. O aventureira chega por meio de um teleférico individual e acessa a plataforma. Ali, preenche termo de responsabilidade, recebe instruções, se equipa e sente o coração acelerar ao se deparar com toda a vista área e a imensidão do horizonte. São 60 segundos de percurso com velocidade de até 65 km/h. Uma baita experiência. Foi o aquecimento para o meu voo livre, que aconteceu 2 dias depois.

Essa atração é gerida por uma empresa terceirizada. Portanto, o valor do ingresso não está incluso no passaporte (day use) ou hospedagem. Importante ressaltar que ás sextas-feiras a atração permanece fechada para manutenção semanal. Para mais informações, acesse aqui.

Uma outra experiência, com menos adrenalina porém, repleta de emoções, é o Banho de Floresta na Reserva Natural Águia Branca, quintal do Natureza Eco Lodge, em Vargem Alta, ES. Com a proposta de desacelerar e se conectar ao aqui e agora, a atividade nos possibilita uma pausa para o que nos rodeia. O banho de floresta, ou shinrin-yoku, é uma técnica japonesa de terapia florestal que consiste em passar algum tempo em contato com a natureza e ao ar livre. A técnica foi desenvolvida em 1982 pela Agência Florestal do governo japonês, que buscava encorajar as pessoas a saírem de casa e passarem algum tempo fazendo imersão na natureza.

Cacá Filippini vivencia o Banho de Floresta na Reserva Natural Águia Branca, no Natureza Eco Lodge em Vargem Alta, ES (Arquivo pessoal)

A Reserva Ambiental Águia Branca foi criada em 2017 para proteger o maior remanescente florestal de Mata Atlântica da região. Possui mais de 2.225 hectares e uma riquíssima biodiversidade, com registro de várias espécies da fauna e de flora, algumas raras e ameaçadas de extinção. E além da experiência de Banho de Floresta, também oferece trilhas aos seus hóspedes, desde que agendadas previamente.

experências para todos

Se pensa você que viver experiência é sinônimo de gastar dinheiro, se engana. Não é preciso muito para experimentar contemplar o nascer do Sol. Precisa ter disposição!

Uma trilha de esforço médio (cerca de 30min), chão de terra, pedras e erosões, nos leva ao topo Morro do Moreno, em Vila Velha, há 184m de altura. Local de encontro de trekking, trail run (corrida de trilha) e mountain bike em plena cidade. O presente pela chegada ao topo, é uma vista 360, onde de um lado você se depara com o Convento da Penha, maior o símbolo turístico do Espírito Santo. Fundado em 1558 e localizado no alto de um morro de 154m, no tranquilo bairro da Prainha. Cercado pela Mata Atlântica, tem uma vista incrível e é um passeio imperdível para quem visita Vitória e Vila Velha. E do outro lado, é possível admirar a beleza da Terceira Ponte, bem como toda a baía de Vitória. Além desses locais, o visitante ainda pode contemplar as belezas da praia de Camburi contrastando com o mar de Vila Velha. De longe, você também verá a Ilha do Frade, a Ilha do Boi e o Porto de Tubarão, com suas chaminés.

Embora eu tenha visitado o local para comtemplar o nascer do Sol, o pôr do sol é o período mais escolhido dos visitantes.

Para não perder a oportunidade, contemplei o entardecer bem no centro de Vitória, no Parque Estadual Fonte Grande. Com área equivalente a 218 campos de futebol, o parque é composto pela maior área de remanescentes de Mata Atlântica protegida por Lei em área urbana do país. É um respiro da agitação da cidade que eu desconhecia até então.

Mesmo localizado em um terreno acidentado ele atende também quem gosta de um parque natural, mas não quer ou não pode fazer muito esforço. As trilhas mais tranquilas começam na sede do parque que apesar de ficar no alto de 300m, chega-se facilmente de carro por uma estrada calçada de aproximadamente 3km. No caminho á sede, fizemos nossa primeira parada de carro no Mirante Mochuara.

 

Vista a partir do Parque Estadual de Fonte Grande em Vitória, ES

Atrás da sede tem início a Trilha da Pedra da Batata com 320m. Uma trilha calçada e fácil de ser feita em meio a mata terminando no Mirante Sumaré. Há também a trilha que leva ao Mirante da Cidade de onde se tem uma vista panorâmica voltada para outro lado da cidade e litoral. E uma terceira trilha, que está em frente a sede. A Trilha do Caracol sem calçamento, porém fácil. De lá é possível observar a extensão do parque com vegetação rupestres, arvores centenárias, fauna variada, mirantes naturais, trilhas mais difíceis e fontes de água que dão nome ao parque. Esta área deve ser explorada com guias de turismo ou condutores ambientais.

Por fim, como vocês podem ver, são tantas possibilidades que uma única viagem é pouco para se viver tudo que o Estado do Espírito Santo oferece. O destino que até pouco tempo não tinha muito destaque quando o assunto era turismo, fez a lição de casa e começará um 2024 escrevendo uma história promissora e oferecendo aos visitantes o melhor que tem. Belezas naturais, o jeito capixabear de ser, cores de cenários exuberantes e muitos atrativos, lançam Espírito Santo como o mais novo destino de Turismo no Brasil.

Portanto, não perca tempo e programe agora mesmo a sua próxima viagem!

O que fazer em Chicago antes da Maratona

Cacá Filippini e mais 48.500 maratonistas de todos o Mundo, cruzaram a linha de chegada da 45ª Maratona de Chicago em 08/10/2023

No último dia 08, aconteceu a 45ª Maratona de Chicago. A corrida de 42km195m faz parte da World Marathon Majors e acontece anualmente no mês de outubro. Reunindo corredores profissionais e amadores de todas as partes do Mundo, essa edição contou com 48.500 maratonistas concluintes. Fomos 2022 brasileiros.

Surpreendentemente, o queniano, Kelvin Kiptu de 23 anos, cruzou a linha de chegada na marca espetacular de 2h00m35s. Ao mesmo tempo, marcou o novo recorde mundial em Maratonas.

Contudo, a palavra “recorde” esteve presente também, em outros momentos da prova. A atleta dos Países Baixos, Sifan Hassan de 30 anos, venceu a modalidade feminina, ao passo que estabeleceu novo recorde da prova, ao terminar em 2h13m44s. Sifan obteve duas vitórias nas duas maratonas que participou. Por fim, ainda pudemos assistir, o paratleta  Marcel Hug escrever história, também na modalidade de cadeiras de roda, concluindo a corrida em 1h25m20s.

Sobre a maratona de chicago

Chicago, é uma das maiores cidades dos EUA. Às margens do lago Michigan, no Estado de Illinois, é também conhecida como Cidade dos Ventos. De ruas mais planas, a Maratona de Chicago é conhecida como a 2ª mais rápida dentre as 6 mais importantes, perdendo apenas para Berlim.

O clima, porém, nem sempre ajuda. Nesses 45 anos, algumas maratonas aconteceram em dias quentes, outros chuvosos e outros de extremo frio. Contudo, no último domingo, nós maratonistas, fomos afortunados com um clima ameno e muito favorável á corrida.

Além disso, o percurso se destaca por cruzar 29 dos 77 bairros de Chicago. E contar com o apoio de 1.7 milhões de espectadores que invadem às ruas para torcer por quem conhecem ou simplesmente, por quem passa a sua frente.

Uma característica da Maratona de Chicago é a falha constante no GPS dos monitores usados pelos maratonistas. Talvez para aqueles que estão á passeio, isso não seja um problema tão sério. Apenas motivo de algumas “panes” ao usar aplicativos de mapas ou de mobilidade. Contudo, para nós corredores que calculamos distância, tempo e velocidade, isso se torna um ponto de atenção bem importante.

Essa dificuldade e instabilidade de sinais de GPS se dá pelas grandes construções que compõe a arquitetura de Chicago.

Arquitetura de chicago

Arquitetura de Chicago é destaque dentre as atrações turísticas

Famosa por sua arquitetura ousada, a cidade tem uma linha do horizonte repleta de arranha-céus, como o famoso John Hancock Center, a Willis Tower (antigamente chamada de Sears Tower), com 1.451 pés de altura, e a neogótica Tribune Tower. Assim, muitas das atrações turísticas, exploram este contraste arquitetônico que faz de Chicago, uma cidade singular, com prédios modernos e outros centenários.

Uma forma de observar a arquitetura, é sem dúvida caminhar pela cidade. Mas, quando a visita ao destino, tem como principal objetivo correr a famosa Maratona de Chicago e seus 42,195km, os dias que antecedem o evento, precisam ser de menos andanças. Sim, andar cansa e poupar as pernas, é de extrema importância para cada corredor. Por isso, o passeio de barco pelo Rio Chicago, pode ser uma excelente opção para quem está sozinho ou viajando em família.

navegando pelo rio chicago

O Cruzeiro Arquitetônico Chicago´s First Lady é o único liderado por docentes especialistas do Chicago Architecture Center. O passeio tem duração de 1h30min, para grupos de até 250 pessoas. Falado em Inglês, tem tradução para Coreano, Japonês, Francês e Espanhol. A embarcação – Chicago´s Firts Lady – foi projetada para passeios turísticos, em qualquer clima, com assentos ao ar livre no convés e uma cabine interna climatizada e banheiros a bordo.

Optar pelo passeio de barco pelo Rio Chicago, é uma excelente opção para aqueles que irão correr a Maratona

São mais de 50 edifícios e suas histórias em um itinerário que contempla: Chicago Architecture Center, Navy Pier, Marina City, Trump International Hotel & Tower Chicago, 330 N Wabash Ave, 150 N Riverside Plaza, 100 N Riverside Plaza, Skydeck Chicago – Willis Tower, Merchandise Mart, Chicago Mercantile Exchange (CME) e o Chicago Tribune Freedom Center.

Os passeios podem ser adquiridos on line ou próximo às docas de partida, na 112 E Wacker Dr, Chicago, IL 60601, EUA , a partir de R$295. Recomendo que, faça a compra e o agendamento antecipado, pois como há limite de pessoas por grupo e horários pré-estabelecidos de saídas, você pode não conseguir embarcar assim que chegar na bilheteria.

Há acessibilidade para cadeirantes, e por conseguinte, animais de serviço, como cães guias, são aceitos nas embarcações.

Dias de Sol deixam o cenário muito mais bonito, e dias em que o vento está um pouco mais forte, pedem um cachecol ou um casaco mais pesado para garantir o conforto durante todo o percurso.

Chicago das alturas

Se por baixo o visual de Chicago é arrebatador, por cima ele fica ainda melhor. 

Duas outras visitas que eu recomendo pré-maratona e valem não apenas para observar a arquitetura das alturas sem andar muito, como também, fazer fotos bem legais, é subir nos 2 mais altos edifícios de Chicago.

Bora começar pelo observatório situado no 103º andar da Willis Tower, o prédio mais alto da cidade e quarto do mundo com 412 metros de altura.

SKYDECK

Com uma vista de 360 graus da cidade, no Skydeck os visitantes observam os prédios se distribuindo a partir do Lago Michigan em contraste com o grande centro.

Em um cubo de vidro, no 103º, Cacá Filippini e o marido Antonio Dib, eternizam sua conquista e se divertem fazendo muitas fotos no prédio mais alto de Chicago

A maior parte dos visitantes se concentra nos espaços conhecidos como The Ledge : cubos de vidro projetados a cerca de 1,5 metro para fora da fachada da torre, formando uma sacada com chão transparente.

O acesso ao The Ledge está incluído no valor do ingresso regular do Skydeck de U$42 para adultos e US$33 para crianças de 3-11 anos. Quem vai sozinho ou com mais uma pessoa tem um minuto para tirar fotos. Em contrapartida, casais tem 90 segundos e grupos com três ou mais pessoas tem 2 minutos. Nada impede que você vá mais de uma vez, desde que encare a fila novamente.

360 chicago

Em outro lado da cidade, O observatório 360 Chicago situado no John Hancock Center, que mencionei no início dessa matéria. O ingresso regular permite ir até o 94º andar e observar Chicago e suas diversas praias à beira do lago. Mas traz também, um pouco mais de emoção para aqueles que curtem uma adrenalina.

Cacá Filippini e milhares de maratonistas aproveitam os observatórios para fazer fotos com as medalhas da Maratona de Chicago

A experiência chamada TILT, permite se apoiar em uma espécie de porta de vidro, que inclina alguns graus pra fora do edifício, de tal forma que, você tem a sensação de que vai cair lá de cima. Eu, particularmente, estive 2 vezes no observatório e ainda, não tive a coragem. A atração é cobrada á parte. A altura mínima para essa atração é de 1,06m.

Para o observatório, os ingressos são de US$30 adultos e US$20 até 12 anos e se você quiser incluir o TILT os ingressos serão de US$39 e US$29 respectivamente. E as visitas precisam ser agendadas previamente. Embora, uma vez lá no topo, não há um tempo máximo de permanência. Por isso, é comum que muitos cheguem no final do dia, vejam o pôr-do-Sol e contemplem a vista noturna. Mas, se o seu objetivo é fazer fotos, talvez essa não seja a melhor opção, já que o Sol invade as grandes vidraças e as fotos ficam contraluz e escuras.

Tanto o Skydeck, quanto o 360 Chicago são excelentes escolhas para os dias que antecedem à corrida. Mas ter uma foto nas alturas, com a medalha no peito, também é um desejo daqueles que querem eternizar suas conquistas em um cenário tão especial. E claro, que comigo não diferente. Subi e garanti as minhas fotos!

pré maratona

Chegar em um destino novo, pode ser muitas vezes um grande desafio. Para nós maratonistas, é importante que todas as possíveis dificuldades sejam remediadas antes da hora “H”. Por isso, é muito comum que cheguemos ao local da prova, com alguma antecedência.

Geralmente, o maior fluxo de chegada, acontece na quinta e sexta-feira que antecede a Maratona.

Primeiramente, a adaptação ao fuso horário. E segundo lugar, a possibilidade de descansar e não estar enfrentando longos voos e deslocamentos, horas antes dos 42km. Ademais, temos alguns afazeres antes do grande dia, como por exemplo: retirar os kits da corrida.

expo maratona

Se não retirarmos o kit de corrida, não participaremos do evento!

Isso acontece porque, o kit inclui o chamado BIB: número de peito de cada corredor. Esse número é individual e intransferível. É como se fosse a identidade do corredor durante a Maratona. Por isso, o mesmo só pode ser entregue ao participante inscrito, mediante apresentação do passaporte – documento oficial que comprova a sua identidade.  

No BIB também há informações como o grupo de largada. Geralmente, dividido em ondas (cores) e currais (letras). E é a partir desse grupo escrito no BIB, que são determinados os locais de acesso à área da largada, bem como, o horário em que você deve largar.

A retirada dos kits acontece na Expo da Maratona. Mesmo local em que centenas de marcas esportivas expõem e vendem seus produtos dedicados á corrida. De modo geral, esse evento acontece de quinta á sábado em horários pré-definidos pela organização e em um local específico para grandes feiras.

Em todas as 6 maratonas Majors, a dinâmica é a mesma. Nesse sentido, muitas outras grandes maratonas pelo mundo, seguem o mesmo padrão. Por isso, o terceiro e talvez mais importante ponto que devemos observar pré-Maratona, inclui: onde devo estar, a que horas e como chegar lá no dia da prova?

grant park

No caso de Chicago, a área de largada é muito organizada, de fácil acesso e muito bem definida de acordo com cada curral. Todos os anos, a largada e a chegada acontecem no Grant Park, um grande parque público.

O parque que ocupa grande parte da área do Loop (bairro de Chicago), também concentra as maiores atrações turísticas. Por isso, enquanto você se familiariza com o local em que deverá se apresentar no dia da corrida, você pode conhecer o Millennium Park um dos dois principais corações verdes da cidade (o outro que vale conhecer é o Lincoln Park, à beira do Lago Michigan).

O principal Parque de Chicago, Grant Park sedia a Maratona, muitos eventos e diversas atrações turísticas

Aliás, a área concentra diversos cartões-postais, como a Gate Cloud, escultura criada pelo artista indiano Anish Kapoor e que lembra um feijão com superfície espelhada, capaz de exibir reflexos dos prédios vizinhos e dos visitantes que caminham ao lado ou passam por baixo da obra. Igualmente conhecido como The Bean (O feijão). Atualmente fechado para reforma.

Ademais, o famoso “feijão” divide espaço com a divertida Crown Fountain. Um par de colunas de concreto que projeta retratos gigantes de moradores de Chicago e espirra água em quem passa. Inegavelmente no verão, a diversão no local é garantida!

ao ar livre

O circuito de monumentos inclui ainda o Lurie Garden, um jardim de lavandas elevado. Bem como, o futurista Jay Pritzker Pavilion, espaço de shows abertos ao público, assinado pelo arquiteto Frank Gehry. Eu mesma, já tive a oportunidade de curtir um dos shows da vasta programação do local. Por isso, vale consultar a grade de eventos.

Assim também, no Grant Park, está a famosa Buckingham Fountain. Inspirada na fonte Latona do Palácio de Versalhes, que representa alegoricamente o lago Michigan. Ela é ligada todos os dias às 9h e conta com 133 canhões, que lançam água de maneira coreografada a uma distância de mais de 40 metros para cima.

De fato, o Grant Park costuma sediar muitos eventos, como o Taste of Chicago, Lollapalooza, sessões de cinema ao ar livre gratuitas durante o verão e shows de luzes nas demais estações do ano. 

visite Chicago em família

Se você é do tipo Maraturista que leva a família com você, e como resultado, precisa equilibrar os passeios e o descanso, essa dica é pra você. Aqui elenco 3 passeios em família, que não demandam muitos das pernocas e, ademais, também estão no Grant Park.

O Field Musuem, na minha opinião é o mais legal dos 3. Se trata de um grande museu de história natural, com exposições de dinossauros, múmias e culturas antigas. Além disso, um grande acervo de artefatos de todo o mundo está exposto ali. São mais de 24 milhões de itens, dentre eles o incrível esqueleto do dinossauro “Sue” (considerado o maior e mais completo de um Tiranossauro Rex já encontrado no planeta) e 23 múmias do Antigo Egito.

“O Field Museum é o passeio que mais gosto em Chicago!” – afirma, Cacá Filippini

No total, o Museu de História Natural Field é dividido em mais de 20 alas, como, por exemplo, a “Evolving Planet”, que mostra a história do planeta desde os seres de uma célula até os dinossauros, a “Underground Adventure”, onde os visitantes podem ficar do tamanho de um inseto para descobrir o mundo subterrâneo, a “Ancient Egypt”, onde você pode entrar em uma tumba egípcia, a “Ancient Americas”, um espaço no qual é possível aprender sobre 13 mil anos de história do homem nas Américas, e a “DNA Discovery Center”, que mostra como o DNA funciona e o que ele pode dizer sobre a vida na Terra. Ingressos a partir de US$30.

do mar ás estrelas

O Sheed Museum é um dos maiores aquários do mundo, com mais de 32 mil animais marinhos, como baleias, tubarões, pinguins, e muitos outros. As espécies são abrigadas em seus habitats naturais e os visitantes podem vê-los de pertinho. O aquário conta com shows fantásticos e filmes em 4D diariamente, o que tornam a experiência ainda mais completa para toda a família. O ingresso custa a partir de US$35,20 para adultos e as tarifas variam de acordo com o dia escolhido para visitar.

Logo ao lado do lago Michigan, está o planetário Adler.  Seu nome é em homenagem a Max Adler, que o fundou na década de 1930. Dedicado ao estudo da astronomia e da astrofísica, o local é um dos melhores pontos turísticos em Chicago. Lá são exibidos alguns filmes e exposições que fazem com que você se sinta em uma viagem ao espaço, como se estivesse vendo o universo bem de perto. A entrada mais 1 show, custa a partir de US$28 adulto e US$17 de 3-11 anos.

Estilo de ser: chicago

Se você não for correr, sair as ruas e assistir à Maratona, pode ser uma boa opção para você vivenciar o estilo Chicago de ser. Mas sem dúvida nenhuma, sendo maratonista ou não, eu fortemente recomendo que você assista uma partida de Hóquei, Basquete ou Futebol Americano.

Chicago se destaca por algumas equipes esportivas bem famosa, como: Blackhawks- NHL, Chicago Bulls- NBA e Bears -NFL

Eu particularmente, amo a energia dos estádios americanos. Super organizados, seguros e para toda a família, os eventos esportivos são experiências bem bacanas para incluir no roteiro. Por isso, tão logo tenha agenda em algum destino nos Estados Unidos, já busco o calendário de partidas e adquiro meu ingresso.

Uma sugestão pré-maratona, é assistir a um dos jogos dos Blackhawks, equipe de hóquei de Chicago, que acontecem no United Center. Ainda mais que o local é de fácil acesso, não demanda muita caminhada e é considerado a casa dos Hawks.

Jogo de pré-temporada do Blackhawk agita Chicago 3 dias antes da Maratona e Cacá Filippini esteve lá com seu marido, Antonio Dib e o mascote do time, Tommy Halk

Um programa super familiar e muito divertido. Com o propósito de aproveitar o jogo do começo ao fim, sugiro que cheguem cedo. Do mesmo modo, saborei os quitutes tipicamente dos estádios americanos, a cada intervalo. Momento esse também, que você poderá ser surpreendido por Tommy Hawk, o mascote da equipe, que adora colocar o bico na cabeça dos torcedores e posar para fotos.

Ah, e antes que me esqueça, esteja sempre atento ao telão, afinal, você pode ser flagrado e ter seu rosto exibido em todas as telas do estádio. Uma boa dica para quem quer surpreender o parceiro, pedindo em casamento ou se declarando publicamente.

visite mais, pague menos

A cidade de Chicago oferece muitas atrações turísticas, a diferentes preços. Com o Real desvalorizado em relação ao dólar, o valor de ingressos pode ser um impeditivo para nós brasileiros. Por isso, planejar nosso roteiro com antecedência, é sempre a melhor opção.

Uma forma de economizar muito é adquirir o chamado Chicago CityPASS® . Dessa forma, você poupa mais de 49% do valor que pagaria se adquirisse os ingressos individuais e ainda conhece as atrações mais legais da cidade de forma prática e confortável, sem precisar esperar nas longas filas das bilheterias. Logo, você não precisa visitar tudo de uma vez. São 9 dias consecutivos de validade, incluindo o primeiro dia de uso. De tal maneira, você pode escolher quais os dias e a ordem em que visitará os pontos turísticos. 

Lá no Skydeck, por exemplo, o City pass dá acesso às filas exclusivas ao The Ledge!

O passe inclui praticamente, todas as atrações que mencionei aqui: Skydeck Chicago, Sheed Aquarium, Field Museum, 360 Chicago Observation Deck, Adler Museum, Shoreline Sightseeing Architecture River Tour (similar ao First Lady), Art Institute of Chicago e Museum of Science and Industry por US$134 adultos ou US$104 de 3-11 anos.

maratona de chicago 2024

A edição 46 da Maratona de Chicago, acontecerá no dia 13 de outubro de 2023. De tal forma que as inscrições já estão abertas!

Portanto, que tal aproveitar o desafio de correr 42km195m na cidade dos Ventos e curtir o melhor de Chicago?

Em nosso próximo encontro, trarei dicas de gastronomia, shows, outros passeios e tudo de melhor para celebrar o pós Maratona. Dessa forma, fiquem de olho! Nos vemos em breve….

Dicas de viagem à buenos Aires

Cacá Filippini traz dicas de viagem à Buenos Aires, Argentina

Como prometido, aqui trago “o que fazer em Buenos Aires” em um formato de dicas! Do famoso Caminito á agitação de Puerto Madero e Palermo, atrações, restaurantes e dicas para tornar sua viagem à Capital Argentina, muito mais proveitosa:

De arquitetura charmosa, a cidade tem diversos pontos turísticos, parques, uma rica agenda cultural, variedade de restaurantes, opções de entretenimento noturno, shoppings e muitas lojas, por isso, a 1ª dica é: acompanhe o Visit Buenos Aires , o site oficial de turismo local e o mais atualizado de todos. Buenos Aires costuma ser o destino internacional mais procurado pelos brasileiros, inclusive por causa da proximidade e o atualmente, a vantagem do câmbio. Então, a primeira dica, é sem dúvida: como chegar lá, pagando pouco

como chegar

Em minha recente estada, utilizei a 1ª empresa aérea ultra-low cost, a argentina FLYBONDI e ao desembarcar, já gritei aos 4 cantos que fiquei positivamente surpresa. A principal característica da empresa é: o passageiro paga pelo que vai usar, e isso inclui, escolha de assento no avião, quantidade de bagagem despachadas e a bordo, dentre outros serviços. Por isso, recomendo que leia todas as informações no site ao realizar a compra. Em suma, nada é complicado, porém, se a sua passagem te dá direito de embarcar com 10kg, tenha em mente que sua bagagem (mesmo de mão) será pesada no momento do check-in no aeroporto. Peso excedido, é peso pago!

No Brasil, a companhia voa de Guarulhos, SP para 17 destinos e começa a operar em Florianópolis ainda em 2023. Outro ponto importante é que por se tratar de uma tarifa ultra-low cost os voos acontecem todas as noites, madrugada a dentro, então atente-se para não confundir ás datas. Os voos saem á partir de R$424 por trecho (com taxas e impostos inclusos).

onde se hospedar

Optar por uma passagem mais barata, para um voo rápido (média 2h05), te possibilita gastar um pouco mais na hospedagem, o que já contei pra vocês no texto anterior. Minha escolha e de meu marido, foi o SLS Puerto Madero, que vale cada centavo! Mas para aqueles que buscam ficar entre Palermo e Recoleta, além de muitas opções de airbnb, há hotéis para todos os bolsos. Em minhas estadas, fosse em airbnb ou hotéis, sempre fui bem feliz, mas aconselho a ler a avaliação de outros hóspedes, em especial sobre localização, acesso e limpeza do local. Sou adepta ao serviço, mundo á fora, mas sou muito cautelosa também. Leio resenha por resenha!

comer e beber

Sem dúvida, o viajante que vai à Buenos Aires, chega com a expectativa gastronômica lá em cima. E não é por menos.

Cacá Filippini traz dicas de gastronomia em Buenos Aires

Parrillas (carnes), dulce de leche e vinhos são convites para a gastronomia portenha. Mas há quem busque também, uma comidinha mais leve, em especial para àqueles que estão na cidade para uma corrida de rua, como a Maratona de Buenos Aires que acontece dia 24/09, o BENEDETTA, um café e restaurante super charmoso que serve comidas frescas em Palermo.

Para quem quer combinar um farto jantar com um programa tipicamente argentino, recomendo fortemente o MICHELANGELO, em San Telmo. Conhecido como Cena Tango, o local é um misto de restaurante, Casa de Show de Tango ou Tangueria e bar. Dentre as opções: só jantar, jantar + show ou apenas o show. Vale também dizer que o local oferece o transporte, mas este deve ser adquirido junto ao ingresso.

Para a famosa parilla, o descolado HIERRO em Palermo, é o escolhido de muitos, por isso, vale fazer a reserva para os almoços aos finais de semana. Eu mesma, já dei de cara com uma fila gigante ao tentar almoçar em um domingo, cenário diferente do meu jantar em plena 2a feira. Por lá, além dos vinhos, os “tragos” (cocktails, drinks) também são boas pedidas e combinam com a atmosfera super moderna e descolada do restaurante.

E como de costume, os mercados estão sempre no meu roteiro e geralmente oferecem uma gastronomia de “comer de joelhos”. Em busca da mais saborosa empanada, cheguei ao EL HORNERO no Mercado de San Telmo. Em um dos cantos do pavilhão, é possível ver a fila de longe formada por moradores da cidade e visitantes que querem comer uma empanada, feita na hora e assada no forno á lenha.

Por fim, tá querendo um cafézinho? Um dos locais mais tradicionais de Buenos Aires é o Café Tortoni. O Café foi fundado em 1858 e é considerado a cafeteria mais antiga da cidade. Dica da Cacá: peça pelos churros para acompanhar seu café. Você não irá se arrepender!

Ah, sobre Alfajores e os doces de leite … já temos Havana no Brasil, então vale experimentar e trazer na mala, marcas como: Cachafaz, Recoleta, Abuela Goye, Negro, Suchard que podem ser encontradas facilmente nos supermercados e vendas pela cidade. Não deixe de experimentar!

dinheiro ou cartão?

Pergunta que todo o viajante brasileiro faz: Levo dinheiro ou faço as compras no cartão? Eu digo: nenhum e nem outro! Mas eu explico…

O mais conveniente e sábio, é sem dúvida comprar PESOS ao chegar na Argentina, por isso, leve DÓLARES! O câmbio local é muito vantajoso e o melhor é chamado: dólar BLUE. Sim, é diferente e quando conversamos com os argentinos, descobrimos que o dólar varia de acordo com a transação e assim, seu nome. Mas tenha em mente que o dólar blue é o mais vantajoso para você trocar por pesos, mas precisa ser feito em local/pessoa de confiança. Durante suas andanças na cidade, em especial na Florida e Caminito, muitos cambistas irão te abortar oferecendo a troca, mas esteja bem atento ás notas falsas e os cálculos difíceis de entender.

Dica certeira é usar cartão de Contas globais. Aquelas que você tem a opção em fazer as operações em débito em diferentes locais do mundo e diferentes moedas, com uma taxa muito menor do que os cartões tradicionais. Vale se informar antes da viagem e adquirir o seu cartão global.

andar, pedalar ou carro?

Já contei pra vocês que a contratação do ônibus HopON HopOFF foi perfeita para conhecer todos os pontos turísticos de Buenos Aires. Mas chegando lá, você verá muitos turistas caminhando pela cidade e pelos parques … eu sou um deles! E também verá algumas bicicletas, dessas de aluguel, como as que temos nos grandes centros do Brasil. Eu diria que escolher entre andar, pedalar, usar transporte público ou carro de aplicativo, é algo muito pessoal e de acordo com o bolso de cada viajante.

Particularmente, gosto de andar para conhecer o local e acumulo muitos km durantes as minhas viagens, mas sempre me certifico de estar em local seguro. Para trajetos mais longos ou pontuais, uso o carro por aplicativo. Em Buenos Aires, além do nosso conhecido UBER, há também, Cabify, DiDi e Beat. Mas lembrem-se, que para usá-los é necessário conexão á internet.

Quando visitar?

“Andando pela cidade, conheço mais locais e curto mais o destino”, afirma Cacá Filippini em Buenos Aires

A capital argentina tem estações bem definidas (pelo menos por enquanto), portanto, no verão as médias são de 24ºC, mas as temperaturas passam dos 30ºC e podem dar a sensação de estar mais quente, devido à umidade. No inverno, a média é de 12ºC e as chuvas são mais escassas. A temperatura pode chegar a 0ºC, então não deixe de levar um bom casaco.

A cidade portenha é bastante movimentada o ano todo, por isso, reserve seus hotéis com alguma antecedência, especialmente se a viagem for feita em algum feriado ou período de férias brasileiras ou argentinas.

dicas uteis

Ao embarcar, tenha em mente que você não necessidade de nenhum visto, mas precisará apresentar RG válido ou Passaporte válido. Nossa CNH não é documento oficial de turismo dentro do Mercosul, então, certifique-se que seu RG esteja válido (sim, esse documento vence) ou opte pelo seu passaporte. Ao viajar com menores, a autorização dos pais do menor, não presentes na viagem, é necessária, caso não haja anotação no passaporte do mesmo. Lembre-se, visitar Buenos Aires é uma viagem internacional!

Remédios controlados ou itens médicos de uso diário, devem ser levados do Brasil também. E por último, invista em um adaptador de tomadas para carregar celulares, tablets e computadores. O formato argentino é diferente do Brasil e nem todos os hotéis ou locais de hospedagem oferecem esse item ao hóspede.

No mais, a ideia é colocar Buenos Aires na sua listinha e planejar sua viagem!

Maraturismo em Buenos aires, Argentina

Cacá Filippini corre a Meia Maratona de Buenos Aires 2023 e explora destino durante sua estada na Argentina

1500 brasileiros! Esse foi o número de corredores participantes da Meia Maratona de Buenos Aires, no domingo, 27 de agosto. Mais uma vez, a maior bandeira de estrangeiros em uma prova de corrida internacional.

De acordo com a organização da prova, foram exatamente 21.765 corredores, sendo 19mil deles, Argentinos. Ano a ano, os números de brasileiros participando de provas internacionais, só aumenta, o que mostra constante crescimento de viagens que mesclam corrida e turismo: o “maraturismo”.

Contudo, não é apenas o incentivo da valorização do Real sob o Peso Argentino que faz com que os praticantes de corrida de rua, saiam de suas casas e viajem rumo á terra dos “hermanos”. A Meia Maratona de Buenos Aires é hoje a sexta prova mais rápida dentre as principais do Mundo e ocupa o 1º lugar na América Latina, segundo a AIMS (Association of International Marathons and Distance Races). O que torna o evento, um dos mais desejáveis e possíveis para os corredores brasileiros que querem estrear nas corridas pelo mundo.

CORRIDAS PELO MUNDO

Eu, Cacá Filippini, maratonista e praticante ativa do maraturismo, participo de diferentes comunidades e grupos de corredores brasileiros. A assessoria esportiva MPR, da qual faço parte, como aluna, juntou um grupo de 130 alunos só para esse evento. Isso sem contar os acompanhantes, que geralmente são parceiros ou membros da família. Assim, podemos considerar pelo menos 260 turistas durante o final de semana da corrida. Da mesma forma, se consideramos os 1.500 brasileiros registrados na Meia Maratona desse ano, podemos tranquilamente afirmar que a cidade de Buenos Aires recebeu pelo menos 3mil corredores do Brasil. Um nicho para o trade de turismo explorar mais.

MPR – Assessoria esportiva, responsável pelos treinos de corrida de Cacá Filippini, leva 130 corredores brasileiros para a Meia Maratona de Buenos Aires 2023

Uma das principais discussões nos grupos que se formam no “pré-prova” orbita em: “O que fazer no destino antes e depois da corrida?”

Em primeiro lugar, como corredora, sei que os dias que antecedem o “grande dia”, devem ser de atenção e sem exageros, inclusive no turistar. O que não nos obriga ficar no quarto do hotel, deitados com as pernas pra cima. Entretanto, também não nos encoraja a pegar o mapa, calçar os tênis e sair batendo perna por aí. Como diz meu treinador Marcos Paulo Reis: “Andar cansa muito mais do que correr!” – e eu concordo.

o QUE FAZER PRÉ-PROVA

Optar por programas que demandem menos dos nossos corpos, são boas pedidas. Por isso, sempre contrato o ônibus no estilo HopON e HopOFF que me permite conhecer os principais pontos turísticos em 1 ou 2 dias. Em Buenos Aires, recomendo fortemente o Buenos Aires Bus, um ônibus amarelo, prestador oficial de turismo, que passa por 22 pontos espalhados pela cidade, a cada 20-30 minutos das 9 ás 17h diariamente. Em todos os assentos de todos os ônibus da frota, é possível conectar-se á um áudio-guia em 9 idiomas. E o nosso Português (BR) está lá!

Ônibus HopOn HopOff é excelente opção pré prova, para corredores conhecerem o destino

Adepta á esse serviço, tenho que destacar que a empresa permite que você utilize-o por 24 horas e não o costumeiro 1 (um) dia. De modo que você pode, inclusive se programar para fazer o turismo começando ao meio dia de um dia, e terminando ao meio dia, do dia seguinte. Eu particularmente gostei muito dessa possibilidade!

Vale dizer que as provas de corrida de rua, geralmente acontecem aos domingos. Há casos que as organizações optam por fazer em 2 dias. É o caso dos desafios, em que é possível correr 21k (Meia Maratona) no sábado e 42k (Maratona) no domingo. Algo que tem sido mais explorado no Brasil recentemente.

Assim sendo, os “maraturistas” saem de sua cidade entre quinta e sexta-feira – isso varia de acordo com o tempo de deslocamento e agenda de cada corredor. E em geral, chegam no destino antes das 17h do sábado. Prazo limite para retirar o kit da corrida, que traz o numero de peito e a camiseta que usarão para correr.

Quando é possível, os “viajantes-corredores” esticam o retorno para segunda-feira. Mas também é comum casos em que ficam mais dias para conhecer o local, a cultura e os arredores.

HOSPEDAGEM E LOGÍSTICA

Antes de tudo, um ponto importante e de extrema valia para aqueles que irão correr, é a hospedagem. Na grande maioria das vezes, se hospedar próximo ao local de largada é a opção mais desejada. No caso de Buenos Aires, a largada está mais afastada, o que faz com que, nossa 2ª preferência, ocupe o 1º lugar: se hospedar em um local que nos permita passear, comer e comprar itens essenciais sem a necessidade de carro.

Eu, particularmente já estive algumas vezes na cidade e dividia a busca por hotéis entre Palermo e Recoleta. Bairros com maior movimentação gastronômica, vida noturna e locais de compras. Mas dessa vez, experimentei vivenciar a região de Puerto Madero de forma mais intensa. E nossa estada de 5 dias e 4 noites foi no SLS Puerto Madero. Pertencente ao Grupo Accor, o hotel foi inaugurado no primeiro semestre de 2022 e entra na categoria luxo, 5 estrelas.

SLS Puerto Madero é uma excelente opção para quem busca estar próximo de pontos turísticos sem a necessidade de usar carro ou transporte público

Nesse sentido, o hotel em si é uma experiência á parte desde a recepção, com obras de arte que preenchem todos os espaços. São 58 suítes não fumantes, muito bem montadas, desenhadas e decoradas pelo italiano Piero Lissoni. Em adição, o renomado restaurante Leynia oferece Paella Argentina á hospedes e visitantes, que ainda podem optar por outros pratos á la carte. Na área do Spa, uma academia muito bem equipada, piscina climatizada e salas para massagem. O hotel ainda conta com uma sala para pequenos eventos. E vale dizer, que o café da manhã é bem variado, com itens frescos e incluso na diária.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

acima de tudo, penso ser importante salientar que os argentinos são bastante receptivos á nós, brasileiros. Todas as minhas estadas foram bem felizes no quesito hospitalidade e tratamento. Mas pude observar um “quê” á mais na equipe SLS, o que tornou nossa experiência de viajante e corredor, ainda melhor. Digo corredor, pois foi nítida a preocupação em atender nossas necessidades. Tanto em relação ao jantar pré-prova (que geralmente teve ter uma ingestão boa de carboidratos e pouco condimento, derivados do leite e alimentos mais pesados) , quanto ao café da manhã, que precisa ser ingerido por volta das 5 da manhã e também com algumas preferências específicas.

Dito isso, além da bela vista através da varanda de nossa suíte, estávamos há poucos passos de um dos cartões postais mais visitados em Buenos Aires: La Puente de la mujer, ao lado do Barco Museo Fragata Presidente Sarmiento. Há 7 quadras do bairro de San Telmo, outro ponto bastante interessante para se visitar. Há apenas 2km da Casa Rosada. Uma quadra da Reserva Ecológica Costanera Sur, local inclusive de passagem do amarelinho Buenos Aires Bus.

Por fim, embora eu, Cacá Filippini, tenha muito ainda para contar, vou me despedindo por aqui com a promessa de trazer em nosso próximo encontro, um copilado de dicas úteis para aproveitar Buenos Aires no pós-corrida ou a qualquer oportunidade de visita. Nos vemos em breve!

Como me referir á uma pessoa com deficiência?

Recentemente, recebi o comentário de um leitor, parabenizando o artigo que escrevi, mas também pontuando erros e acertos relacionados aos termos que usamos á nos referir àqueles que possuem alguma deficiência. Esse leitor não é a primeira pessoa que me traz essa observação, em especial poque, na tentativa de alcançar cada vez mais pessoas, adoto termos “populares”, nem sempre tidos como os mais adequados. Há muita discussão e polêmica sobre o assunto. Há quem diga que isso é “bobagem” e o que importa é atingir o maior número de pessoas. Por outro lado, há quem defenda com unhas e dentes, o uso e aplicação dos termos considerados, corretos, mesmo que isso restrinja a compreensão de quem lê um tema, assisti á um vídeo ou acompanha uma palestra.

Ademais, é importante ressaltar que o artigo de hoje não é nenhuma crítica á nenhum dos grupos. É sim um texto informativo, para aqueles que estão dispostos á aprender mais sobre INCLUSÃO. Reitero que toda a troca comigo é muito bem vinda e que embora conviva com a temática ligada á um Transtorno, o aprendizado sobre as diferentes deficiências, é contínuo e diário.

Há 15 anos, vivo a maternidade atípica como mãe de um adolescente com Transtorno de Espectro Autista, atualmente reconhecido, legalmente, como uma deficiência. Ao longo desse período, inicialmente, para minha própria ação como mãe, passei a me munir do máximo de informações sobre TEA, também conhecido como Autismo. Foram cursos, palestras, salas de bate-papo, grupos de redes sociais e diversas conversas com especialistas.

Em poucos anos, acumulei uma bagagem expressiva e como comunicadora, decidi fazer do “limão, uma limonada e ajudar outras famílias á terem uma vida, emocionalmente, mais confortável. Desse modo, comecei a encabeçar alguns grupos de “mães especiais”, dar palestras, consultoria de inclusão e finalmente, ter um espaço para tratar do assunto aqui no PANROTAS.

Vamos entender algumas coisas … quando digo emocionalmente melhor, me refiro à minha própria experiência de dar a luz e horas depois, ver a minha vida mudando radicalmente, ainda na sala de recuperação pós-parto. Já que meu filho Rafael, sofreu dentre outras coisas, uma hemorragia cerebral, minutos após o seu nascimento. A princípio um choque, hoje uma missão maravilhosa que norteia meus dias.

Deixei o hospital, sozinha, com um bebê com paralisia cerebral e a sentença condenatória de “se ele sobreviver, viverá em estado vegetativo!” Sozinha, por que diante desse cenário, o pai já não tinha mais “interesse” em enfrentar o que estivesse por vir. Nenhuma novidade para mães de crianças com deficiência.

Mas vamos lá … não bastassem os 31 dias entre a vida e a morte, os meses seguintes eram pequenas caixas “surpresas”. Com diagnósticos de baixa visão, hidrocefalia, paralisia cerebral, algumas inúmeras interrogações e o diagnóstico de autismo.

Consequentemente, naquele momento, como mãe, eu não me importava com que forma, eu me referiria à cada deficiência do meu filho. Eu só queria saber o que eu poderia fazer para ajudá-lo em seu desenvolvimento.

Contudo, é importante salientar que não estou dizendo que nomenclaturas não são importantes. Respeitar as preferências da pessoa em relação à terminologia usada para descrever sua condição, é o que importa. Por exemplo, ao longo desses 15 anos, conheço algumas pessoas que preferem ser chamadas de “pessoas com autismo” em vez de “autistas”, enquanto outras podem se identificar diretamente com o termo “autista”. E, em grande parte das vezes, sejam pessoas com TEA e/ou seus familiares/responsáveis, o termo pessoa com deficiência não é usado. Salvo na garantia dos direitos estabelecidos por lei.

Alguns interpretam esse posicionamento como “preconceito”, outros como, “preferência pessoal”. Eu, respeito à todos e geralmente, em uma entrevista ou conversa informal, costumo perguntar: “Como vc prefere que eu me refira à vc e à sua deficiência?”

Tipos de deficiência

Pessoa com deficiência, é o termo mais apropriado para se referir à quem possua limitações físicas, mentais, intelectuais ou sensoriais que podem afetar a sua participação em atividades cotidianas. Porém, não são raras as situações em que a pessoa, legalmente considerada, com deficiência, prefira usar outra nomenclatura, por razões estritamente pessoais.

Assim, tenhamos em mente que as deficiências podem ser de diferentes tipos, e aqui estão algumas categorias comuns:

  1. Física: Refere-se a limitações no funcionamento do corpo ou de partes específicas do corpo. Exemplos incluem paraplegia (paralisia das pernas), tetraplegia (paralisia dos braços e pernas), amputações, paralisia cerebral, entre outras.
  2. Visual: Inclui pessoas com baixa visão ou cegueira total. A baixa visão geralmente significa que a pessoa tem dificuldade em ver detalhes, mesmo com correção, enquanto a cegueira total é a perda completa da visão.
  3. Auditiva: Pode variar de uma perda auditiva parcial a uma surdez total. Alguns indivíduos podem usar aparelhos auditivos ou implantes cocleares para melhorar sua audição.
  4. Intelectual: Anteriormente conhecida como retardo mental, é caracterizada por limitações significativas nas habilidades intelectuais e no funcionamento adaptativo.*
  5. Psicossocial: Refere-se a condições de saúde mental que podem afetar o funcionamento social, emocional ou psicológico de uma pessoa.*
  6. Cognitiva: Engloba problemas no processo de aprendizado, compreensão, memória e raciocínio.*
  7. De linguagem: Inclui dificuldades na expressão ou compreensão da linguagem, podendo afetar a fala ou a capacidade de ler e escrever.*
  8. Deficiência múltipla: Algumas pessoas podem apresentar mais de um tipo de deficiência, como combinações de deficiência visual e auditiva ou deficiência física e intelectual, por exemplo.

É importante lembrar que cada pessoa com deficiência é única e tem habilidades, interesses e necessidades individuais. O respeito à diversidade e a inclusão são fundamentais para garantir a participação plena e igualitária de todas as pessoas na sociedade.

Neurodivergência

Nos itens supracitados, usei (*) para destacar a possibilidade da combinação das deficiências: intelectual, psicossocial, cognitiva e de linguagem. Essa combinação é muito comum nos indivíduos com Transtorno do Espectro Autista. Também chamados de pessoas neurodivergentes: quando há uma condição neurológica que difere do padrão considerado “neurotípico” ou neurologicamente típico.

Em outras palavras, suas características cognitivas, comportamentais e emocionais podem estar fora do que é considerado como a norma na sociedade em termos de funcionamento cerebral.

Alguns exemplos, incluem:

  1. Transtorno do Espectro Autista (TEA): É um conjunto de condições caracterizadas por dificuldades na comunicação, interação social e comportamentos repetitivos.
  2. TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade): É uma condição que afeta a capacidade de concentração, controle de impulsos e organização.
  3. Dislexia: Refere-se a uma dificuldade específica na aprendizagem da leitura e, às vezes, da escrita.
  4. Síndrome de Tourette: Caracteriza-se pela presença de tiques motores e vocais.
  5. Síndrome de Asperger: Embora anteriormente considerada como um tipo de autismo, agora é comummente considerada como parte do espectro do autismo, mas com algumas características distintas.

Assim sendo, o termo “neurodivergente”, refere-se a qualquer pessoa que se enquadre em uma das condições mencionadas ou em outras condições neurológicas fora do padrão. É um termo inclusivo que busca valorizar a diversidade neurocognitiva e promover a aceitação e a compreensão mútua.

dicas para não errar ou errar menos

  1. Use terminologia adequada: Respeite as preferências da pessoa em relação à terminologia usada para descrever sua condição. A dica que usei acima, costuma funcionar bem.
  2. Escute e aprenda: Se você estiver em contato com uma pessoa com deficiência, esteja disposto a ouvir suas experiências e aprender com elas. Cada pessoa tem sua própria perspectiva e pode oferecer insights valiosos.
  3. Evite estereótipos: Reconheça que cada indivíduo é único e evite generalizações sobre pessoas com determinada deficiência. Lembrando que há deficiências ocultas, e a pessoa pode ou não, estar usando algum cordão ou pulseira de identificação. Meu filho mesmo, não gosta e não usa. Fato comum há muitos indivíduos no TEA.
  4. Pratique a empatia: Tente compreender as dificuldades e necessidades específicas da pessoa, e ofereça suporte e compreensão sempre que necessário.

Em suma, saber como se referir a cada pessoas diante de sua deficiência, é importante, mas muito mais importante (na minha humilde opinião) é RESPEITAR as diferenças e criar meios de incluir essa pessoa em todo e qualquer lugar, seja em uma viagem ou no dia a dia em sua própria cidade.

Turismo Acessível e inclusivo

(Imagem criada por Cacá Filippini através do Canva) Sobre: Turismo Acessível e Inclusivo, bom para a pessoa com deficiência e uma oportunidade para o setor.

Muitas são as dúvidas que empresas ligadas ao turismo apresentam quando o assunto é: Turismo inclusivo e Turismo acessível. O que difere inclusão e acessibilidade? Qual ação diante de um viajante com necessidades especiais? O que posso fazer para melhor atendê-lo? Que medidas tomar para aprimorar sua experiência no turismo?

Como mãe de adolescente atípico, vivenciei diferentes situações ao longo desses 15 anos. Sendo muitas dessas negativas, comecei a me especializar no assunto para descomplicar a temática tanto para o trade, como também para o viajante e/ou sua família.

É importante destacar que no caso do meu filho, autista – pessoa com transtorno do Espectro Autista, suporte 1, não há dificuldades de mobilidade. Sua deficiência é intelectual. De modo a dificultar a classificação de “pessoa com deficiência”.

A pessoa é considerada “deficiente” quando tem um impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial. Os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com outras pessoas. 

BRASILEIROS COM DEFICIÊNCIA

45 milhões! Esse é o número de brasileiros que se reconhecem com alguma deficiência. Seja: visual, auditiva, motora ou mental.

Deficientes no Brasil – Censo 2021

Quase 24% da população, de acordo com o censo demográfico realizado pelo IBGE em 2021. Número esse que corresponde a toda a população da Espanha. Adicionalmente, dos 45,6 milhões de brasileiros com deficiência, 18,8% são exclusivamente, visuais. Em segundo lugar está a deficiência motora, ocorrendo em 7% da população; seguida da deficiência auditiva, em 5,1%; e da deficiência mental ou intelectual, em 1,4%.

Tendo como referência a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, assim como a Lei Brasileira de Inclusão, entendemos que a deficiência é um conceito em evolução. Composta pela interação de três dimensões principais: os impedimentos, as barreiras e as restrições de participação dessas pessoas quando comparamos com o restante da população.

Estima-se que mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo tenham algum tipo de deficiência (Organização Mundial da Saúde – OMS, 2012). Dessa forma, a conscientização da importância da acessibilidade tem crescido de forma significativa no Brasil e no mundo, refletindo esse resultado na legislação e nas políticas públicas voltadas para o tema, bem como, em todo o ecossistema que forma o Turismo.

oportunidade de negócios

Trata-se de um importante segmento da população que tem dificuldades em realizar viagens de lazer, seja por ausência de acesso às instalações e serviços turísticos, seja pela inabilidade ou incapacidade no atendimento preferencial e personalizado para as diferentes tipologias de deficiência que essas pessoas apresentam. Além disso, a pouca informação acerca da acessibilidade nos serviços e empreendimentos turísticos, a discriminação e experiências negativas e constrangedoras desencorajam esses potenciais consumidores

Uma pesquisa eletrônica, feita recentemente pelo Ministério do Turismo com a Unesco, apontou que 50% das pessoas com deficiência deixaram de viajar por falta de acessibilidade.

Embora não tenhamos dados em relação à representatividade dessa faixa da população no turismo brasileiro, pesquisas internacionais enfatizam a importância desse público consumidor. Nos Estados Unidos, a Open Doors Organization5, realizou um estudo conduzido pela The
Harris Poll nos anos de 2018-19, em que em um período de 2 anos, 27 milhões de viajantes fizeram um total de 81 milhões de viagens e gastaram US$ 58,7 bilhões em suas viagens, ante US$ 34,6 bilhões no estudo anterior, realizado em 2015. Os gastos com viagens aéreas também aumentaram para US $ 11 bilhões, ante US $ 9 bilhões em 2015.

Acessibilidade e inclusão no turismo

O turismo acessível é um conceito que promove a igualdade de oportunidades, permitindo que todos os indivíduos possam explorar e desfrutar de destinos turísticos sem barreiras ou obstáculos que possam limitar sua participação.

A acessibilidade no turismo abrange diversas dimensões. Inicialmente, refere-se à criação de infraestruturas e instalações que atendam às necessidades de pessoas com mobilidade reduzida, como rampas de acesso, elevadores, corrimãos, banheiros adaptados e estacionamentos adequados. Essas medidas tornam os locais turísticos mais fáceis de serem explorados, garantindo a independência e a autonomia dos viajantes com deficiência.

Além da acessibilidade física, o turismo acessível também envolve a disponibilização de informações turísticas claras e acessíveis. Isso pode ser feito por meio de websites, aplicativos móveis, guias impressos e placas informativas que sejam compatíveis com leitores de tela, contenham linguagem simples e ofereçam descrições detalhadas das atrações e atividades disponível.

Complementarmente, o turismo inclusivo é uma abordagem que visa garantir que todas as pessoas, independentemente de suas habilidades e necessidades, tenham igual acesso a experiências de viagem. Ele se concentra em criar um ambiente acolhedor e acessível para todos os turistas, incluindo aqueles com deficiências físicas, sensoriais, cognitivas ou outras necessidades especiais.

O objetivo do turismo inclusivo é permitir que todas as pessoas desfrutem de destinos turísticos, atrações, atividades e serviços de maneira equitativa. Isso envolve a remoção de barreiras físicas, comunicacionais e atitudinais que possam impedir a participação plena de pessoas com necessidades especiais.

Em adição ao turismo acessível, o turismo inclusivo inclui a acessibilidade comunicacional, que envolve o fornecimento de informações em formatos acessíveis, como linguagem de sinais, braille, letras grandes ou tecnologias assistivas.

Em suma, ao adotar práticas e políticas inclusivas, destinos e prestadores de serviços turísticos podem criar ambientes mais acolhedores e acessíveis, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e igualitária. Ao adotar práticas inclusivas, destinos e empresas do setor podem alcançar um público mais amplo e diversificado, aumentando sua visibilidade e atraindo novos clientes. Outrossim, benéfico para as pessoas com deficiência, mas também para toda a indústria do turismo.