A ‘Disneyficação’ dos Destinos Turísticos

Overtourism é uma expressão que nasceu em 2016 e significa ‘excesso de turismo’. E os números mostram isso. Em 2016, 1,2 bilhão de turistas viajaram internacionalmente. Em 2030 serão 1,8 bilhão.

Em 2017, a indústria de viagens gerou US$ 7,9 trilhões e representou 10% do PIB Mundial.

Os benefícios do Turismo todos nós sabemos. ‘Turismo é a força do bem no mundo, criando empregos e crescimento econômico’, diz Gloria Guevara, presidente e CEO do World Travel & Tourism Council (WTTC).

Entretanto, os impactos negativos do turismo de massa que assolam muitos destinos turísticos, ganham cada vez mais espaço na mídia.

Desde 2017, muitos governos estão tomando medidas para conter a ‘invasão de turistas’ e o decorrente ‘surto de atividades’ em suas cidades.

Muralha da China

Algumas ações já tomadas:

  • Barcelona – limite na construção de hotéis e emissão de novos aluguéis turísticos.
  • Botswana
    1. Novo imposto de EUR 30 para todos turistas que entram no país para conservação dos locais de safári.
    2. Turistas que se comportam mal podem ser multados até EUR 3.000 (Ex.: urinar na rua, ficar nu em público, subir em árvores, etc)
  • Veneza – planeja proibir novos hotéis no Centro Histórico, e desviar os cruzeiros de passar pela Praça São Marcos.
  • Machu Pichu – 2 ingressos, um para a manhã e outro para a tarde. Quem quiser ficar mais, terá que comprar 2 tickets.
  • Maya Bay – O cenário do filme ‘A Praia’ com o Di Caprio é a praia mais famosa do mundo, e será fechada por 3 meses em uma tentativa de reverter os terríveis danos causados pelo turismo desenfreado ao recife de corais ao redor.
Maya Bay, e a invasão dos turistas chineses.

Mas de todos os destinos, Amsterdã é o que está levando mais à sério a ideia de acabar com a ‘Disneyficação’:

Entre as resoluções estão:

  • Proibição de aluguéis de curto prazo. Leia-se Airbnb.
  • Desvio de navios de cruzeiro do ancoradouro do centro da cidade.
  • Aumento do imposto turístico de 4% para 7%.
  • Proibição das lojas destinadas à turistas (com aluguel de bicicleta, souvenirs, ingressos de excursões, cervejas baratas, e até waffles).
Amsterdã

Harold Goodwin, da Turismo Responsável, analisa o tema: ‘É o oposto do Turismo Responsável, que faz melhores lugares para se viver e melhores lugares para se visitar. Muitas vezes, tanto visitantes quanto turistas experimentam a deterioração ao mesmo tempo.’

E o Brasil?
Em uma matéria do Telegraph Journal, o Brasil é citado em função das suas tarifas aéreas ‘surreais’ como medida de prevenção ao ‘overtourism
Você concorda?

Claro que existem muitas maneiras da indústria se manter em equilíbrio.  Entretanto, muitos profissionais do setor tem opinião unilateral:

  1. Overtourism é uma realidade em alguns destinos do país e sou super a favor de medidas que restrinjam o excesso.
  2. O Brasil está longe disso. Precisa é de mais turistas. Isso movimenta e mantém nossa indústria crescendo.’

Qual sua posição em relação à ‘Disneyficação‘ dos destinos turísticos no Brasil? VOTE NOS COMENTÁRIOS.

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Gabriela Otto

Com mais 20 anos de hotelaria, Gabriela Otto já atuou nas redes Plaza, Caesar Park, Intercontinental, Sofitel Luxury Hotels e Worldhotels, sendo responsável, respectivamente, pela área de Vendas e Desenvolvimento na América Latina nas últimas duas. Atualmente, é proprietária da GO Consultoria, Presidente da HSMai Brasil, Professora da Educação Executiva da ESPM, Head de Fóruns da GoNext Governança e Sucessão, Embaixadora de Conteúdo da Equipotel, Board Member WTM Latin America, Leader Coach pela Soc.Bras. de Coaching, além de palestrante, blogueira e articulista. Instagram: https://www.instagram.com/gabrielaotto/ Linkedin: https://www.linkedin.com/in/gabrielaotto/ GO Consultoria: https://www.gabrielaotto.com.br/ HSMai Brasil: https://www.hsmaibrasil.org/

2 thoughts on “A ‘Disneyficação’ dos Destinos Turísticos

  1. Voto no ítem 2:
    ‘O Brasil está longe disso. Precisa é de mais turistas. Isso movimenta e mantém nossa indústria crescendo.’
    .
    Porém, creio ser tempo de trabalhar para que a atividade cresça com ordenação. Ter um “problema” como AMS por exemplo, talvez seja o sonho de muitos gestores públicos. Educar o turista para que o destino seja bom para ele e principalmente para quem alí vive é o melhor caminho. Parabéns pela matéria!

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