alphabet de Paris Zinc

Palavrão também é educação

De maneira geral e sobretudo entre os jovens, as primeiras palavras que aguçam a curiosidade de alguém que deseja aprender uma nova língua são os palavrões.

Eu sempre vi estas indiscrições e fascínio pelas obscenidades verbais como brincadeiras e gestos bem humorados. Foi enquanto lia as publicações abaixo, em um muro da vizinhança, que me dei conta do caráter educacional da questão. Enquanto lia, pensei: meu filho pré-adolescente tem que ler estas palavras, ele tem que ter claro em sua mente a que se refere caso venha a pronunciá-las.

Enfim, seria manter falsas esperanças acreditar que meu filho nunca falará palavrões. Conhece alguém na vida que nunca falou um palavrão? As vezes podem até ser úteis.

Inclusive me intriga o fato de que certas pessoas quando falam palavrão não perdem a classe, sem explicação tudo soa como poesia, pura ênfase.  Enquanto para outras pessoas, as palavras conjuradas soam simplesmente como vulgaridade e até mesmo certo ato de exorcismo. Eu não sei, mas por medo de pertencer à segunda categoria, evito ao máximo falar palavrões.

Porém, pelo caráter lingüístico e cultural da questão, transcrevo a “obra de arte” e peço aos pudicos se abster.

Pute- do latin putidus, fedido em francês antigo. Prostituta
Fils de pute- do latin filius.
Ser desprezível, uma primeira atestação da expressão F.D.P. aparece na Chanson de Roland no início de Idade Média. Desde então não se passa um momento sem que a respeitabilidade de uma mulher não seja colocada em duvida por mal-educados insultando sua descendência

Travelo – Popular e pejorativo: travesti. Homosexual travesti em mulher

Connard-Popular; imbecil,cretino
Enculé- Vulgar, que sofreu ou sofre sodomia, coito anal. Termo de insulto grosseiro para marcar o desprezo por alguém insinuando sua homossexualidade.
Con -Trivial, designa o órgão sexual feminino. Palavra vulgar usada como insulto para designar uma pessoa idiota. Termo amigável empregado no Centro da França.

Esperando que as palavras tenham respondido a sua curiosidade e não lhe sejam muito úteis, desejo-lhe querido leitor uma excelente semana.

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Silvia Helena

Após breves passagens pela Faculdade Metodista de São Bernardo e Belas Artes de São Paulo, aos 18 anos fui estudar no Canadá, onde vivi durante 23 anos. Lá me formei em História da Arte pela Universidade de Montréal, estudei turismo no Collège Lasalle de Montréal e no Institut de Tourisme et Hôtellerie du Québec. Comecei minha carreira na área trabalhando em Cuba. Durante os anos vividos no Canadá, entre outras coisas, fui guia de circuitos pela costa leste e abri minha primeira agência de receptivo para brasileiros. Há 18 anos um vento forte bateu nas velas da minha vida me conduzindo até França. Atualmente escrevo de Paris, onde vivo e trabalho dirigindo a empresa de receptivo, LA BELLE VIE.

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