Estruture Travel para ter savings e reconhecimento!

Amigos e colegas leitores,

Hoje aproveito este valioso espaço para falar não especificamente de aspectos técnicos de Gestão de Viagens e Eventos ou de negociações e fornecedores da área, mas sim de ferramentas que nos auxiliam em nossas gestões e do material que deixaremos aos nossos sucessores ou substitutos temporários.

Em um mundo corporativo cheio de danças das cadeiras, férias e licenças, você provavelmente já recebeu de presente uma área em que não havia histórico de nada, nenhum arquivo salvo na rede e no mínimo um referencial de fornecedores, acordos ou um Action Log. É muito ruim – então não vamos fazer com os outros o que não queremos que façam conosco! Vamos criar um banco de dados, uma biblioteca de nossas áreas acessível a qualquer profissional que precise nos substituir em algum momento.

Imagine uma situação onde você tem de passar o bastão para outro Gestor, ele te enche de perguntas e você não tem um arquivo, uma apresentação, um resumo daquilo que você faz no dia-a-dia, dos resultados que trouxe e traz, um backlog da sua área, uma pronta-referência com todos os seus fornecedores, contatos, negociações, inputs pessoais. Além de isto pesar negativamente para sua imagem e reputação de Gestor, vai gerar re-trabalho para o novo gestor e reduzir a produtividade média da empresa (e o que mais  buscamos em nosso dia-a-dia é aumentar a produtividade de nossas empresas e reduzir seus custos operacionais).

Fazer um processo de Handover, ainda mais de uma área tão complexa e sensível como Travel, não é coisa de 1 ou 2 horas. Devemos tratá-lo como um processo robusto, dar a seriedade que esperamos que outras pessoas e áreas deem à nossa área. E o que quis trazer no post de hoje nem se refere apenas à handover e transições, mas também para facilitar o seu dia-a-dia – é um conceito muito simples de gestão, mas que na loucura do dia-a-dia deixamos passar.

Vamos supor que alguém te pede um contato, ou tenha uma dúvida dos contratos de sua área: é muito mais fácil antecipadamente gastar algum tempo preparando um material de referência, e ter esta informação na “prateleira” disponível, do que ter que parar tudo o que está fazendo para caçar e-mails, refrescar a memória dos detalhes, formatar o produto e enviar a informação para o solicitante.

Abaixo listo algumas ações que considero importantes para a gestão das informações de sua área:

1- Rede interna atualizada – ter uma rede comum organizada por pastas – tipos de fornecedores, anos em que os processos ocorreram (2012, 2013, 2014), se são contratos, apresentações ou simplesmente cópias de e-mails importantes. Obs: Importante realizar uma limpeza “na rede” a cada 2 anos para contribuir com sua empresa e seguindo o conceito oriental do 5S.

2- Intranet – ter na Intranet da empresa uma página própria de Viagens, onde você pode disponibilizar comunicados, anexar a política, relatórios (bases para cada área fazer suas próprias análises), apresentações de fornecedores, contatos da TMC, etc. Incentive o uso desta página através de sua assinatura, envie comunicados, direcione o usuário para lá – aos poucos você vai ganhando tempo pois as pessoas passarão a frequentar a página (mas obviamente, mantenha-a atualizada).

3- Arquivos de Referência – já pensou em ter um Excel simples com um resumo de suas negociações com Cias Aéreas, outro para Locadoras, outro para Transfers, Agências de Eventos, além do próprio Diretório de Hotéis?

4- Apresentação da Área – você tem uma apresentação “comercial” de sua estrutura, do que faz, quais ganhos traz para a empresa, suas últimas realizações, próximos passos? Ou você é daqueles que resolvem o problema de todo mundo e não conseguem vender seu próprio peixe? Saber apresentar a importância do que a sua área faz é o primeiro passo para ser considerado importante na Organização em que atua (independente de ser de Compras, RH, Financeiro).

5- Fluxos – procure ter um fluxo desenhado para cada processo que sua área administra. Desenhar é sim importante para ajudar as pessoas a compreenderem onde estão inseridas, o que devem fazer, quem devem procurar. Exceções existem e você continuará sendo procurado para sanar dúvidas de fluxos (especialmente de aprovação), mas muitos casos também seguem a regra e você pode ganhar um bom tempo em não ter de atender tantos telefonemas e responder e-mails e comunicadores internos (e até WhatsApp).

Acredito que estas 5 medidas, por mais trabalhosas que sejam para serem implementadas, trazem grandes ganhos de produtividade para você e seus usuários (secretárias e viajantes). Além disto, cria histórico e passa credibilidade e seriedade de sua área para com os stakeholders e demais setores da empresa, transmite uma imagem de robustez. Ter processos claros numa área tão subjetiva e política como Travel & MICE é sem dúvida um passo fundamental para qualquer pretensão de se obter savings e manter os custos sob controle.

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Fernão Loureiro

Eleito em 2017 como um dos 75 Profissionais de Turismo Mais Influentes do Brasil e em 2019 o Melhor Gestor de Viagens Corporativas do Brasil (pelo Portal Panrotas), premiado em Boston (EUA) pela Global Business Travel Association (GBTA) e Personalidade do Ano Prêmio Caio em 2017, 2018 e 2019 na categoria Clientes. Finalista no concurso “Travel Manager 2018 na América Latina” do evento Viajes Corp Americas, no Panamá (onde também foi key note speaker). Autor do livro "Gestão Estratégica de Viagens Corporativas" e Fundador-Diretor da Loureiro Consultores e sócio-diretor de duas empresas - TataTur Operadora de Turismo e D'Amaro Odontologia Estética. Graduado em Gestão de Turismo pelo IFSP, Pós-Graduado em Gestão de Serviços pela FECAP e com MBA em Gestão Empresarial pela BBS. Coach formado pelo IBC. Instagram: @fernaoloureiro Youtube: ferlota68 LinkedIn: Fernão Loureiro

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