OTA: A FESTA ACABOU?

Todo mundo está cansado de saber que o investimento em uma start up, em especial se for um negócio na internet, é um investimento de risco.

Por isso, fundos de investimento (este capital sem dono) fizeram a festa (e ainda fazem) nas empresas de internet, de todos os segmentos, baseados no ponto de vista de que sempre haverá outro fundo a investir neste negócio no futuro e, assim, poderão recuperar todo o investimento feito, com algum lucro.

Jamais vou esquecer o diálogo surrealista que tivemos com um “Diretor de Novos Negócios” de um fundo de investimento (não citarei o nome) há uns 10 anos (sim, somos dinossauros da internet), quando indaguei qual o objetivo do fundo em colocar uma montanha de dinheiro num negócio, cujo modelo ainda estava sendo implantado e, portanto, apresentava mais risco do que potencial.

A resposta surpreendeu-me, não pela revelação, mas pela analogia utilizada:

– “Este nosso movimento na direção (?) de sua empresa não tem nada a ver com risco, tem a ver com aproveitar uma onda, só isso”, respondeu o caçador de oportunidades, com um olhar impávido.

Movimento? Direção? Onda? Parecia papo de surfista. Então segui tentando esclarecer os pontos que me pareciam pouco lógicos:

– “Estou quase captando… Mas após dropar essa onda, como vocês pretendem fazer lucro ao sair dela?”, perguntei, tentando me encaixar no linguajar.

Aí sim a resposta foi uma ode ao pragmatismo cara de pau:

– “Existe um bobo em toda transação de M&A deste tipo. Nós seremos o bobo consciente neste caso, mas estamos apostando que esta onda será longa”, esclareceu o executivo, como quem fazia uma revelação do óbvio.

– “Ahh, saquei ! A aposta de vocês não é exatamente no projeto, no negócio ou na empresa”, insisti. “Mas em algum momento, mesmo no longo prazo (já que a onda será longa), o lucro terá que vir de algum lugar, não é?”

A derradeira resposta eliminou qualquer possibilidade de que entrássemos naquela transação. Utilizando um jargão da obviedade, comum na turma do mercado financeiro quando conversa com leigos empresários, ele mandou na lata:

– “De novo: somos o bobo neste negócio, mas terei tempo de encontrar um outro mais bobo do que eu…”

Todo este preâmbulo serve para deixar uma pergunta no ar:

Agora que não existe mais “empresa de internet”, já que todas são ou estão na internet;

Agora que as OTAs deixaram de crescer a taxas absurdas e passaram a crescer, com esforço, na mesma taxa das agências de viagens tradicionais que também investem na internet;

Agora que, pelos cálculos mais otimistas, serão necessários outros 20 anos para remunerar, apenas com o resultado da operação das OTAs, os bilhões que foram consumidos nos últimos 10 anos;

A pergunta que não quer calar é de onde virá o lucro para os investidores que vêm apostando nesta onda nos últimos anos?

Ou, nas palavras do mercado financeiro: De onde virá o novo bobo?

.

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Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

45 thoughts on “OTA: A FESTA ACABOU?

  1. Luiz,

    Mais um belíssimo texto! Sou fã de tecnologia como você, na verdade deste o tempo dos famosos CP500, Apple II, etc.

    Sempre tive a idéia de que muitas, mas MUITAS empresas de internet crescem muito enquanto são “anabolizadas” com altos investimentos em um esquema que lembra muito uma “pirâmide”, os últimos bobos sempre sairão perdendo.

    Na primeira bolha da Internet surgiram empresas online de todo tipo, mas de todo tipo mesmo, 98% desapareceram.

    E a premissa sempre foi a mesma, tudo que é “anabolizado” raramente mantém sua “massa” depois que acaba o medicamento(investimento).

    Afinal, brincar com o dinheiro dos “bobos” é fácil.

    Outra coisa que disse uma vez, acho que foi no seu blog também, montar um site de OTA é fácil, tem muita solução empacotada por aí, mas manter o bom atendimento e o $$$ para marketing é outra história.

    Mais uma vez, adorei um texto.

    []s!!

    1. É isso, Wagner,

      Tento passar aqui um pouco das experiências que adquiri ao longo da carreira profissional e da vida.

      Sou um observador paciente e atento.

      []’s

      Luís Vabo

  2. Luiz,

    Mais um belíssimo texto! Sou fã de tecnologia como você, na verdade deste o tempo dos famosos CP500, Apple II, etc.

    Sempre tive a idéia de que muitas, mas MUITAS empresas de internet crescem muito enquanto são “anabolizadas” com altos investimentos em um esquema que lembra muito uma “pirâmide”, os últimos bobos sempre sairão perdendo.

    Na primeira bolha da Internet surgiram empresas online de todo tipo, mas de todo tipo mesmo, 98% desapareceram.

    E a premissa sempre foi a mesma, tudo que é “anabolizado” raramente mantém sua “massa” depois que acaba o medicamento(investimento).

    Afinal, brincar com o dinheiro dos “bobos” é fácil.

    Outra coisa que disse uma vez, acho que foi no seu blog também, montar um site de OTA é fácil, tem muita solução empacotada por aí, mas manter o bom atendimento e o $$$ para marketing é outra história.

    Mais uma vez, adorei um texto.

    []s!!

    1. É isso, Wagner,

      Tento passar aqui um pouco das experiências que adquiri ao longo da carreira profissional e da vida.

      Sou um observador paciente e atento.

      []’s

      Luís Vabo

  3. Luis, acredito que a “fabrica de bobos” não para. Basta empacotar as OTAs como copycats de algo, ou pintá-las como expansão global que aparecerá um bobo vendo a onda de longo prazo.

    O Brasil vive um momento especial com relação aos investidores, “nunca antes na história desse país companheiro”, tivemos tantos investidores da côrte querendo achar o novo rei do pedaço.

    Interessante reparar que a sua analogia cai como uma luva no atual mercado imobiliário.

    Toda bolha em formação carrega consigo uma onda de otimismo que faz os bobos ficarem cegos, principalmente quando o primeiro mundo está em recessão e os lucros não podem vir através de títulos dos tesouros nacionais, então apostam-se nos riscos do mercado futuro e nas empresas de tecnologia, com promessas de maravilhosas rendas recorrente.

    O próximo bobo sempre vem da terra dos espertos.

    1. Sidney,

      A questão é que é muito difícil resistir à ofertas deste tipo.

      O empresário se vê diante do arco-íris e acredita mesmo que existe um pote de ouro logo ali…

      []’s

      Luís Vabo

  4. Luis, acredito que a “fabrica de bobos” não para. Basta empacotar as OTAs como copycats de algo, ou pintá-las como expansão global que aparecerá um bobo vendo a onda de longo prazo.

    O Brasil vive um momento especial com relação aos investidores, “nunca antes na história desse país companheiro”, tivemos tantos investidores da côrte querendo achar o novo rei do pedaço.

    Interessante reparar que a sua analogia cai como uma luva no atual mercado imobiliário.

    Toda bolha em formação carrega consigo uma onda de otimismo que faz os bobos ficarem cegos, principalmente quando o primeiro mundo está em recessão e os lucros não podem vir através de títulos dos tesouros nacionais, então apostam-se nos riscos do mercado futuro e nas empresas de tecnologia, com promessas de maravilhosas rendas recorrente.

    O próximo bobo sempre vem da terra dos espertos.

    1. Sidney,

      A questão é que é muito difícil resistir à ofertas deste tipo.

      O empresário se vê diante do arco-íris e acredita mesmo que existe um pote de ouro logo ali…

      []’s

      Luís Vabo

  5. Prezado Vabo,
    Muito bom texto. Lembrou-me a historia ocorrida recentemente com o grupo Orizonia da Espanha. Considerado o segundo maior grupo do mercado espanhol com aprox 5.000 funcionarios.Composto por rede de agencias, operadora, cia aerea e servicos receptivos, com o fundo Carlyle (sim o mesmo da CVC) como o maior acionista e controlador, que decidiu deixar o Orizonia ‘quebrar’ quando sentiu que nao dava mais os resultados esperados, mesmo tendo-o adquirido ha alguns anos por mais de Eur 800 milhoes. Do dia para noite. Quem ficou de ‘bobo’ na historia? boa parte dos ‘ de sempre’: funcionarios, passageiros,agentes de viagens e operadoras (incluindo algumas brasileiras). Sem mais delongas, apenas ‘ mala suerte’
    Dentro desto contexto, recomendo (melhor: sugiro) a leitura de dois excelentes artigos do site espanhol http://www.preferente.com:
    a)Sobre Hoteis: Los viejos vuelven a ganar
    http://www.preferente.com/noticias-de-hoteles/los-viejos-vuelven-a-ganar-239465.html
    b)Sobre Agentes de Viagem: Anuncios que holvidan el valor de los Agentes
    http://www.preferente.com/opinion/fernando-urrea/anuncios-que-olvidan-el-valor-de-los-agentes-239475.html

    Grato,
    Luis

  6. Prezado Vabo,
    Muito bom texto. Lembrou-me a historia ocorrida recentemente com o grupo Orizonia da Espanha. Considerado o segundo maior grupo do mercado espanhol com aprox 5.000 funcionarios.Composto por rede de agencias, operadora, cia aerea e servicos receptivos, com o fundo Carlyle (sim o mesmo da CVC) como o maior acionista e controlador, que decidiu deixar o Orizonia ‘quebrar’ quando sentiu que nao dava mais os resultados esperados, mesmo tendo-o adquirido ha alguns anos por mais de Eur 800 milhoes. Do dia para noite. Quem ficou de ‘bobo’ na historia? boa parte dos ‘ de sempre’: funcionarios, passageiros,agentes de viagens e operadoras (incluindo algumas brasileiras). Sem mais delongas, apenas ‘ mala suerte’
    Dentro desto contexto, recomendo (melhor: sugiro) a leitura de dois excelentes artigos do site espanhol http://www.preferente.com:
    a)Sobre Hoteis: Los viejos vuelven a ganar
    http://www.preferente.com/noticias-de-hoteles/los-viejos-vuelven-a-ganar-239465.html
    b)Sobre Agentes de Viagem: Anuncios que holvidan el valor de los Agentes
    http://www.preferente.com/opinion/fernando-urrea/anuncios-que-olvidan-el-valor-de-los-agentes-239475.html

    Grato,
    Luis

  7. Prezado Luís:
    Para quem achava que seria uma ilha dinossáurica cercada de OTA’s por todos os lados, seu texto é instigante, mais uma vez.
    Vamos recordar:
    – Pouquíssimos anos atrás, outra onda, a dos sites famigerados das compras coletivas surgiu, e o mercado de turismo atônito e surpreso, abriu espaço para “palestrantes desse sites”, diretores com idade recem-saidos das fraldas comerciais, falarem sobre essa maravilha moderna, nas feiras de turismo, etc. Eu, modestamente, sugeri, que estavam dando espaço para a “raposa palestrar para os pintinhos”. Não deu outra: todo mundo caiu em si, e as compras coletivas, foram varrida do mapa do turismo…. é uma lei básica: sobrevive- ganha-ganha; já o modelo de negócios predador-enganador tem vida curta.
    – Agora estamos vivendo, a muito mais longa “onda” das OTA’s.
    E fica aqui mais uma opinião: o on line veio para ficar, mas como instrumento de trabalho do agente físico e do agente semi on-line. Como finalidade 100% vendedora, recai-se no vácuo da grande interrogação:- quem clica no teu micro site? como garantir trafego? Isso é só mesmo para as OTA’s capitalistas. As agencias normais não possuem “verba” para anúncios permanentes em banners on line, diários, adwwords, e afins. Simples, não?
    Só que, quando o inconsciente coletivo pensa em conjunto em cima de uma “moda” ou onda, a coisa vai adiante até a acomodação natural: quebras, retornos, e ajustes intermediários. De acordo?

  8. Prezado Luís:
    Para quem achava que seria uma ilha dinossáurica cercada de OTA’s por todos os lados, seu texto é instigante, mais uma vez.
    Vamos recordar:
    – Pouquíssimos anos atrás, outra onda, a dos sites famigerados das compras coletivas surgiu, e o mercado de turismo atônito e surpreso, abriu espaço para “palestrantes desse sites”, diretores com idade recem-saidos das fraldas comerciais, falarem sobre essa maravilha moderna, nas feiras de turismo, etc. Eu, modestamente, sugeri, que estavam dando espaço para a “raposa palestrar para os pintinhos”. Não deu outra: todo mundo caiu em si, e as compras coletivas, foram varrida do mapa do turismo…. é uma lei básica: sobrevive- ganha-ganha; já o modelo de negócios predador-enganador tem vida curta.
    – Agora estamos vivendo, a muito mais longa “onda” das OTA’s.
    E fica aqui mais uma opinião: o on line veio para ficar, mas como instrumento de trabalho do agente físico e do agente semi on-line. Como finalidade 100% vendedora, recai-se no vácuo da grande interrogação:- quem clica no teu micro site? como garantir trafego? Isso é só mesmo para as OTA’s capitalistas. As agencias normais não possuem “verba” para anúncios permanentes em banners on line, diários, adwwords, e afins. Simples, não?
    Só que, quando o inconsciente coletivo pensa em conjunto em cima de uma “moda” ou onda, a coisa vai adiante até a acomodação natural: quebras, retornos, e ajustes intermediários. De acordo?

  9. Vabo,

    Nos conhecemos já ha muito tempo, posso mesmo me atrever a dizer que somos amigos, e nesse cenário me permita remar um pouco em outra direção, talvez discordando de você em algumas vertentes.

    Existem centenas de idiotas em varias empresas, em fundos de investimento essa regra não é diferente, infelizmente você teve essa péssima experiência naquele momento, mas o passar dos anos já lhe mostrou muita coisa diferente.

    Da mesma forma que fundos já quebraram a cara com empresas, outras tantas pessoas e empresas entraram em barcos furados; te dou um exemplo: em algum momento da minha vida eu adoraria ser sócio de uma das grandes empresas de turismo tradicional/operadoras que depois sucumbiram aos ditames do mercado… será que se eu me tornasse sócio naquele momento eu estaria sendo genuinamente enganado? (eu quero dizer, será que o player do outro lado da mesa estaria me tratando como um bobo para lhe dar uma sobrevida ou será que ele, mesmo sabendo das dificuldades, estaria genuinamente acreditando no plano de investimento?)

    Acho que temos que olhar um pouco para o umbigo e ver o que realmente está acontecendo. Me permita chover no molhado– o mercado mudou, antes ninguém sequer pensava em emitir um tkt de ponte aérea sem um agente, hoje as pessoas fazem isso pelo celular e indo para o aeroporto. Alguém acha que isso é passageiro? Alguém acha que quem busca uma tarifa e emite pelo celular é um astronauta maluco?

    Da mesma forma que as agências de viagens precisam/precisaram se reinventar, as OTAs terão que criar novos atrativos, novos serviços, novas fronteiras de experiência para se diferenciar, e quando uma fizer isso ela sem dúvida terá mais sucesso que os concorrentes. O segredo não está em dizer que o negócio é uma arapuca, está em mostrar que a concorrência salutarmente sempre existirá e que quem estiver no mercado de verdade deve buscar sempre estar à frente… (ops, lendo isso novamente me parece uma aula de marketing de 1990….) Pra mim isso tem um nome, e não é a “farra acabou” é “maturidade”

    Muitos que estão lendo essa réplica se lembrarão dos joguinhos do Facebook tipo farm ville? O jogo foi um sucesso estrondoso, gerou muito dinheiro para a empresa que o estava desenvolvendo, ela foi inclusive eleita a estrela do vale do silício (Zinga), e hoje o CEO dela disse que eles estao fechando vários postos de trabalho, reduzindo ainda mais a perspectiva de lucro e dizendo que eles não souberam avaliar a concorrência dos dispositivos celulares… tudo isso em menos de 5 anos?? Como assim?? Como algo pode nascer, crescer e definhar tao rápido? É a internet também é assim, uma laboratório alucinado de ideias e tendências que precisam se provar dia a dia, agora….. porque entramos nesse assunto mesmo???

    Simples, porque parar de jogar via facebook e passar a jogar via celular é algo que para nós é absolutamente óbvio de pensar hoje, não acredito que os jogos via facebook voltem a bombar, mas alguém precisou pensar nisso antes…

    Montamos então um tripé interessante
    1 – não existe risco zero, qualquer investimento representa risco, o segredo e correr o menor risco com o maior retorno possível. (só como curiosidade, um fundo de investimento saudável planeja sempre perder um % de seus investimentos no período de 5 a 8 anos; isso quer dizer que se morrer uma empresa em 5, está dentro do que se considera normal)
    2 – Não importa o que você faça, faça melhor, seja inovador e não perca nunca essa necessidade de agregar valor. Não importa o tamanho das OTA’s existentes sempre haverá espaço para agências tradicionais, em número muito menor que antes, mas haverá.
    3 – O movimento anda pra frente, raramente para traz, então se fossemos da indústria dos jogos online, deveríamos pensar em como fazer algo melhor que a experiência de jogos mobile, e não como voltar os jogos para o facebook.

    Essaes 3 pontos podem dar pistas do que acredito vá acontecer no mercado, o tempo dirá se minhas apostas estão corretas, até lá seguimos vivendo e superando nossas barreiras a cada dia.

    Abraço

    Daniel

    1. Amigo Daniel,

      Como todo mundo, aprecio os comentários convergentes, mas tenho predileção mesmo é pela controvérsia.

      Já discordo de você quando qualifica como péssima esta experiência que contei, quando na verdade considero-a um dos eventos ímpares que tive a oportunidade de vivenciar junto a atores do mercado financeiro.

      De qualquer forma, apesar do extenso preâmbulo com esta história, o tema aqui é aquele momento em que, após milhões (muitos milhões) investidos, o mercado “amadureceu” e, portanto, as taxas de crescimento de 40%, 60% ao ano (por anos sucessivos) começam a arrefecer…

      É indiscutível (e por isso, penso que nem vale discutir) que o mercado mudou e que todos querem comodidade, agilidade e preço, mas acredito sim que isto vai mudar, pois a tendência é que a comodidade, a agilidade e o preço continuarão empurrando o consumidor ainda mais na direção dos serviços automatizados e móveis.

      Definitivamente, o negócio em si não é uma arapuca, e investir neste negócio também não é uma arapuca, mas superestimá-lo é um equívoco, usualmente provocado por quem precisa acreditar em ganhar muito dinheiro rapidamente, com pouco esforço, e por alguns outros que faturam com esta crença.

      Ao citar Farm Ville, você lembrou-me muitos outros casos de sucesso, como o Cadê? e a Starmedia (no Brasil), o Orkut e o Second Life (no mundo), além dos recentes sites de compras coletivas, que pareciam subverter os conceitos mais tradicionais do marketing comercial e hoje ninguém sequer fala mais no assunto…

      Alguém ganhou muito dinheiro com esses casos, mas porque alguém perdeu muito dinheiro acreditando neles, o que é completamente diferente de um negócio autossustentável (no conceito financeiro, não no ambiental), cuja operação gera valor, produto, emprego e riqueza.

      Quanto ao tripé que você cita, comento abaixo:

      1 – Para muitas pessoas, o segredo está em convencer outros empresários de que vale a pena correr um pouco mais de risco em troca de um potencial retorno maior.

      2 – Penso que as OTAs deixarão de ser chamadas OTAs (pois todas as agências serão online) e as atuais gigantes disputarão espaço num mar vermelho com milhares de pequenas e médias agências de viagens (todas online, como já disse).

      3 – Mover-se para frente não é opção, é vital. A opção é com que velocidade mover-se para frente, se vale a pena puxar o trem ou estar entre os primeiros vagões, se é melhor antecipar-se com espírito inovador (com risco do mercado não estar preparado) ou aguardar para perceber a maturidade de uma ideia e seguir por ali (com risco de entrar tarde demais).

      Por fim, continuo acreditando nos conceitos do texto BARREIRA DE ENTRADA, que postei em 2011, aqui no Blog Distribuindo Viagens, sobre as características necessárias para valer a pena investir em um negócio na internet.

      []’s

      Luís Vabo

      1. Alfaiates, datilógrafos, lojas de disco, livrarias, agências bancárias com dezenas de caixas (pessoas) …. agências de turismo.

        As coisas evoluem, mas sempre tem gente que ao invés de tentar se adaptar prefere apenas criticar o novo.

        Não tentem se enganar, é muito mais produtivo ler com humildade o que o Daniel bento falou e refletir.

        Quando a festa das OTAs acabar, as pessoas estarão comprando passagens e reservando hotéis pelo celular talvez tendo a Apple ou o Google como único intermediário.

        1. Henrique,

          O que meu amigo Daniel Bento escreveu reflete a visão comum a respeito das OTAs, não há mais polêmica sobre isso.

          A questão aqui é debater até quando um investidor conseguirá receber de volta o que alocou a uma OTA gigante, agora que as taxas de crescimento minguaram.

          Em tempo: penso que o Google não será o único intermediário, enquanto for mais vantajoso para o Google, receber pelas Adwords vendidas para as OTAs, que estão entre seus maiores clientes atualmente. E a Apple não intermediará viagens e turismo, pois existem melhores negócios do que este para a Apple.

          []’s

          Luís Vabo

  10. Muito Bom Luís…
    Temos que trazer a tona comentários assim para poder, de alguma forma nortear nosso trade…
    Quando amigos querem viajar e me pedem sugestões, (já que a nossa empresa não atende a passageiros diretamente), é uma dificuldade enorme explicar que várias dessas empresas com anúncios, não são empresas de turismo, não estão no mercado com a finalidade de fazer dinheiro com turismo mas, apenas investidores e, que eu não posso indicar ou recomendar para qualquer pessoa.
    Acho que eu mesmo teria dificuldade para acompanhar uma explicação dessas se não estivesse desde o inicio acompanhando tudo isso.
    É isso!, Valeu mesmo.
    Abraços Gil Costa

  11. Muito Bom Luís…
    Temos que trazer a tona comentários assim para poder, de alguma forma nortear nosso trade…
    Quando amigos querem viajar e me pedem sugestões, (já que a nossa empresa não atende a passageiros diretamente), é uma dificuldade enorme explicar que várias dessas empresas com anúncios, não são empresas de turismo, não estão no mercado com a finalidade de fazer dinheiro com turismo mas, apenas investidores e, que eu não posso indicar ou recomendar para qualquer pessoa.
    Acho que eu mesmo teria dificuldade para acompanhar uma explicação dessas se não estivesse desde o inicio acompanhando tudo isso.
    É isso!, Valeu mesmo.
    Abraços Gil Costa

  12. OI Vabo, boa tarde!

    Parabéns pelo post! Em resumo, eu creio que nosso setor durante muitos e muitos anos foi recheado de muita e muita vaidade e status…. Creio que agora é hora sermos todos mais transparentes com os números, resultados, margens e etc… o que infelizmente ainda é um grande TABU para nós… Será que o Decolar investindo milhões e milhões em campanha nacional de TV conseguiu obter lucro???

    Sempre vemos todos muito bonitos nas fotos, comemorando e etc… mas cade o resultado liquido??

    Veja a materia abaixo sobre uma OTA:

    http://www.panrotas.com.br/noticia-turismo/agencias-de-viagens/ota-laselva-viagens-comemora-sucesso-no-facebook_88567.html

    A outra materia abaixo sobre o VIAJANET é intrigante! Mas é o único ao menos que eu vi, que teve a corajem de ir a publico falar de resultado efetivo!

    http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,viagem-em-alta-velocidade-,983998,0.htm

    Vender 400 milhões sem ter lucro? Tá tudo errado no nosso mercado ou eu estou ficando maluco mesmo… (Quantos temos assim no mercado, sem dar lucro??)

    Temos que desmistificar as margens os resultados etc do nosso mercado… para o nosso proprio bem e para evitar a entrada de aventureiros em nosso setor…

    Vamos em frente! Temos que vencer o tabu e o glamour do nosso setor… ou a vaidade vai nos vencer…

    Temos que reconhecer que se trata de um mercado de margens limitadas que não tem milagre: é muita venda, muito on line, muito processo automatizado… e mesmo assim ainda temos o case da Viajanet sem lucro…

    Grande abraço! E Parabéns mais uma vez pelo post…

    1. Daniel,

      Obrigado pela contribuição enviando matérias para enriquecer o debate.

      Peço que acompanhe o próximo post, onde vamos tratar de um assunto mais polêmico ainda, mas que tem tudo a ver com desmistificar (e qualificar) a nossa atividade.

      Gostaria de ler a sua opinião sobre este próximo tema também.

      []’s

      Luís Vabo

  13. OI Vabo, boa tarde!

    Parabéns pelo post! Em resumo, eu creio que nosso setor durante muitos e muitos anos foi recheado de muita e muita vaidade e status…. Creio que agora é hora sermos todos mais transparentes com os números, resultados, margens e etc… o que infelizmente ainda é um grande TABU para nós… Será que o Decolar investindo milhões e milhões em campanha nacional de TV conseguiu obter lucro???

    Sempre vemos todos muito bonitos nas fotos, comemorando e etc… mas cade o resultado liquido??

    Veja a materia abaixo sobre uma OTA:

    http://www.panrotas.com.br/noticia-turismo/agencias-de-viagens/ota-laselva-viagens-comemora-sucesso-no-facebook_88567.html

    A outra materia abaixo sobre o VIAJANET é intrigante! Mas é o único ao menos que eu vi, que teve a corajem de ir a publico falar de resultado efetivo!

    http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,viagem-em-alta-velocidade-,983998,0.htm

    Vender 400 milhões sem ter lucro? Tá tudo errado no nosso mercado ou eu estou ficando maluco mesmo… (Quantos temos assim no mercado, sem dar lucro??)

    Temos que desmistificar as margens os resultados etc do nosso mercado… para o nosso proprio bem e para evitar a entrada de aventureiros em nosso setor…

    Vamos em frente! Temos que vencer o tabu e o glamour do nosso setor… ou a vaidade vai nos vencer…

    Temos que reconhecer que se trata de um mercado de margens limitadas que não tem milagre: é muita venda, muito on line, muito processo automatizado… e mesmo assim ainda temos o case da Viajanet sem lucro…

    Grande abraço! E Parabéns mais uma vez pelo post…

    1. Daniel,

      Obrigado pela contribuição enviando matérias para enriquecer o debate.

      Peço que acompanhe o próximo post, onde vamos tratar de um assunto mais polêmico ainda, mas que tem tudo a ver com desmistificar (e qualificar) a nossa atividade.

      Gostaria de ler a sua opinião sobre este próximo tema também.

      []’s

      Luís Vabo

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