PL 5.120/2001: O AGENTE DE VIAGENS É, ANTES DE TUDO, UM TEIMOSO

Estou acompanhando, pelo Panrotas, o périplo que o Antonio Azevedo, o Constantino Karacostas, o Carlos Vieira e comitiva estão fazendo pelos gabinetes de Brasilia, para obtenção de apoio parlamentar à aprovação do Projeto de Lei 5.120/2001.

Sim, é isto mesmo, o PL está tramitando há 13 anos.

Plagiando uma expressão cunhada pelo Artur, nossas lideranças estão em Brasilia, praticando o “lobby do bem”, em defesa de uma categoria profissional que, apesar de tudo, ainda não encontrou motivação para a verdadeira união.

Penso que a aprovação da regulamentação da atividade das agências de viagens no Brasil poderá ser um divisor de águas na atitude dos agentes de viagens, estimulando um sentimento mais corporativista (“corporativismo do bem”), como ocorre em outras categorias profissionais organizadas, considerando que a regulamentação da atividade é condição básica para que uma atividade possa ser considerada “organizada”.

Afinal, são tantas as agruras do agente de viagens, aquele sujeito que contraria a lógica, enfrenta tudo e todos (e a si mesmo) e segue adiante, contando com sua incrível capacidade de sobrevivência: para começar, tem que encarar alta carga tributária, investir continuamente em tecnologia e treinar constantemente sua equipe, quando então tem suas comissões reduzidas e depois cortadas, passa a receber ADM’s inventadas e a enfrentar concorrência predatória de seus principais fornecedores, os quais ainda aumentam as exigências de garantias de crédito e, mais recentemente, repassam o ônus das fraudes nos sistemas das cias. aéreas.

E o pulso ainda pulsa…

Nada explica melhor a insistência com que 10.000 empresários dedicam-se no Brasil, à atividade de agenciamento de viagens: a teimosia.

E é esta teimosia que nos leva adiante, que faz com que segmentos tão diferentes como a operação de turismo, o agenciamento de viagens, a consolidação, a gestão de viagens corporativas, entre outros, sejam aglutinados na mesma expressão genérica: Agência de Viagens e Turismo.

No final das contas, estamos todos no mesmo barco e a aprovação do PL 5.120/2001 será um importante primeiro passo.

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Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

20 thoughts on “PL 5.120/2001: O AGENTE DE VIAGENS É, ANTES DE TUDO, UM TEIMOSO

  1. Pois então Vabo…

    E, continuamos na batalha pois diante de todas as outras discussões e ‘prioridades’ a Câmara não o votou também na pauta de hoje!

    Continuamos na torcida e, acompanhando dia a dia, vamos ver se para a próxima semana.. ou então só pós Páscoa…!

    Abraço!
    Marcelo

  2. A teimosia e a paixão nos fazem continuar a persistir, sendo que os clientes não tem idéia como é cada dia mais díficil trabalhar neste mercado devido a falta de parceria de diversos fornecedores, principalmente as cias aéreas, como bem comentado por vc neste post.

    Espero que meu filho (que ainda nem nasceu) quiser seguir carreira na área de Turismo eu não seja extremamente contra, como seria hj.

    Parabéns pelos comentários e pelo blog.

    Abraço

    1. Fernando,

      Uma boa parte dos empresários de nosso mercado de viagens e turismo acaba seguida pelos filhos, que se envolvem com a paixão com que o(s) pai(s) tocam seu negócio.

      É um caminho natural.

      []’s

      Luís Vabo

  3. Acredito que para este mercado funcionar bem, 50% das agencia e operadoras deveriam fechar as portas e seus donas procurarem outras profissões, pois eles ainda não perceberam que o mundo mudou e não dá para vender uma passagem aérea e pacotes turísticos solicitando 1 kilo de documentos, uma burocracia burra, basta você entrar no site da maioria da operadoras Braztoa, para ver o quanto elas são antigas, quadradas, burocráticas e que só faltam trabalhar com máquina de datilografar, telex, fax ou tudo que seja antigo. Enquanto uma criança de 10 anos entra no site de uma OTA e emite uma passagem aérea ou compra um pacote turístico em 5 minutos, e já tem seu voucher em mãos, um profissional que cursou uma faculdade e se especializou, tem 15 anos de experiência demora horas e horas para fazer o mesmo trabalho neste maldito método antigo de trabalho que as operadoras Braztoa tanto adoram, fora que o cliente só vai receber o voucher na semana do embarque(Quando que as operadoras vão acabar com isto e entrar na era da modernidade?)
    Acho que ao invés estes agentes de viagens desanimados ficarem enchendo o saco do governo com estas reivindicações , deveriam modernizar suas empresas e atuar dentro da realidade atual do Turismo.

    1. Roberto,

      Você tem uma opinião bastante dura a respeito das operadoras de turismo brasileiras.

      Embora eu não alinhe com seus argumentos, confesso que percebo que há muito a fazer para modernizar este mercado.

      []’s

      Luís Vabo

      1. Caro Luís Vabo,

        Li esta reportagem em seu Blog, num dia que demorei 02 dias para emitir uma passagem aérea na Rextur devido a burocracia(Meu próprio cliente que não entende nada de turismo emitiria em 5 minutos entrando num site de uma agencia moderna, para comprar um cruzeiro marítimo na Nascimento, foi me solicitado até contrato social da empresa, pois a pessoa estava pagando com cartão corporativo, num site on-line ele não demoraria 10 min. para fazer isto. Porque que empresas modernas como a Trend, Schultz, CNT perceberam que não dá mais para trabalhar assim e as antigas insistem tanto em trabalhar neste método totalmente ultrapassado, basta você entrar no site delas e ver que não tem 01 produto que se possa fazer a venda on line. para que serve um site de um agencia de viagens se você não pode fazer venda on-line?

        1. Bom dia, Roberto,

          Entendo seu desalento, mas a boa notícia é que você tem alternativas, não é?

          Cabe ao comprador (sua agência ou seu cliente) optar pelo fornecedor que mais se adequa aos seus interesses, que podem ser agilidade, preço, conteúdo, crédito etc.

          O mercado (esse gigante acordado) sabe distinguir o que deseja, daquilo que oferecem.

          []’s

          Luís Vabo

          1. Caro Luís Vabo,

            No momento tenho alternativas, só não sei até quando, pois não entendo como estando no século XXI seja possível trabalhar nos moldes do século XIX ou XX.

  4. Luis, Mestre Vabo

    O momento parece bom.
    Então o nosso Conselho de Auto-regulamentação pode ter aspirações de sair de nossas cabeças e ir para o papel e finalmente o mercado?

    Abs

    1. Inspirador Syllos,

      A aprovação deste Projeto de Lei seria um dos principais óbices à criação do CONAV, segundo a ABAV.

      A partir de sua aprovação, penso que é o momento de voltar ao tema, incensados pelo sucesso da regulamentação da atividade.

      []’s

      Luís Vabo

  5. Luis, Mestre Vabo

    O momento parece bom.
    Então o nosso Conselho de Auto-regulamentação pode ter aspirações de sair de nossas cabeças e ir para o papel e finalmente o mercado?

    Abs

    1. Inspirador Syllos,

      A aprovação deste Projeto de Lei seria um dos principais óbices à criação do CONAV, segundo a ABAV.

      A partir de sua aprovação, penso que é o momento de voltar ao tema, incensados pelo sucesso da regulamentação da atividade.

      []’s

      Luís Vabo

  6. Boa tarde Luis,

    Quando estive próximo da Abav, sempre discordei do modelo como foi tratado este processo de regulamentação de nossa profissão. Sempre defendi que deveríamos aprovar um texto o mais simples possível para não termos que enfrentar ( Como enfrentamos ) todos estes anos, cada item que alguém acrescentava na lei, se iniciava novamente o périplo pelas comissões e isso só nos atrapalhou ao longo dos anos. Sempre achei que aprovado o texto mesmo que pequeno, seria muito mais fácil irmos acrescentando as nomas que nos interessam com o tempo, mas nunca consegui eco dentro das entidades, mas torço muito para termos esta lei aprovada.

  7. Boa tarde Luis,

    Quando estive próximo da Abav, sempre discordei do modelo como foi tratado este processo de regulamentação de nossa profissão. Sempre defendi que deveríamos aprovar um texto o mais simples possível para não termos que enfrentar ( Como enfrentamos ) todos estes anos, cada item que alguém acrescentava na lei, se iniciava novamente o périplo pelas comissões e isso só nos atrapalhou ao longo dos anos. Sempre achei que aprovado o texto mesmo que pequeno, seria muito mais fácil irmos acrescentando as nomas que nos interessam com o tempo, mas nunca consegui eco dentro das entidades, mas torço muito para termos esta lei aprovada.

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