Muito bom sermos brindados com um artigo (ok, é um post) da qualidade do “Levantando voo” do Alexandre Camargo, numa manhã de domingo.
Pensei em comentar, mas preferi inspirar-me nele para abordar o assunto sob a ótica da distribuição.
Vejo não só problemas de gestão na nossa carioca Webjet, mas também de estratégia, no mínimo de erros na estratégia de distribuição, apesar de não ligados diretamente às ocorrências recentes.
É notório que as cias. aéreas tem tentado, ao longo dos anos e em todo o mundo, reduzir seus custos de comercialização e reduzir custos é uma atitude legítima de qualquer empresa.
Mas abrir mão, por decisão estratégica, de usar todos os canais existentes, ou ainda, de focar sua distribuição em um único canal, beira o suicídio…
Temos casos anteriores no Brasil de cia. aérea que foi lançada com a estratégia do canal único (venda direta pela internet) e que, em tempo, percebeu isso e alterou o rumo, com agilidade e inteligência.
Há exatamente 1 ano atrás, durante a ABAV 2009, a Webjet alcançava quase 50% de índice de vendas sem intermediação (leia-se venda direta, pela web, sem agente de viagens).
Enquanto isso, suas concorrentes (maiores e menores), mantinham a velha relação de amor e ódio com o agente de viagens, este distribuidor tão importante e desejado e, ao mesmo tempo, tão questionado e evitado.
Não há segredo: a fragmentação da distribuição permanecerá e, por isso, a distribuição das cias. aéreas incluirá todos os meios, de todos os tipos, diretos e indiretos, portais próprios, webservices, GDS, sistemas integradores, consolidadores, operadores e agentes de viagens, entre outros.
A cia. aérea que não perceber isso e não investir em todos eles, nadará na contra-mão da história…
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