ABAV NÃO É SACO SEM FUNDO

Quando Edmar Bull foi eleito para a gestão 2016/2017 da ABAV, encontrou muitos desafios para levar adiante seu plano de (1) profissionalizar a gestão da entidade, (2) estimular a participação dos associados e (3) promover um espírito empreendedor nos empresários do setor.

Esses 3 macro-objetivos transformaram-se em pilares da nova administração, cada um com diversas ações e projetos, amplamente divulgados, bem coordenados e tocados por uma equipe de colaboradores tão pequena quanto motivada e apaixonada pelo que faz.

A equipe de colaboradores da ABAV tem a motivação de transformar o futuro da entidade
A equipe de colaboradores da ABAV tem a motivação de transformar o futuro da entidade

Não vou aqui discorrer sobre este trabalho da ABAV, que se capilariza rapidamente por suas 27 regionais, que atuam de forma cada vez mais integrada e única.

O objetivo aqui é tocar numa ferida: a gestão financeira da nossa associação.

Reflexo natural do atual momento que vive a sociedade brasileira, o fato é que, em pouco mais de 6 meses não se fala mais em oba-oba na ABAV, não há viagens de diretores ou VPs sem a devida contrapartida em relevância, trabalho e resultado, nem jantares, almoços ou bocas-livres de qualquer espécie, nem mesmo deslocamentos para reuniões mensais são custeados pelo caixa da associação, cujos diretores trabalham no mais puro espírito do voluntariado, em que não se gasta com nada que não tenha a ver com a busca dos objetivos e o atingimento das metas estabelecidas pela atual gestão da associação.

Dizem que o VP Financeiro tem um escorpião no bolso, ninguém consegue falar em despesa sem ser picado e envenenado pelo tal escorpião, mas o que percebo é que o rigor com que os membros da diretoria da ABAV tocam seus negócios privados foi transferido para a gestão da associação.

A gestão financeira da ABAV aplica a tática do escorpião. Ninguém se arrisca a gastar...
A gestão financeira da ABAV aplica a tática do escorpião. Ninguém se arrisca a gastar…

Não é exclusividade da ABAV, é a tal governança corporativa aplicada ao associativismo, em que mesmo uma entidade sem fins lucrativos pode e deve ser gerida a partir de conceitos de planejamento estratégico, com projetos, ações, metas, medição de resultados e, principalmente, gestão financeira apurada.

Quanto mais positivo o resultado, maiores e melhores os projetos e as ações em benefício das agências associadas, que são as verdadeiras donas da ABAV e já começam a perceber os novos ares da associatividade.

Os atuais membros da diretoria e do conselho foram escolhidos e colocados na ABAV e em suas regionais, para trabalhar, produzir, motivar e servir ao associado e isso inclui tratar o orçamento da entidade com parcimônia, rigor e eficácia.

O caixa da ABAV é tratado com parcimônia e respeito aos verdadeiros donos: os associados
O caixa da ABAV é tratado com parcimônia e respeito aos verdadeiros donos: os associados

O primeiro sinal dos ares desta mudança será visto na ABAV Expo 2016, um evento remodelado, planejado no conceito PRO, de profissional, relevante e objetivo.

Não deixe de conferir a sua ABAV Expo 2016, de 28 a 30 de setembro, no Expo Center Norte, São Paulo.

Nos veremos lá e se você não concordar com tudo ou mesmo com parte do que afirmo aqui, pode me cobrar pessoalmente.

Até lá !

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O SÓCIO INVESTIDOR E A HORA DE “DESINVESTIR”

No jargão do mercado financeiro, a “hora de desinvestir” é aquela em que o investidor decide sair do negócio, vendendo sua participação e deixando de ser sócio ou controlador de determinada empresa.

A “hora de desinvestir”, também conhecida curiosamente como “hora de realizar”, pode ser um bom ou um mal momento para o investidor, dependendo naturalmente do resultado alcançado, ou seja, ele pode realizar lucros ou realizar prejuízos, mas o fato é que a “hora de desinvestir” é mais inflexível do que parece.

Quando um investidor amador (aquele que não vive de investimentos financeiros, mas do trabalho e da produção, e por isso costuma perder no mercado de ações) percebe que a bolsa vai mal e que a crise ainda perdura, ele decide “esperar para ver se o mercado melhora”…

Ele persiste e, mesmo diante de suas ações (da Petrobras, por exemplo) virando pó, prefere “não realizar” o prejuízo e, com isso, acaba aumentando ainda mais a distância entre o preço que comprou e a realidade do preço que poderá vender um dia.

Isso não acontece com os profissionais, aqueles que vivem disso, por isso e pra isso, que investem dinheiro para multiplicar dinheiro, cujas cartas do baralho são as empresas e a mesa de jogo é o mercado, e eu chego a admirá-los por isso, pois não há paixão nem ressentimentos, não é nada pessoal, “it’s just about business”.

O sócio investidor tem um objetivo e um prazo certo para atingi-lo
O sócio investidor tem um objetivo e um prazo certo para atingi-lo

Mas quando um fundo de investimentos adquire parte, o controle ou a totalidade de uma empresa, ele entra naquela partida com data programada para sair, que pode até ser prorrogada em caso de comprovada indicação estratégica (desde que alguém convença os donos do dinheiro), mas não pode ser perpetuada, postergada eternamente, porque o propósito é mesmo sair do jogo, este é o objetivo final: “realizar”, simples assim.

E é isso o que distingue os amadores dos profissionais: com lucro ou com prejuízo, ganhando ou perdendo, com resultado ou sem resultado para os investidores, a “hora de desinvestir” é como um apito de fim de partida, assoprado por um árbitro que aguarda somente o tempo planejado para aquela disputa e indica a hora do sócio investidor ir para o chuveiro.

Se ganhou, tanto melhor, alegria para as velhinhas e bônus para os administradores. Se perdeu, melhor “realizar” logo e partir pra uma outra partida (e são muitas), talvez em outra mesa ou gramado, de preferência sem perder nenhuma noite de sono por isso.

A hora de realizar é o momento em que o sócio investidor decide sair da sociedade
A hora de realizar é o momento em que o sócio investidor decide sair da sociedade

Sua empresa tem um fundo investidor como sócio? Relaxe, não há nada a fazer, você provavelmente será o primeiro a descobrir quando a “hora de realizar” chegar…

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VAMOS TRABALHAR? TEMOS UM PAÍS PARA RECONSTRUIR

Conversando via WhatsApp com um primo que mora em Brasilia, ambos animados com a nova perspectiva que se desenha para o país, a partir da admissibilidade no Senado do processo de impedimento da presidente da república por crime de responsabilidade, travamos o seguinte diálogo:

– “Quando queremos alguma coisa, devemos fazer a nossa parte. É pela ação de cada um que o coletivo se move”, Wildes afirmou, feliz com o sucesso do movimento popular.

– “Tivemos uma grande vitória, o avanço do PT foi quebrado, mas não podemos nos iludir, ele não está morto, devemos trabalhar para retirar o máximo possível dos seus espaços de poder”, continuou meu primo.

Respondi, indicando a minha preocupação com o enraizamento do petismo em todas as esferas do poder:

– “Isso é que vai dar muito trabalho, por muito tempo. Estado está completamente aparelhado por essa turma despreparada e ineficaz…”

Foi aí então que o assunto evoluiu, a partir da afirmação de Wildes:

– “Sem o poder e sem a complacência da sociedade, este aparelhamento reduzirá bastante. O PT perdeu a bandeira da ética e a sociedade conheceu a face cruel da esquerda, assim na minha opinião resta a parcela ideológica da sociedade que, sem poder, tende a diminuir. Desculpe a minha inocência, mas sou um otimista incorrigível”.

O que respondi é um resumo do que penso sobre a esperada reconstrução de nosso país e, por isso, resolvi postar aqui, para sua leitura, reflexão e comentário:

“Minha preocupação é com esta tendência de nossa sociedade se apoiar em bandeiras da ética.

Já tínhamos visto isso antes num certo caçador de marajás, que também deu em “impeachment”, mas bastaram 14 anos para o brasileiro cair de novo no conto de outro salvador da pátria, com Lula e o PT.

Não basta o mandatário ou os políticos serem éticos e honestos, aliás os políticos somente serão éticos e honestos quando o povo brasileiro for ético e honesto, pois os políticos nada mais são do que uma parcela do povo brasileiro, aliás eles representam exatamente a qualidade (formação, educação, atitudes, crenças, comportamento, etc) média da nossa sociedade, pro bem e pro mal…

Os políticos brasileiros são como a média do povo que representam: pensam, antes de tudo, em si mesmos, defendem seus próprios interesses, priorizam o bem estar individual em detrimento do coletivo
Os políticos brasileiros são como a média do povo que representam: pensam, antes de tudo, em si mesmos, defendem seus próprios interesses, priorizam o particular em detrimento do coletivo

O que precisamos agora é estabelecer um monitoramento permanente, quase policial, da atitude de todos aqueles que vivem do dinheiro público, sejam políticos das esferas federal, estadual ou municipal, de todos os poderes, executivo, legislativo e judiciário, assim como de todos os servidores de órgãos e empresas públicas, além das ONGs, parcerias público-privadas e de todos os criativos mecanismos criados para sugar os cofres públicos.

Os altos impostos brasileiros alimentam uma oligarquia formada pela classe política e servidores públicos
Os altos impostos brasileiros alimentam uma oligarquia formada pela classe política e servidores públicos

Uma vez feito isso (e já começamos a fazer), é urgente fazer reformas profundas, as conhecidas reformas que todos falam mas ninguém encara:
– Reforma política
– Reforma tributária
– Reforma trabalhista
– Reforma previdenciária

Com a maior longevidade da população, o novo governo deverá rever a idade mínima para aposentadoria, para desligar a "bomba relógio" da previdência social
Com a maior longevidade da população, o novo governo deverá rever a idade mínima para aposentadoria, para desligar a “bomba relógio” da previdência social

Em seguida (pois essas 4 reformas acima são prioritárias e impactam todas as demais políticas), devem ser priorizados apenas 2 itens que, sozinhos, têm o poder de mudar a cultura de uma sociedade:
– Saúde
– Educação

Todo o restante (transportes, moradia, saneamento, emprego, comunicações, energia, etc etc etc) será resolvido ao longo do tempo, com planejamento adequado e execução obstinada, se os itens acima tiverem o tratamento prioritário que merecem, e que recebem em todos os países que, um dia, pretenderam, planejaram, investiram e sairam desse atoleiro que o Brasil está.

Mesmo que isso demore alguns anos ou até algumas gerações, há que se começar um dia, e vejo esta como mais uma oportunidade para darmos o primeiro passo.

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Obs.: Este é o primeito trecho da conversa com Wildes, que prosseguiu com o detalhamento das propostas de reforma sugeridas. Em breve, publicaremos a continuidade desta conversa.