INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA GESTÃO CORPORATIVA

Falar em disrupção tecnológica nos faz pensar em quantas inovações provocadas pela tecnologia testemunhamos neste século, que tem menos de 20 anos…

Inovação é uma palavra desgastada atualmente, tudo (ou quase tudo) se diz inovador, os termos novidade e inovação são frequentemente confundidos, por equívoco, por hábito ou por exagero mesmo.

Vamos então falar da verdadeira disrupção, da genuína inovação tecnológica, resumindo: a inovação disruptiva.

A mais recente foi mesmo a internet e não é nosso objetivo aqui discorrer sobre ela, assunto velho, manjado, presente em nossas vidas, em nossas mãos e mentes, 24 horas por dia. Apesar de jovem, cerca de 20 aninhos se considerarmos o início da aderência popular, praticamente uma menina no frescor da juventude, o fato é que a internet transformou-se num grande “museu de novidades”.

Se você acredita que, entre as diversas tecnologias em pesquisa e desenvolvimento nos laboratórios em todo o mundo, nehuma impactará tanto a nossa vida quanto a internet, é hora de rever seus conceitos.

A Inteligência Artificial vai superar a internet em termos de impacto disruptivo

1) O avanço da IA será estimulado pela própria internet e por uma indústria em ascensão, apesar de ainda pouco difundida no uso popular: a robótica cognitiva.

2) Os grandes players da tecnologia de massa (Microsoft, Apple, Google e Facebook) e os grandes marcas da indústria de bens de consumo (automobilística, eletroeletrônicos etc) investem muito dinheiro e esforço em IA, visando perpetuar seus negócios e sair na frente nesta que consideram a nova fronteira do comportamento humano.

3) Os algoritmos baseados em IA já superam algumas das maiores barreiras da inteligência humana, estabelecidas desde que o supercomputador Deep Blue da IBM venceu o campeão mundial de xadrez Gary Kasparov no final do milênio passado, e seu sucessor Watson, também da IBM, venceu 2 super-campeões do tradicional programa de conhecimentos Jeopardy, da TV americana, em 2011.

O super-computador Watson da IBM: pela primeira vez na história, a inteligência artificial venceu a inteligência humana

4) IA já tem capacidade de i) aprender e aplicar conhecimento, ii) entender, simular e reagir de acordo com o comportamento humano, iii) ensinar, ludibriar e emocionar um ser humano, iv) sentir emoções e reagir de acordo.

5) Cientistas já trabalham e avançam no que consideram o último elo deste caminho sem volta: o sentido ético, o discernimento entre o certo e o errado, aquilo que define a sociabilidade de um indivíduo, o elo que levará à capacidade de julgamento por IA…

IA + Big Data + IoT + Robótica Cognitiva, juntas, levarão a humanidade a uma nova ordem

Diante do desafio de encarar essa nova onda gigantesca, esse verdadeiro tsunami tecnológico que começa a se formar, algumas empresas de tecnologia tentam boiar para sobreviver, enquanto outras simplesmente mergulham, apesar do risco de não mais emergir.

Vertente fundamental da IA, o “machine learning” ou aprendizado de máquina significa um avanço tecnológico sem precedentes, tema de inúmeras pesquisas e teses de mestrado e doutorado, mas a verdade é que ninguém ainda faz ideia do quanto IA impactará o mercado de gestão corporativa.

O conceito de inteligência artificial considera a tomada de decisões a partir do processamento e análise de quantidade massiva de dados

Imagine um cenário em que você receberá uma oferta de transporte (avião, ônibus ou carro alugado), da melhor hospedagem (hotel, hostel ou Airbnb), do transfer (99taxi, Uber ou Cabify), recomendação de restaurantes e outros serviços diretamente em seu smartphone, tudo isso para as datas de uma viagem que você está ainda pensando em fazer…

Ou ainda um sistema de reservas em que seu cliente corporativo simplesmente fala para o smartphone o que deseja em quais datas, e o sistema responde com as melhores opções de serviços, após pesquisar online todos os fornecedores e cruzar a política de viagens da empresa com o perfil de preferências e comportamento do passageiro.

Nós decidimos surfar esta nova onda, Inteligência Artificial já faz parte de nosso roadmap de produtos em 2017

Não, isso não é ficção científica, esses são apenas exemplos de soluções já em desenvolvimento, sistemas que contarão com algoritmos de IA para antecipar a demanda do cliente, no momento em que ele deseja e na forma que ele aceita, tudo em compliance com as regras de negócio e com as políticas de despesas e viagens da empresa pagante.

Como se vê, o futuro chegou. Podemos desacreditar o inexorável ou até achar que não estaremos aqui para presenciar isso, mas em algum momento teremos que escolher entre sermos expectadores ou protagonistas desta nova realidade, que já está sendo considerada a Quarta Revolução Industrial.

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TRAVEL MANAGER X TMC – ARE YOU READY?

Há um inexplicável conflito no ar, semeado no ano passado e que ameaça crescer em 2017 e, por isso, resolvi abrir o novo ano com este tema.

Conforme já abordei por aqui, de uns tempos para cá algumas empresas vêm confundindo o papel do seu executivo gestor de viagens (também chamado travel manager) com as funções da sua agência de gestão de viagens corporativas (também chamada TMC, do inglês travel management company).

Expressões iguais não são mera coincidência: Travel Manager X Travel Management Company

Ora, por que este assunto agora?

Talvez porque alguns gestores de viagens têm encontrado um gap entre o que julgam ser o papel da TMC e o seu próprio papel, numa tendência de comportamento catalisada pelas novas tecnologias e pelo acesso via internet aos sistemas de reservas dos fornecedores de serviços de viagens, cias. aéreas e redes hoteleiras à frente.

Isso tem levado algumas empresas à aventura de investir na criação de uma agência de viagens, um departamento com 4 ou 5 profissionais (às vezes mais), com o propósito de “economizar” o valor do serviço de consultoria especializada de uma agência de gestão de viagens corporativas, o que acaba por redundar em gastos muito maiores.

Veja mais sobre este tema: Contratar ou montar uma agência de viagens corporativas?

Surpreendi-me recentemente com uma consulta de um business hunter cujo cliente estaria interessado na aquisição de uma agência de viagens.

Após meia hora de conversa, identifiquei que o cliente que teria encomendado a tal aquisição é uma empresa de grande porte, interessada tão somente na inscrição no IATA de uma agência estabelecida, com o pragmático objetivo de “evitar o prazo de análise cadastral do IATA”, necessário para aprovar um novo credenciamento de agência de viagens.

Esta simples consulta reafirmou várias verdades a respeito da visão equivocada dessa mega corporação (e provavelmente de muitas outras):

1) O óbvio
Após experimentar a compra direta com as cias. aéreas nacionais, ela está interessada em obter crédito também nas cias. aéreas internacionais, que exigem a inscrição no IATA e, assim, acredita prescindir de vez do serviço de uma agência especializada.

2) O desconhecido
Ela ignora o fato de que, ao adquirir uma agência de viagens, será necessário um recadastramente no IATA para atualização dos dados societários, que poderá demandar praticamente o mesmo prazo de um cadastro inicial.

3) O fato
Ao adquirir uma agência de viagens para executar o trabalho de gestão de viagens corporativas, está reafirmada a relevância de um agente de viagens na gestão das viagens corporativas da empresa, mesmo que seja através de uma atividade interna da empresa.

4) O equívoco
O custo de internalização da atividade de agência de viagens seguramente será muito superior ao de contratação de uma agência de gestão de viagens corporativas, transformando o que parecia vantagem econômica em custo fixo trabalhista, incluindo todos os seus desdobramentos.

Após testemunhar diversas tendências mundiais (em tecnologia e em gestão corporativa) serem absorvidas no Brasil aos 5 minutos do primeiro tempo, tendemos a acreditar que este comportamento também veio de fora, mas convido-o a refletir e responder:

A quem, no final das contas, este movimento interessa?

(___) À empresa cliente, que atuaria na contramão do outsourcing ao verticalizar uma atividade que não é o core business da empresa

(___) Ao travel manager com espírito empreendedor (mas com investimento e risco da empresa que o emprega)

(___) Ao agente de viagens interessado em vender sua agência a uma grande empresa e, assim, executar o trabalho que gosta sem se preocupar com a rentabilidade e risco do negócio

(___) Ao travel manager que gostaria de ser agente de viagens (cerca de 65% dos travel managers brasileiros foram, são ou serão agentes de viagens um dia)

(___) Todas as respostas anteriores

(___) Nenhuma das respostas anteriores

É incrível imaginar que um mercado relativamente maduro como o nosso ainda se influencie com promessas de eficácia, de rentabilidade e de vantagens como as que vêm sendo apregoadas pelos defensores desta tendência, que não resiste a uma simples análise no business plan.

Mas alguém certamente dirá (ou pensará) que eu tenho interesse no assunto, por atualmente ocupar uma diretoria executiva da ABAV e um assento no conselho de administração da ABRACORP.

Estará redondamente enganado !

Afirmo e reafirmo o que vaticinei em março de 2010, no primeiríssimo dos 545 textos que já publiquei aqui na Blogosfera do Panrotas:

“A atividade do agente de viagens, enquanto empresa especializada em consultoria de gestão de viagens corporativas, seguirá firme e forte, com os ajustes necessários e mudanças características dos tempos atuais”.

Após trocar de chapéu e refletir prospectivamente, também no meu papel de investidor e executivo de empresa de tecnologia para este mesmo segmento, acabo chegando à esta mesmíssima conclusão…

Por isso, recomendo:

1 – Aos diretores das empresas consumidoras de viagens corporativas:

“Entre o travel manager e a travel management company, fique com os dois”.

2 – Aos travel managers e travel management companies:

“Cada um na sua e a eficácia continua”.

Feliz 2017 a todos !

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#OBSTINAÇÃO

Muito raramente posto sobre minha experiência pessoal em nossas empresas, e o faço hoje para ambientar um tema fundamental para qualquer organização: a cultura da empresa.

Ninguém decide qual é ou será a cultura da empresa, nem os fundadores, acionistas ou diretores, tampouco a equipe executiva ou os colaboradores, porque a cultura da empresa é formada espontaneamente pela forma de pensar e pela prática corporativa diária do conjunto de pessoas que trabalham na empresa, uma espécie de código virtual que tende a reger o comportamento médio de todos.

As empresas bem organizadas registram o que desejam como cultura da empresa e produzem listas com conceitos que julgam os mais adequados para o que esperam dos colaboradores, e penduram em quadrinhos nas instalações, que acabam se parecendo mais com regulamentos e regras de comportamento, definidas numa metodologia top down típica de organizações do século XX.

Outras empresas buscam captar a essência da cultura da empresa, através de exercícios e dinâmicas com a participação de todos os colaboradores, corpo executivo, acionistas e fundadores, visando estabelecer quais são os valores que norteiam aquela organização, as crenças e atitudes que genuinamente definem as pessoas que compõem aquele organismo, e procuram meios de manter registrado e disseminar o resultado desta percepção da cultura (em hot sites, vídeos, redes sociais, e também em quadrinhos), visando inspirar os novos colaboradores, numa metodologia bottom up mais comum nas empresas criadas no século XXI.

Sim, a cultura costuma ser influenciada pelo mindset dos fundadores e/ou pelos líderes que inspiram o time, mas ela pode mudar, como mudam as pessoas…

Desde 2004, quando o Reserve foi fundado, algumas características fazem parte da cultura da empresa e foram captadas e organizadas recentemente (em 2014) a partir de um trabalho colaborativo com toda a equipe, que aprofundou na análise de nossa essência, percebendo nossos valores, crenças, atitude, motivação, propósito e sonho grande.

Em nosso workshop anual no final de 2016, que batizamos WAR (não à toa), nossa equipe identificou, como fazemos todos os anos, a palavra-conceito que nos norteará em 2017, um exercício que fazemos há 12 anos, desde a criação da empresa.

#Superação foi nossa palavra-conceito deste ano que está terminando. Escolhida no final de 2015, expressou perfeitamente o que conseguimos realizar num período de crise econômica, ética e política em nosso país, quando resistimos e superamos as dificuldades do mercado, através de diversas estratégias, e encerramos um ano positivo, produtivo e cheio de realizações.

Por incrível que pareça, 2017 será diferente, apesar do recrudescimento da crise que ameaça avançar até o meio do ano (num cenário bem otimista, pois no pessimista ela segue até as eleições de 2018), pois decidimos em conjunto com nossos 60 colaboradores, que vamos seguir nosso plano de investimentos, na contratação e na capacitação da equipe, na automação de processos, na infraestrutura de dados e nas instalações físicas da empresa.

Por tudo isso, a palavra-conceito escolhida por nossa equipe para 2017, entre várias outras propostas, não poderia refletir melhor este momento de coragem de nadar contra a corrente, de acreditar num projeto de longo prazo, de investir e trabalhar muito, sem medo de ser feliz:

#Obstinação

Desejo um Feliz 2017, com muita saúde, paz e alegrias para todos os leitores e amigos do Blog B2B Tech !

Que venham muitos desafios no ano novo e que sejamos capazes de superar todos eles, com muito empenho e obstinação.

Em um ano desafiador, atuar de forma coesa com obstinação é a melhor estratégia
Em um ano desafiador, atuar de forma coesa com obstinação é a melhor estratégia.

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