A Vida depois da Copa

A maioria dos hoteleiros fecha a cara quando perguntamos sobre os resultados durante a Copa, mas se você ultrapassou as metas de junho, nada de se acomodar nas glórias do passado. Alguns se prepararam antes, outros não. O fato é que “uma Copa do Mundo não faz verão…nem bate suas metas anuais.

Lembra da manchete da Folha de SP: “A 48 dias da Copa, São Paulo tem 76% dos seus hotéis vazios”? Aquela situação era esperada. Claro que a Match devolveria parte das suas reservas, mas ninguém imaginou que seria tanto. Entretanto, a STR (Smith Travel Research), por exemplo, já havia projetado um cenário semelhante. Veja gráfico abaixo:

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Outra pesquisa interessante feita pela STR foi a venda pré evento, comparando o Brasil com África do Sul e Alemanha. Várias análises podem ser feitas aqui, não é?!

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Mas vamos falar do futuro. A Trivago lançou uma pesquisa de diárias pós Copa, onde hotéis em diversas capitais já apresentam tarifas até 60% mais baixas.

Historicamente, sabemos que essa baixa antes e depois do evento é comum. A ocupação média durante a Copa na África do Sul foi de 53%, e um ano depois, 48,3%. Esse percentual foi crescendo lentamente, até chegar em 62% em 2014.

Dois são os motivos para esses fenômenos: aumento de tarifas e de oferta. A África do Sul teve 21% de aumento na oferta hoteleira entre 2007 à 2010. Além de todas as aberturas, São Paulo ainda tem a previsão de 23% nos próximos 2 anos (Fohb) e 34% em 3 anos (Ernest Young). Mas a maior preocupação é com mercados secundários como Fortaleza, Manaus e Natal.

Mas tenho certeza que você, e os proprietários do hotel, não querem (nem podem) ter uma recuperação de resultado tão lenta. E para se posicionar de forma estratégica e competitiva no mercado, seguem 8 dicas do que fazer e não fazer daqui para frente:

FAZER

1) Defina preços com base em dados (vender seu inventário online, identificar os canais mais rentáveis, personalizar estratégias de acordo com dinâmica de mercado, utilizar alta demanda para aumentar a rentabilidade, atenção aos shoulder nights, analisar o custo da conquista de cada cliente). Menos “achismos” e mais certezas quando o assunto for precificação, ok?!

2) Mix adequado de canais regionais e globais (investir no cliente internacional, mas não esquecer no nacional, definir canais globais e nacionais, personalizar estratégia de acordo com mercado, elaborar um plano para cada segmento, adaptar estratégia de vendas mais flexível e dinâmica).

3) Invista na tecnologia correta (entendimento da necessidade de múltiplas tecnologias para lidar com vendas de terceiros, devido às limitações dos sistemas existentes). Só não gaste tempo e dinheiro em recursos tecnológicos, sem ter recursos humanos previamente capacitados para otimizar isso.

4) Invista em site Sites de Busca para impulsionar reservas diretas (2014 é considerado o ano dos sites de busca no turismo, 28% dos viajantes comparam hotéis através do TripAdvisor, Google Hotel Finder, Kayak e Trivago. Portanto, é preciso interagir com seus potenciais clientes no início do processo para vender mais, de maneira mais rentável e direta).

NÃO FAZER

1) Não seja muito ganacioso (clientes não podem se sentir lesados, lembre do seu Valor x Preço, precificação dinâmica deve ser transparente, estratégia deve ser clara, evitando picos e quedas extremas, saber conduzir tarifas altas em períodos altos).

2) Não subestime o poder das Redes Sociais (79% dos usuários da internet estão nas redes sociais, estar presente ajuda na visibilidade do seu site e cria consciência da sua marca, interagir é vital, deixar suas equipes de vendas nas redes também, e não esqueça de manter seu site com conteúdo atualizado e com recursos visuais de alta qualidade).

3) Não ignore sua Reputação Online (1/3 das pessoas não compra hotéis online sem passar pelo TripAdvisor, comentários com classificação 4 ou 5 geram 2 vezes mais receita para o hotel).

4) Não comprometa a “Marca Brasil” (precifique de forma coerente de acordo com segmento, analise o retorno rápido x lealdade do cliente, tenha um equilíbrio entre os clientes dispostos a pagar mais e aqueles com volume considerável que exigem negociações).

Lembre que a boa reputação nos ajudará em 2016!

Boas vendas!

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Leia também:

Diga-me como precificas teu hotel, e te direi quem és

Como me torno um Revenue Manager?

Elasticidade, a base da sua precificação

 

 

 

 

4 Tendências do Marketing Turístico em 2014

Você ainda investe a menor parte do seu budget de marketing online? Não tem um processo sólido de interação diária com seu cliente? Continua evitando o TripAdvisor? Sua comunicação não é segmentada? Se respondeu sim a pelo menos uma dessas questões, a probabilidade de estar perdendo o timing do mercado é grande.

Confira o que já existe por aí e porque estão se tornando as grandes tendências do marketing para empresas de turismo e hotelaria:

1) Automação dos Passageiros.

O processo de automação de viagem tem um potencial enorme para tornar a vida dos viajantes muito mais fácil. A Air Canada envia um SMS 24 horas antes da partida para que o passageiro faça seu pré embarque, garantindo seu lugar, otimizando tempo e evitando desconfortos no check in no aeroporto.

Se você estiver atrasado para chegar ao aeroporto, pode usar o SecurExpress, onde ganha prioridade ao passar pela segurança. Ou seja, nunca mais ficará ansioso ou perderá vôos por causa das longas filas do raio x.

A palavra do momento é “Paperless”…ou QR Code.

A partir desse tipo de automação, as empresas de viagens conseguirão reforçar o conceito das “experiências de viagem”.

2) Mobile não será maior só no volume, mas nas diárias também.

Eu sei, falo muito em mobile, mas o Google divulgou que 50% das buscas feitas sobre viagens em 2013 foram provenientes de um dispositivo móvel. Fazer o quê?

E não é só isso, a diária média das reservas feitas pelos celulares também está aumentando em relação aos desktops.

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Fonte: HeBS Digital

3) TripAdvisor ganha ainda (ainda) mais força.

Desde que foi desmembrado do Expedia em 2011, ele vem ganhando “corpo”. Com seus gráficos integrados ao Facebook, ganhou 260 milhões de visitantes únicos por mês.

Suas estratégias:

a) TripConnect, sua plataforma de Publicidade – O Google AdWords que se cuide, pois é nítida a probabilidade de maior índice de conversão no TripAdvisor. Saiba como funciona AQUI (em português)

b) Metasearch – seu foco é manter o viajante na sua página para obter maior conversão. Para isso, quer ganhar de Trivago e Kayak (que o Priceline comprou 1 ano atrás por U$ 1,9 bi).

c) Restaurantes – ele vai investir pesado para ultrapassar sites como Yelp e OpenTable. No Brasi, temos o Restorando, por exemplo.

d) Hospedagens Alternativas – sua preocupação agora é competir com Airbnb, Homeaway e VRBO. Ainda não sabe como, mas tenho certeza que não vai deixar esse lucrativo filão de mercado de lado.

4) Nichos

Isso não é novidade, mas precisamos estar mais atentos e direcionar nossos esforços de marketing.  Mães blogueiras são um exemplo disso. Se você é um resort, deveria prestar mais atenção na influência dessas profissionais das decisões de viagens com crianças. Sempre digo que, você pode ter a melhor infra estrutura e gastronomia do mundo, mas se a criança voltar para o apto dos pais e disser: “Mamãe, não gostei do tio da recreação”, você perdeu um cliente para sempre.

E não esqueça dos Millenials (o pessoal do wi-fi free, lembra?), Famílias (multi-gerações), público GLBT (, Foodies (apaixonados por experiências gourmet), loucos pela cultura local, etc.

Ainda dá tempo. Que tal tira o seu plano de marketing da gaveta e dar uma revisada nele?