AS Gerações de Viajantes que Definirão seu Negócio no futuro

O alfabeto recomeçou e agora sua estratégia futura precisa de novos ajustes. Veja como as gerações vão impactar seu share de faturamento nos próximos anos:

BOOMERS (1946 – 1964)

Seguem viajando, mas com foco no lazer. 99% dos viajantes americanos dessa geração pretende viajar 1 vez por ano, e destinos no Caribe ou América Latina são os prediletos, com 39% dos votos. Gastronomia e tempo com a família são as principais motivações.

GEN X (1965 – 1980)

Ficou fora dos holofotes, o que ocasionou problemas para os provedores de turismo que desejam aumentar suas receitas, já que tendem a ter o maior poder de compra (68% segundo pesquisa da Millward Brown) e liberdade financeira do que qualquer outra geração no momento.

É composta por adultos maduros criando famílias, segue pesquisando as melhores ofertas, e fazendo 55% das suas reservas em hotéis por OTAs.

Procuram hotéis agradáveis, com muitos amenities, e não programam as viagens com antecedência.

Opção de trabalhar durante as férias e viagem sem complicações são suas prioridades.

GEN Y – Millenials (1981 e 1994)

Muito já se falou sobre eles. Sabemos a exigência por experiências (online e offline) e sua disposição a pagar por isso, além da adoração por ‘bleisure’ (business + leisure). Um estudo da Expedia indicou que 62% deles adoram estender sua viagem de negócios para conhecer a cultura local.

A reputação online das empresas turísticas será fundamental. 76% dos Millenials são influenciados por recomendações de amigos virtuais, considerando somente 18% dos conselhos de agentes de viagens.

GEN Z (1995 – 2010)

Viajar e “ver o mundo” surgiu como o mais importante desembolso financeiro para a Geração Z quando se trata de gastar seu dinheiro.

Quase 70% dos pesquisados entre 16 e 24 anos, por exemplo, dizem que já possuem uma lista de destinos a conhecer. Aqueles que não têm uma lista dizem que é porque suas preferências mudam com muita frequência e porque gostam de viajar por impulso.

Enquanto os viajantes da Geração Z já estão vendo o mundo com a família, 42% dizem que isso acontece porque permite que eles façam viagens que não poderiam pagar de outra forma.

Dito isso, o estudo revela que pouco mais de um terço, 34%, planeja viajar por conta própria pelo menos uma vez na próxima década.

Além disso, um terceiro diz que eles preferem ficar sozinhos quando viajam e quase 20% dizem que querem fazer uma viagem de mochila a solo ou um ano sabático.

54% dão importância a conseguir um emprego que inclui viagens, e 57% dizem que um trabalho que os expõe a outras culturas é mais atraente.

A Booking.com não é a única agência de viagens on-line a ver grandes oportunidades para aqueles que podem aproveitar essa geração. A Expedia divulgou pesquisas recentes revelando que são atividades e experiências que impulsionam os planos de viagem da Gen Z.

Ganhar os Millenials e Gen Z pode ser tentador, mas há uma geração mais jovem em ascensão, que está dominando cada vez mais as decisões de compra de viagens.

GEN ALFA (após 2011)

Desempenha um papel ativo na inspiração e planejamento de viagens da família, mostra o estudo Generation Alpha & Family Travel Trends do Expedia Group Media Solutions

Apesar de ainda não fazer compras, espera-se que a Gen Alfa, a verdadeira digitalmente nativa, seja a geração mais rica, longeva e mais formalmente educada, alcançando quase dois bilhões em 2025.

O estudo, divulgado na Phocuswright Europe recentemente, entrevistou mais de 9.000 consumidores em nove países que têm filhos ou netos com 8 anos ou menos.

Escolher para algum lugar com atividades para toda a família e que seja seguro para crianças é mais importante para os viajantes familiares do que encontrar o preço mais baixo ou um bom negócio.

DICA: Considerar o que está em oferta ao invés do preço, afinal ‘a experiência supera as despesas.’

As descobertas dizem que muitas das decisões de viagem das famílias tentam satisfazer o jovem da geração ‘Alpha’.

As prioridades para viajantes familiares são:

  • 95% – prioridade é manter suas famílias entretidas e felizes.
  • 89% – ofertas e preço
  • 85% – atividades ao ar livre
  • 85% – planejamento de viagens em feriados escolares

Os hotéis, por exemplo, têm o papel de ofertar experiências interessantes aos familiares viajantes que circulam com a geração Alfa, ao mesmo tempo que levam em consideração os elementos do viajante de negócios.

Atualmente, os hotéis são a opção preferida de acomodação para viajantes em família (60%), à frente de resorts (21%) e casas de familiares e amigos (17%). Airbnb são escolhidos somente por 16% dos entrevistados, pois ainda não é um segmento ‘amigo das crianças’.

A decisão ainda está nas avaliações online como TripAdvisor e OTAs (63%) e amigos e familiares (46%). Mas os jovens já entram com 43% da força motriz de influência, baseada nas informações e imagens das atividades e atrações para crianças na TV ou canais online.

Em resumo, a Gen Z já está a caminho de se tornar a maior geração de consumidores até o ano 2020. E são tão adeptos às reservas online quanto os Millenials mas, no entanto, usam menos OTAs e sites de terceiros.

Se mantenha atualizado, inove constantemente, e garanta um negócio sustentável!

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A ‘Disneyficação’ dos Destinos Turísticos

Overtourism é uma expressão que nasceu em 2016 e significa ‘excesso de turismo’. E os números mostram isso. Em 2016, 1,2 bilhão de turistas viajaram internacionalmente. Em 2030 serão 1,8 bilhão.

Em 2017, a indústria de viagens gerou US$ 7,9 trilhões e representou 10% do PIB Mundial.

Os benefícios do Turismo todos nós sabemos. ‘Turismo é a força do bem no mundo, criando empregos e crescimento econômico’, diz Gloria Guevara, presidente e CEO do World Travel & Tourism Council (WTTC).

Entretanto, os impactos negativos do turismo de massa que assolam muitos destinos turísticos, ganham cada vez mais espaço na mídia.

Desde 2017, muitos governos estão tomando medidas para conter a ‘invasão de turistas’ e o decorrente ‘surto de atividades’ em suas cidades.

Muralha da China

Algumas ações já tomadas:

  • Barcelona – limite na construção de hotéis e emissão de novos aluguéis turísticos.
  • Botswana
    1. Novo imposto de EUR 30 para todos turistas que entram no país para conservação dos locais de safári.
    2. Turistas que se comportam mal podem ser multados até EUR 3.000 (Ex.: urinar na rua, ficar nu em público, subir em árvores, etc)
  • Veneza – planeja proibir novos hotéis no Centro Histórico, e desviar os cruzeiros de passar pela Praça São Marcos.
  • Machu Pichu – 2 ingressos, um para a manhã e outro para a tarde. Quem quiser ficar mais, terá que comprar 2 tickets.
  • Maya Bay – O cenário do filme ‘A Praia’ com o Di Caprio é a praia mais famosa do mundo, e será fechada por 3 meses em uma tentativa de reverter os terríveis danos causados pelo turismo desenfreado ao recife de corais ao redor.
Maya Bay, e a invasão dos turistas chineses.

Mas de todos os destinos, Amsterdã é o que está levando mais à sério a ideia de acabar com a ‘Disneyficação’:

Entre as resoluções estão:

  • Proibição de aluguéis de curto prazo. Leia-se Airbnb.
  • Desvio de navios de cruzeiro do ancoradouro do centro da cidade.
  • Aumento do imposto turístico de 4% para 7%.
  • Proibição das lojas destinadas à turistas (com aluguel de bicicleta, souvenirs, ingressos de excursões, cervejas baratas, e até waffles).
Amsterdã

Harold Goodwin, da Turismo Responsável, analisa o tema: ‘É o oposto do Turismo Responsável, que faz melhores lugares para se viver e melhores lugares para se visitar. Muitas vezes, tanto visitantes quanto turistas experimentam a deterioração ao mesmo tempo.’

E o Brasil?
Em uma matéria do Telegraph Journal, o Brasil é citado em função das suas tarifas aéreas ‘surreais’ como medida de prevenção ao ‘overtourism
Você concorda?

Claro que existem muitas maneiras da indústria se manter em equilíbrio.  Entretanto, muitos profissionais do setor tem opinião unilateral:

  1. Overtourism é uma realidade em alguns destinos do país e sou super a favor de medidas que restrinjam o excesso.
  2. O Brasil está longe disso. Precisa é de mais turistas. Isso movimenta e mantém nossa indústria crescendo.’

Qual sua posição em relação à ‘Disneyficação‘ dos destinos turísticos no Brasil? VOTE NOS COMENTÁRIOS.

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