Check-in/Check-out 24hs ganha força

Duas cenas comuns na recepção do seu hotel:

  • Segunda-feira, o executivo chega no 1º vôo da manhã na cidade e, ao chegar no hotel, é lembrado pelo recepcionista que o check-in é só a partir das 14hs.
  • Domingo, 16hs em um resort, família de férias com 3 crianças, não conseguem abrir o quarto ao voltar da piscina. Ao perguntar na recepção, recordam que o horário do check-out era às 12hs. Detalhe: seu vôo sai às 23hs.

Como modelo de negócios, faz todo o sentido a cobrança de early check-in e late check-out, concordam?

Vários hotéis até já oferecer as opções disponíveis durante a compra online:

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Tudo certo, afinal, não devemos desperdiçar oportunidades de gerar receita, certo?

‘Depende!’

Essa é a expressão que mais ouço por aí quanto converso sobre o assunto.

Costumo dividir os hoteleiros em 3 grupos sobre esse assunto:

  1. Muito Flexível – ao menor sinal de insatisfação do hóspede, abre mão da cobrança.
  2. Flexível – se o hóspede solicita, aumenta até 2 horas o prazo.
  3. Inflexível – cumpre à risca os horários e check-in e check-out, deixando claro que a cobrança de 50% da diária acontecerá com o hóspede reclamando ou não.

Seja você flexível ou não, o fato é que o assunto rende debates acirrados ao redor do mundo e, até o momento, parece que a rigidez de horários para entrada e saída dos hóspedes.

Em seu lugar, ganha força a Política de Check-in/Check-in 24hs:

Quando surgiu: Nos anos 70, em hotéis de aeroporto no Japão.

Como funciona: cliente escolhe o horário de chegada. Exemplo: se você escolhe entrar às 10hs da manhã, terá sua diária até às 10hs da manhã seguinte.

Quem já aplica: Um dos primeiros hotéis distantes de aeroportos a utilizar a prática foi The Peninsula Beverly Hills, desde 2012. Outros, como The RitzCarlton,Charlotte, começou aceitando a política somente aos sábados, mas deu tão certo, que implantou para a semana inteira. O Starwood Preferred Guest oferece essa possibilidade para clientes que tem acima de 75 diárias por ano na rede, ou seja, é considerado um benefício. Atualmente, milhares de hotéis pelo mundo já trabalham assim.

Argumentos à favor: ‘É possível demonstrar que você ouve o mercado, reclamações diminuem, índice de satisfação aumenta, e proporciona a personalização da experiência com base nas necessidades do cliente.’

Opinião CEO Jetsetter: ‘Os hotéis estão entendendo que precisam ser mais criativos e focados no cliente (guest-centric) em suas operações, se quiserem manter seus negócios e continuar relevantes’.

Argumentos contra:

  1. E o planejamento da governança?’
  2. ‘O problema é que as tarifas ficarão mais altas, pois o custo será maior’.

Réplicas:

  1. Já existe tecnologia que viabilize o novo processo. A Envent disponibilizou sua solução ‘Touchcheck’ para a Accor aplicar na rede Ibis Budget, por exemplo. É só fazer o investimento necessário…
  2. É só pensar no modelo das cias. aéreas. Como as tarifas flutuam, os viajantes mais sensíveis à preço, escolhem horários mais baratos. O mesmo acontecerá com os hóspedes. Eles terão o controle da sua hospedagem e vão se programar para entrar mais cedo no dia seguinte e evitar a diária da noite anterior, por exemplo. Além disso, a ideia é agregar valor.

O que você achou da Política 24hs? Vê outros prós e contras? Acha que a moda ‘pega‘ no Brasil?

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RevPAR aumenta 1,7%, mas…

O relatório ‘Global Performance’ da STR é velho conhecido da hotelaria mundial. Raramente gestores americanos, europeus ou asiáticos definem seus budgets sem analisar relatórios de benchmarking como esse.

No Brasil, pesquisas de mercado periódicas e confiáveis são um dos grandes gaps do setor. Ou seja, muitos hoteleiros ainda estão definindo estratégias o escuro.

Conheça o resultado do relatório de Fevereiro/2016 (em comparação ao mesmo período de 2015) sobre a performance da hotelaria da América do Sul e Central:

Região

  • Ocupação: – 2,8% (56,6%)
  • Diária Média: + 10,7% (U$ 97,73)
  • RevPAR: + 7,6% (U$ 55,32)

Performances de 3 países em moedas locais:

Brasil

  • Ocupação: – 3,4% (52,3%)
  • Diária Média: + 5,3% (R$ 322,27)
  • RevPAR: + 1,7% (R$ 168,40)

Oferta continua crescendo, e demanda está estável, o que explica o ‘mergulho’ da ocupação. A Oxford Economics diz que Real Brasileiro se manteve em fevereiro, mesmo com rebaixamento de créditos internacionais e previsão de fraqueza em relação ao Dólar. Mas STR ressalta que crescimento da diária média no país ficou bem abaixo da inflação, que ficou em 10,36% até fevereiro/16.

Chile

  • Ocupação: – 3,8% (59%)
  • Diária Média: + 5,4% (CLP 85.163,94)
  • RevPAR: + 1,4% (CLP 50.285,40)

O RevPAR cresceu 9 meses consecutivos no Chile, mesmo com o país desacelerado. De acordo com Foco Economia, depois de um janeiro desanimador, o consumo aumentou,  e tanto o cobre quanto o peso chileno se recuperaram.

Equador

  • Ocupação: – 9,5% (60,4%)
  • Diária Média: -1,9% (U$ 101,51)
  • RevPAR: -11,2% (U$ 61,35)

A demanda caiu 9,5% em fevereiro, o quarto mês consecutivo.  A oferta se manteve- estável, e a queda dos preços do petróleo tem tido um forte impacto sobre a economia do país.

Por último, conheça a performance de 3 capitais, com moedas locais:

Bogotá, Colômbia

  • Ocupação: + 9,6% (65,8%)
  • Diária Média: +14,1% (COP 319.117,78)
  • RevPAR: +25,1% (COP 209.869,81)

O RevPAR cresce nos últimos 3 meses. A Diária Média foi a maior já registrada em Bogotá, e ocupação atingiu seu nível mais alto desde novembro de 2013.

Lima, Peru

  • Ocupação: -7,7% (65,7%)
  • Diária Média: +12,6% (PEN 477,98)
  • RevPAR: +3,9% (PEN 313,80)

Um aumento de 7,8% na oferta e demanda estável levou ao menor nível de ocupação para o mês de fevereiro em Lima desde 2012. Por outro lado, a diária média foi a maior para um fevereiro desde 2009 .

São Paulo, Brasil

  • Ocupação: +0,7% (54%)
  • Diária Média: +5,8% (R$ 345,94)
  • RevPAR: +6,6% (R$ 186,76)

A demanda corporativa permanece estável no Brasil, afirma a STR, que conta com quase 500 hotéis na região.

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