Durante os últimos dias, a palavra mais lida dos sites e jornais de notícias sobre economia é recessão, em função do PIB negativo dos últimos 6 meses, chegando a -0,6%.
O resumo parece simples: um sistema à beira do colapso por suas fraquezas internas, sem relação com a crise externa. Para os otimistas, desaceleração.
Para o governo não há recessão, e os últimos 2 semestres, de acordo com o Ministro Guido Mantega, foram somente um reflexo da Copa (sério?), crise internacional e seca.
Para os economistas, os pareceres vão de recessão profunda à técnica, podendo haver recuperação no 2º semestre, mas fechando o ano no negativo de qualquer maneira.
Entre tantas explicações, o crescimento da classe média (que passou de 38% em 2003, chegou à 54% em 2014, e chegará à 58% até 2023), é um dos fatores interessantes para analisarmos. Essa parte da população, que comprou o carro do ano, smartphone, reformou (ou comprou) a casa e viajou com nunca, agora luta para pagar parcelas, e vê seu poder de consumo sendo corroído pela inflação.
E como fica a hotelaria nesse contexto?
Bem, se o perfil do consumidor mudou, nosso hóspede mudou. Mas não é raro encontrar hoteleiros presos à mesma estratégia de anos atrás.
Não é preciso repetir que as viagens de negócios estagnaram até julho em função do futebol, e que, historicamente, o 2º semestre é sempre melhor para a hotelaria. Leia o post sobre “Pós Copa”.
Mas será que as palavras crescimento e otimismo podem ser aplicadas nesse momento, como ouvimos em algumas pesquisas do setor?
ALAGEV e ABRACORP falam em 4% à 5,5% de crescimento. Mas com a inflação fechando em 6,29% (Fonte: Banco Central), a conta não vai fechar em 2014.
Ando muito pelo Brasil conversando com hoteleiros (de redes e independentes) e entidades da nossa indústria. Com exceção de São Paulo, o que mais ouço atualmente é preocupação com a captação de eventos, guerra de preços e super oferta de hotéis. A sensação parece ser a mesma nos quatro cantos do país: estamos correndo atrás dos resultados de um ano superestimado.
Como a atual situação do país está impactando seu negócio?
E em 2015, o que esperar?