Recessão, desaceleração, preocupação…Feliz 2015?

Durante os últimos dias, a palavra mais lida dos sites e jornais de notícias sobre economia é recessão, em função do PIB negativo dos últimos 6 meses, chegando a -0,6%.
O resumo parece simples: um sistema à beira do colapso por suas fraquezas internas, sem relação com a crise externa. Para os otimistas, desaceleração.

Para o governo não há recessão, e os últimos 2 semestres, de acordo com o Ministro Guido Mantega, foram somente um reflexo da Copa (sério?), crise internacional e seca.
Para os economistas, os pareceres vão de recessão profunda à técnica, podendo haver recuperação no 2º semestre, mas fechando o ano no negativo de qualquer maneira.

Entre tantas explicações, o crescimento da classe média (que passou de 38% em 2003, chegou à 54% em 2014, e chegará à 58% até 2023), é um dos fatores interessantes para analisarmos. Essa parte da população, que comprou o carro do ano, smartphone, reformou (ou comprou) a casa e viajou com nunca, agora luta para pagar parcelas, e vê seu poder de consumo sendo corroído pela inflação.

E como fica a hotelaria nesse contexto?

Bem, se o perfil do consumidor mudou, nosso hóspede mudou. Mas não é raro encontrar hoteleiros presos à mesma estratégia de anos atrás.

Não é preciso repetir que as viagens de negócios estagnaram até julho em função do futebol, e que, historicamente, o 2º semestre é sempre melhor para a hotelaria. Leia o post sobre “Pós Copa”.
Mas será que as palavras crescimento e otimismo podem ser aplicadas nesse momento, como ouvimos em algumas pesquisas do setor?

ALAGEV e ABRACORP  falam em 4% à 5,5% de crescimento. Mas com a inflação fechando em 6,29% (Fonte: Banco Central), a conta não vai fechar em 2014.

Ando muito pelo Brasil conversando com hoteleiros (de redes e independentes) e entidades da nossa indústria. Com exceção de São Paulo, o que mais ouço atualmente é preocupação com a captação de eventos, guerra de preços e super oferta de hotéis. A sensação parece ser a mesma nos quatro cantos do país: estamos correndo atrás dos resultados de um ano superestimado.

Como a atual situação do país está impactando seu negócio?

E em 2015, o que esperar?

Abertura leva o primeiro cartão vermelho da Copa

Tenho sérias ressalvas sobre a Copa no Brasil, mas realmente estava empolgada para assistir a festa de abertura. Não tinha o peso de uma abertura de Olimpíadas, mas os tópicos eram Futebol e comemoração…íamos arrasar!

Quem trabalha com marketing sabe que uma marca deve ser construída com sólidas “reasons to believe”. E por isso mesmo eu estava tranquila, pois não faltam razões para acreditar no sucesso da nossa festa.

Afinal, temos Débora Colker, Rosa Magalhães, Rodrigo Pederneiras, Paulo Barros, temos Parintins e Carnaval, temos música empolgante, energia contagiante, natureza exuberante, e o povo mais alegre do mundo.

Por tudo isso, fiquei esperando o ápice, a surpresa, a explosão de cores e de alegria a qualquer momento.

E acreditem, minha esperança continuou firme, mesmo durante o incômodo de ver o tapete enrugado, a falta de sincronismo nas coreografias, as luzes apagando, os míseros 3 segundos dados ao incrível exoesqueleto, a Cláudia Leite “descendo até o chão” (Oi?), o palco da Jennifer Lopez emperrado.

E o tempo para retirar a bola do centro do gramado? Só conseguia pensar nos 9 minutos de montagem e desmontagem do show do intervalo do Super Bowl.

Não, essas coisas não “acontecem”, não é normal, e foi sim uma vergonha! A Fifa (responsável pelo “show”) reduziu todo nosso talento a uma piada mundial de R$ 18 milhões. Mais que imperdoável, foi incompreensível! 

Captura de Tela 2014-06-12 às 23.22.59Me projetei totalmente no papel do menino que deu cartão vermelho para todos saírem de campo!

E o Fuleco, gente? Será que desistiu da Copa e aderiu às manifestações?

E os comentários dos estrangeiros nas redes sociais?

  • “Probably saving the budget for the Olympics.” 
  • “Sniffs! This nature section was totally lifted from the Sydney 2000 opening ceremony playbook. Even the flowers look like Aussie natives.”
  • We’re listening to ambient music. It all represents the Brazilian love affair with nature. Or the Brazilian love affair with psychedelic drugs. One of the two.”

Espero que possamos comemorar a festa de encerramento na sua plenitude. Que ela seja menos bege, com menos cara de ensaio, e repleta de brasilidade, paixão, ousadia, criatividade, muito mais Brasil.

Talento temos de sobra!