Assuma seu papel no Negócio do Sono

Foto acima: Menu de travesseiros The Benjamin Hotel NYC

Com serviços mirabolantes sendo inventados todos os dias, alguns hotéis estão esquecendo do motivo pelo qual existem: “pessoas que precisam dormir fora de casa”. Portanto, uma noite mal dormida é uma promessa não cumprida.

E quantas distrações potenciais existem em um quarto de hotel? Colchão irregular, luz do rádio relógio, máquina de gelo no corredor, elevador próximo, TV do quarto ao lado, e o temido (quase enlouquecedor) barulho do fridgobar, sem falar na falta de vidros antirruído nas janelas.

Mas há uma luz no fim do túnel. Muitos hotéis ao redor do mundo decidiram assumir seu papel no “negócio do sono” e garantir que seus hóspedes tenham uma noite de sono perfeita.

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Foto: Capa The Huffington Post Magazine, que abordou o tema e foi a inspiração desse post.

Como a qualidade do sono tem crescido na consciência pública como uma medida vital de saúde, criatividade e produtividade, a indústria hoteleira resolveu (finalmente) investir. A Westin foi a primeira a lançar suas Heanvenly Beds em 1999. A partir daí, começou a “batalha das camas”. Lembro que cheguei a fazer treinamentos de 2 horas só para apresentar um novo conceito de cama. Mas em 2009 os hotéis voltaram ao básico e notaram que só uma excelente cama não resolve. Todo o ambiente precisa colaborar com o sono.

Com isso, os consultores do sono entraram em ação. Veja algumas das suas recomendações:

* Menu do restaurante para jantar incluir ingredientes que ajudam na transição para o sono, como camomila.

* O Park Hyatt no Canadá oferece um kit pijama, com máscara para os olhos, tampões para os ouvidos, e um CD de música ambiente. A TV também já está sintonizada no ”canal do sono “, com músicas compostas pelo Dr. Jeffrey Thompson , especialista em Neuroacústica.

* Reforçar os avisos de silêncio entre às dez da noite e sete horas da manhã nos corredores.

* Esqueça os chocolates na abertura de cama. O fundador da Four Seasons, por exemplo, baniu qualquer coisa com açúcar à noite nos quartos, por ser um inibidor do sono.

* Despertadores ao lado da cama estão sendo repensados.

* No hotel The Benjamin (NYC) há somente relógios analógicos, menu de travesseiros, e a possibilidade de agendar uma chamada do Concierge que lembrará ao hóspede a hora de parar de trabalhar e desligar todos seus dispositivos eletrônicos. Obs.: Preciso disso!

Sabe a tal da experiência do hóspede que tantos se esforçam para oferecer? Que tal começar com a melhor noite de sono que seu cliente já teve?

A Era das Mudanças

Quem o vê assim, pedalando no Central Park, não imagina que esse homem de 52 anos se exercita 6 vezes por semana, e acabou de participar do seu primeiro Ironman. Nas horas vagas, acumula o cargo de CEO de uma das maiores redes hoteleiras do mundo.

UntitledQuem já teve a oportunidade de assistir uma palestra de Frits van Paasschen, Diretor Executivo e Presidente da Starwood Hotels & Resorts, sabe porque ele é considerado um dos profissionais hoteleiros mais reconhecidos no mundo. Raramente presenciei alguém apaixonado pelo que faz e com uma visão tão clara do futuro da nossa indústria.

Sempre analisando tendências e fazendo projeções, Frits já havia explicado os motivos e riscos do crescimento do turismo mundial.

Motivos:

1) Aumento da riqueza mundial e consequente inchaço da classe média.

2) Hiperconectividade através da tecnologia.

Riscos:

Nos próximos 5 anos, veremos mais estradas, aeroportos, edifícios e hotéis sendo construídos do que em toda a história.

Portanto, hoje em dia, um hotel de negócios não se destaca somente por ser limpo, confortável e confiável. O que precisamos é superar as expectativas de nossos hóspedes, proporcionando uma experiência personalizada através do impulso da tecnologia.

Qualquer um que compre pela Amazon e passe o tempo no Facebook, sabe o que é personalização.

Então, quanto tempo ainda será preciso para que o hotel onde nos hospedamos várias vezes por ano saiba a temperatura que gostamos no quarto, quais nossos pratos preferidos ou os destinos onde passamos férias?

E ele é enfático sobre os objetivos da empresa: “Na Starwood, percebemos que nossa próxima inovação não pode ser uma coisa física, como uma cama ou um chuveiro, mas serviço e personalização. Porque eu acho que todas as marcas têm que saber o que você quer, e ser capaz de entregar de forma coerente e global.”

“E isso é um desafio assustador, pois temos muitos pontos de contato com nossos clientes. Para tanto, precisaremos mudar a forma de recrutar, de treinar e falar com nossos funcionários”, complementa.

Se pensarmos na definição de luxo, as coisas também mudaram. Hoje, exclusividade e escassez significam coisas muito diferentes.

Impossível sair impassível de um discurso ou texto de Frits.

Como ele mesmo previu, vivemos na Era das Mudanças. Preparado?