Paris Gourmet 2 – A MELHOR BAGUETTE DE PARIS

Como não poderia deixar de ser, os melhores pães de Paris encontram-se também na área que chamo da Meca da Culinária parisiense, a região Les Halles (distritos um e dois).

A palavra Halles designa um mercadão, uma grande feira de alimentos. Foi o que existiu em frente à Igreja Saint Eustache desde a idade média até os anos 60.  Uma vez o mercado transferido para uma região periférica, os inúmeros comércios de comida  e restaurantes que serviam passantes 24 horas ao dia permaneceram abertos. Hoje não recebem feirantes e fregueses, mas uma jovem e eclética clientela mesclada aos habitués, muitas vezes idosos moradores do bairro. O mercadão se foi, mas a nata da culinária remanescente coabita agora com uma moçada empreendedora fazendo do local uma área pitoresca e deliciosamente francesa.  

Situada na Rua Montmartre, próximo aos queijeiros, lojas de vinho, cafés, bistrôs e restaurantes da paralela Rua Montorgueil, a padaria Régis Colin é mais uma instituição que orgulha e deleita os moradores do bairro. Baguette, croissant, crepes são algumas das especialidades premiadas da casa. São os melhores não somente de Paris, mas de todo o Departamento da Ilha de  França!

Qualquer tentativa de descrição não chegaria à altura do prazer da degustação.  Só indo lá mesmo. Anote o endereço:

53 rue Montmartre

75002, Metro Les Halles

Paris Gourmet 1– descoberta da cidade através do paladar

Ou o melhor foie-gras de Paris.

A carne de fígado de ganso gordo é uma típica especialidade francesa. Conhecida graças ao seu delicioso sabor encontra-se entre os alimentos preferidos dos franceses, a despeito de certa polêmica internacional em razão de seus métodos de produção. Em refeições e festas elegantes foie gras é obrigatório, seja na entrada ou no prato principal, cru, meio cozido ou em conservas.

Andando nas proximidades do “Halles de Paris”, região que considero a Meca da gastronomia na cidade, descobri um lugar especial para quem busca um excelente Foie Gras. Mas não somente Foie Gras. Além de extraordinários produtos à base de fígado de ganso, a Foie Gras Luxe propõe aos amantes de produtos gourmet salmões, peixes defumados, uma vasta seleção de frios, presuntos finos como os d’Auvergne e de Parma, linguiças de porco e também de pato incrementadas com nozes, cogumelos e especiarias finas. Diversos patês, cogumelos secos para preparo de cozidos e molhos, temperos e até carne de javali completam as prateleiras.

O ambiente da loja, instalada no fundo de uma pequena passagem, é mágico. Não é à toa, a casa é uma instituição na cidade, existe desde 1948. Como um verdadeiro “bon-vivant” e comerciante ativo do bairro, o patrão oferece degustações gratuitas de seus produtos todas às sextas-feiras e aos sábados das onze ao meio dia. A ocasião ideal para os mais temerosos experimentarem o controverso produto antes da provável compra. Falo com conhecimento de causa, sou vegetariana e, no entanto, não recuso um Foie Gras! Aliás, sou daquelas vegetarianas que em viagem como de tudo, descubro o destino até com o estômago. Vir até Paris e não comer Foie-Gras é como ir ao Brasil e não comer feijoada.

Para os que se deixam tentar pela experiência e compra do foie gras, sugiro também um chutney para acompanhar a especialidade ou servir com finas fatias de figos, ou ainda sobre uma fatia de pão de qualidade como pão com nozes e uvas passas por exemplo. É essa arte de mesclar sabores tão francesa que faz toda a diferença na hora de apreciar o Foie Gras. Uma taça de champanhe e então você começa a falar francês!

 

FOIE-GRAS LUXE 26 rue Montmartre, 75001

La Bovida 36 rue Montmartre, 75002

 

 

Havaianas no Marrocos

Receita infalível para conquistar francês

Não deve ser novidade para agentes de viagens e leitores deste jornal: viajar é uma das maneiras mais fáceis e agradáveis de aprender. Aprende-se sobre destinos, sobre os habitantes e mesmo sobre turistas que frequentam o lugar, sobre hábitos culturais alheios, geografia, condições de trabalho de outros povos, cultura em geral e até sobre si mesmo. Enfim, aprende-se de tudo um pouco.

Então, entre milhares de informações que recebi nestas férias escolhi dar destaque a algo que poderia ser extremamente banal, não fosse a conjunção e o fato de ter visto o Brasil como nunca antes por onde passei ou através das redes televisivas as quais tive acesso durante 15 dias: Só deu Brasil! Em inglês, italiano, espanhol, alemão e francês, todo dia havia horas e horas sobre nosso país na TV. E não somente sobre os J.O. Os canais que não tinham direito a transmissão dos jogos preencheram suas programações com Brasil e seus mais diversos aspectos: desde a dança do passinho, passando por Maria Bethânia e chegando até o Sudeste! Até regiões menos badaladas e conhecidas dos turistas, como o Espírito Santo, surgiram em reportagens simpáticas.

Estado do Espírito Santo na TV Arte França
Estado do Espírito Santo na TV Arte França

No final dos anos oitenta o mundo pensava que o brasileiro falava espanhol. Agora? Jogos, medalhas, noticiários, documentários, programas de entrevistas, banners de publicidade, logomarcas, publicidade de grandes marcas, tudo verde amarelo ou ondulado como nossos calçadões! Que emoção!

Porém, não foi o que aprendi sobre a riqueza do Brasil nestes últimos quinze dias que nos interessa. Esse é o contexto. Quero aproveitar deste momento tão brasileiro para dar compartilhar uma idéia, dividir uma dica para conquistar franceses agora que os J.O. terminaram e o momento me parece ideal para aproveitar “a deixa”.

A receita infalível que eu quero dividir com vocês aprendi ainda agora, no trem a caminho de Marselha, cidade de embarque do Costa Mágica. Já havia lido sobre o assunto, mas nada como a prática de uma viagem para consolidar a informação.

Há poucas horas antes da chegada à cidade costeira do sul da França, Gabriel (meu filho de onze anos, nascido no Brasil, trazido para cá aos quatro meses de idade) pergunta: – Pai, qual é o prato típico de Marselha?? E antes mesmo da resposta: – Eu quero provar!

Quem diria? Assim o magrelinho do meu filho comprovou as pesquisas que li quanto aos hábitos de viagens dos franceses. Este povo viaja para comer! Pode? Então é verdade que a culinária constitui um atrativo importante para esta clientela?!

Pasme caro leitor, a velha receita da vovó funciona: “homem se agarra pelo estômago”, ao menos os franceses.

Marselha
Os prazeres da mesa:convivialidade, risos e também boa comida
Ilhas Frioul, Marselha, França
Ilhas Frioul Marselha. O magrelinho Gabriel olha a câmera enquanto o primo busca um polvo que passava por lá.

Ah! Agora entendo aquele amigo francesão que reclama o tempo todo da mulher, porém diz que não separa de jeito nenhum. Alega não ser capaz de viver sem seus tomates recheados, literalmente! Bem, fico feliz que a dica sirva também para as solteiras.

Sendo assim, amigos receptivos e hoteleiros desejosos em expandir seu leque de clientes: hora de tirar proveito desta incrível publicidade que o Brasil ganhou, abusando também deste ingrediente tão rico em nosso país. Entre na onda internacional das havaianas e caipirinhas para vender seu vatapá, caruru, mungunzá, feijoada, acarajé, escondidinho, pizzas, churrasquinho e outras delícias mais para franceses e porque não para o mundo?!

Abração querido leitor e até breve. Estou ansiosa para contar qual o prato típico e mostrar as fotos de Marselha para você!

Oferta Brasil no mercado françês

 

Nota: Foto poster Havaianas tirada em Casablanca, Marrocos