Zen Parisiense

Como costumo dizer, é possível conhecer Paris impressionista, Paris amante do Jazz, Paris literária, cinematográfica e até maçônica. Além de monumentos turísticos incríveis, a cidade de Paris tem inúmeras faces. Vamos ver muitos destes aspectos em futuros posts.

Hoje quero falar de uma Paris que particularmente aprecio . Uma Paris que desvendo a poucos amigos e visitantes com quem inevitavelmente vivo momentos muito especiais. Uma Paris ZEN.

As condições de vida urbana são muito parecidas nas grandes capitais do mundo. Então, a maioria das pessoas quando viaja entra no ritmo de cidade grande e sai visitando monumentos desenfreadamente. Eu também adoro esta corrida contra o tempo e faço dela uma verdadeira maratona quando estou “turistando”.

É, no entanto quando paro e respiro que vejo a mais bela face de Paris ( e do mundo!). Cantinhos pedestres, pátios internos, varandas de cafés desconhecidos, pequenas e pitorescas áreas verdes. Não é necessário se isolar ou se afastar do circuito turístico tradicional para partilhar estes cantinhos tão amados pelos parisienses. Basta dobrar uma rua aqui e outra ali e quando menos se espera ela está lá,  Paris dos “bon-vivants”, Paris bebendo um cafézinho, comendo uma baquete com queijo ou ainda tomando um copinho de vinho. Basta não correr tanto entre um monumento e outro e você também a encontrará. E quando passar por ela, não corra. Pare e relaxe, faça como os habitantes da cidade: por alguns minutos de seu dia seja ZEN à la parisiense.

ZEN à beira d’agua – A beira do Rio Sena, as margens de uma fonte  são alguns os pontos preferidos dos parisienses para uma pausa.

O secreto  Palais Royal-  Ao lado do Louvre, em direção a Ópera de Paris. Longe do barulho dos carros, o Palais Royal é considerado um oásis de paz no centro da cidade.

 

ZEN parisiense dos bon-vivants – Inúmeros cafés oferecem um momento de pausa e uma experiência “vivencial” no destino. A evitar a todo custo Starbucks, Macdonalds, Quick e franquias, para viver tais experiências.

Ao lado da prefeitura ou Hotel de Ville de Paris e da movimentada Rua Rivoli
Ao lado da prefeitura ou Hotel de Ville e da movimentada Rua Rivoli.

 

ZEN Urbano-  Ruas pedestres durante os fins de semana, como no bairro do Marais ou a rua pedestre Montorgueil no distrito 2 da cidade, são refúgios urbanos que agradam aqueles que não podem ficar longe dos restaurantes, das compras e do bom gosto.

ZEN espiritual – Uma igreja qualquer em seu caminho. Aqui Saint-Germain L’Auxerrois, entre o Louvre e a Praça do Chatelet. Estive em um domingo as 18h15 e praticavam cantos gregorianos. Muito Zen!

Beijos e meus votos de uma semana Zen para você querida(o) leitor (a).

 

Post Scriptum

Falo no texto acima de um estado de espírito  Zen, não da filosofia, mas ambos são próximos.

A filosofia Zen é uma forma de “despertar” nascida da experiência do Buda Sakyamuni. Na Índia do Norte durante a antiguidade, o jovem Buda Sakyamuni tinha um destino traçado para ser rei. Uma noite, no entanto, tocado pela situação do mundo, ele deixou seu palácio e tornou-se um eremita errante em busca de respostas. Adepto do despojamento e da meditação, começou a pregar. Seus ensinamentos aparecerão anos mais tarde em escolas independentes Zen, na China e no oriente em torno do sexto e sétimo séculos depois de Cristo.

Zen não é uma técnica de ginástica ou bem-estar. Zen significa viver plenamente e satisfeito em seu corpo e mente, com o comprometimento de cuidar de si mesmo assim como do outro, enfrentando serenamente e com ajuda da meditação seus próprios medos e neuroses.

Silenciar as lutas e os conflitos do Homem ensinando a paz interior foi o grande projeto do Buda. A meditação é a prática deste silêncio. Segundo Buda, misteriosamente, a meditação não faz nada e, porém, muda tudo. Ternura, bondade e beleza surgem naturalmente. Ética, uma palavra para expressar qualquer correção de nossos atos, se manifesta dessa técnica e  inteligência. Seu ethos é o de bodisatva: não fazer o mal, fazer o bem e ajudar os outros. Simples assim e, no entanto princípios difíceis de praticarmos nos dias de hoje…

Mais uma vez,  uma semana Zen para você leitor(a) e para o Brasil!

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Silvia Helena

Após breves passagens pela Faculdade Metodista de São Bernardo e Belas Artes de São Paulo, aos 18 anos fui estudar no Canadá, onde vivi durante 23 anos. Lá me formei em História da Arte pela Universidade de Montréal, estudei turismo no Collège Lasalle de Montréal e no Institut de Tourisme et Hôtellerie du Québec. Comecei minha carreira na área trabalhando em Cuba. Durante os anos vividos no Canadá, entre outras coisas, fui guia de circuitos pela costa leste e abri minha primeira agência de receptivo para brasileiros. Há 18 anos um vento forte bateu nas velas da minha vida me conduzindo até França. Atualmente escrevo de Paris, onde vivo e trabalho dirigindo a empresa de receptivo, LA BELLE VIE.

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