Puro deleite: passeio musical através das ruas de Paris

Há muito tempo desejo compartilhar com você, querido (a) leitor (a),  um dos principais motivos de minha admiração por Paris. Impossível descrever o ambiente nas ruas invadidas por diferentes harmonias. Em Paris a música é onipresente: nas praças, nos túneis do metrô, em ruas pedestres e esquinas movimentadas.   Um curto passeio dominical através do pátio do Louvre, dos bairros Marais e Halles resultaram nos exemplos abaixo. Os vídeos não emanam a magia que o momento de deleite ao vivo proporciona, mas (espero) darão uma idéia sobre o que estou falando.

Senão puder ver todos os vídeos completos, escute um pouco de cada um deles para constatar a variedade de estilos.

Beijos e meus votos de uma excelente semana.

A Copa, as greves e a Ponte dos Cadeados

Ainda bem que a Copa começou! Já não aguentava mais esta expectativa. Estou querendo acreditar, como boa brasileira nostálgica que sou, que no final tudo vai dar certo. Ainda não terminou para comprovarmos, mas enfim A Copa começou! Se bem que aos trancos e barrancos no que diz respeito à infraestrutura geral e a economia do país, porém isso já não é mais tão importante agora.

Vi as fotos de todo mundo no “Face”, preparados de verde e amarelo da cabeça aos pés, avós, pais, filhos, órfãos  e até animais de estimação.  Afinal durante alguns minutos ainda podemos sonhar e torcer, deixar de lado a indignação, esquecer o sufoco e as greves sobre as quais tenho lido nos últimos dias.

Para aqueles que estavam preocupados com a imagem que estamos dando no exterior, no que diz respeito a França, fiquem tranquilos. Estamos vivendo um segundo ano do Brasil por aqui, somos a imagem do Caos, mas o Francês não tem lá muito medo disso. Ainda existe o sonho da miscigenação de raças e religiões harmoniosas, do sol, da boa musica, da praia, da mulher bonita e do sorriso constante. E para os franceses, um povo que nunca teve sequer um século de existência sem guerras ou revoluções, fica claro que estamos avançando, ou pelo menos tentando.

Mesmo por que aqui também tivemos muitas greves recentemente: greve dos taxis, dos pilotos da Air France e agora é a vez dos ferroviários. Não tem Copa, mas tem testes nacionais similares ao vestibular, gente precisando transitar no pais inteiro entre periferias e grandes cidades. Dificuldades para o publico e uma perda de mais de 80 milhões de euros para as empresas ferroviárias governamentais SNCF ( Société Nationale des Chemins de fer Française)  RFF ( Reseau Ferroviaire France). Aliás aqui, quase todo dia temos pelo menos uma manifestação em algum lugar da cidade.

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Manifestação ao lado de casa esta semana,no Boulevard Bonne Nouvelles, contra matadouros. Acontecem quase sempre fora das zonas turisticas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quem nunca faz greve aqui são os turistas e os casais apaixonados. Estes manifestam somente o seu amor. E quem poderia ser contra? No entanto, em Paris, é maior a polêmica sobre os cadeados na Ponte do Amor que as greves do transporte. Em seu sexto dia de paralização, se os ferroviários não tivessem lançado bombas de gás nas vias férreas, talvez essa greve já nem estivesse nas manchetes. A França ganhou há dois dias contra Honduras por 3-0, e hoje tem jogos da Argélia e do Brasil. Mas em Paris do que se fala mesmo, é da Ponte das Artes, ou ponte dos Cadeados situada bem no coração da cidade, onde todo mundo, e quero dizer todo mundo literalmente, vê, e cuja parte da grade se soltou devido ao peso e caiu há uma semana, atiçando ainda mais a discussão.

De quem é Paris? Dos turistas? Dos parisienses? Será que a Ponte das Artes vai cair com todo este peso? Estão vendo? Já começou a cair, diriam as más línguas! A prefeitura fica dividida entre os frustrados que não entendem a demonstração de afeto que nunca vivenciaram, os vendedores de cadeados e os turistas apaixonados, de quem gostamos tanto diga-se de passagem.

Na rotina dos turistas ninguém quer tocar, felizmente são prioridade nos projetos da municipalidade e merecem TODO o respeito. No entanto as grades que pesam em torno de ½ tonelada (cada lado) já foram retiradas 37 vezes. Apesar do preço de revenda de metal, não parece haver interesse da prefeitura em perpetuar essa situação. A cidade esta em um impasse. Para agravar a polêmica, quando o município não dá conta de trocar as grades repletas, os amantes deslumbrados saem botando cadeados para todos os lados, chegando até na Torre Eiffel. E ai até a mais romântica das blogueiras perde a paciência com nossos tão amados visitantes: Opa! Assim também não!

Academia Francesa e Biblioteca de Mazarino ( conselheiro de Luis XIV) .1661
Academia Francesa e Biblioteca de Mazarino ( conselheiro de Luis XIV) .1661
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Foto tirada em passeio de bicicleta as 7h da manhã, a ponte quase vazia
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A cada dia mais cadeados
Vista da Ponte para Ilha de la Cité,
Vista da Ponte para Ilha de la Cité, ponta chamada “dos judeus” onde foi queimado o templario Jacques de Molay
Pont des Arts- Paris
Novo pedaço de grade da Ponte das Artes e os novos cadeados não tardaram a chegar
Vista Ponte das Artes, direção Louvre, Museu D'Orsay
Vista Ponte das Artes, direção Louvre, Museu D’Orsay.Cadeados até no topo da luminaria.