Michelin 2016: os cariocas estrelados

O Golden Room ficou pequeno para tantos chefs de cozinha. O mais nobre dos salões do Copacabana Palace foi o local escolhido pelo guia Michelin para anunciar hoje os restaurantes estrelados de Rio e São Paulo em sua edição 2016. A única casa com duas estrelas do Brasil continua sendo, nenhuma surpresa, o D.O.M, comandado por Alex Atala em São Paulo. Atala manteve também a sua estrela no Dalva e Dito.

Alex Atala e Giovane Carneiro: o D.O.M. é o único restaurante brasileiro com duas estrelas Michelin / Foto de divulgação
Alex Atala e Giovane Carneiro: o D.O.M. é o único restaurante brasileiro com duas estrelas Michelin / Foto de divulgação

O Eleven Rio (Joachim Koerper) vem se juntar ao time de restaurantes cariocas com uma estrela. No guia desde a primeira edição brasileira, ano passado, estão Lasai (Rafa Costa e Silva), Mee (Kasuo Harada), Olympe (Claude e Thomas Troisgros), e Roberta Sudbrack. A lista de cariocas estrelados inclui ainda o Le Pré Catelan, fechado desde a saída do chef francês Roland Villard, mês passado.

Cinthia e Joachim Koerper: o chef é o novo estrelado do Rio / Foto de divulgação
Cinthia e Joachim Koerper: o chef é o novo estrelado do Rio / Foto de divulgação

Inaugurado há menos de um ano, o estreante Eleven Rio é um projeto do chef Joachim Koerper, alemão que passou por diversas cozinhas premiadas. Hoje ele mantém em Lisboa o Eleven original, também com uma estrela Michelin. A filial carioca, com o chef Paulo Leite à frente, fica em uma casa na Rua Frei Leandro, entre a Lagoa e o bairro do Jardim Botânico.

A lista de restaurantes cariocas Bib Gourmand, que reconhece casas com uma boa relação entre custo e qualidade, com menus de até R$ 90, trouxe mais novidades. Anna (Lagoa), Entretapas Jardim Botânico, Gurumê (São Conrado) e Riso Bistrô (Ipanema) agora fazem companhia a Artigiano (Ipanema), Entretapas Botafogo, Lima Restobar (Botafogo), Miam Miam (Botafogo), Oui Oui (Botafogo), Pomodorino (Botafogo) e Restô (Ipanema). Muitos dos Bib Gourmand cariocas estão entre os meus lugares favoritos do Rio, com destaque para o Entretapas de Botafogo e o Lima Restobar.

Rodrigo Oliveira e Roberta Sudbrack no lançamento do Michelin 2016 / Foto de divulgação
Rodrigo Oliveira, do Esquina Mocotó, e Roberta Sudbrack no lançamento do Michelin 2016 / Foto de divulgação

A lista de restaurantes estrelados traz três outras estreias, além do Eleven Rio. Em São Paulo, conquistaram a sua primeira estrela o Esquina Mocotó, o Kan Suke e o Tête à Tête. Os três fazem parte da lista de 11 casas com uma estrela em São Paulo. Entre os 19 restaurantes paulistanos Bib Gourmand há cinco novos: Le Bife, Bona, Manioca, Petí Gastronomia e Tordesilhas.

Durante a cerimônia de lançamento, Michael Ellis, diretor internacional dos guias Michelin, avisou aos chefs que a seleção de 2017 já começou. Com 44 hotéis e 160 restaurantes de Rio e São Paulo, o guia 2016 está disponível gratuitamente em aplicativos para celular e tablet. Nas livrarias a edição impressa, com 320 páginas, custa R$ 80.

Eleven Rio: O novo restaurante estrelado do Rio abre de terça-feira a sábado para almoço e jantar. Aos domingos, somente almoço. Menus degustação entre R$ 198 e R$ 370. Rua Frei Leandro 20, Lagoa. Tel + 21 2266 7591. www.elevenrio.com.br

 

A Lagoa, o Natal e as Olimpíadas

Os Dois Irmãos e a Pedra da Gávea vista do Cantagalo / Foto de Carla Lencastre
Os Dois Irmãos e a Pedra da Gávea vistos do Parque do Cantagalo / Foto de Carla Lencastre

Um dos mais famosos cartões-postais cariocas, a Lagoa Rodrigo de Freitas é assunto certo no fim de ano no Rio. Quem passou por suas margens nos últimos dias percebeu os sinais de que 2015 vai terminando. A estrutura da árvore, que há 20 anos é a decoração de Natal mais famosa (e controversa) da cidade, já está quase pronta. A inauguração será no próximo dia 28, no Parque do Cantagalo.

A árvore de Natal da Lagoa no ano passado  / Foto de Carla Lencastre
A árvore de Natal ano passado / Foto de Carla Lencastre

Com 85 metros de altura, a maior árvore de Natal flutuante do mundo começou a ser montada em setembro. Em um dos programas mais populares do fim de ano carioca, ano após ano multidões vão às margens da Lagoa até o dia 6 de janeiro para ver a imensa árvore iluminada flutuando no espelho d’água. Seis geradores já estão instalados para garantir as luzes.

O pôr do sol visto do Palaphita / Foto de Carla Lencastre
Pôr do sol visto do Palaphita / Foto de Carla Lencastre

A árvore é uma atração extra, mas a Lagoa é um bom programa o ano inteiro. Há vários quiosques em seu entorno. Gosto muito do Palaphita Kitch, que fica na área do Parque do Cantagalo e abre às 18h. É um lounge às margens da Lagoa com um lindo pôr do sol. Às vezes dá até para ver a árvore, dependendo do dia (ela muda de lugar ao longo do mês de dezembro).

Lounge às margens da Lagoa / Foto de Carla Lencastre
Lounge na Lagoa / Foto de Carla Lencastre

Perto do Palaphita ficam os pedalinhos e há uma área para piqueniques. Foi um deles que me inspirou a escrever este post. No fim do mês passado, o Visit California promoveu um lindo evento às margens da Lagoa para divulgar o estado americano. Para quem quiser saber as novidades de Santa Monica, tem um post no meu outro blog, O Olhar Nômade.

Piquenique do Visit California às margens da Lagoa / Foto de Carla Lencastre
Piquenique do Visit California  / Foto de Carla Lencastre

A árvore começa a ser desmontada na manhã do dia 7 de janeiro. Mas a Lagoa vai continuar no centro das atenções de cariocas e visitantes em 2016. Durante as Olimpíadas, as provas de remo e canoagem de velocidade serão disputadas ali. Com quase oito quilômetros de perímetro, a Lagoa é cenário de regatas desde o fim do século XIX. Flamengo, Botafogo e Vasco, três dos mais importantes times do futebol carioca, tiveram origem nos clubes de remo às margens da Lagoa. E até hoje suas equipes estão entre as mais competitivas.

Vegetação exuberante no entorno da Lagoa / Foto de Carla Lencastre
Vegetação exuberante no entorno / Foto de Carla Lencastre

Infelizmente, o cenário da Lagoa não é uma beleza em tempo integral. Há um problema crônico de mortandade de peixes, por conta da proliferação de algas. Em abril deste ano, depois de uma forte chuva, foram recolhidas mais de 50 toneladas de peixes mortos na Lagoa, que é ligada ao mar. Até hoje, não foi encontrada uma solução definitiva para o problema que já tem dezenas de anos.

A vegetação às margens da Lagoa / Foto de Carla Lencastre
A vegetação às margens da Lagoa / Foto de Carla Lencastre

 

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