Para ver o sol se por

O horário de verão adia o pôr do sol carioca para as 19h. E nesta primavera o Rio já teve cada fim de tarde mais alaranjado do que outro. O melhor lugar para estar quando o sol de põe atrás do Morro Dois Irmãos é na orla das praias de Ipanema e Leblon. Quanto mais perto da Pedra do Arpoador, melhor.

Tons de laranja no céu e nos copos / Foto de Carla Lencastre
Tons de laranja no céu e nos copos / Foto de Carla Lencastre

Dia desses vi o entardecer em um quiosque do Aperol Spritz, drinque leve e refrescante que há alguns verões faz sucesso por aqui. Os tons de laranja da bebida não poderiam combinar mais com o colorido do crepúsculo.

O quiosque ao entardecer / Foto de Carla Lencastre
O quiosque ao entardecer / Foto de Carla Lencastre

O programa é um luxo, porém o quiosque é bem simples: mesas e cadeiras de plástico e nada para comer. Mas o drinque com espumante é preparado com esmero pelos funcionários e servido na taça de vidro apropriada. A rodela de laranja do Spritz é o preço: honestíssimos R$ 20.

No calçadão, na frente do quiosque / Foto de Carla Lencastre
No calçadão, na frente do quiosque / Foto de Carla Lencastre

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O pôr do sol no Arpoador pode ser combinado com um passeio pela Praça Nossa Senhora da Paz, onde fica uma das novas estações do metrô do Rio. Neste post aqui tem algumas sugestões do que fazer nos arredores da charmosa praça.

E lá se vai mais um dia... / Foto de Carla Lencastre
E lá se vai mais um dia… / Foto de Carla Lencastre

Mão erudita e olhar selvagem no centro carioca

As mãos e os olhos do título são de Pablo Picasso. E quem não viu em São Paulo, tem mais uma chance no Rio. A exposição “Picasso: mão erudita, olho selvagem” fica em cartaz na Caixa Cultural, no Centro da cidade, até 20 de novembro.

Óleo sobre madeira "Chouette dans un intérieur" (1946) / Foto de Carla Lencastre
Óleo sobre madeira “Chouette dans un intérieur” (1946)

O que torna esta mostra especialmente charmosa é que ela reúne obras do acervo pessoal do artista. Entre os mais de cem trabalhos estão, por exemplo, estudos para obras-primas como “Les demoiselles d’Avignon” e “Guernica”. Pinturas das fases iniciais, croquis para cenários e figurinos de balés russos e objetos em cerâmica também chamam a atenção. A exposição apresenta ainda o curta-metragem “Guernica” (1950), de Alais Resnais e Robert Hessens. A curadoria é de Emilia Philippot, do Musée Picasso, em Paris.

Óleo sobre tela "Le jeune peintre" (1972)
Óleo sobre tela “Le jeune peintre” (1972)

“Mão erudita, olhar selvagem” foi organizada pelo Instituto Tomie Ohtake em parceria com Musée Picasso. As principais obras são provenientes de duas doações dos herdeiros do artista (1881-1973) e abrangem todas as fases de sua longa carreira.

Vaso em argila de 1961 / Foto de Carla Lencastre
Vaso em argila de 1961 / Foto de Carla Lencastre

Por conta da greve dos bancários, o centro cultural da Caixa só estava abrindo à noite e nos fins de semana. Mas agora a exposição, inaugurada mês passado, durante a greve, pode ser vista de terça-feira a domingo, das 10h às 21h. A Caixa Cultural Rio fica na Avenida Almirante Barroso 25, ao lado da estação Carioca do metrô (saída Avenida Chile).

#theworldneedsmorespiralstaircases: uma das escadas da Caixa Cultural Rio / Foto de Carla Lencastre
#theworldneedsmorespiralstaircases: uma das escadas da Caixa Cultural Rio / Foto de Carla Lencastre

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Continua em cartaz no Rio, também no Centro da cidade, a abrangente e bonita exposição sobre arte brasileira no Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá. “A cor do Brasil” pode ser vista até janeiro de 2017. Leia mais sobre ela, e os arredores do MAR, clicando aqui.

"A Glória" (século 19), por Eduard Hildebrantt, no MAR
“A Glória” (século 19), por Eduard Hildebrantt, no MAR

 

"Vista da enseada de Botafogo" (1868), por Henri Nicolas Vinet
“Vista da enseada de Botafogo” (1868), por Henri Nicolas Vinet

O novo metrô e as praças de Ipanema e Leblon

A nova linha do metrô carioca, com 16 km ligando Ipanema à Barra da Tijuca, é um dos principais legados dos Jogos Olímpicos. Mas durante os quatro anos de construção, duas das principais praças do eixo Ipanema-Leblon viraram imensos canteiros de obras. Agora estão de volta, reurbanizadas, e cada uma com uma estação de metrô para chamar de sua.

"A menina dos balões encantados", uma das esculturas da N.S. da Paz / Foto de Carla Lencastre
“A menina dos balões encantados”, uma das esculturas da N.S. da Paz / Foto de Carla Lencastre

No coração de Ipanema, a charmosa Praça Nossa Senhora da Paz é das mais queridas pelos moradores da região. Fica entre as ruas Visconde de Pirajá, Barão da Torre, Joana Angélica e Maria Quitéria. O comércio no entorno reúne várias lojas com DNA carioca, como Osklen, Richards, Redley, Farm, ATeen.

Grafite na fachada da Redley, em frente à praça / Foto de Carla Lencastre
Grafite na fachada da Redley, em frente à praça / Foto de Carla Lencastre

 

A torre da igreja vista da praça que leva seu nome / Foto de Carla Lencastre
A torre da igreja vista da praça que leva seu nome / Foto de Carla Lencastre

A igreja quase centenária que batiza o lugar fica na Rua Visconde de Pirajá, ao lado do centro comercial Fórum de Ipanema. Às sextas-feiras, a feira livre colore as ruas em volta da praça. Os portões de acesso à Nossa Senhora da Paz ficam abertos diariamente das 6h às 22h.

Um dos portões de acesso à praça / Foto de Carla Lencastre
Uma das entradas da N.S. da Paz / Foto de Carla Lencastre

Na Rua Barão da Torre, há duas novidades gastronômicas, ambas inauguradas em agosto e abertas diariamente: a versão pop-up store da Casa Carandaí e a Pici Trattoria. Entre a Carandaí e a Pici, funciona há tempos uma das casas Cavist, misto de loja de vinhos e bistrô franco-italiano.

O chef da Pici, que faz um já famoso carbonara, é Thiago Berton, que passou por restaurantes estrelados na Espanha; pelo D.O.M. e pelo Maní, em São Paulo, e por outras casas premiadas no Rio. A trattoria tem fachada envidraçada que deixa passar a luz natural da praça.

Caprese com vista da nova Casa Carandaí / Foto de Carla Lencastre
Caprese com vista para a praça na nova Casa Carandaí / Foto de Carla Lencastre

A versão ipanemense da Carandaí, tal qual a loja do Jardim Botânico, na Rua Lopes Quintas, tem boa oferta de produtos gourmet e pães de fabricação própria. Destaque para a seleção de queijos brasileiros, para os gourgères (um espécie de pão queijo levíssimo) com canastra e para o pão com alecrim. O café tem mesas com vista para a praça e serve sanduíches, saladas e pratos quentes. Inaugurada em agosto, a filial em princípio fica aberta até dezembro.

O laguinho da praça / Foto de Carla Lencastre
O laguinho da Praça Nossa Senhora da Paz / Foto de Carla Lencastre

No Leblon, cercada pelas ruas Ataulfo de Paiva, General San Martin, Bartolomeu Mitre de General Urquiza, fica a Antero de Quental. A praça não é gradeada e tem quiosques de plantas e flores, além de árvores recém-plantadas. É um ótimo ponto de partida para os diversos bares e restaurantes da região, e também para o comércio de rua. Não está longe dos shoppings Rio Design e Leblon, mas a estação Jardim de Alah é mais perto dos centros comerciais. A Antero de Quental também fica pertinho da praia, na altura do Marina All Suites e do Bar d’Hotel, sobre o qual escrevi aqui e aqui.

Por enquanto, a Linha 4 do metrô carioca funciona em horário reduzido, de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 6h às 21h. A previsão é que em janeiro a nova linha esteja operando diariamente, até a meia-noite.

A Igreja N.S. da Paz em painel de azulejos da nova estação do metrô / Foto de Carla Lencastre
A Igreja N.S. da Paz em painel de azulejos da nova estação do metrô / Foto de Carla Lencastre