Cerca de 300Km separam Salvador e Ilhéus.
Quer dizer, 300Km em linha reta: em razão do litoral entrecortado por inúmeras ilhas, baías, rios e arquipélagos, a estrada que liga as duas cidades precisa dar uma volta um pouco mais longa – quase 450Km – garantindo um ar ainda mais preservado aos destinos situados no meio do caminho.
Tivessem projetado a rodovia margeando a costa e talvez a Bahia não teria se tornado um dos maiores polos turísticos do País. Como imaginar Morro de São Paulo, Boipeba, Moreré e Barra Grande conectados por pontes e rodovias monumentais, sem que isso comprometesse a preservação desses lugares? Por um lado, sabemos que uma infraestrutura de transportes limitada prejudica a chegada de turistas, mas por outro, já conhecemos o que acontece quando um local não consegue acompanhar o aumento do fluxo de visitantes.
O Litoral Sul da Bahia vive assim, nesse eterno dilema entre facilitar o acesso ou manter os destinos como estão. Antes de afirmar que defendo a 2ª alternativa, cabe um esclarecimento: não sou a favor da exclusividade por critérios econômicos e tenho certeza que transformar essas localidades em balneários privativos para endinheirados não é necessariamente a melhor opção – existem outras formas de controle e muitas atrações turísticas ao redor do mundo já trabalham com isso. O que defendo é a preservação e a proteção do nosso litoral contra o Turismo predatório e excessos que acabam comprometendo não apenas o destino em si, mas a própria experiência do viajante.
O caminho é o equilíbrio. Não gostaria de ver milhares de veículos invadindo Morro de São Paulo, porém ao mesmo tempo, sei que não é confortável esperar horas e horas na fila para retornar da ilha em feriados mais concorridos como o Reveillon.
O fato é que, considerando a logística complexa até mesmo para baianos, para turistas a situação fica mais difícil na hora combinar mais de um desses destinos na mesma viagem: suponha que um visitante deseje conhecer Salvador, Morro de São Paulo, Taipu de Fora e Itacaré. Por onde começar? Quais cidades deverá utilizar como base? Como se deslocar entre cada uma das localidades?Esse foi o desafio proposto pela Abreu Viagens, conhecida mundialmente como “a mais antiga operadora do planeta”, fundada em 1840 na cidade do Porto, em Portugal. A Abreu enviou 11 dos seus agentes de viagem para um famtour com o objetivo de explorar ao máximo o nosso Litoral Sul. As únicas informações existentes até então eram as datas de chegada e partida no Aeroporto Internacional de Salvador. Já a montagem completa da programação do que visitar em sete dias ficou a cargo da Grou Turismo, o receptivo Abreu na Bahia. Tive a honra de participar e acompanhar de perto todo o processo e aproveito para contar aqui um pouco da aventura dos portugueses em terras baianas.
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Roma Negra
Já dizia a famosa canção de Roberto Mendes:
Lisboa revisitada
Sudanesa sedução
Roma negra encravada no ocidente, coração
Salvador está presente no imaginário coletivo e nos livros de História de Portugal. Capital da Colônia por mais de 200 anos, projetada como uma típica cidade portuguesa e com relevo definido entre Cidade Alta e Cidade Baixa, veio a se tornar o porto mais movimentado do Atlântico Sul – e para alguns estudiosos, a primeira cidade “globalizada” do Ocidente. Salvador nasceu e cresceu como a mistura de três grandes etnias – a europeia, a africana e a indígena – mas recebeu a influência de várias outras nacionalidades, que paravam as embarcações na cidade no caminho para outras regiões. Devido ao comércio de escravos, é considerada hoje a maior população negra fora da África e reúne uma riqueza cultural de valor incalculável, tendo sido o berço de vários gêneros musicais brasileiros e celeiro de alguns dos maiores artistas do País.
A expectativa do grupo era grande, mas pontuada por algumas notícias desanimadoras em relação à cidade. De fato, Salvador não é mais a mesma dos anos 90, quando estourou para o Turismo com um Pelourinho recém-reformado e a Axé Music bombando nas paradas de sucesso. A cidade atravessou um período turbulento em meados dos anos 2000 e enfrentou uma queda no número de turistas, acarretando inclusive no fechamento de alguns hotéis. No último ano, contudo, parece estar querendo levar a sério novamente o mercado, e vem se equipando com novas atrações, além de repaginar os cartões postais mais clássicos. Ainda há muito a ser feito e melhorado, mas como eu costumo dizer aos amigos que visitam a cidade, Salvador não é uma cidade para fotos do Instagram, mas um lugar para ser vivenciado em todos os seus aspectos – em especial o artístico, histórico, cultural e gastronômico. Com a assistência adequada de um morador local e sem medo de se jogar de cabeça na viagem, a experiência pode ser uma das mais marcantes da sua vida.
Entre visitas a alguns hotéis da cidade, que já são de praxe em famtrips, alternamos com passeios para apresentar o que faz de Salvador…Salvador. Com duas noites de hospedagem na ida – uma para a chegada e a outra para seguir viagem – e mais duas noites na volta, o grupo ficou com dois dias livres para um curso intensivo de baianidade nagô. O clima não poderia ter sido melhor – sério, nunca vi agentes tão animados quanto esses:
Teve de tudo um pouco: Igreja de São Francisco (uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo), Igreja do Bonfim (e uma aula sobre o sincretismo religioso na Bahia), compras no Mercado Modelo (tive que levar DUAS VEZES, porque o povo queria comprar mais), Elevador Lacerda (o nosso Elevador de Santa Justa), moqueca de camarão no Centro Histórico, show gratuito de grupo de percussão no Pelourinho, passeio no Santo Antônio Além do Carmo e visita ao novo Espaço Carybé de Artes, na Barra.
Preciso fazer apenas uma observação importante sobre os hotéis que nós visitamos. Sem entrar no mérito de cada um, não posso deixar de destacar a VISTA dos quartos e/ou terraços (sou desses que não pode subir em prédio alto e já quer tirar foto). Olha só o visual:
– Golden Tulip Rio Vermelho
– Pestana Convento do Carmo
– Sheraton da Bahia
– Sol Barra
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Ibiza Baiana
Já que em casa de ferreiro o espeto é de plástico, lá vem eu cometendo o mesmo erro que condenei alguns posts atrás, sobre o perigo dos títulos comparativos. Vamos pular essa parte e focar na licença poética para que vocês entendam, guardadas as devidas proporções, o que o 2º destino do famtour representa para o Turismo na Bahia.
A primeira coisa que você precisa saber é que Morro de São Paulo não faz parte de Salvador, e sim de Cairu (um município-arquipélago que abrange ainda as praias de Boipeba e Moreré). A segunda coisa é que ilha não se chama Morro de São Paulo, e sim Ilha de Tinharé. E a terceira é que Morro é mesmo um MORRO, portanto espere uma senhora ladeira para subir do atracadouro até a vila, outra ladeira de responsa para descer da vila até as praias e uma ladeira pior ainda para voltar – na verdade é a mesma ladeira da ida, mas imagine como é para subir depois de passar o dia tomando banho de mar e enchendo o bucho de comida?
Há três formas para chegar a Morro a partir de Salvador: via marítima, de catamarã navegando em mar aberto, de táxi aéreo, ou como a maioria das empresas de receptivo opera, via transfer semi-terrestre. Como o catamarã costuma causar enjoos em muita gente (não é raro os passageiros vomitarem) e o voo até Morro é só para o$ mai$ endinheirado$, ficamos com a última opção: transfer do hotel em Salvador até o Terminal Náutico + travessia de lancha até a Ilha de Itaparica + trajeto rodoviário até o Terminal de Bom Jardim + lancha rápida até Morro de São Paulo. Contando assim parece ser trabalhoso, mas é bem prático e todo mundo descansa/dorme no buzú. O percurso total dura aproximadamente 3h30.
Pronto, sua lancha atracou em Morro e agora começa a última etapa do negócio: carregar as bagagens até o hotel.
“Ah, é só arrastar a mala, tem rodinha pra que?”
Fique aí achando que é moleza. Para enfrentar as ladeiras de Morro de São Paulo, existe um serviço especializado de “táxi” para o transporte de bagagens – ou de passageiros, caso você não queira chegar lá em cima botando os bofes pra fora. O valor é negociado com cada carregador (de R$15 a R$20 por mala), você diz em qual pousada vai ficar hospedado, e levam tudo pra você. Ah, só um detalhe: como praticamente não existem veículos em Morro, o transporte é realizado na base do carrinho de mão:
Em Morro, aliás, você vai aprender que “em coração de mãe/carrinho de mão, sempre cabe mais um/uma mala”. Não me pergunte como, mas os caras conseguem colocar até DEZ malas grandes num carrinho, e o mais impressionante, subir com tudo aquilo até o alto da vila. Se chamarem a equipe do Guinness Book, vira recorde.
Todos devidamente alojados nas respectivas pousadas, marcamos para nos encontrar em um restaurante da Segunda Praia, utilizado como ponto de apoio da Grou para passeios de um dia a Morro. A Primeira Praia não é muito famosa, a Terceira fica logo mais à frente (na minha opinião, a melhor para se hospedar), e a Quarta e a Quinta são as mais sossegadas, por ficarem mais distantes da muvuca do centrinho.
Nem preciso falar que no almoço o povo pediu moqueca. De novo.
Ficamos somente uma noite em Morro, suficiente para um passeio pela vila e banho de mar. O tempo não estava muito favorável – quase sempre nublado – mas os agentes disseram que estava perfeito. Eu insisti falando que em dias de sol ficava muito mais bonito, mas ninguém ligou muito. Na dúvida, vou mandar aqui algumas fotos que tirei quando estive por lá em setembro (e olha que dizem que Morro consegue ser ainda mais lindo do que isso):
Claro que a noite de Morro é um capítulo à parte. Mesmo na baixa estação, sempre há opções de baladas, música ao vivo e inúmeros bares para curtir a madrugada, a exemplo da emblemática Toca do Morcego, com seu famoso por do sol com vista pro mar. Nós fomos para o Portaló, convidados por outro português que reside na ilha há alguns anos e atua na área Comercial da pousada. Ótimos drinks, recepção de primeira e um fim de tarde inesquecível.
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A Indonésia é Aqui
De Morro de São Paulo, saímos cedo para pegar a lancha de volta ao Terminal de Bom Jardim, e de lá uma van nos esperava para seguir viagem até Camamu (80Km), e de lá, fomos em uma outra lancha até o vilarejo de Barra Grande, na ponta da Península de Maraú. Foi uma parada estratégica do transfer a caminho de Itacaré, para apresentar ao grupo mais um destino do Litoral Sul: na realidade, não existe esta opção como traslado regular, mas como o tempo dos agentes estava um tanto corrido, fizemos essa opção para não perder a oportunidade.
Em condições normais, é possível conhecer Barra Grande se hospedando numa das pousadas ou em um passeio de escuna pela Baía de Camamu, com paradas em algumas ilhas e almoço no vilarejo. O tour pode ser realizado por turistas hospedados em Morro de São Paulo, Itacaré ou Ilhéus.
Camamu é uma das cidades mais antigas da Bahia, construída nos mesmos moldes de Salvador – aproveitando o seu relevo dividido em partes Alta e Baixa. A cidade fica a cerca de 40Km de Itacaré e tem um porto bastante movimentado, com um importante casario colonial.
São menos de 30 minutos de travessia de lancha até Barra Grande, em embarcações que fazem o transporte da própria população local – esse é o melhor meio de transporte para cruzar a imensa Baía de Camamu (a 3ª maior do Brasil, inclusive). Logo que desembarcaram na Península de Maraú, os agentes se encantaram tanto que chegaram e me perguntar se seria possível ver um lugar mais paradisíaco do que aquele no resto da viagem. “Esse você não vai conseguir superar”, foi o que eles disseram.
O restaurante utilizado como ponto de apoio em Barra Grande foi o Clube do Mestre, situado à beira mar, oferecendo um almoço especial para os agentes da Abreu e um dos atendimentos mais simpáticos de toda a viagem.
Um ponto importante é que assim como em Morro de São Paulo, em Barra Grande também há uma taxa de preservação ambiental a ser paga logo após o desembarque da lancha. Você passa pelo guichê da “imigração” e dois passos depois já está no pedaço mais indonésio da Bahia (juro que é a última vez que eu faço esse tipo de comparação).
De todos os destinos visitados no Litoral Sul, a Península de Maraú sem dúvidas tem o clima mais tranquilo (exceto quando recebe alguma festa ou evento badalado). As construções são em estilo rústico, as ruas são de areia, e há poucos automóveis na vila (a estrada de acesso é mais adequada para veículos 4×4).
O ritmo é tão sossegado que rola até uma siesta depois do almoço. Repare no horário de funcionamento de algumas lojas:
E o que dizer das praias? Por se tratar de uma península, o lugar é banhado tanto pelas águas calmas da Baía de Camamu – sem ondas, perfeitas para ficar relaxando como se não houvesse amanhã – quanto pelo Oceano Atlântico. Do lado do oceano, por sinal, ficam as piscinas naturais de Taipu de Fora, que aparecem sempre em todas as listas de Praias Mais Bonitas do Brasil. Mas as de Barra Grande não ficam atrás em matéria de beleza:
Ao final da tarde, já estávamos novamente na lancha para Camamu e embarcamos na van com destino a Itacaré, a 45Km de distância. Já era início de noite quando fizemos o check in nas pousadas, e logo após o jantar seguimos para a região mais badalada da cidade: a Pituba.
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Pra que Costa Rica?
Itacaré é um dos destinos mais completos da Bahia. Essa também foi a opinião dos agentes portugueses, que elegeram o lugar como o preferido da viagem – assim, respondendo a pergunta que me fizeram em Barra Grande: sim, eles se surpreenderam e muito.
Aqui vão 10 motivos que fazem Itacaré ser um lugar tão fascinante:
1 – Trilhas na Mata Atlântica
2 – Pousadas charmosas
3 – Praias semi-desertas
4 – Cachoeiras (para se refrescar depois da praia)
5 – Infraestrutura de lojas, bares e restaurantes
6 – Ideal para a prática de esportes (surf, rafting, stand up, etc)
7 – Aeroporto a menos de 1h de distância (Ilhéus, a 60Km)
8 – Dá pra visitar fazendas de cacau
9 – Dá pra fazer um passeio de escuna na Baía de Camamu
10 – Dá pra conhecer os cartões postais de Ilhéus
Dos passeios oferecidos aos passageiros hospedados em Itacaré, considero que dois são imperdíveis: a Trilha das Quatro Praias, uma caminhada de 4Km atravessando a Mata Atlântica e intercalada com paradas nas praias da Engenhoca, Havaizinho, Camboinha e Itacarezinho; e o passeio à Praia de Pé de Serra com a Cachoeira de Tijuípe, que dispensa apresentações.
Para otimizar o tempo, e uma vez que ainda teríamos que visitar pelo menos 05 hotéis e pousadas na parte da tarde, tentamos unir um pouco de cada um dos passeios, combinando a Praia da Engenhoca com uma parada rápida na cachoeira.
A caminhada desde a entrada da trilha até a praia dura cerca de 25 minutos. No percurso, o guia vai apresentando alguns destaques da fauna e flora brasileiras, dando ainda as instruções de segurança e a recomendação de que ninguém retire nada da natureza. O trajeto é tranquilo para iniciantes, com alguns declives que podem cansar algumas pessoas – mas nada que assuste quem enfrentou as ladeiras de Morro de São Paulo.
Chegando na Praia da Engenhoca, os agentes não conseguiram esconder a surpresa: “Não dá para registrar isso em fotografia”, um deles exclamou.
Definitivamente, um pedaço do paraíso.
E no canto esquerdo da praia, tem ainda um riacho com água geladinha (para padrões baianos) que nos acompanha com várias cachoeiras ao longo da trilha e desemboca no mar. Para atravessar arrastando chinelo e refrescando os pés (garanto ser mais relaxante do que qualquer terapia de SPA urbano).
Por falar em rio, da Praia da Engenhoca fomos direto para a Cachoeira do Tijuípe. Por se tratar de uma área particular, há cobrança de ingresso para a manutenção do local (em 2016, estava a R$13 por pessoa). E vale cada centavo.
Banho de cachoeira é uma das melhores coisas do mundo. A do Tijuípe desemboca num poço com mais de 4m de profundidade, e não há perigo de ser arrastado pela correnteza – além do mais, há algumas cordas penduradas para auxiliar quem tem dificuldade de nadar, e um salva-vidas fica bem ao lado, de olho em tudo e advertindo para que nenhum turista gaiato tente fazer alguma peripécia mais “audaciosa”.
De volta a Itacaré, no final da tarde fomos conferir o por do sol no Mirante do Xaréu, uma colina que oferece uma visão panorâmica tanto da Praia da Concha quanto do Centro Histórico. O Rio de Contas, que banha a cidade, nasce na Chapada Diamantina e percorre mais de 600Km até desembocar no oceano. O encontro do rio com o mar, em Itacaré, é um dos seus trechos mais cênicos. E 20Km rio acima, suas corredeiras formam um dos melhores pontos para a prática de rafting no Brasil. É ou não é um dos lugares mais privilegiados do mundo?
Mas como nem tudo são flores, Itacaré já não é mais a mesma da época em que despontou como destino turístico. Ainda que continue sendo frequentada por artistas de Hollywood e celebridades nacionais e internacionais, a cidade cresceu bastante e já não é tão tranquila quanto era há alguns anos. Particularmente, eu sou apaixonado pelo lugar, e considero a melhor cidade – tanto em localização, quanto em beleza e infraestrutura – para utilizar como base para realizar os passeios na região do Litoral Sul da Bahia.
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Eu nasci assim, eu cresci assim e sou mesmo assim
Ah…Ilhéus. A última parada da viagem foi um tour de pouco mais de três horas para conhecer as principais atrações do Centro Histórico. Nosso voo estava marcado para às 14:25h, então nos programamos para sair de Itacaré às 08h e ter tempo suficiente para passear na cidade antes de seguir para o Aeroporto.
Terra do escritor Jorge Amado, dos Coronéis do Cacau, de Gabriela Cravo e Canela, e Capital Brasileira do Chocolate de Origem. Ilhéus já foi a cidade mais rica da Bahia, quando os poderosos fazendeiros de cacau dominavam a região, e traços desse passado luxuoso ainda podem ser vistos nas construções ainda hoje.
Quem não conhece o Bar Vesúvio, o cabaré Bataclan e seus respectivos personagens, Nacib e Maria Machadão?
Após sofrer um duro golpe com a praga da vassoura-de-bruxa, as plantações de cacau foram devastadas, a colheita do fruto despencou e a economia da cidade nunca mais foi a mesma. Atualmente, Ilhéus tenta se recuperar investindo em tecnologias para combater o fungo – através da clonagem de espécies de cacau – e na produção de chocolates orgânicos. Todos os anos, inclusive, a cidade sedia o maior festival de chocolate do País, com palestras, feiras, oficinas e apresentações musicais.
A rede hoteleira de Ilhéus é a mais completa do Litoral Sul, espalhada ao longo do vasto litoral do município – são quase 100Km de praias e inúmeros hotéis, pousadas e até mesmo resorts all inclusive. E a melhor parte é que turistas hospedados na cidade podem fazer passeios de um dia a Itacaré, Península de Maraú e Morro de São Paulo.
Fizemos o check in, despachamos as bagagens já com aquele sentimento de tristeza pelo fim da viagem, e almoçamos num restaurante a quilo perto do Aeroporto – e de sobremesa, apresentei aos agentes portugueses uma iguaria tipicamente brasileira:
( ) cocada
( ) quindim de iaiá
( ) brigadeiro
(X) milk shake de Ovomaltine
O voo de Ilhéus a Salvador dura menos de 40 minutos. Além disso, por oferecer voos diários para São Paulo, Campinas, Brasília e Belo Horizonte, se o turista desejar poderá retornar sem a necessidade de conexão na capital baiana. Como o voo para Lisboa sairia de Salvador, optamos por finalizar a viagem dois dias antes – para deixar uma margem de segurança em caso de qualquer imprevisto – e reservamos o trecho interno do aéreo.
Aí você me pergunta: “Nossa, essa viagem foi perfeita! Vocês chegaram no sábado em Salvador às 15h e ainda tiveram tempo de passear na cidade, jantar num restaurante legal e curtir a noite do Rio Vermelho, certo?”
Só que não:
O avião não conseguiu pousar devido ao mau tempo, e o nosso voo acabou sendo cancelado. Como um sinal de que tinha que ter alguma aventura para tornar a viagem ainda mais inesquecível, a cia aérea nos acomodou num ônibus e seguimos em trajeto rodoviário até Salvador (de 06h a 07h de percurso), com direito a “jantar” em posto de gasolina, boas risadas e um dos grupos de famtour mais animados que eu já tive o prazer de acompanhar.
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É impossível ser feliz sozinho
Não poderia encerrar a matéria sem agradecer a todos os parceiros que garantiram o sucesso da viagem.
Aos hotéis Gran Stella Maris, Catussaba Resort, Monte Pascoal e Vila Galé Ondina, em Salvador; às pousadas Marea, Bella Vida, Portaló, Villa das Pedras e Villa dos Grafittis, em Morro de São Paulo; às pousadas Pedra Torta, Vira Canoa, Terra Boa, Villa N’Kara e ao hotel Ecoporan, em Itacaré. Muito obrigado por todo o apoio e receptividade aos agentes durante os dias no Litoral Sul.
Aos restaurantes Odoyá, Capoeira, Clube do Mestre, Flor do Cacau e Alimentar, pelos momentos e refeições inesquecíveis que tivemos.
Por fim, à Abreu Viagens e à Grou, pela organização e incentivo do Turismo na Bahia com um famtour que já nasceu como sucesso garantido.
Muito obrigado a todos!