(*) Rodrigo Cezar
Como é feita a gestão de viagens e eventos corporativos atualmente no Brasil? Os meeting planners e gestores de viagens corporativas têm atuado de forma estratégica, contribuindo para criar um setor mais eficaz? Ou estão apenas fazendo booking de hotel e preenchendo planilhas de Excel? São muitas perguntas para uma única constatação: nesse mercado não há espaço para amadores.
Temos percebido, na ALAGEV, a importância dessa gestão mais estratégica e de um pensamento mais orientado para um planejamento macro, colocando em perspectiva tudo o que pode acontecer, desde um cancelamento de viagem, perda de voo ou situações atípicas, como greves ou incidência de fatores naturais imprevisíveis.
Assuntos como a integração de eventos e viagens corporativas (ITM), Duty of Care, monitoramento do viajante corporativo e outros temas têm gerado um debate interessante. Mais do que pensar na racionalização dos custos, os gestores de viagens e eventos corporativos precisam ser criativos e utilizar a tecnologia a seu favor.
Entendemos que, para que essa conexão seja bem executada, todos os envolvidos na gestão de viagens e eventos nas empresas devem ter níveis equivalentes de conhecimento, direcionamento e alinhamento estratégico.
Muitas vezes, com a dinâmica das grandes corporações, as realizações do gestor de viagens e eventos para os stakeholders não são transmitidas de forma eficaz. E, às vezes, a mensagem recebida pelo alto escalão das empresas não é alinhada ao entendimento que os mesmos têm sobre essa categoria. Resumindo: existe um gap significativo entre o entendimento sobre gestão de viagens e eventos nas empresas do ponto de vista do profissional versus a percepção que C-Level tem realmente.
As discussões na Associação têm evoluído a cada reunião de Comunidade Global e a cada evento realizado.
Neste sentido, inclusive, podemos destacar que temos vivido um novo momento na Entidade: estamos focados em entender o mercado de uma forma 360°, o que nos permitirá oferecer cada vez mais uma gama de possibilidades a fim de que o gestor de viagens e eventos corporativos possa contribuir e fazer a diferença em sua empresa e no mercado.
Esse avanço conversa diretamente com a necessidade urgente de termos profissionais capacitados e que realmente entendam do business, indo além de um evento grandioso ou mesmo de uma viagem bem conduzida.
Não há receita de bolo. O caminho é longo e há muito trabalho pela frente. Exatamente por isso, convidamos a todos os profissionais a arregaçarem as mangas, pensarem nesses assuntos e ajudarem a desenvolver o setor. Vamos?
Rodrigo Cezar é presidente da ALAGEV – Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas