Quais desafios e oportunidades nos esperam em 2023?

2022 está quase acabando, mas nosso olhar também está em 2023. Quero falar de futuro, desafios e OPORTUNIDADES que não podem ser perdidas.

Segundo o Boletim Braztoa, lançado no fim de novembro, entre as tendências para 2023 estão:

*os clientes viajando mais vezes por ano

*a busca por novos destinos brasileiros

*viagens em família e viagens internacionais também estão neste ranking.

Com as pessoas VIAJANDO MAIS VEZES POR ANO, há espaço para Brasil, para internacional, para praia, para região central. Há espaço de sobra para todos os perfis.

24% das operadoras também apontaram como forte tendência a programação de viagens em datas aleatórias durante todo o ano, independente de feriados ou datas comemorativas. O restante se divide entre feriados, férias e alta temporada.

Também segundo o Boletim Braztoa, entre os principais DESAFIOS do setor para a retomada estão o custo do aéreo, seguido da retomada da malha aérea e do custo da hospedagem. 

Posso listar outros, como instabilidade política, melhorar a imagem do nosso país, ter políticas de planejamento contínuas, desenvolver novos destinos e melhorar a qualidade e a diversidade dos produtos e serviços oferecidos, entre muitas outras questões.

Com uma vasta diversidade de atrações e biomas, o Brasil tem perfil para ser protagonista do Turismo mundial. Mas ainda não alcançamos esse patamar. 

Já que ficar de braços cruzados esperando as coisas melhorarem não funciona. O que podemos fazer para alavancar nossos negócios e elevar o Turismo e a economia do Brasil?

Nada acontece em um passe de mágica. Requer conversa, pesquisa, planejamento, ação!

Exemplo de uma excelente ação é a Academia de Excelência Braztoa, que reúne programas de capacitação e de parcerias público-privadas para acelerar o processo de transformação dos negócios e dos destinos turísticos. 

O que buscamos? Entre outras coisas, almejamos auxiliar na criação de novos produtos turísticos pelos quatro cantos do país. Queremos ser parte ativa da evolução do portfólio de viagens do Brasil e do Mundo.

2023 será desafiador, mas o que nos desafia também nos move para frente. Apesar das dificuldades, o Turismo se consolida cada vez mais como um artigo importante para as pessoas, que, ao invés de deixarem de viajar por questões financeiras, focam em alternativas que façam as viagens caberem no seu momento econômico atual. 

Mas não podemos ficar “deitados eternamente em berço esplêndido”. É preciso estar acordado e atento aos recursos que o Brasil tem no Turismo. Se o nosso país enxergar e investir no segmento turístico como uma fonte de crescimento econômico (como muitos países já fazem), teremos um terreno fértil para superar os 6,5 milhões de visitantes estrangeiros anuais, número que está estagnado há décadas. 

Precisamos, sim, de empresários especialistas, produtos especializados e governantes que encarem o turismo como uma política de estado e não partidária.

Espero, sim, que os novos dirigentes do turismo sejam técnicos e que amem o Brasil e suas possibilidades. Que planejem não apenas para o seu curto mandato, mas para décadas. Que deixem os empresários criarem novas oportunidades de viagens. E é aqui que desempenhamos  nosso papel de especialistas, oferecendo os roteiros mais adequados a cada perfil, além da possibilidade de parcelamento, o que reforça a força e o impacto do agenciamento no desenvolvimento do turismo e da economia. 

Precisamos, sim, de especialistas e governantes comprometidos. Temos esperanças.

Feliz 2023 a todos!

Redução do IRRF: primeiro passo dado na busca por um ambiente justo e competitivo

Quero falar sobre competitividade. Essa foi a nossa grande conquista, alcançada com muito trabalho e senso de justiça, para o início de 2023. O ano que aparece em muitas pesquisas como o período de retorno do Turismo aos patamares pré-pandemia, acaba de ganhar mais um aliado para que essa excelente projeção se torne realidade.

É nesse contexto que dou início a esta edição do Blog, trazendo um tema que há muito tempo esperava escrever neste canal: o IRRF. Na verdade, ele já esteve aqui, mas em forma de protesto, de demanda, de preocupação, e, agora, ele vem como uma vitória, como paridade, como oferecimento de um ambiente saudável e competitivo para as empresas do nosso setor. 

O dia 21 de setembro foi emblemático para todo o Turismo. A assinatura da Medida Provisória que reduz dos atuais 25% para 6% o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre remessas ao exterior, veio como uma luz que esperávamos poder voltar a enxergar no nosso horizonte.

Esse imposto prejudicava o desenvolvimento das empresas turísticas nacionais e esteve por anos na pauta dos pleitos trabalhados pela BRAZTOA, ABAV e CLIA Brasil. Foram viagens, estudos, cálculos, reuniões, documentos, ligações, mensagens, encontros e muita mobilização para que chegássemos ao nosso objetivo inicial: a redução da alíquota.

Para que fiquemos todos na mesma página, esse assunto merece um storytelling mais completo. O tributo, que entrou em vigor em 1999, esteve isento até dezembro de 2015, quando voltou a vigorar e, em seguida, se manteve reduzido a 6% até o último dia de 2019.

Em 26/11/2019, pouco antes do término do prazo, foi editada a MP907, que estabeleceria um primeiro escalonamento da alíquota, até 2024. Entretanto, durante a tramitação da referida MP 907, o texto específico sobre o imposto foi vetado, ocasionando o retorno ao patamar de 25%.

Tal tributo, aliado aos desafios da pandemia, além de encarecer as viagens para o consumidor, que já se vê limitado à viajar pela redução do seu poder aquisitivo, ocasiona uma concorrência desleal já que tira a competitividade das empresas  brasileiras, que geram emprego, renda e o pagamento de impostos, em detrimento às que estão sediadas no exterior.

No começo deste ano, fizemos um cálculo para ilustrar os impactos da alíquota. Tomando como base o ano de 2019, o imposto significaria uma perda de faturamento para as empresas estimada em R$ 11,3 bilhões e um choque negativo de R$ 5,2 bilhões sobre o setor de turismo, além de redução de cerca de 358,3 mil vagas no mercado de trabalho. No que se refere aos impostos, o governo deixaria de arrecadar mais de R$ 1,3 bilhão.

Nossa conquista começou com a inserção dos respectivos valores no PLOA –  Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2023 -, que, entre as diretrizes orçamentárias do Governo Federal, aponta os incentivos e desonerações fiscais prioritárias que serão trabalhadas no próximo ano.

O que conseguimos? A partir de janeiro de 2023, a alíquota se estabelecerá em 6% por dois anos e será escalonada anualmente, até 2027, ficando em 7% em 2025, 8% em 2026 e 9% em 2027.

Com a medida, será possível proporcionar uma concorrência mais justa entre as agências e operadoras sediadas no Brasil e outras no exterior que pagam menos impostos. 

Estamos muito felizes com essa importante correção tributária, que onerava injustamente o nosso setor. Mas, calma, ainda não chegamos aonde queremos. Esse é um primeiro passo em busca da nossa meta de que esse imposto seja zerado, possibilitando que o Turismo, que já gera expressivos impactos na economia nacional além de milhões de empregos, possa crescer e evoluir ainda mais.

Nosso trabalho continua. Na verdade, ele nunca parou. Mas comemorar cada passo é essencial.

As experiências incríveis e a sustentabilidade

Saí tão inspirado da aula inaugural do Programa Experiências Incríveis da BRAZTOA e da Amplia Mundo, que decidi aproveitar as ideias fervilhando e praticar o que fizemos: trocar ideias e compartilhar experiências.

Na conversa, comandada pela apresentadora do CNN Viagem & Gastronomia, a Daniela Filomeno, que se autointitula viajante profissional, falamos sobre sustentabilidade, tema que é uma tendência, mas que ainda segue seu curso para ganhar consolidação no mercado.

Turismo e Sustentabilidade precisam caminhar juntos, afinal, nos destinos está a matéria prima desta atividade e por isso, é fundamental que ele seja desenvolvido de forma responsável. E quando este é o tema, precisamos ter em mente que a sustentabilidade é fruto de escolhas diárias e, não como muitos a rotulam como “abraçar árvores”. A sustentabilidade está ligada ao meio ambiente, obviamente, mas é muito mais do que isso,  é cuidar do destino, das pessoas, da sua forma de vida e subsistência, das tradições, da cultura local, entre muitas coisas.É cuidar,  ao mesmo tempo, das pessoas, do meio ambiente, da economia, da governança, da saúde, enfim, das nossas vidas e do futuro do planeta. Tudo ao mesmo tempo.

É aqui que as experiências incríveis e a sustentabilidade se encontram. Aqui está o verdadeiro trunfo dos especialistas em viagens, como nós. As viagens com propósito, que envolvam experiências junto à natureza e vivência com a comunidade da região visitada ganharam holofotes e protagonismo nos últimos tempos, principalmente por conta da pandemia, que fez as pessoas repensarem a vida, comportamento, consumo.

Criar conexão com o destino, com as pessoas que moram por lá, preservar, viver como um local, são alguns dos componentes que podem fazer uma viagem ser perfeita e, de quebra, impactar positivamente a comunidade. Em resumo: é a melhor das trocas.

Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido e conquistado. Segundo o Boletim Braztoa, os associados à entidade perceberam que a valorização dos aspectos relacionados à sustentabilidade entre os consumidores apareceu entre baixa e média.

As alterações de comportamento do cliente ligadas à sustentabilidade na pandemia ainda não se mostram muito claras para as empresas, já que 42% não conseguem avaliar esse aspecto ainda, ao lado de um número similar de empresas que acreditam que os comportamentos foram alterados (27%) e a parte que acredita que não foram (30%). 

Mas é importante lembrar que a mudança começa com cada indivíduo fazendo melhores escolhas a cada dia. Isso não diz respeito só ao turismo. É um trabalho nosso enquanto sociedade, pensando no mundo que estamos ajudando a construir

Atrás de cada empresa e cada viajante temos pessoas que podem fazer escolhas melhores, buscando contribuir para o desenvolvimento de negócios que estejam comprometidos com uma sociedade e um mundo melhor.

Acreditamos no desenvolvimento do turismo de forma sustentável, sabemos da sua importância, reconhecemos nossa responsabilidade e o papel que ocupamos na sua disseminação. Continuaremos comprometidos, empenhando todos os nossos melhores esforços, a muitas mãos, para que o turismo seja um caminho de evolução para as pessoas, empresas, para nosso país e para o planeta.

Lembre-se: aprendemos a criar experiências incríveis na prática. Vivendo esses momentos, nos encantando, observando de perto seus impactos positivos e, claro, reverberando, passando para a frente, proporcionando essa vivência para nossos clientes, embalando e colocando esses produtos nas nossas prateleiras.

Mais uma vez, cito essa frase de Peter Drucker “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. Cada passo do nosso trabalho tem um olhar e uma ação para salientar nosso papel, de fomentadores do turismo sustentável, de transformadores de sonhos em realidades surpreendentes.

O Prêmio Braztoa de Sustentabilidade 2022 está aí. Essa será uma edição comemorativa de 10 anos dessa premiação, que figura entre as mais importantes e relevantes do Turismo nacional, e que, inclusive, nos trouxe um convite para fazer uma apresentação sobre turismo sustentável, no Festival Cultural Lavagem de Madeleine, o maior e mais importante evento brasileiro da Europa, aconteceu na última semana em Paris.

As inscrições serão abertas em breve. Agora, volto ao que citei anteriormente: “a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. Que venham as histórias e ações inspiradoras, que nos ajudarão nesse trabalho de criar um futuro melhor.