O Rio que queremos ver e mostrar

Fui ao Rio de Janeiro inúmeras vezes durante os preparativos para a Rio-2016, e meu olhar para o evento sempre foi de otimismo, apesar dos ataques dos críticos e ceticismo dos pessimistas. Não há como negar a relevância de sediarmos o maior evento esportivo do planeta, e seu alcance a 4 bilhões de espectadores em todo o mundo, sem mencionar a chance  de captarmos  para o País a visita de 300 mil estrangeiros no período, segundo a menor estimativa do Ministério do Turismo e da Embratur – a maior aponta para 500 mil.

Mas voltar lá com a cena em pleno movimento redobra o otimismo, a começar pela excelente repercussão da impecável cerimônia de abertura, que pude acompanhar de perto, a convite da Latam. Sem me estender nas considerações, porque muito e bem já foi dito sobre a grandiosidade da festa, me concentro no registro da emoção que sentimos, especialmente quando diretamente envolvidos em um evento dessa magnitude. Me refiro aqui, particularmente, à honra que tive de estar entre os brasileiros que participaram do revezamento da Tocha Olímpica, quando de sua passagem pelo litoral paulista. Momentos inesquecíveis que potencializam nosso orgulho cívico.

Depois de sexta-feira, voltei ao Rio novamente ontem, com a feliz missão de abrir a programação de dois eventos organizados pela nossa ABAV-RJ na Casa Brasil –  ABAV Portas Abertas e Um dia de Cruzeiros no Rio, com a participação da Clia Abremar e da Braztoa. E lá fomos nós, mais uma vez engajados no espírito olímpico e nas oportunidades da Rio-2016, que desta vez nos foi aberta pelo Ministério do Turismo na cessão do espaço de promoção do Brasil durante os jogos.

Durante um dia inteiro recebemos autoridades, parceiros comerciais e agentes de viagens, que além das apresentações e treinamentos inseridos na programação, puderam conferir a infraestrutura da Casa Brasil e seu revitalizado entorno, que já se configura como o ponto turístico mais visitado do Rio de Janeiro.

O Pier Mauá está lindo e a Praça equipada com telões para a exibir jogos ao vivo, além da série de shows previstos para animar cariocas, turistas estrangeiros e visitantes de todo o Brasil que já lotam as ruas da cidade. A operação do VLT está um espetáculo e o Museu do Amanhã lotado, com ingressos esgotados até o final de agosto, assim como também o Museu de Artes do Rio, com seu restaurante com vista para o Pier.

No próximo dia 19 estarei lá de novo, prestigiando o evento Turismo no Pódio, que com o mesmo cuidado na construção da programação está sendo organizado pela Clia Abremar, com o valioso apoio da Braztoa.

Otimismo, oportunidades, parceria. Agora é torcer pelo Brasil – das medalhas e do legado olímpico.

Segmentação e especialização

Inovação, adaptação e criatividade serão as palavras de ordem para quem quiser se manter em um mercado cada vez mais competitivo e formado por consumidores exigentes e bem informados. Tenho reiterado isso  sempre que sou questionado sobre o futuro do agenciamento e, consequentemente, do profissional que atua no segmento.

O caminho das pedras passa, necessariamente, pelo investimento em qualificação e na busca de especialização, porque diante da concorrência acirrada e guerra de preços, esses são os diferenciais que, de fato, agregam valor ao serviço de quem está na intermediação.

Esse é um tema que trabalharemos com muita determinação na ABAV Nacional, com o valioso auxílio dos nossos grupos de trabalho que voluntariamente têm se juntado à nossa gestão. Já ressaltei aqui o GTT-A, o ABAV Jovem e o de Companhias Aéreas e Compras Governamentais, e a esses soma-se agora o de Turismo Rodoviário.

Coordenado pelo nosso vice-presidente de Turismo Especializado, Ney Gonçalves, este também tem um cunho estratégico e por isso sua base formada por membros internos. Além de Ney, participam deste grupo o conselheiro fiscal da ABAV Nacional, André Krammel, e o consultor jurídico, Marcelo Oliveira, além da presidente da ABAV-RJ, Teresa Cristina Fritsch, que muito soma com sua experiência no segmento rodoviário.

A primeira tarefa do grupo tem sido identificar, com auxílio de nossas ABAVs estaduais, quais são as principais demandas na área, para que possamos passar ao alinhamento de ações. Não é uma tarefa fácil, considerando que a despeito da legislação nacional, cada estado tem sua regulamentação. Queremos, a partir desse levantamento, compreender melhor os problemas que afetam o segmento e o quanto a falta de uma normatização única representa de entrave para o desenvolvimento da atividade no Brasil.

Primeiro capítulo, encerrado

Meu tema de hoje aqui, para encerrar a semana e, pelo  menos em parte, um capítulo importante para o turismo brasileiro, não poderia ser outro senão a sanção do presidente da República interino Michel Temer da Lei 13.315/2016 que dispõe sobre a incidência do imposto de renda retido na fonte sobre remessas ao exterior.

A publicação no Diário Oficial da União de ontem coroa de êxito o trabalho das entidades que estiveram  conosco nessa luta – e aqui meu especial e público agradecimento à Magda Nassar e Marco Ferraz, presidentes da Braztoa e Clia Abremar, que tanto tempo e esforços dedicaram em nossas incontáveis reuniões em Brasília. Estendo o agradecimento às demais entidades envolvidas, de forma mais direta ou mesmo indiretamente, garantindo apoio às nossas iniciativas ao longo dos últimos sete meses.

Saber que nosso trabalho não foi em vão é o que fica de fato como legado, porque entendemos essa vitória como clara demonstração de sensibilidade do governo à importância e seriedade da nossa atividade e das entidades que representamos.   Paralelamente à questão do IRRF tratamos de uma série de outros temas, como os que foram apresentados na última semana ao Ministro Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, boa parte deles ligados à área fiscal e tributária.

O próprio tema do IRRF sobre remessa de valores ao exterior segue em nosso radar, porque desde sempre trabalhamos pela isenção. A redução, entretanto – agora garantida por lei e estendida a 2019 – é o fôlego que precisávamos para assegurar competitividade às milhares de agências de viagens em atividade no Brasil.