“Valor da Distribuição” foi destaque do encontro da Abracorp em Fortaleza

Nosso encontro em Fortaleza, quando falamos do tema “Valor da Distribuição”, no dia 7 de outubro, foi o primeiro presencial desde o início da pandemia, em 2020. Foi um debate rico sobre o tema, essencial às agências que fazem turismo corporativo. O nosso desafio, juntamente com os quatro convidados que fizeram palestras, foi dimensionar o quanto, de fato, custa distribuir qualquer produto ou serviço num mundo digital onde as fontes de conteúdo são variadas e os canais ampliados.

Abri o fórum falando de nossa reunião em março de 2020, que reuniu os nossos associados para avaliarmos a situação que se avizinhava. Tínhamos, como todos, uma noção do que seria o esse período. Na época identificamos seis pontos de atenção: Estrutura e Pessoas, Fonte de Receitas, Custos, Competição – Cooperação para Sobreviver, Clientes e Governança. Para os dias atuais, não mudaria nenhum deles, por estarem na essência de qualquer negócio que queira sobreviver.

Participaram do nosso encontro Elisa Carneiro, da Sabre; Diogo Elias, da Latam; Edmar Mendoza, da Copastur; e Paulo Henrique Pires, da Localiza. Todos eles formam unânimes, logo na abertura, quando instigados pelo Lucio Oliveira, mediador do Fórum, ao falar sobre distribuição. Comentaram a experiência do cliente.

A Elisa, por exemplo, falou da jornada de compra e que a Sabre está no processo para unir as pontas, cliente e agência. O Diogo entende que devemos conhecer o cliente e sua forma de relacionamento com o conteúdo. Já Edmar foi um pouco além, tratou das múltiplas facetas novas dos clientes e que as TMCs devem estar preparadas para atender todas elas. E, fechando o primeiro bloco, Paulo Henrique disse que as agências estão na hora da verdade e que as agências têm que fazer acontecer esse momento.

Gostaria também de ressaltar um pouco sobre a alegria de estar novamente em um evento presencial. É diferente e muito mais rico de ideias. Foi uma oportunidade de reencontrar as pessoas. Andando por Fortaleza, antes do evento, vi, como sempre, como o turismo de negócios movimenta a região durante suas atividades. Vi, novamente, o comércio ativo para atender os visitantes, os hotéis se ajustando com a volta dessa demanda, e assim toda a cadeia de serviços que se beneficia que nossos impulsos. Na parte da tarde, ainda durante a ABAV COLLAB, tivemos 2 workshops muito interessantes que iremos abordar em próximo encontro.

É isso que gostaria de dividir com vocês sobre o nosso fórum. A força da distribuição é tornar tudo isso viável por intermédio de experiências positivas para todos os envolvidos. Acho que conseguimos. Neste link https://www.youtube.com/watch?v=7bjbnhxWDxc você vai encontrar a íntegra do nosso encontro em Fortaleza, no Business Travel Day Abav Collab 21. Nosso encontro, além de presencial, foi também virtual, e teve o patrocínio da Localiza e o apoio do Sabre, parceiros fiéis de nossos eventos.

UM OLHAR PARA O NOSSO MERCADO

A Abracorp realizou, no último dia 30 de setembro, mais uma reunião entre os Associados. O encontro foi no Hotel Clarion, da Rede Atlantica, em São Paulo, um dos três parceiros do evento. Os outros dois foram Gol e Azul.

Nossa agenda tem se dedicado a entender o mercado além dos nossos números do BI, que preparamos mensalmente. O último que divulgamos foi o de agosto, no qual ficou demonstrado que as viagens corporativas mantiveram o ritmo de recuperação no mês. O setor chegou a crescer o faturamento 11% em relação a julho. É um ritmo constante. O segmento faturou R$ 390 milhões, contra R$ 351 milhões em julho.

Essa é a grande fotografia. Conversando com os nossos parceiros, entendemos a fundo o que está se passando com duas companhias aéreas e com os hotéis. A Gol, por exemplo, apresentou números animadores. Um deles é o dedicado à malha de setembro, que registrou 1.755 voos a mais, um crescimento de 15,3% em relação a agosto de 2020. A malha de outubro 2021 já retoma 60% da oferta (voos, assentos e ASK) ao comparar com o período de 2019 (pré-pandemia, Yo2Y).

Outro recado veio da Azul, ao destacar que recuperação está atrelada ao crescimento do mercado corporativo. A constatação da companhia aérea é que, mais importante do que o bom sinal de recuperação da ocupação de assentos, é o valor médio da passagem, e esse equilíbrio saudável para todos os agentes só chegará com a retomada do voo corporativo.

Já o hotel Atlantica Hospitality está otimista com o cenário de 2022. Já há sinais concretos positivos em função da movimentação do segundo semestre de 2021. A demanda de viagens corporativas depende de vários fatores, como avanço da vacinação, malha aérea, protocolos de segurança, entre outros, que já evoluíram muito, e isso se reflete nos números de 2021. A hotelaria tem como premissa trabalhar melhor a precificação nas negociações para o próximo ano, que será essencial para o segmento voltar a ter rentabilidade. A expectativa é alcançar em 2022 os números de 2019.

Uma notícia importante foi a adesão à Abracorp da Quickly Travel. A agência de viagens está presente no mercado desde 1998, sendo reconhecida no mercado pela qualidade dos seus serviços. Faz parte do Grupo JTB, um dos maiores conglomerados de turismo do mundo, presente em 39 países e 143 cidades. A agência foi uma das duas subdistribuidoras oficiais de ingressos para os Jogos Olímpicos de Tokyo, tendo também atuado nas Olímpiadas do Rio de Janeiro, em 2016, ao trazer para o Brasil cerca de 1.500 japoneses para assistirem o maior evento esportivo do planeta.

Estamos otimistas com o futuro do setor, após as dificuldades enfrentadas em 2020. E a visão dos parceiros desse encontro demonstra que o caminho para uma ampla recuperação está sendo preparado.

O “Valor da Distribuição” no turismo corporativo

No próximo dia 7 de outubro, depois de uma longa jornada, voltaremos a nos reunir no 8º Fórum Abracorp, em Fortaleza. O evento, patrocinado pela Localiza, um dos mais importantes do setor, ocorrerá durante o Business Travel Day, da Abav Collab 2021.
Elegemos o tema “Valor da Distribuição” como catalisador de nossas reflexões. Poderíamos eleger outros assuntos que incluíssem a palavra “pandemia”, mas preferimos olhar para frente e para o novo ciclo que se avizinha. Achamos interessante essa discussão após olharmos o que vem acontecendo nos mais variados mercados, que, de alguma forma, foram atropelados durante o período de pandemia em busca de soluções emergenciais e com baixo resultado prático.
Esse para nós é o ponto principal. Os agentes econômicos foram ágeis e geraram uma série de novos padrões para tentar responder perguntas inigualáveis na nossa recente história. Buscaram caminhos, testaram, erraram e acertaram. O fato é que dessa experiência podemos tirar um legado rico e promissor.
Depois de tantos saltos, voltamos ao básico. Essa é a proposta. No nosso caso, mais especificamente, como fica a distribuição dos produtos de viagem? Qual o novo papel das agências de viagens corporativas? Onde estarão concentrados os nossos investimentos? Viagens de turismo e viagens corporativas se resumem às facilidades de compra e venda?
Entendemos que não. Entendemos que o consumidor/viajante entra nesse novo ciclo com exigências ainda maiores em suas experiências. Depois de um período de “abstinência”, tudo o que ele não quer é frustrar sua viagem por erro primário em sua compra e valorizar cada centavo investido.
A necessidade de levar uma boa experiência ao cliente exige um contínuo investimento em tecnologia. O conhecimento necessário para se distribuir os serviços adequados a cada perfil de consumidor demanda contínuo desenvolvimento e capacitação. Se considerarmos que o mercado corporativo está num ritmo ainda lento de retomada, esses investimentos tornam-se mais relevantes ainda.
Sendo essa nossa crença, entendemos que a qualidade do distribuidor será o grande diferencial para o novo que se aproxima. Parece básico, mas o diferencial nem sempre é tão simples assim. Pelo que já construímos não dá para acreditar que o diferencial é preço ou facilidades tecnológicas. O diferencial está no quanto, de fato, custa distribuir qualquer produto ou serviço num mundo digital onde as fontes de conteúdo são variadas e mais amplos ainda os canais por onde são distribuídos esses produtos e serviços.
Estamos retomando nossas atividades. Se comparado com julho/21, recuperamos 11% no total de nosso faturamento. Crescemos mês sobre mês, mesmo ainda longe do que já fomos em agosto de 2019. Sabemos que o impacto maior em nossos resultados vem do segmento internacional, que ainda está em menos de 10% do registrado antes da pandemia.
O que percebemos é que a recuperação está lenta nas viagens corporativas, reflexo ainda do ambiente inseguro que as empresas sentem. Mas, graças à vacinação e consequente controle na contaminação, já começamos a notar que algumas empresas multinacionais esboçam um reaquecimento. O que nos leva a acreditar que para o último trimestre de 2021 poderemos vislumbrar uma recuperação muito mais sólida. Será nesse ambiente que falaremos sobre o nosso setor e sobre o novo modelo da distribuição.

Rubens Schwartzmann – Presidente do Conselho de Administração