San Juan: sede da cúpula de sustentabilidade do WTTC

WTTC: 5 ‘cases’ sustentáveis na hotelaria mundial

Recentemente, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC na sigla em inglês) realizou um fórum voltado para a importância de o setor investir no desenvolvimento sustentável. Participei do ótimo evento realizado em San Juan (no alto do texto, foto minha do Castillo de San Cristóbal), capital de Porto Rico. Foram apresentados dados e insights, diversos painéis com recortes relevantes e estudos de caso em todo mundo.

Selecionei cinco cases inspiradores que estão impactando a hotelaria em diferentes continentes, das Américas a Ásia. Todos estão detalhados no relatório “Enhancing resilience to drive sustainability in destinations” (algo como “Resiliência leva à sustentabilidade”, em tradução e adaptação livres) divulgado na Cúpula de Sustentabilidade e Investimento do WTTC. Feita em parceria com a consultoria internacional ICF, a pesquisa original, em inglês, está disponível gratuitamente no link acima.

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1. Las Vegas

Pode parecer estranho abrir uma lista sobre iniciativas sustentáveis na hotelaria com Las Vegas. Afinal, sustentabilidade nunca foi prioridade para a cidade americana. Aparentemente, isso está começando a mudar e o tema ESG vem, finalmente, conquistando alguma relevância.

“A crise climática e a covid-19, associadas às crescentes expectativas dos clientes em relação à sustentabilidade, estão impulsionando o foco no tema”, diz no relatório Brian Yost, COO dos Las Vegas Conventions and Visitors Authority.

Além de investir em energia renovável, como a instalação de painéis solares nos topos dos prédios e nos arredores da cidade, os dois grandes grupos de hotelaria e entretenimento de Vegas, Caesar’s e MGM, estão atuando também na área social.

O Caesar’s Entertainment doou ano passado US$ 3,1 milhões para nove organizações sem fim lucrativos. O dinheiro veio das taxas de estacionamento nas propriedades da empresa. O grupo Caesar’s também incentivou os funcionários a participarem em projetos comunitários. Ao todo, foram 91 mil horas de trabalho doadas para serviços voluntários.

A MGM Resorts Foundation seguiu a mesma linha de ação: doou pouco mais de U$S 3 milhões para organizações locais, e seus empregados participaram de 12 mil horas de trabalho voluntário em organizações locais sem fins lucrativos.

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2. Lanzarote

Diferentemente de Las Vegas, a ilha espanhola de Lanzarote tem um histórico de proteção ao meio ambiente que começou na década de 1960. E há mais de 20 anos foi aprovado um plano que, desde então, limita o número de leitos em hotéis para evitar a superlotação da ilha.

Atualmente, a organização Saborea Lanzarote lidera uma iniciativa para que os hotéis sigam em seus restaurantes a política de “zero quilômetro”. Ou seja, comprem alimentos de produtores locais para reduzir as emissões de carbono do transporte e incentivar a economia local. Além de conectar a hotelaria com os produtores, a plataforma também é boa fonte de pesquisa para os visitantes, com dicas de restaurantes e de experiências gastronômicas.

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3. Ras al-Khaimah

No Oriente Médio, o emirado Ras al-Khaimah tem uma iniciativa similar à de Lanzarote de incentivo à economia local, para que os hotéis comprem alimentos frescos, mel e azeite de pescadores e produtores locais. A Autoridade de Desenvolvimento Turístico de Ras al-Khaimah (RAKTDA na sigla em inglês) coordena uma política de “zero desperdício” de alimentos. O lixo orgânico é coletado e vira fertilizante, distribuído para os agricultores.

4. Ilhas Maurício

Desde 2018 as Ilhas Maurtício incentivam inovações de promoção de turismo sustentável através do projeto Sustainable Island Mauritius (SIM), que reúne órgãos do governo e associações de empresários de turismo. Uma das iniciativas é encorajar os operadores de turismo a organizar pacotes de viagens apenas com hotéis com certificações de sustentabilidade reconhecidas, assim como valorizar prestadores de serviço locais.

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5. Singapura

Até a pandemia, o setor de viagens e turismo era um pilar importante para a economia da cidade-Estado. Em 2019, por exemplo, contribuiu com 11% do Produto Interno Bruto (PIB). Em uma parceria público-privada, o Conselho de Turismo de Singapura elaborou um Roteiro de Sustentabilidade Hoteleira para adotar estratégias de economia de recursos como água e energia, gestão de resíduos, e comercialização de produtos sustentáveis. Até 2025, Singapura espera que 60% da rede hotelaria tenha algum tipo de certificação sustentável reconhecida internacionalmente. A meta é que toda a rede hoteleira seja carbono zero até 2050.

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Novos hotéis nos Estados Unidos em 2022: Swan Reserve, em Orlando

Novos hotéis nos Estados Unidos em 2022

Acabei de voltar dos Estados Unidos, onde participei da 53ª IPW, a maior e mais importante feira de turismo do país. O evento, realizado este ano na primeira semana de junho em Orlando, na Flórida, reuniu quase 4.800 pessoas (incluindo cerca de 500 jornalistas) de mais de 60 países, que participaram de um total de 77 mil encontros de trabalho. Apesar do dólar desfavorável, da escassez de voos entre Brasil e EUA e dos altos preços das passagens aéreas, boa parte de quem trabalha no setor vê com otimismo a retomada das viagens entre os dois países.

Com 136 pessoas, entre operadores, agentes e jornalistas, a delegação brasileira foi a maior do país na história da IPW, e a segunda maior da feira em 2022. Foi minha 18ª vez no evento. Como em todos os anos anteriores, a IPW funciona como uma plataforma de lançamentos de atrações, hotéis etc. Faço aqui uma seleção dos novos hotéis americanos que mais me chamaram a atenção.

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Orlando

Esqueça tudo o que você sabe sobre o Swan e seu parceiro Dolphin, ambos vistos à distância por conta das imensas esculturas de cisnes e golfinhos na fachada. A grande novidade de Orlando é o Walt Disney World Swan Reserve (a minha foto do quarto no início do texto é de lá), em nada parecido com os vizinhos. O Swan Reserve tem a bandeira Autograph Collection, da Marriott International, e fica em um prédio novo e elegante, de 14 andares e 349 quartos com janelas envidraçadas de alto a baixo e vistas panorâmicas.

Fui tomar café da manhã no novo restaurante mediterrâneo do Swan Reserve, o Amare, e estava uma delícia. As quase duas dezenas de opções gastronômicas do Swan & Dolphin estão logo ao lado, assim como a estação de barco que leva ao Boardwalk (dá até para ir caminhando) e aos parques Epcot e Hollywood Studios. O Reserve oferece também, claro, todos os benefícios de hospedagem em um hotel no Walt Disney World.

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Em seus outros hotéis, a Disney continua apostando em suítes temáticas. Duas novidades são as acomodações inspiradas nos Incríveis, no Contemporary Resort, e em Moana, no Polynesian Village.

Leia também: Como é se hospedar no Aventura, o hotel moderno e ‘sem tema’ da Universal Orlando

Já a International Drive está investindo US$ 2 bilhões para se renovar e tentar se tornar um destino tão atrativo quanto os parques temáticos. Claro que novos hotéis fazem parte do pacote de novidades e em 2021 foram inaugurados na I-Drive South um Element e um Aloft, duas marcas da Marriott International que valorizam o design contemporâneo. Os dois hotéis dividem um prédio de sete andares a menos de dez minutos de carro do SeaWorld.

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Não dá para falar sobre hospitalidade em Orlando sem mencionar o aluguel de casas e apartamentos, opção de muitos brasileiros, principalmente para viagens em grupos de amigos ou multigeracionais. Kissimmee, perto do WDW, apresentou uma casa de luxo com seis suítes e piscina em um condomínio com campo de golfe. Mostrei os detalhes no Instagram Hotel Inspectors, é só clicar no destaque Orlando. As opções na região vão de apartamentos com dois ou três quartos até casas que podem ter 15 acomodações e serviços.

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Miami

O destino destacou na IPW a estreia na cidade do grupo europeu citizenM, de “luxo acessível”, abrindo duas propriedades de uma vez. Uma delas, na região da Brickell Avenue, com 252 quartos, será inaugurada em 21 de junho. A outra está prevista para o segundo semestre.

Novos hotéis nos Estados Unidos: Ritz-Carlton Nomad
A fachada do Ritz-Carlton NoMad, em Nova York, que será inaugurado em 19 de julho | Foto de divulgação
Nova York

A cidade viu o número de 826 mil visitantes brasileiros em 2019 cair para 479 mil em 2021. Para este ano, a expectativa é fechar em 600 mil. Quando o assunto é hotelaria, a propriedade mais esperada é o Aman, com inauguração em 2 de agosto. Mas antes disso, em 19 de julho, será aberto o segundo Ritz-Carlton nova-iorquino, o NoMad, com 250 quartos em um prédio novo. O restaurante será o Zaytinya, do premiado chef e filantropo José Andrés, que assinará também o bar no rooftop. Vale destacar ainda o Hard Rock Hotel, com 446 quartos, inaugurado oficialmente em maio na Times Square.

Já o Park Lane, em frente ao Central Park, vizinho do ícone Plaza e do renovado Ritz-Carlton, teve todas as suas 610 acomodações (cerca de metade delas com vista para o parque) repaginadas pelo escritório de design de Yabu Pushelberg. Mas a grande novidade da nova fase do Park Lane é o novíssimo bar de drinques no terraço no 47º andar, Darling. É a primeira vez, desde o início da década de 1970, que o rooftop abre para o público em geral.

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Washington DC

The Wharf continua em expansão e com novos hotéis, como o luxuoso Pendry, do grupo Montage, com 131 quartos e 38 suítes, previsto para o segundo semestre. Outra novidade é que o Trump Hotel reabriu este mês, depois de um curto período fechado, como Waldorf Astoria. Por enquanto, não há grandes mudanças na propriedade. No segmento econômico, acaba de ser inaugurado um Selina, com 106 quartos.

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Los Angeles

A Costa Oeste tem também um novo Pendry, aberto em 2021 em West Hollywood, uma das regiões mais bacanas de LA. Com 149 acomodações, fica na Sunset Strip. A gastronomia é assinada por Wolfgang Puck, chef sinônimo de Los Angeles.

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Hot Beach Olìmpia

Olímpia: o ‘case’ de sucesso da hotelaria no interior de SP

Há anos tenho curiosidade profissional de conhecer Olímpia. A partir da descoberta de águas termais, na década de 1980, a pacata cidade no interior de São Paulo foi se transformando em um importante destino nacional para o turismo de lazer. Com cerca de 55 mil habitantes, muitos deles empregados em um dos maiores parques hoteleiros do estado, com cerca de 30 mil leitos, Olímpia fica a 440 km da capital, perto das divisas com Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Em 2019, a cidade chegou a atrair quase três milhões de visitantes. As águas quentes naturais, com temperatura média de 30° C, são do aquífero Guarani, o maior do mundo.

No final de 2021, passei alguns dias em Olímpia a convite do Hot Beach Parque e Resorts. Com capacidade para mais de cinco mil pessoas e em fase de expansão, o Hot Beach Olímpia é um dos dois parques de águas termais na cidade (o outro é o Thermas dos Laranjais). São mais de uma dezena de atrações voltadas principalmente para famílias, sem grandes doses de adrenalina e distribuídas em uma ampla área com um bonito paisagismo. O parque faz parte do grupo Ferrasa, que administra quatro hotéis na região. Com 484 apartamentos, o Hot Beach Resort tem acesso direto ao Hot Beach Olímpia. É um “hotel pé na areia”: a piscina de ondas com uma prainha de areias brancas fica a poucos metros do lobby. O hóspede do resort pode entrar e sair do parque aquático quantas vezes quiser ao longo do dia, assim como quem estiver hospedado em um dos outros empreendimentos do grupo.

O encantador Thermas Park Resort & Spa, com apenas 48 suítes espalhadas pelo terreno, foi o primeiro hotel do grupo na região. É uma gostosa opção para quem quer aproveitar as águas termais sem fazer turismo de massa. As acomodações são coloridas, há um spa repleto de charme, um pequeno playground aquático para crianças pequenas, e piscinas quentinhas em um bonito jardim. O grupo Ferrasa tem ainda o Celebration, hotel com 264 apartamentos e pet friendly, e o Hot Beach Suites, com 442 apartamentos em sistema de multipropriedade. Inaugurado no final de 2021, vizinho ao parque e ao Hot Beach Resort, o Suites tem apartamentos para até seis ou oito pessoas com sala, quarto e varanda, e acesso livre ao parque. Além de geladeira e fogão, todas as acomodações têm churrasqueira na varanda.

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Multipropriedades: um apartamento, dezenas de donos

Olímpia foi precursora do sistema de multipropriedade, modelo de negócio imobiliário em que um apartamento ou casa possui dezenas de proprietários e cada um tem o direito de usar o imóvel por uma semana ao ano (ou mais, dependendo da quantidade de cotas adquiridas). O dono também pode por deixar a sua fração da propriedade à disposição da rede hoteleira que se encarrega de alugar o apartamento para outros hóspedes, como se fosse um quarto de hotel.

A rede Wyndham administra o Olímpia Royal Hotel, com uma torre hoteleira e outra de multipropriedades. O resort é anexo ao Thermas dos Laranjais, o primeiro parque da cidade, que também está sendo ampliado. O Thermas surgiu no final da década de 1980 como um clube para os moradores da cidade, e se tornou um dos maiores e mais visitados parques aquáticos da América Latina, com dezenas de atrações radicais, entre elas uma famosa montanha-russa. Na hora de planejar a visita, vale evitar fins de semana e feriados, quando o local é muito procurado por moradores de cidades vizinhas, chegando a receber cerca de 20 mil pessoas por dia. No domingo de sol em que estive lá o parque estava lotado e as filas para as atrações mais concorridas, como a montanha-russa aquática, levavam duas horas ou mais.

Quem está em uma das 960 acomodações distribuídas pelas duas torres do Olímpia Royal Hotel tem o conforto de poder entrar e sair do Thermas dos Laranjais várias vezes ao dia, o que permite driblar horários mais concorridos. O hotel tem também sua própria espaçosa área de piscinas, com playground aquático, bares e restaurantes. Até recentemente, o Wyndham de Olímpia era o “maior resort do país” em número de quartos. O título foi perdido, mas continua na cidade. Agora pertence ao grupo Enjoy, com o Solar das Águas Park, com mil suítes, inaugurado no final do ano, e o Olímpia Park, com 912 quartos, ambos multipropriedades.

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Como é se hospedar no Hot Beach Resort, em Olímpia

Apenas alguns passos separam o lobby do acesso ao Hot Beach Olímpia. É tão perto que de manhã cedo, antes de o parque abrir, a fila para entrar se estende hotel adentro. E o barulho da música alta, dos animadores e dos frequentadores invade o quarto mesmo no 10° andar.

Fiquei em uma acomodação Premier Família, com duas camas de casal queen size, varanda e vista para a bonita piscina do hotel e o parque. Com decoração clean, o quarto era confortável, com algumas ressalvas. Senti falta controles de luz que permitissem, por exemplo, uma iluminação para quando uma criança estiver dormindo e um adulto, acordado. O enxoval de cama e banho é em poliéster. E há uma pequena geladeira vazia, que não é abastecida nem sob demanda. Não há serviço de quarto. Apenas a limpeza diária, se o hóspede quiser.

A área de alimentos e bebidas é o ponto mais fraco do resort. O gigantesco restaurante principal, com meia pensão ou pensão completa, não tem tratamento acústico. Dependendo da lotação, o barulho pode ser ensurdecedor, principalmente no café da manhã e no jantar. Todas as refeições são servidas em esquema de bufê, com filas confusas e pratos lascados.

A apresentação não é das melhores, mas a comida de um modo geral é correta, com tempero caseiro. Há grelhados, pratos com peixe, frango e carne, massas e saladas. Bebidas são pagas à parte. Isso caso você consiga ser atendido, porque o serviço é bem desatento, ainda que simpático. A única bebida alcoólica no restaurante é cerveja. Nos bares, tanto no hotel quanto no parque, há variedade de bebidas, alcoólicas ou não. Vending machines têm água, salgadinhos e chocolates, e a loja de conveniência no lobby tem um bom café espresso.

Por toda a parte chama a atenção o excesso de plástico de uso único: nos copos do restaurante, nas garrafas de água (não há onde abastecer a própria garrafa com água filtrada), nos quartos embrulhando cobertores extras, no xampu e condicionador 2 em 1 de marca própria em pequenas embalagens descartáveis. Mas está lá no banheiro o recado pedindo para o hóspede reutilizar as toalhas, que parte da hotelaria quer fazer crer que é sinônimo de sustentabilidade.

Serviço

No Hot Beach Resort as diárias de um quarto Premier Família (com duas camas de casal e vista para o parque aquático) começam em R$ 902. No Superior Família (também com duas camas de casal, mas sem vista para o parque), as diárias são de R$ 785.

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Hotéis peruanos premiados no WTA Latin America

‘Oscar do turismo’: hotéis peruanos se destacam na América do Sul

O Peru foi o grande vencedor do World Travel Awards Latin America quando o recorte é hotelaria na América do Sul, com hotéis peruanos reconhecidos em diferentes categorias. Em sua 28ª edição, o “Oscar” do turismo, como o WTA é chamado, escolhe seus (muitos) premiados por um mix de votos do público em geral e de profissionais do setor de viagens.

Em tempos de COP 26, a importante Conferência do Clima em Glasgow, na Escócia, começo destacando os prêmios de hotelaria relacionados ao desenvolvimento sustentável. Eles ainda são minoria na extensa lista de categorias contempladas pelo WTA. Mas, mesmo em pequeno número, indicam quem está no bom caminho como inspiração para hoteleiros ou para serem priorizados pelo público final em nossas próximas viagens pelo continente.

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O equatoriano Mashpi Lodge foi eleito o South America Leading Eco-lodge. O país ganhou ainda nas categorias Green Destination e Nature Destination na América do Sul. Na extensa lista de prêmios para os hotéis peruanos, os reconhecimentos na área de sustentabilidade foram para o Tambopata Research Center, Leading Green Hotel pelo segundo ano consecutivo, e o Posada Amazonas Lodge Peru, que recebeu o Responsible Tourism Award (categoria na qual há outros concorrentes além de hotéis), também pela segunda vez consecutiva. Ambos ficam na região de Puerto Maldonado, na Amazônia peruana. O grupo Explora, reconhecido mundialmente por seu trabalho de preservação ambiental e com lodges em quatros países da América do Sul, incluindo um no Vale Sagrado peruano, entre Cusco e Machu Picchu, venceu na categoria Leading Expedition Company.

Leia também: Todos os nossos textos sobre sustentabilidade na hotelaria

Outros hotéis premiados em diferentes cidades no Peru foram Casa Andina Premium Arequipa (Boutique Hotel); Aranwa Cusco (Luxury Boutique Hotel); Belmond Monasterio (Heritage Hotel), em Cusco; Paracas, a Luxury Collection Resort (Leading Resort), no litoral do Oceano Pacífico, ao sul de Lima. Na capital, foram reconhecidos pelo WTA o Belmond Miraflores Park (Most Romantic Resort), o B Hotel (Design Hotel), o JW Marriott Lima (Business Hotel) e o Swissôtel (Conference Hotel, sendo que a marca ganhou também como Hotel Brand). Estive em Lima uma das vezes justamente para participar de uma conferência no Swissôtel, onde fiquei hospedada. Tudo impecável, a estrutura do evento e a hospedagem.

A quantidade de prêmios para os hotéis peruanos impressiona, ainda que não surpreenda. Há anos o país é reconhecido pela excelência da hotelaria e da infraestrutura para o turismo em geral. Mas o principal prêmio do setor de hospitalidade na América do Sul, o de Leading Hotel, ficou com a Colômbia, outro país que vem se destacando no setor de viagens e turismo no continente. O vencedor foi Sofitel Legend Santa Clara Cartagena, que ganhou também na categoria Leading Hotel Suite. Estive neste hotel em duas oportunidades, a mais recente em 2019. Escrevi sobre hotelaria de luxo em Cartagena das Índias, incluindo o inspirador Santa Clara, neste texto aqui.

A hotelaria brasileira levou quatro prêmios na América do Sul: Six Senses Botanique (New Hotel, e finalista na categoria World’s Leading New Hotel), em Campos do Jordão (SP); Dom Pedro Laguna (Beach Resort), em Fortaleza; Wish Foz do Iguaçu (Family Resort, pelo quarto ano consecutivo), e Saint Andrews (Luxury All Suite Hotel), em Gramado (RS). A lista completa dos premiados da América do Sul no World Travel Awards Latin America pode ser conferida aqui. Os vencedores do WTA nos outros continentes estão neste link.

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Piscinas da pousada Estrela d'Água, em Trancoso | Foto: Carla Lencastre

Estrela d’Água: hospedagem pé na areia em Trancoso

Que saudade que eu estava da Bahia! Estou recomeçando a viajar pelo Brasil e priorizando destinos de natureza. Depois de uns dias perfeito no Kilombo Villas, ao lado da Praia da Pipa (RN), sobre o qual escrevi aqui, voltei ao Nordeste. Desta vez, o destino foi o Sul da Bahia. Em Trancoso, me hospedei na Estrela d’Água, uma das pousadas mais charmosas e confortáveis da região, a 1h30m de carro do Aeroporto de Porto Seguro.

Foram dias deliciosos de sal e sol. A Estrela é conhecida em Trancoso por ter sido “a casa da Gal”. No caso, Gal Costa, a cantora. A pousada é um clássico local, que vai completar 23 anos. Fica em um terreno 23 mil m² de frente para o mar, em meio a Mata Atlântica e com acesso direto à Praia dos Nativos. O Quadrado está a dez minutos de carro, e o preço do trajeto de táxi é tabelado: cada trecho de ida e volta da pousada custa sempre R$ 30.

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Como são as acomodações

A Estrela d’Água tem 20 suítes (a partir de 40 m²), com jardim ou varanda, e oito bangalôs, que podem chegar a 200 m², distribuídos pelos jardins da propriedade. Fiquei em um dos bangalôs com piscina, ótimo para quem busca privacidade. O jardim privativo do bangalô, além da piscina com espreguiçadeiras, tem um gazebo daqueles onde dá vontade de passar horas, inclusive à noite, admirando o céu estrelado e ouvindo o silêncio.

O espaçoso quarto, com objetos de artistas locais na decoração, dispõe de cama de casal com mosquiteiro, sofá que pode virar cama extra, escrivaninha, armário e minibar bem abastecido, incluindo cafeteira e cápsulas de café expresso de cortesia, o que é sempre gentil. O amplo banheiro, com duas pias, tem ainda uma banheira de hidromassagem. As amenidades são Trousseau, em embalagens de vidro reutilizáveis. O Wi-Fi funciona bem.

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Gastronomia na Estrela d’Água

A pousada tem o Bar da Costa e o restaurante Aldeia de São João, de cozinha brasileira e contemporânea, além de um sushi bar em parte da semana. As mesas são decoradas com álcool em gel e ficam em varandas abertas. O bar, entre as duas piscinas e a praia, serve petiscos e refeições ao longo do dia e o menu está disponível também por QR code. Há um serviço de praia para atender quem estiver nas espreguiçadeiras em frente.

No restaurante é servido o jantar e o café da manhã, esta sem dúvida a melhor refeição da Estrela e incluída em todas as diárias. O delicioso café é à la carte, com um menu que muda ligeiramente a cada dia, sempre privilegiando o que é feito na própria pousada. Nas outras refeições não tive muita sorte. À noite, o melhor foi um negroni perfeito ao som das ondas quebrando na praia. Tudo em Trancoso custa caro, a gente sabe, e na Estrela d’Água não é diferente.

Toda as garrafas de água da pousada são de plástico, tanto no restaurante quanto nos quartos. Conversei com vários funcionários, a maioria da região, sobre o excesso de plástico de uso único em uma propriedade tão bem integrada à natureza. Ouvi frases como “outras pessoas já falaram sobre isso” ou “os hóspedes agora deram para reclamar de garrafa de plástico”. Os comentários só reforçam a minha convicção de que é fundamental que cada um de nós faça a sua parte.

O bar da piscina tem água filtrada nas torneiras e é um bom lugar para abastecer a sua garrafinha antes de sair para caminhar na praia quase deserta. A minha garrafa era sempre devolvida com um simpático “as tartarugas-marinhas agradecem” ou “os corais agradecem”. O restaurante, se você pedir, serve água filtrada no copo. Para amenizar o excesso de descartáveis, a Estrela começou recentemente a separar as tampinhas das garrafas para a Recicla Sul da Bahia, empresa de eventos sustentáveis que produz objetos com plástico reciclado.

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Serviço

A Estrela d’Água faz parte das associações Roteiros de Charme, Tablet Hotels, Condé Nast Johansens e Brazilian Luxury Travel Association (BLTA). Foi reconhecida com o CN Johansens Awards for Excellence por duas vezes consecutivas, em 2019 e 2020. Diárias para duas pessoas, no final de outubro, custam a partir de R$ 2.015, com café da manhã incluído.

Leia também: Tudo o que publicamos sobre hotelaria na pandemia

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