Parque Arvorar (CE) é prato cheio para educar e divertir

2024 vai chegando ao fim com a abertura, em soft opening, do parque mais aguardado do ano: o Arvorar. Além de pertencer ao Beach Park, um dos principais complexos de lazer do Brasil, o Arvorar leva para o Nordeste a proposta de ressignificar a experiência dentro dos parques. Não se trata apenas de diversão – embora ela exista e seja especialmente projetada para a criançada –, mas a proposta é vai além… Divertir, sim, mas ensinando, alertando e preparando as novas gerações para a preservação e o cuidado com a natureza.

Instalado na planejada Vila Terra Brasilis, a 25 minutos de carro do Beach Park, o Arvorar tem em sua entrada a escultura da ave símbolo do Ceará, uma jandaia, de asas abertas para nos receber. Mas antes mesmo do parque receber seus primeiros visitantes, a fauna cearense pode dar as boas-vindas a 18 pássaros reintroduzidos na Reserva Natural Serra das Almas, maior Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Ceará, em um dos primeiros sucessos do projeto Refaunar Arvorar, realizado pelo parque em parceria com ONGs ambientais do Estado. A jandaia e o periquito cara suja foram justamente as aves escolhidas para o início do projeto.  Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.

Jandaia na entrada do Arvorar é ave símbolo do Ceará (Divulgação)

Uma vez dentro do parque, o visitante começa a ouvir os sons das aves mais animadas, o que pode variar bastante segundo o horário da visita. Logo após o portal, está a Casa dos Passarim, uma estrutura metálica revestida com materiais que lembram um gigantesco ninho de pássaro, que funciona como um mirante. Do alto, tem-se a vista para os aviários do parque e boa parte da região. Para os mais preguiçosos, aviso que a vista vale cada degrau dessa torre de quatro andares. 

Mas são os três aviários o ponto alto do parque. As visitas são monitoradas por educadores ambientais que auxiliam os visitantes a observarem características e comportamentos das espécies. Ao todo, o Arvorar reúne cerca de 250 pássaros, répteis e pequenos mamíferos, que estão divididos nos aviários segundo suas características e tamanhos. Assim, há o Aviário dos Pequenos e Barulhentos; dos Grandes e Coloridos; e dos Cantores e Velozes. Juntos, os aviários ocupam três mil dos 27 mil metros quadrados do Arvorar.

É no aviário dos Pequenos e Barulhentos que estão marrecos, macucos, jandaias e periquitos da cara suja. No habitat dos Grandes e Coloridos, estão tucanos e araras, além de jabutis. Não se engane, o ambiente também pode ser bastante barulhento se as araras estiverem ‘conversando’. No aviário dos Cantores e Velozes, a estrela é o guará-vermelho, que pode se aproximar bastante dos visitantes. A orientação é não interagir com os animais, apesar deles parecerem procurar essa interação… Cutias e mutuns também são outras espécies presentes nesse habitat.

Diversão

Mas o Arvorar não é apenas contemplativo. Para a criançada, foram criados os espaços Arvorão e Arvorinho. O primeiro é para aqueles com mais de 1,30 m de altura. É um circuito de arvorismo com redes para escalar, pontes de equilíbrio, túneis e outros desafios em meio às copas das árvores. O Redão é outra opção para quem já têm mais de 1 metro de altura, com escalada em redes tensionadas que também levam para junto da copa das árvores. Os menores, com até 1,30 metro, podem se divertir no Arvorinho, um playground em madeira, com escorregadores, parede de escalada e balanços, entre outras atrações infantis.

Antes de iniciar a visita, vale checar a programação do auditório Soldadinho do Araripe, um espaço para peças teatrais e apresentações educativas. No dia em que visitei o parque, acompanhando uma visita técnica, pude observar a maestria dos voos de uma coruja que se exibiu em rasantes sobre a cabeça da curiosa audiência. No último fim de semana, por exemplo, houve apresentação sobre a biodiversidade brasileira e a peça “Poxa, Póluis”, sobre um visitante interplanetário que gosta de ‘redecorar’ planetas, combinando educação sustentável em um ambiente teatral lúdico.

Por enquanto, o Arvorar abre somente às sextas-feiras, sábados e domingos, das 9h às 17h, com limitação no número de ingressos. Para o conforto das famílias, público-alvo do parque, a infraestrutura conta também com o restaurante Lagoa do Mato, com pratos típicos da culinária regional. Para saber mais, confira o site do parque.

Em tempo: já temos um novo parque para colocar na lista de mais aguardados! Afinal, o Cacau Park foi anunciado ainda neste mês, com a promessa de tornar-se o maior parque temático da América Latina. Mas, essa entrega não acontece antes de 2027… Então, me diz qual você acha que pode ser o parque ou atração mais aguardado do ano que começa na semana que vem! Palpites para as aberturas ao longo de 2025? Deixa aqui nos comentários!

Zoo SP é passeio para todos – sem moderação!

Uma das melhores opções para as férias escolares é também uma das atrações mais queridas dos paulistanos, o Zoológico de São Paulo, que encanta gerações em suas mais de seis décadas. Localizado dentro da área do Parque Estadual Fontes do Ipiranga, na zona sul de São Paulo, o zoológico é um daqueles ambientes cada vez mais escassos das grandes cidades onde os visitantes são convidados a desacelerar, prestando atenção aos sons, observando com curiosidade os animais, caminhando entre a mata atlântica e respirando mais profundamente.

O Zoo São Paulo vem ganhando melhorias e mais opções para seus visitantes. Há novos recintos para novos habitantes – caso da recém-inaugurada área para as ararinhas-azuis e do habitat dos pinguins, além do espaço dos axolotes, aberto em 2022 – e novos produtos: aluguel de carrinhos para crianças pequenas; mais opções de lanchonetes e alimentação; e a reabertura do Mundo Dino, além da inauguração do Acqua Safari.

Lançado no final de outubro, o Acqua Safari é a mais recente das novidades. Trata-se de um passeio em barco elétrico com capacidade para 30 passageiros e duração de cerca de 15 minutos pelo Lago São Francisco. Os ingressos são cobrados separadamente no passeio que permite proximidade com os mais de 250 cisnes negros que vivem no lago, marrecos e mergulhões, entre outras aves, além das cinco espécies de macacos, uma vez que o barco navega junto à área dos primatas, permitindo novos ângulos de observação dos macacos. As saídas ocorrem a cada 15 minutos, a partir da hora de abertura do zoo.

Mundo Dino

Com cerca de 30 réplicas de dinossauros que se movimentam e emitem sons (animatrônicos), o Mundo Dino é outra atração com ingresso cobrado à parte, embora o Zoo SP trabalhe com “combos” e venha estimulando esses pacotes especialmente entre os agentes e operadores de turismo. Em cerca de três mil metros quadrados, as espécies de dinossauros estão divididas nos períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo.

Para a criançada, há ainda um tanque de areia para escavação de fósseis, no melhor estilo ‘paleontólogos’, e um circuito de arvorismo, cobrado separadamente, assim como a utilização do Gira Dino, um gira-gira instalado dentro do Mundo Dino. Já os adultos e mesmo as crianças com interesse especial pelos dinossauros vão gostar de conferir os itens do Museu, dentro do Mundo Dino. Ali estão reunidos mais de 60 fósseis originais, como mandíbulas, crânios e dentes, além do único fóssil de Elasmossauro em exposição na América do Sul e o maior Mosassauro, um dos principais predadores do oceano.

Conservação

Hoje, mais de dois mil animais de cerca de 200 espécies vivem no Zoo São Paulo, que abre diariamente. Há leões, onças, elefantes, girafas, zebras, antas, lhamas… Apenas para citar alguns mamíferos, aqueles que a criançada busca com paixão. E se falamos da criançada, não dá para deixar de fora as ararinhas-azuis, que ganharam fama internacional na animação Rio, de 2011, e Rio 2, de 2014.

Ameaçadas de extinção, as ararinhas-azuis ganharam em outubro um novo espaço no Zoo de São Paulo. São cerca de 200 metros quadrados ambientados como a caatinga baiana, região onde o último ninho natural foi avistado. Endêmica da caatinga brasileira, são apenas 334 ararinhas-azuis no mundo, 85 delas no Brasil. No Zoo São Paulo, que criou um centro de conservação da espécie, a pedido do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestre, órgão especializado do ICMBio, estão 27 ararinhas. O objetivo é que as aves reproduzam para, no futuro, enviá-las à natureza. A cerimônia de inauguração do espaço contou, inclusive, com o cineasta brasileiro Carlos Saldanha, que produziu as animações que tinham a ararinha como protagonista.

Mas há mais araras no Zoo São Paulo e outra delas, a arara-azul-de-lear, também endêmica da caatinga, conta com população estimada em 2,2 mil aves. No caso dessa espécie, o Zoo SP foi o primeiro da América Latina a alcançar a reprodução das araras-azuis-de-lear, já tendo encaminhado cinco aves para programas de soltura. Há outros programas como esses em desenvolvimento no Zoo de São Paulo e o site do zoológico reúne essas informações, entre muitas outras.

De volta à visita

A criançada mais curiosa vai querer passar o dia todo no Zoo SP, que agora oferece mais opções gastronômicas. Embora quase todas estejam relacionadas a fast food, há um restaurante com pratos básicos, que costumam agradar os paladares infantis, próximo à área dos chimpanzés e de frente para o Lago São Francisco, onde estão as ilhas dos primatas. É possível levar o próprio lanche e usar alguma das três áreas de piqueniques oferecidas dentro do zoológico para uma experiência diferente de passeio.

E por falar em experiência diferente… O Zoológico oferece desde o ano passado, em datas específicas, a visita noturna. Ela precisa ser comprada previamente, conforme datas divulgadas pelo Zoo SP. Na “Noite Animal”, nome da experiência, os visitantes têm a possibilidade de observar os animais de hábitos noturnos mais ativos, caso dos felinos, como as onças e os leões.

Outra opção para uma visita diferenciada é dormir no zoológico. Sim, em datas específicas é oferecido o ‘acampamento’ no zoo, em ação com parceiros, na qual o zoológico oferece o espaço – em área anexa ao zoológico – e a visitação noturna. No programa “Meu Teto de Estrelas” são oferecidas oficinas e atividades para as crianças, além de food trucks para alimentação – tudo em área anexa ao zoológico, para não interferir no bem-estar dos animais.

E se sua visita for demorar um pouquinho ainda para acontecer… Prepare mais tempo, porque o Zoo São Paulo já anunciou novidades para 2025, revitalizando constantemente um dos atrativos mais clássicos da capital paulista e que deve ser consumido sem qualquer moderação. É um prato cheio para todas as famílias!

Dica: No site do Zoo São Paulo há uma série de informações sobre os animais que moram lá. Vale a pena dar uma olhadinha e mostrar para as crianças para, no dia da visita, terem uma listinha dos animais que querem observar, numa espécie de ‘safári no zoo’. Diversão garantida!

Natureza é destaque no Alchymist Prehistoric park, no ceará

Vista aérea do parque

Eles nunca saíram de moda, mas, de repente, os dinossauros começaram uma ampla invasão pelo Brasil. Nos últimos anos, temos acompanhado a abertura de grandes parques temáticos dedicados aos extintos dinossauros, que fascinam adultos e crianças, além das atrações com esse tema em parques já instalados. Para listar aqui alguns dos principais, o Vale dos Dinossauros, em Olímpia (SP), foi aberto em 2019, e o Terra dos Dinos, em Miguel Pereira, em 2022 (que já foi tema deste blog). No ano passado, foi a vez do Aventura Jurássica, levando todo esse universo para Balneário Camboriú (SC).

Neste ano, foi a vez do Ceará ganhar seu complexo “jurássico”. Em julho, o Grupo Alchymist, de empreendimentos como a Lagoa Encantada e a Lagoa Paraíso, ambos no Ceará, inaugurou o Alchymist Jurassic Park em Caucaia, a 30 quilômetros de Fortaleza e exatamente ao lado da Lagoa Encantada. Em sua primeira fase, o parque já reúne mais de 60 réplicas de dinossauros hiper-realistas, com destaque para o Argentinosauros, de 15 metros de altura e 38 metros de comprimento.

Os animatrônicos movimentam seus membros, girando a cabeça, aproximando as garras e emitindo sons: tudo ao mesmo tempo. Eles estão distribuídos ao longo de uma trilha natural, ao ar livre, de aproximadamente um quilômetro. Entre as espécies, estão dinossauros “clássicos”, que ganharam fama em filmes como “Jurassic Park”, de Steven Spielberg, caso da espécie Velociraptor, e também do Megalodon, logo no início da trilha.

Em meio ao cenário natural, as espécies estão espalhadas pelas árvores, encobertas pelas folhagens ou mesmo no alto de galhos. Há ninhos para conferir o tamanho dos “bebês” dinossauros e também filhotes entre as muitas espécies camufladas. Os sons vêm de todos os lados, tornando a experiência ainda mais realista. Um dos queridinhos para fotos é o Dilophosaurus, com cores vivas, um dos grandes predadores de sua época – como o animatrônico deixa claro!

Ampliação

Mais 20 réplicas de dinossauros devem ser entregues ao Alchymist Prehistoric Park. Além disso, outras atrações ainda serão incluídas na experiência do visitante, como a caixa de areia na qual as crianças poderão escavar e localizar fósseis e a aguardada “trilha aguática”, um percurso pelas águas para conhecer outras espécies de dinos. Ao todo, o parque conta com dez hectares e também deve ganhar uma caverna planetário e circuito de tirolesa.

Aberto de terça-feira a domingo, das 9h às 19h30, o parque pode ser visitado à noite, uma vez que escurece bastante cedo no Ceará. Certamente, uma experiência bastante distinta da visitação diurna! A visita ao Prehistoric Park pode ser combinada com a Alchymist Lagoa Encantada, ao lado, com espreguiçadeiras à beira da lagoa, restaurante, parque infantil e outras opções de lazer. Para valores atualizados e mais informações, vale seguir o perfil no Instagram, o @alchymistprehistoricpark.

Um pouco de ar puro na Estrada Velha de Santos

Nessa semana em que a capital paulista registrou, ontem (10/09), a pior qualidade de ar do mundo, segundo o site internacional IQAir, nada como ter a oportunidade de “fugir” para um ambiente mais “respirável”. A cerca de uma hora da capital, em São Bernardo do Campo, na mesmíssima Grande São Paulo, está a entrada do parque Caminhos do Mar, parte do Parque Estadual Serra do Mar – a maior unidade de conservação de mata atlântica do Brasil. A dica é de passeio, vinda de uma jornalista, mas, se nosso clima continuar assim, pode ser que em breve vire até ‘recomendação médica’… Então… vamos dar uma olhada no parque?!

O Caminhos do Mar foi concessionado à iniciativa privada em 2021. Desde então, sob gestão da Parquetur, vem sendo transformado, com a inclusão de novos serviços, como aluguel de equipamentos e instalação de foodtrucks; e, principalmente, com a restauração de seus monumentos históricos. Talvez você não esteja associando o “nome à pessoa”, mas o Caminhos do Mar tem como principal atração a “Estrada Velha de Santos”, aquela que até 1984 servia como principal ligação entre a Baixada Santista e a capital paulista, em meio à deslumbrante Serra do Mar. Agora, você pode subir ou descer essa estrada, observando seus monumentos históricos (construídos em 1922, em comemoração ao Centenário da Independência do Brasil), caminhando ou de bicicleta.

Esse é o principal “roteiro” oferecido no parque Caminhos do Mar, o Roteiro Histórico. Com a concessão, foi reaberta a portaria na cidade de Cubatão e o parque passou a contar com serviço de vans entre as duas portarias. Assim, o visitante opta pela descida ou subida. O “Roteiro de Ecoturismo” é outra possibilidade, passando pela Calçada do Lorena, nesse caso. Trata-se de uma das proezas da engenharia do século 18, uma vez que esse foi o primeiro caminho pavimentado ligando o litoral e o planalto em São Paulo, com cerca de nove quilômetros de extensão.

História

É possível percorrer cerca de 3,5 quilômetros da Calçada do Lorena, em meio às árvores nativas. A construção da calçada ocorreu entre 1789 e 1792, sob o comando do então governador da província, Bernardo Maria de Lorena, e foi utilizada pelo príncipe regente do Brasil, Dom Pedro, em sua viagem para a proclamação da Independência do Brasil, às margens do Ipiranga. O caminho foi muito utilizado até a década de 1840, quando foi inaugurada a Estrada da Maioridade, mais conhecida como Estrada Velha de Santos.

Na visita ao Caminhos do Mar, além da possibilidade do contato com a natureza e com um ar mais “respirável” que o encontrado em seu entorno nas últimas semanas, é possível mergulhar na história do Brasil. Por isso mesmo, o passeio tem sido procurado por escolas da região. A lista de monumentos históricos tombados pelo Condephaat inclui o Pouso Paranapiacaba, que abriga uma lanchonete na qual o destaque são as iguarias portuguesas, o Rancho da Maioridade, o Belvedere Circular e o Monumento ao Pico, entre outros. Cada um deles devidamente sinalizado com informações sobre sua construção e restauro.

No alto, à esquerda, o Rancho da Maioridade; ao lado, duas fotos da Calçada do Lorena, seguida pelo monumento Padrão do Lorena; na segunda linha, vista externa e interna do Pouso Paranapiacaba

Aventura

Para quem procura uma opção mais “radical” dentro do parque, o Caminhos do Mar tem o Roteiro Aventura, oferecido com a reabertura da Trilha da Cachoeira da Torre. O percurso começa na parte alta do parque, com extensão de nove quilômetros (ida e volta) e possibilidade de banho no poço da cachoeira, depois de realizar o percurso de muitas subidas e descidas. A trilha é guiada e os visitantes devem reservar com três dias de antecedência. A duração média é de seis horas, com nível de dificuldade classificado como moderado/difícil.

Outra opção, sem dificuldades, mas com grande dose de coragem, é a Tirolesa Voo da Serra, inaugurada no parque há pouco mais de um ano. São 500 metros de voos sobre a Serra do Mar, com vista para a mata, as cidades da Baixada Santista e o mar. Claro, se o tempo estiver aberto. Se houver neblina, seu voo pode virar um salto no clarão das nuvens, como o meu. Ainda assim, altamente recomendável.  

Para saber mais sobre o parque, valor dos ingressos e horários de funcionamento, clique aqui. Sobre a tirolesa, que pode ser feita em dupla, clique aqui. Bom passeio e aproveite o ar puro!

A cidade mais visitada do brasil

No final do mês passado, a Braztoa divulgou seus destinos mais vendidos no Brasil e no Exterior, no Anuário Braztoa 2024. A cidade campeã em vendas no Brasil foi a capital paulista. Sabemos que São Paulo é líder no turismo de eventos e negócios, como maior cidade brasileira, mas as vendas das operadoras Braztoa dizem respeito, principalmente, a viagens de lazer. E, nesse quesito, a capital paulista também ficou com a primeira colocação, entre todas as cidades brasileiras.

Avenida Paulista (SP Turis/Caio Pimenta)

São Paulo não tem as lindas praias que a segunda e a terceira colocadas nesse mesmo ranking (Maceió e Porto de Galinhas/Recife) oferecem. Embora o Estado de São Paulo seja dono de grande diversidade de atrativos naturais, o mesmo não acontece em sua capital. Então, o que é que São Paulo tem para atrair tantos visitantes? Qualquer um que já tenha estado na cidade sabe que essa pergunta não faz sentido! Comecei falando sobre o que São Paulo NÃO tem porque, na verdade, São Paulo tem de tudo!

Capital gastronômica do País, cidade que mais recebe shows e espetáculos culturais, destino incomparável para compras dentro do Brasil, São Paulo é a cidade dos atrativos turísticos. Há atrações para todos os perfis de visitantes, como a liderança nas vendas entre os destinos nacionais comprova. Museus para diferentes interesses; parques urbanos para pedalar, caminhar, correr ou contemplar; parques temáticos para a criançada; zoológico; jardim botânico; aquário; mirantes etc

Como este blog é de parques e atrações turísticas, quero listar aqui alguns deles, que, certamente, ocupam os dias dos visitantes de São Paulo durante sua visita. Como nas grandes capitais mundiais, em São Paulo o turista também precisa escolher bem o que visitar, porque cada visita realizada significa que algo foi descartado, deixado para a próxima vez na cidade. Se você já esteve em São Paulo como visitante, certamente viveu isso: este ou aquele restaurante; esta ou aquela exposição; este ou aquele parque?

Então, abaixo, algumas das quase infinitas possibilidades de parques e atrações que São Paulo oferece. Digo “quase infinitas” porque elas não são estáticas e, além deste texto incluir apenas parte delas, certamente dentro de um par de meses teremos outras… Que tal deixar um comentário falando em quantas você já foi? Aproveite e inclua alguma outra atração, que ficou fora desta lista. Vale para visitantes e para aqueles moradores que adoram “turistar” na sua própria cidade!

50 parques e atrações turísticas paulistanas

Aquário de São Paulo

Beco do Batman

Caixa Cultural São Paulo

Casa das Rosas

Catedral da Sé

Centro Cultural Banco do Brasil

Centro Cultural São Paulo

Centro de Tradições Nordestinas (CTN)

Edifício Copan (Mirante)

Farol Santander

Galeria do Rock

Japan House

Jardim Botânico

Hello Park (Shopping SP Market)

Instituto Butantan

Instituto Tomie Othake

Itaú Cultural

Memorial da América Latina

Mercado Municipal

Mosteiro de São Bento

Museu Afro do Brasil

Museu Catavento

Museu da Bolsa no Brasil (MUB)

Museu da Imagem e do Som (MIS)

Museu da Imaginação

Museu da Imigração

Museu da Língua Portuguesa

Museu de Arte Contemporânea (MAC)

Museu de Arte de São Paulo (Masp)

Museu de Arte Moderna (MAM)

Museu de Arte Sacra

Museu de Zoologia

Museu do Ipiranga

Museu do Futebol

Museu Lasar Segall

Parque da Mônica (Shopping SP Market)

Parque de Ciência e Tecnologia da USP (CienTec)

Parque Ibirapuera

Parque Inflável Pop Haus

Parque Villa Lobos

Pico do Jaraguá

Pinacoteca

Planeta Inseto

Planetário do Ibirapuera

Playcenter Family (Shopping Aricanduva)

Roda Rico

Sampa Sky (mirante)

SESC (alguma das unidades, como a Paulista ou Pompeia)

Theatro Municipal

Zoológico de São Paulo

Itaipu: uma gigante da criatividade humana

Na semana passada, a Câmara dos Deputados homenageou em Sessão Solene os 50 anos da criação da Itaipu Binacional. Ela foi o início do que seria, por décadas, a maior hidrelétrica do mundo. Começou ali, há 50 anos, um projeto único, que iria desviar o curso de um rio, fronteira natural entre Brasil e Paraguai, para abrir espaço para a construção da Hidrelétrica de Itaipu. Mas, peraí… este blog é sobre parques e atrações turísticas!

É que além da gigante fornecedora de energia para Paraguai e Brasil, Itaipu, nesses 50 anos, foi muito além. Recebeu seus primeiros visitantes ainda durante as obras, nos anos de 1970, tamanha a curiosidade que a construção despertava. Levou para uma Foz do Iguaçu de cerca de 20 mil habitantes uma população adicional de 40 mil empregados na construção. Começou a operar, oficialmente, em 1984. E a vocação para o Turismo, que as obras já tinham despertado, apenas cresceu com os avanços dessa gigante da criatividade humana.

Hoje, geridas pela Turismo Itaipu, há diferentes visitas que podem ser realizadas no complexo. No último dia 10, como parte das visitas técnicas do SINDEPAT Summit, realizado em Foz do Iguaçu, pude fazer uma delas, a “Itaipu Especial”. É essa visita, apenas para maiores de 14 anos, que permite entrar na imponente barragem de Itaipu. São cerca de duas horas e meia de informações riquíssimas, mesmo para quem não tem   interesses específicos pela engenharia que ergueu tudo aquilo.

Nesse roteiro, o interior da barragem é o ponto inicial. Os pescoços dobram para o alto e para baixo, nos paredões de concreto. As primeiras explicações chegam em uma das “catedrais”, as aberturas espalhadas ao longo da barragem. Do lado de fora, é possível tocar os condutos forçados, as grandes tubulações brancas que podem ser observadas na barragem mesmo à distância, com seus 10,5 metros de diâmetro e 142 metros de comprimento. São 20, ao todo, por onde passam 690 mil litros de água por segundo (vazão média).

A visitação segue para a sala de comando central, com os painéis analógicos servindo de redundância às novas tecnologias. Para os visitantes, que olham do alto, uma linha divisória mostra os lados brasileiro e paraguaio – e os relógios indicam a diferença de uma hora entre os dois países, naquela fronteira desenhada dentro do edifício. A visita prossegue para baixo, para cima, observando-se as cotas, que indicam a altitude em relação ao nível do mar. Assim, na visita, a variação é de cerca de 40 metros, e inclui a Galeria das Unidades Geradoras e o Eixo da Turbina.

Do lado de fora, há uma parada no alto da barragem, 225 metros acima do nível do mar, para contemplação do Lago de Itaipu, por um lado, e do rio Paraná e seu trecho desviado. Outras duas paradas são realizadas, nos mirantes Central e do Vertedouro. Esse, aberto em ocasiões de alto volume de águas do rio Paraná, deve ser um espetáculo à parte. Não foi o caso, durante minha visita!

Outras possibilidades em Itaipu

Crianças são bem-vindas em Itaipu, embora não no roteiro Itaipu Especial. Para elas, o “Refúgio Biológico Bela Vista” deve ser um dos mais agradáveis. Tem duração de duas horas e meia e divide-se em duas partes: a primeira, realizada em carros especiais para o passeio em direção ao Refúgio, observando áreas de mata reflorestada e as torres de transmissão de Itaipu; na segunda parte, o percurso é feito caminhando em trecho de cerca de dois quilômetros para visita aos mais de 15 recintos do zoológico, ao portinho do Refúgio, às margens do lago, e para participação em atividade de plantio de árvore nativo. Tudo permeado pelas explicações das equipes de conservação do complexo.

Mais curto, o Itaipu Panorâmica é o roteiro mais procurado no parque. Conta a história da construção da usina, curiosidades e é feito em ônibus que acessam a avenida dos  condutos forçados, o topo da barragem e paradas nos mirantes Central e do Vertedouro em trajeto de pouco mais de uma hora.

Outra possibilidade é visitar Itaipu à noite, roteiro que também pude conhecer durante o SINDEPAT Summit. As visitas noturnas ocorrem somente sextas-feiras e sábados, às 19h, com duas horas de duração. No programa Itaipu Iluminada, o destaque é ver a barragem ser ascendida, a partir do Mirante Central. Antes, show com músicas da fronteira animam os visitantes, até que as luzes se acendem. É o único dos passeios apenas em português.

Itaipu Iluminada, uma das possibilidades de roteiros

Há ainda outras possibilidades, como o Itaipu Vip e o Itaipu by Bike. Caso é que essa gigante da energia mundial ganha cada vez mais espaço no turismo. No ano passado, foi visitada por 509.899 pessoas. E não poderia ser diferente. Seria um desperdício não contar essa história….

Em tempo: no www.turismoitaipu.com.br estão os valores dos ingressos e informações curiosas, que podem animar a visita. Aqui, algumas delas:

– O volume de concreto utilizado para a construção da hidrelétrica seria suficiente para construir 210 estádios de futebol do tamanho do Maracanã, no Rio;

– A quantidade de ferro e aço utilizadas equivale à construção de 380 Torres Eiffel;

– A altura da barragem (196 m) corresponde à altura de um edifício de 65 andares;

– A vazão máxima do vertedouro da Itaipu (62,2 mil metros cúbicos por segundo) é 40 vezes superior à vazão média das Cataratas do Iguaçu.

Foz do iguaçu reúne os profissionais de parques e atrações nesta semana

Nesta semana, Foz do Iguaçu será o ponto de encontro dos principais profissionais do setor de parques e atrações turísticas do Brasil, com a realização da 5ª edição do SINDEPAT Summit. Itinerante, o evento idealizado pelo SINDEPAT visita um dos principais destinos turísticos do Brasil, com forte apelo internacional, graças às incríveis Cataratas do Iguaçu, no Parque Nacional do Iguaçu. Mas Foz do Iguaçu, um desses destinos “must go”, é muito mais que seu principal cartão-postal, e o SINDEPAT Summit será uma oportunidade para mostrar isso.

Pela primeira vez, a programação do evento inclui oficialmente três dias de realização: 8, 9 e 10 de maio. Enquanto os dois primeiros dias são dedicados aos conteúdos da Plenária e à apresentação de produtos e serviços na Área de Exposição, o terceiro dia reúne as visitas técnicas. Os participantes poderão conhecer o Parque Tecnológico Itaipu/Turismo Itaipu, na manhã da sexta; à tarde, a visitação inclui o parque aquático Blue Park, no Mabu Thermas, a roda-gigante Yup Star Foz e o Marco das Três Fronteiras.

O Parque Nacional do Iguaçu, claro, não poderia estar fora dessa visitação. Ele será o endereço do coquetel de encerramento do SINDEPAT Summit, no fim da tarde do dia 9. Os participantes serão levados do Centro de Eventos do Mabu Thermas diretamente ao parque, onde realizarão trilha para conferir o produto “Entardecer nas Cataratas”, lançado pela gestora Urbia+Catartas neste ano. Em seguida, participam do coquetel de encerramento. A programação incluí também um coquetel de abertura, na noite do dia 8, em Itaipu, com a barragem iluminada, produto conhecido como “Itaipu Iluminada”. Oportunidades de networking em meio aos cenários incríveis que os parques e atrações de Foz oferecem.

  • Parques e atrações em Foz do Iguaçu

Conteúdos e dinamismo

Há muitos conteúdos na programação do SINDEPAT Summit, que pode ser conferida aqui. Neste post, quero destacar mais uma vez o dinamismo do setor. A cada edição do Summit, temos o trabalho de reunir as principais novidades dos parques e atrações do Brasil lançadas desde a última edição do evento. Essas novidades são reunidas em um vídeo e, acreditem, o exercício de fazer com que esse vídeo não se transforme em um pequeno curta, com entre 5 ou 10 minutos é imenso!

Reunimos os parques e atrações que foram abertos, as novas atrações adquiridas pelos parques já instalados e um pouco da oferta em desenvolvimento, que deve ser inaugurada até o final deste ano. Nesta edição, mostramos a abertura de grandes equipamentos, como o Animália Park (Cotia – SP), o Aventura Jurássica (Balneário Camboriú – SC), o NBA Park (Gramado – RS), os aquáticos Aquabeat (São José da Lapa – MG) e West Acqua Park (Martins – RN), os temáticos Orionverso (Olímpia – SP) e Space Adventure, com duas unidades abertas em menos de um ano: em Canela (RS) e Balneário Camboriú (SC). Entre os parques já instalados, as novidades são contínuas, uma vez que o setor vive de novidades, fazendo com que os parques e atrações sejam possivelmente um dos principais segmentos em investimentos no turismo.

Os investimentos projetados pelo setor estarão presentes no SINDEPAT Summit no lançamento da 2ª edição do Parques, Atrações e Entretenimento no Brasil – Panorama Setorial. Produzido pelo Sindepat, Adibra e Noctua, o estudo será apresentado no segundo dia do Summit trazendo um mapeamento atualizado da oferta do setor, informações sobre a demanda e destacando os investimentos em curso. Spoiler: há ainda mais investimentos em curso que os mapeados na 1ª edição!

Outra novidade nesta edição do SINDEPAT Summit é o lançamento do 1º Anuário SINDEPAT. A publicação, que todos os participantes receberão, reúne as principais novidades do setor no último ano – como no vídeo que será apresentado no Summit –, os highlights da 2ª edição do Panorama Setorial, entrevista, artigos e um mapa com a localização dos associados SINDEPAT, presentes nas cinco regiões do Brasil.

A PANROTAS é media partner do SINDEPAT Summit, novamente. Então, acompanhe no Portal PANROTAS e nas redes sociais do SINDEPAT cobertura do evento! E para aqueles que estarão em Foz nesta semana, um até logo! Já, já estaremos juntos!

Parque e atrações ganham destaque em edição histórica do Fórum PANROTAS

Realizado nesta semana, o Fórum PANROTAS deste ano foi especial, comemorando os 50 anos da PANROTAS e o pioneirismo e capacidade de inovar de seu fundador, Guillermo Alcorta. Mas o evento deste ano, em sua 21ª edição, foi especial também para o setor de parques e atrações turísticas brasileiros. Embora o setor sempre tenha estado presente no evento, um dos principais do Turismo no País, nunca teve tanto destaque quanto na edição deste ano.

A manhã do segundo dia teve a apresentação do painel que mostrou para os agentes de viagens a oportunidade de vendas que os parques e atrações representam. O CEO do Beach Park, Murilo Pascoal, também presidente do SINDEPAT, associação que reúne parques e atrações turísticas brasileiros, disse que a venda de ingressos dos parques é realizada majoritariamente de forma direta para o consumidor. “Há aqui uma oportunidade para os agentes, que vendem tão bem ingressos dos parques dos Estados Unidos”, disse.

Três modelos de negócios – todos com parques aquáticos – foram apresentados. O Beach Park, no Ceará, que nasceu a partir de uma barraca de praia, em 1985, criando depois o parque aquático e, posteriormente, os resorts. O Hot Park, em Goiás, que começou como uma pousada, ampliou a estrutura hoteleira e, depois, construiu seu parque aquático; e o Grupo Tauá, de “hotelaria raiz”, como definiu a CEO do Grupo, Lizete Ribeiro, que após a construção do primeiro parque aquático indoor do Brasil, em Atibaia (SP), conseguiu ampliar a permanência média do hóspede, as receitas e a fidelização do cliente.

“O modelo de hospedagem aliado ao entretenimento funciona tão bem, com resultados tão positivos, que estamos fazendo o mesmo nos resorts de Alexânia e Caeté”, contou Lizete. “ Em todos eles, temos grandes centros urbanos emissores. Em Atibaia, com o parque aquático, conseguimos ampliar a estadia dos hóspedes, que era alta somente nos finais de semana”, contou, sobre o resort localizado a uma hora da capital paulista.

Alessandro Cunha, CEO do Grupo Aviva, detentor do Rio Quente Resorts, endereço do Hot Park, e da Costa do Sauípe, com cinco resorts e que acaba de anunciar a construção de um parque aquático, para 2026, no valor de R$ 350 milhões (Hot Park Baía das Tartarugas), defendeu a capacitação dos agentes para a comercialização de parques no Brasil. “Já temos as ferramentas de vendas, que podem conectar as agências aos ingressos, em comercialização segura. A solução existe, mas precisamos especializar os agentes, que devem funcionar como concierges dos parques, sabendo informar cada cliente sobre as opções no parque, número de dias recomendados, o que fazer”, disse

Murilo Pascoal defendeu o entretenimento como fundamental para atrair visitantes para os destinos e ampliar a permanência deles. Não à toa, anunciou no Fórum PANROTAS o segundo parque do complexo Beach Park, o Arvorar, que será inaugurado neste ano. “Não é um parque aquático, nele o foco é na natureza, nas experiências que promoverão a conscientização ambiental de forma lúdica”, disse, acrescentando que o projeto é parte do “novo Beach Park”. “Além do novo parque, estamos ampliando a Vila Azul do Mar, que já ganhou um carrossel lindo, vamos iniciar a construção de mais um resort, o Ohana, com 218 apartamentos, e vamos inaugurar uma atração no parque aquático, o A Volta da Moreia”, contou.

O segundo dia do evento teve ainda a participação da diretora executiva da Mauricio de Sousa Produções, Mônica Sousa, que inspirou a criação da personagem mais famosa dos quadrinhos brasileiros. Ela participou de painel “Filhos do Turismo”, que reuniu quatro “herdeiros” dos negócios dos pais para falar sobre o avanço das políticas ESG em suas empresas, conflitos geracionais e a evolução dos negócios. “Hoje tenho meu filho trabalhando comigo e vejo a riqueza que um ambiente de trabalho com várias gerações incluídas pode oferecer”, defendeu Mônica, que falou ainda do projeto Donas da Rua, de empoderamento feminino.

Mônica Sousa, da MSP, no painel “Filhos do Turismo”

Parabéns ao PANROTAS, por incluir cada vez mais todos os segmentos do Turismo, por abraçar e defender os pleitos do setor – e houve, no primeiro dia, o momento “Fica Perse”, tão relevante para toda a indústria (e tema para outro post, porque o trabalho realizado pelo setor em defesa do PERSE merece ser registrado) – e por documentar tão bem a evolução do turismo brasileiro. É um orgulho e uma honra fazer parte dessa história.

Cacau show compra grupo playcenter

Marca mais conhecida do setor de parques no Brasil, o Grupo Playcenter teve sua venda anunciada ontem para a Cacau Show, que em 2023 foi, pelo segundo ano consecutivo, a maior rede de franquias do Brasil, com 4,2 mil unidades. O anúncio ocorreu na unidade Playland, do Grupo Playcenter, no Shopping Eldorado, na capital paulista, e reuniu os fundadores dos dois grandes grupos, Marcelo Gutglas, ícone da indústria de parques, e Alê Costa, da Cacau Show, como divulgado no Portal PANROTAS.

“Não poderia vender minha empresa para outra pessoa. Vejo nos olhos do Alê o brilho que sempre busquei em alguém que pudesse seguir com o meu negócio. Quando o procurei para falar sobre o Playcenter, sabia que ele era a pessoa certa”, disse Gutglas durante o anúncio. Com a aquisição, que ainda precisa ser aprovada pelo Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade), a Cacau Show faz sua segunda incursão no mercado de Turismo, uma vez que já ingressou na hotelaria com o Bendito Cacao, hotel em Campos do Jordão (SP), e o anúncio de um segundo empreendimento em Águas de Lindóia, também no interior paulista.

“Nossos primeiros 35 anos foram sobre cacau. Agora é a vez de falarmos de show”, disse Alê Costa, brincando sobre a marca. “Estamos adquirindo com muita honra um gigante do entretenimento, o Grupo Playcenter. Nos próximos 35 anos a missão é dar um verdadeiro show de diversão, adrenalina e emoção. Claro, tudo recheado de chocolate”, completou.

O anúncio é um marco para o setor de parques, não apenas pela referência que o Grupo Playcenter – detentor das marcas Playcenter Family e Playland – é, mas também pelos novos investimentos que o segmento de parques e atrações é capaz de atrair. Ao chamar a atenção de um dos empreendedores com trajetória mais bem sucedida do País, do setor alimentício e do varejo, o segmento de parques mostra o bom momento que vive, com mercado consumidor estimado em 89 milhões de visitantes/ano.

Além de adquirir o Grupo Playcenter, a Cacau Show também já sinalizou a construção de um parque temático em Itu, com projeto apresentado no final do ano passado na Câmara de Vereadores da cidade. Também no ano passado, Alê Costa adquiriu para a mega store da Cacau Show, em Itapevi (SP), sua primeira montanha-russa. Com ela, o espaço conhecido como Cacau Show Experience já soma cinco atrações – em um projeto inicial de parque temático.

Apesar das boas perspectivas que os novos investimentos representam para o setor, o tom de “despedida” de Marcelo Gutglas já deixou saudades entre os profissionais que conviveram com ele. “Somos um setor diferenciado. Trazemos para as famílias alegria, memórias afetivas, somos uma atividade que não polui e preserva, criamos uma comunidade solidária com troca de experiências, onde a segurança dos visitantes é a razão de nossa existência. Enfim, não somos concorrentes, mas sim sócios do mesmo mercado. O sucesso de um endossa o sucesso de todos”, defende Marcelo, que passará a ser conselheiro de Alê Costa no mundo dos parques e atrações.

Dinossauros em Miguel Pereira (RJ)

No final do ano passado, tive a chance de conhecer o Terra dos Dinos, parque de dinossauros em Miguel Pereira, na serra fluminense, a 150 quilômetros da cidade do Rio. Fui movida por muita curiosidade, afinal, antes da inauguração do Terra dos Dinos, desconhecia completamente a cidade que abriga o parque. Descobri que Miguel Pereira gaba-se de ter o terceiro melhor clima do mundo (!), situada a 618 metros acima do nível do mar, e sua história começa, justamente, por conta das boas condições climáticas, que levaram o sanitarista que deu nome à cidade a indicá-la para tratamentos médicos, no início do século 20.

Sem dúvida com temperaturas muito mais agradáveis que aquelas registradas na última semana de dezembro no Rio de Janeiro, Miguel Pereira é uma típica cidade do interior, de cerca de 27 mil habitantes, com ruas arborizadas, praças, construções charmosas e um parque de dinossauros que, em seu primeiro ano de funcionamento, recebeu 350 mil visitantes.

Mesmo os visitantes mais distraídos vão perceber a grande aposta no turismo que a cidade vem fazendo. Miguel Pereira quer ser o principal destino turístico da Serra Fluminense. O Terra dos Dinos foi o primeiro parque temático instalado, mas a cidade vive um processo de construções que inclui o maior pórtico de dinossauros do mundo, que terá 40 metros de comprimento e 16 metros de altura; a instalação da primeira Maria Fumaça do Rio de Janeiro; Museu de Cera; um parque indoor com neve, o Mundo da Neve; a primeira fábrica de chocolates da Lugano no Estado do Rio, investimento anunciado de R$ 100 milhões; uma unidade fabril da cerveja Proibida; e a segunda unidade do hotel de luxo Colline de France, de Gramado (RS), em investimento de quase R$ 500 milhões, previsto para iniciar neste mês.

A Serra Gaúcha é a clara inspiração no modelo de desenvolvimento turístico adotado por Miguel Pereira. Ainda no ano passado, a cidade inaugurou sua Rua Coberta, com praça de alimentação, restaurante com temática de dinossauros e modelo semelhante à rua coberta da cidade gaúcha. Com pouco mais de 3,5 mil leitos hoje, a cidade deve ver crescer esse número, deixando de ser um destino “bate-e-volta” do Rio de Janeiro, graças à quantidade de atrações que promete inaugurar nos próximos anos. O Terra dos Dinos é a primeira delas. Vamos a ele, então!

Maior parque de dinossauros do mundo

Visitamos o Terra dos Dinos em um dia em que houve queda de energia elétrica na região. Um indicativo de que a infraestrutura precisa acompanhar os investimentos privados. Avisados logo na entrada do parque de que muitos dos animatronics, os dinossauros robóticos com movimento e ruídos, não estariam funcionando plenamente, podíamos escolher entre remarcar a visita ou realizá-la mesmo assim. Com uma criança de 5 anos, a visita sem os ruídos acabou se mostrando mais agradável, sem sustos ou surpresas que crianças maiores e adolescentes certamente preferem.

A visita começa com a descida, em vans, para a entrada do parque. São cerca de 10 minutos de estrada de terra em meio à Mata Atlântica. Esse é, aliás, um dos pontos altos do parque para mim: todo ele foi construído em área de mata preservada, com ganhos em todos os sentidos, tanto na verossimilhança com o cenário original em que teriam vivido os dinossauros quanto pelo agradável passeio em trilha sombreada pela mata. Instalado em uma reserva de mais de 1,4 milhão de metros quadrados, é natural que o parque seja o maior do mundo em sua temática.

Ideal para famílias, o parque apresenta os dinossauros por meio de um storytelling bem desenhado, que cria um personagem central, com sua casa e laboratório no centro da visitação, e um meteorito que teria iniciado todo o processo de trazer de volta à vida os gigantes que habitaram o planeta. A partir daí, os visitantes caminham pela trilha desenhada na mata, com algumas inclinações e pontes suspensas, observando as diferentes espécies de dinossauros.

Em tamanho natural, as espécies têm placas de apresentação com informações sobre alimentação, período em que viveram e hábitos, entre outras. Sem os sons e movimentos produzidos pelos animatronics, pudemos realizar a visita atentos aos sons da mata, que se mostraram uma atração à parte!

Storytelling é um dos destaques na visitação

São mais de 40 modelos de dinossauros, divididos entre os períodos triássico, jurássico e cretáceo. Entre os destaques está o Argentinossauro, com mais de 30 metros de comprimento, maior réplica da espécie em todo o mundo. As crianças gostam muito dos ninhos com ovos de dinossauro, especialmente aqueles com filhotes por perto, e do final do passeio, concluído em uma grande caixa de areia sinalizada como área de escavação – onde os pequenos podem, de fato, ‘escavar’, realizando suas próprias descobertas. Realizamos o percurso em cerca de duas horas, porque o parque não estava cheio.

Além da trilha que todos os visitantes percorrem, há uma trilha suspensa e uma tirolesa, com ingressos vendidos separadamente. A trilha suspensa é um percurso de pouco mais de 200 metros, com trechos de até 10 metros de altura e tem como destaque a praça suspensa, com pontos de observação e contemplação da natureza.  Já a tirolesa tem percurso de 300 metros de extensão, com pontos de até 100 metros de altura. Crianças a partir de quatro anos já podem fazer. Para todos os preços atualizados, o site é www.terradosdinos.com.br.