esg nos parques e atrações: copo meio cheio ou meio vazio?

Os parques e atrações turísticas do Brasil foram o objeto do estudo que diagnosticou o grau de maturidade em práticas ESG, realizado em parceria entre o Sindepat (Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas) e o Itaipu Parquetec.  Realizado por meio de questionários no último mês de junho, o estudo será uma ferramenta fundamental para traçar os próximos passos do Comitê de Sustentabilidade Adibra & Sindepat, um espaço de compartilhamento de boas práticas em ESG que as duas associações desenvolvem conjuntamente.

No Comitê, os parques e atrações associados à Adibra e ao SINDEPAT compartilham suas experiências em reuniões on-line com pautas alinhadas aos ODSs. Gestão da água, de resíduos sólidos, gestão de fornecedores são alguns dos temas que já foram apresentados nas reuniões, iniciadas no final de 2022. Há cases de excelência nas dimensões ambiental, social e de governança. A última reunião, inclusive, virou tema de post aqui no Blog, ao apresentar a Floreta Líquida, iniciativa do Parque Capivari, em Campos do Jordão.

Muitas das reuniões que abordam as práticas sociais dos parques e atrações são marcadas pela emoção. O próprio SINDEPAT idealiza duas grandes mobilizações sociais junto a seus associados, o Dia Nacional da Alegria (DNA), com atendimento gratuito a crianças em condição de vulnerabilidade social, e o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência em Parques e Atrações (DNPD), que tem o objetivo de dar visibilidade às pessoas com deficiências e mostrar que parques e atrações são ambientes acessíveis e inclusivos.

O diagnóstico

Com um grau de sustentabilidade avaliado como moderado no diagnóstico, o setor de parques e atrações pode comemorar conquistas, mas tem muitas oportunidades de avanços. Embora 77% dos empreendimentos afirmem assumir responsabilidade pelos impactos ambientais que suas operações provocam, o estudo demonstra grandes diferenças entre eles. Enquanto quase 37% dos parques e atrações publicam ricos relatórios ESG, outros buscam orientação para iniciar suas jornadas sustentáveis.

Em relação à dimensão ambiental, por exemplo, os parques e atrações ainda têm ações sustentáveis limitadas, especialmente no que diz respeito ao uso de fontes alternativas de energia, captação de águas pluviais, gestão de frota e priorização de produtos ecológicos. Na dimensão social, há avanços importantes, com destaque para a contratação de pessoas da comunidade local, mas também lacunas nas áreas de capacitação, acessibilidade, ações estruturadas para a comunidade e valorização da diversidade.

Dimensão social tem importantes iniciativas (Imagem: Reprodução estudo “Turismo Sustentável – Como parques e atrações estão incorporando a sustentabilidade”)

Meio cheio, meio vazio

Dentro dos resultados apresentados pelo estudo, o copo pode ser considerado meio cheio ou meio vazio. Falando como alguém que acompanha as reuniões do Comitê de Sustentabilidade desde seu início, considero o copo meio cheio. Muito já vem sendo feito, por mais que a jornada seja longa. O compartilhamento de boas práticas que as reuniões do Comitê proporcionam são também uma inspiração para os parques e atrações e para todos os envolvidos nesse caminho. Graças ao Comitê, o próprio SINDEPAT avança em suas ações ESG, sendo signatário da Declaração de Glasgow e estimulando fortemente seus associados as se comprometerem com a declaração da ONU Turismo.

Com este primeiro diagnóstico, conseguimos enxergar onde estamos e para onde queremos ir. E vamos juntos nessa trajetória, dentro do SINDEPAT e no associativismo, que tem papel fundamental no compartilhamento de boas práticas, na produção e distribuição de conhecimento e na construção de um caminho de desenvolvimento sustentável para o Turismo brasileiro.

Acesse o estudo: //heyzine.com/flip-book/1b49c30a3f.html

Published by

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *