Velhas novidades

Estou em dívida com este espaço, que não ganha um post novo desde o final do semestre passado. Faço um “mea culpa” trazendo neste post um pequeno retrospecto dos últimos três meses, tão dinâmicos para todo o Turismo e, especialmente, para o segmento de parques e atrações!

Julho

O setor de parques e atrações teve uma alta temporada, em julho, extremamente aquecida. Estive no Rio de Janeiro e visitei algumas das principais atrações da cidade: o Trem do Corcovado, lotado em plena quarta-feira; o AquaRio, igualmente cheio em um dia comum do meio da semana; o Jardim Botânico do Rio, com fila repleta de estrangeiros em uma segunda-feira. Atrações menos conhecidas, como o Espaço da Marinha, que tem o submarino Riachuelo como principal ponto de interesse, também tinham filas para visitação.

Fora do Rio de Janeiro, o Parque Nacional do Iguaçu recebeu em julho mais de 124 mil visitantes brasileiros, seu melhor registro de visitação de todos os tempos para o mês. Em Curitiba, a Linha Turismo, circuito que passa por 26 atrativos da capital paranaense, bateu recorde de visitantes, com resultado 35% superior ao mesmo período de 2019, antes da pandemia. Os números da hotelaria também mostram os bons resultados da temporada de julho. No Ceará, a ocupação hoteleira chegou a 80% no período, mesmo resultado de destinos como Olímpia, no interior de São Paulo, enquanto em São Luís, capital do Maranhão, a esse índice superou 85% no último mês de julho.

Agosto

O mês de agosto foi marcada por uma importante comemoração para o setor de parques e atrações turísticas. O Sindepat – Sistema Integrado de Parques e Atrações –, que em julho completou 20 anos, foi homenageado em Sessão Solene no Senado Federal. A homenagem foi realizada no dia 25, atendendo a requerimento do senador Eduardo Girão, do Ceará. Criado há 20 anos para conscientizar os Poderes Legislativo e Executivo da importância econômica e social dos parques e atrações, o Sindepat teve nesse reconhecimento, no Senado Federal, a comprovação de que vem alcançando esse objetivo em seu trabalho.

A Sessão Solene contou com a presença e as palavras dos representantes dos parques e atrações que fundaram o Sindepat, há 20 anos. A cerimônia foi transmitida ao vido pelo canal do Senado no YouTube e pode ser assistida clicando aqui.

Setembro

E chegamos a setembro. No mês passado, foram intensos os estudos e pesquisas produzidos pelas associações de Turismo para comprovar a relevância socioeconômica do setor e os impactos negativos que a Reforma Tributária pode acarretar. As principais lideranças das associações de Turismo têm visitado Brasília com frequência, incluído o Sindepat, que promoveu junto com o movimento Vamos com Eventos e Turismo café da manhã no restaurante do Senado para apresentar aos senadores esses dados. Foram 26 senadores e outros representantes de gabinetes, em total de 50 participantes, com destaque para o presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo no Senado, Marcelo Castro, a presidente da Comissão Mista do Orçamento, Daniella Ribeiro e o coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Tributária na Comissão de Assuntos Econômicos, Efraim Filho.

Mas setembro é o mês também em que a Revista PANROTAS traz o Guia de Férias, sua edição especial que circula na Abav Expo. Nesta edição, o guia mostra as novas atrações e experiências turísticas criadas nos Estados brasileiros nos últimos 12 meses. São muitas e variadas, como o Brasil. De Turismo de Base Comunitária, no Pará, à ampliação da faixa de areia da praia de Guarapari, no Espírito Santo, passando pela reabertura do Forte Nossa Senhora dos Remédios, em Fernando de Noronha (PE) ou pela inauguração do Museu Planeta Água, em Curitiba. Além de novas e charmosas opções de hospedagens em destinos do Rio de Janeiro, Ceará, Alagoas e São Paulo.

Os parques da Flórida têm destaque nesta edição do guia, assim como o destino Nova York, em matérias assinadas pelo editor-chefe da PANROTAS, Artur Andrade. Mas os parques brasileiros, também. Há novidades nos parques instalados, como nova área temática no Magic City, na Grande São Paulo, e a atração Turbilhados, no Hot Park, em Goiás, mas há também novíssimos parques e atrações.

É o caso do temático Animália Park, na Grande São Paulo, aberto em julho. Em dezembro, a capital paulista também já havia inaugurado sua roda gigante, a Roda Rico. Na região metropolitana de Belo Horizonte, foi aberto o aquático Aquabeat neste ano, enquanto em Martins, no Rio Grande do Norte, foi inaugurado o primeiro parque aquático do Estado, o West Aqua Park. No Sul, Gramado e Canela seguem captando cada vez mais atrações para a Serra Gaúcha, como o parque Vila da Mônica, aberto há um ano, e os mais recentes NBA Park e Space Adventure, deste ano.

No Rio de Janeiro, além da abertura do novo Museu do Flamengo, em agosto, o Estado ganhou há um ano o parque temático Terra dos Dinos, em Miguel Pereira.  Esse é o tema também do mais recente parque inaugurado no País, o Aventura Jurássica, em Balneário Camboriú (SC). Mas esse “título” de mais recente não deve durar muito, porque as aberturas têm acontecido em ritmo intenso. Mas esse é o tema para um próximo post…

“Os dez mais…”

Confesse aqui no blog… Você é ou não fã de rankings? Embora saibamos que muitos rankings têm classificações subjetivas (“As dez cidades mais bonitas da Itália…; “As dez aldeias portuguesas mais autênticas…”; “Dez aventuras imperdíveis em parques dos EUA…”), a verdade é que as publicações que trazem rankings muitas vezes estão entre as mais lidas. Uma curiosidade natural nos move na direção de saber quem são os “dez mais” relacionados aos temas que nos interessam. Por aqui, no caso deste blog, parques e atrações turísticas… Mas, de forma mais abrangente, turismo: destinos, restaurantes, experiências.

Nesta semana, o TripAdvisor divulgou a lista de melhores parque de diversão e aquáticos do mundo, segundo as avaliações do Prêmio Travellers´Choice 2023 – Best of the Best. São pessoas que estiveram nos parques listados e avaliaram a experiência dessa visita. É muito pouco provável que alguma dessas pessoas tenha visitado os 25 parques da lista (no mesmo ano) ou mesmo os dez primeiros desse ranking. Não se trata de uma lista com critérios objetivos que foram observados a cada visita, muito pelo contrário, trata-se da experiência de milhares de visitantes em variados parques em diferentes meses do ano. Isso não desmerece a avaliação dos visitantes e tampouco a elaboração de um ranking com elas, desde que fique claro aos leitores desses rankings os critérios de elaboração.

A princípio, pode causar alguma confusão no leitor notícias como:

“Beto Carrero World é eleito o segundo melhor parque temático do mundo”

“Beach Park é eleito o segundo melhor parque aquático do mundo por premiação do TripAdvisor”

“Pela 2ª vez, Terra Mágica Floribal está entre os melhores parques do mundo”

“Parque aquático de Goiás está entre os 3 melhores da Am. Latina e entre os 10 melhores do mundo”

Todos esses títulos são da mesma fonte de notícias: o ranking elaborado pelo Traveller´s Choice divulgado pelo TripAdvisor. Ao longo da semana, você ainda lerá muitos títulos diferentes, com recortes regionais, referindo-se ao mesmo ranking e, portanto, à mesma notícia. Independentemente do caráter subjetivo do ranking, deixamos aqui registrado o fato de quatro parques brasileiros estarem entre os 25 mais bem avaliados na premiação, liderada pelo espanhol Siam Park, em Tenerife. Beto Carrero World, em segundo lugar, Beach Park, em terceiro, Terra Mágica Florybal, em 13º, e Hot Park, em 18º, merecem reconhecimento pelo feito. Abaixo, a lista com os 10 primeiros colocados:

1 – Siam Park (Tenerife – Espanha)

2 – Beto Carrero Wold (Penha – Brasil)

3 – Beach Park (Aquiraz – Brasil)

4 – Ferrari World Abu Dhabi (Abu Dhabi – Emirados Árabes Unidos)

5 – Waterbom Bali (Kuta – Indonésia)

6 – Le Puy du Fou (Les Epesses – França)

7 – Futuroscope (Chasseneuil-du-Poitou – França)

8 – Pleasure Beach (Blackpool – Reino Unido)

9 – Yas Waterworld Yas Island (Abu Dhabi – Emirados Árabes Unidos)

10 – The Milky Way Adventure Park (Clovelly – Reino Unido)

13 – Terra Mágica Florybal (Canela – Brasil)

18 – Hot Park (Rio Quente – Brasil)

O primeiro parque dos Estados Unidos no ranking aparece na 14ª colocação e é o Silver Dollar City, de Branson, no Missouri. Logo depois dele, em 14º lugar, aparece o Dollywood, em Pigeon Force, no Tenneesse; o 16º é o Universal´s Islands of Adventure, em Orlando, seguido pelo Fun Spot America, em Kissimmee, também na Flórida, na 17ª colocação. Para conferir o ranking que traz apenas os parques dos Estados Unidos, Clique aqui.

Os mais visitados do mundo

A Themed Entertainment Association (TEA) divulgou também neste mês o ranking dos parques mais visitados do mundo. Embora o critério não seja tão subjetivo como pode ser um ranking dos “melhores”, aqui a questão também é polêmica. É que muitos parques não divulgam o número de visitantes que recebem, tornando o trabalho da TEA bastante complicado. Nos casos em que esses números são enviados para a associação, há dados que passam por auditorias, enquanto outros não.

Os parques brasileiros têm sempre destaque no recorte latino-americano do estudo, com o Beto Carrero World, por exemplo, tendo sido o parque temático mais visitado da região no ano passado, tema do último post publicado neste blog. Entre os dez parques aquáticos mais visitados da América Latina, há seis brasileiros e, nesta semana, houve uma mudança no ranking, com a divulgação oficial do número de visitantes do Hot Beach Olímpia, que figurava na oitava colocação. A atualização do número – foram 914 mil visitantes em 2022 – colocou o parque aquático do interior de São Paulo na quarta colocação, atrás dos também brasileiros Thermas dos Laranjais (2º lugar) e Hot Park (3º). Nada mal para um parque que completa seis anos amanhã, 28 de junho. Parabéns!

A TEA atualizou o ranking após o envio dos dados. Para conferir como ficou o novo ranking – afinal, gostamos sim de rankings –, clique aqui.

Beto Carrero é parque temático mais visitado da Am. Latina em 2022

A Themed Entertainment Association (TEA) divulgou ontem (13/6) a 17ª edição de seu ranking anual de parques e museus mais visitados do mundo. Controvérsias à parte, uma vez que muitos dos dados reunidos no estudo são fornecidos voluntariamente pelos parques – sendo alguns auditados e outros não –, o ranking produzido pela TEA serve de referência para entendermos o tamanho do mercado de parques temáticos e aquáticos no mundo todo. Entre as boas notícias que a última edição traz está o fato de muitos dos parques analisados já terem alcançado os números pré-pandemia – com a superação desses resultados em alguns deles, especialmente nos Estados Unidos.

Mas os EUA não estão sozinhos nisso. Aqui no Brasil, o único parque temático que consta na lista dos “top ten” da América Latina, o Beto Carrero World, ocupou em 2022 a liderança nesse ranking. Com 2,37 milhões de visitantes no ano passado, o parque de Santa Catarina superou o número de 2019, quando recebeu 2,24 milhões de pessoas. O segundo lugar nesse ranking é do Six Flags México, que está longe de recuperar os 2,8 milhões de visitantes recebidos em 2019, uma vez que no ano passado estiveram no parque mexicano 1,7 milhão de pessoas.

Beto Carrero World lidera ranking dos parques temáticos mais visitados na América Latina (Foto: Maria Izabel Reigada)

Os 25 maiores parques temáticos do mundo receberam 178,5 milhões de visitantes no ano passado. Em 2021, foram 124,6 milhões e, em 2019, antes da pandemia, 253,7 milhões. O Magic Kingdom, nos EUA, era líder em 2019 e manteve a primeira colocação em visitação no ano passado, ao receber 17,1 milhões de pessoas. Em 2019, o parque da Flórida foi visitado por 20,9 milhões de pessoas. A lista dos 25 mais visitados do mundo tem seis parques da Flórida e três da Califórnia, totalizando nove parques temáticos dos Estados Unidos, quatro parques do Japão e quatro da China, dois na França, na Coreia do Sul e em Hong Kong, um parque na Alemanha e outro na Holanda.

No Brasil, o mercado de parques e atrações turísticas conta com 89 milhões de visitantes anuais, segundo o estudo “Parques, atrações turísticas e entretenimento no Brasil – Panorama Setorial e novos investimentos”, lançado em março durante o SINDEPAT Summit. O estudo brasileiro mostra ainda expectativa de aumento de visitantes de 18% ao longo deste ano, entre dados de investimentos e perfil dos visitantes. O estudo está disponível para download no site do SINDEPAT.

Destaque para os parques aquáticos

Se na lista de temáticos o Beto Carrero World é o único brasileiro entre os dez parques mais visitados da América Latina, quando o foco muda para os parques aquáticos, o Brasil ocupa seis das dez colocações. Ao todo, 9,8 milhões de pessoas visitaram parques aquáticos na América Latina no ano passado, contra sete milhões de visitantes em 2021. O mais visitado da região, no entanto, é o Bahamas Aquaventure, em Nassau, que recebeu 1,75 milhão de pessoas no ano passado. Em segundo lugar aparece o brasileiro Thermas dos Laranjais, em Olímpia (SP), com 1,72 milhão de visitantes em 2022.

O Hot Park, em Goiás, é o terceiro colocado, com 1,4 milhão de visitantes no ano passado, mesmo número de 2019. O ranking traz ainda o Beach Park, no Ceará, e os parques do Estado de São Paulo: Thermas Water Park, Hot Beach e Magic City, mostrando que os destinos menos dependentes do turismo internacional e que podem se beneficiar do turismo rodoviário seguem em alta.

Listagem do ranking, à esquerda, considera número de visitantes em 2019.
Na terceira coluna, o número de visitantes no ano passado mostra o ranking de 2022 (Reprodução TEA/AECOM 2022)

Os museus

Os museus mostram a recuperação mais lenta – dado já percebido no ranking TEA de 2021. Das 105,4 milhões de visitas realizadas a museus em 2019, somente metade delas foram feitas no ano passado: 55 milhões. O Museu do Louvre, em Paris, lidera o ranking de 2022, com 7,7 milhões de visitantes, total que em 2019 era de 9,6 milhões. Segundo colocado no ranking em 2019, o Museu Nacional da China, em Beijing, recebeu 7,3 milhões de visitantes em 2019, mas somente 1,6 milhão no ano passado. A China viveu longos períodos de lockdown no ano passado, por conta de variantes dos vírus de Covid-19, com prejuízos aos parques, muitos deles com menos visitantes no ano passado que em 2021.

2022

Para a TEA, 2022 será lembrado pelos parques temáticos, aquáticos e museus de todo o mundo como o ano do relaxamento das restrições causadas pela pandemia e da alta demanda de experiências fora de casa – com destaque para as viagens e passeios – e a volta da “sensação de normalidade”, segundo diz o estudo. “2002 provou que as pessoas querem viver experiências com as famílias e amigos, o que pode ser percebido ao longo de todo o ano por muitos players da indústria”, aponta. Para ler o estudo completo, acesse: https://acrobat.adobe.com/link/review?uri=urn:aaid:scds:US:bcfc7503-92ff-3bfa-8938-93c321fe6008

Capa da 17a edição do estudo realizado pela TEA/AECOM

Novas atrações diversificam ainda mais oferta de parques na Serra Gaúcha

Space Adventure foi inaugurado em Canela (RS) na semana passada (Foto: Divulgação)

Na terça-feira, dia 10, foi inaugurada em Canela (RS) a Space Adventure, nova atração turística da cidade, com investimento de R$ 40 milhões do Grupo Oceanic. A atração leva para a Serra Gaúcha um mix de exposição e experiência imersiva, com simuladores e itens originais da Nasa, diante da temática da exploração espacial. No mês passado, a vizinha Gramado ganhou o maior parque da NBA na América Latina, o NBA Park. Ambos são novos “ingredientes” na diversidade de atrativos da região – que tem parques temáticos, aquáticos, naturais, atrações ligadas ao chocolate, ao Natal, a carros antigos, à magia, museu de cera etc.

Há quem diga que a região perde “autenticidade” ao tornar-se endereço de tão diversa oferta de atrativos turísticos. É essa diversidade, no entanto, que consegue manter o destino cada vez mais atraente para novos públicos. Na imensa variedade de atrativos que a região da Serra Gaúche reúne hoje, há opções para famílias de todos os perfis e gerações. Cada abertura, cada nova atração move a economia local, gera empregos, atrai visitantes e amplia a permanência dos que já estão lá. A Serra Gaúcha transformou-se nas últimas duas décadas, deixando de ser um tradicional destino de inverno, malhas e gastronomia para tornar-se um completo destino turístico, com visitas que ocorrem durante todo o ano. Os eventos, como o Natal Luz e a Páscoa, completam isso, sem dúvida!  

As recentes aberturas fazem parte dos 63 investimentos apontados pelo estudo “Parques, Atrações Turísticas e Entretenimento – Panorama Setorial e novos investimentos”, realizado pelo SINDEPAT e pela Adibra e lançado em março, no SINDEPAT Summit. O estudo mostra que dos 63 novos parques e atrações mapeados, que somam investimentos de R$ 9,6 bilhões no Brasil, 31 serão abertos ainda neste ano. E eles já estão aparecendo…

Em Canela, a Space Adventure reúne em quatro mil metros quadrados uma das maiores coleções de artefatos originais da agência americana de exploração espacial, com itens dos projetos Mercury, Gemini e Apollo. A capacidade é de quatro mil visitantes/dia. Tem ainda planetário, cinema 6D e simuladores e, em evento pré-inauguração, contou com a presença do astronauta Charles Duke, um dos 12 homens que já esteve na Lua. “John Young foi meu comandante e um dos trajes que ele usou na missão Apollo está aqui”, comentou ele sobre uma das peças originais dispostas na atração.

Além dos investimentos em novos projetos, como o Space Adventure e o NBA Park, os parques e atrações turísticas fazem constantes reinvestimentos. As inovações são fundamentais para garantir o retorno dos visitantes, cada vez mais ávidos por novidades. Um dos pioneiros de Canela, o parque Mundo a Vapor, é um exemplo disso, com investimentos de R$ 50 milhões anunciados na instalação de novas atrações, entre elas uma roda-gigante.

Juntos, os parques e atrações entrevistados para o Panorama Setorial do segmento apontaram investimentos de R$ 3,7 bilhões nos próximos anos. Somados aos R$ 9,6 bilhões em novos projetos, o total de investimentos em parques e atrações é superior a R$ 13 bilhões. Indutoras do desenvolvimento turístico, são as atrações que garantem a ocupação dos hotéis, dos restaurantes e a movimentação no comércio local, em muitos casos. Gramado, por exemplo, tem 86% de sua arrecadação assegurada pelo turismo. Não à toa a cidade cuida bem de seus visitantes… e também dos investidores!

Em tempo: o site da Space Adventure é o spaceadventure.com.br e a nova atração está no Instagram como @spaceadventurebr. O site do NBA Park é www.nbaparkgramado.com.br.

O evento dos parques e atrações do Brasil

Na semana passada, o SINDEPAT realizou, em Brasília, dias 22 e 23, a melhor edição do SINDEPAT Summit, consagrando o encontro anual como “o evento dos parques e atrações do Brasil”. Foi apenas a quarta edição do evento, mas já demonstrou, para além da organização e da riqueza e diversidade de conteúdos na plenária, uma excelente audiência.

Sobre os conteúdos, o Summit apostou na apresentação de cases, que ilustram a realidade dos parques e atrações e permitem, assim, vislumbrar oportunidades e aprender das experiências já praticadas. Foram cases com diferentes pegadas, como a ambiental, apresentada pelo Grupo Cataratas, Beach Park e Parque Vila Velha, com excelentes práticas ESG – sigla que certamente estará presente em futuras edições do Summit. Mas houve cases de novos parques/atrações, como o ViaNova, montado no Riocentro, no Rio de Janeiro, no ano passado, e as transformações do Zoo São Paulo, na capital paulista, e do Parque Capivari, em Campos do Jordão (SP), após as concessões.

O debate sobre a força do entretenimento no desenvolvimento dos destinos abriu a plenária desta edição do Summit, enquanto as oportunidades em ativos naturais, em um painel, e ativos históricos e culturais, em outro, reuniram no palco representantes do Ministério do Turismo, do BNDES e da iniciativa privada, com a rica apresentação do diretor da rede portuguesa Vila Galé no Brasil em um deles. A importância do storytelling para as atrações – alguém duvida? – também foi destacada, assim como a relevância da gestão da reputação e da imagem da empresa e seus colaboradores. O Chat GPT e outros modelos de inteligência artificial também foram apresentados nesta edição do Summit, levando reflexões à audiência do evento.

20 anos

E, comemorativa como foi a edição do Summit no ano em que o SINDEPAT celebra seu 20º aniversário, houve parabéns e presentes. Entre os “presentes”, o primeiro estudo sobre o mercado de parques, atrações e entretenimento no Brasil, realizado em parceria com a Adibra e produzido pela empresa Noctua. Nele, podemos observar que os parques e atrações representam, no Brasil, mercado de 89 milhões de visitantes anuais e com investimentos previstos, para os próximos três anos, de mais de R$ 13 bilhões. E ainda há muito para crescer…

Outro “presente” foi o lançamento do livro SINDEPAT, 20 anos de atuação no setor de parques e atrações turísticas no Brasil. Mais que contar a história dessas últimas duas décadas, o livro escrito pelo jornalista Luiz Sales, que já foi editor da PANROTAS, trouxe a história do entretenimento desde seu início, apresentando os primeiros empreendimentos, o começo da comercialização do lazer e a profissionalização do setor. Para completar, o Summit foi o palco do lançamento do primeiro curso de pós-graduação em Gestão de Parques e Atrativos Turísticos, outra parceria com a Adibra, desta vez com o apoio da Universidade Caxias do Sul.

Em Brasília

Realizado em Brasília, o Summit mostrou força política, ao contar com a ministra do Turismo em sua abertura, e reunindo mais de uma dezena de parlamentares no café da manhã institucional que realizou junto à Adibra, Resorts Brasil e FOHB, para apresentar as pautas prioritárias para o setor. Na Área de Exposição e nos showcases, 27 empresas fornecedoras mostraram novidades em produtos e serviços para o setor – mas há espaço para crescer, especialmente. Importantes fornecedores internacionais não estiveram presentes em razão de uma agenda apertada de eventos mundo afora – muito ainda em consequência do represamento provocado pela pandemia. Nacionalmente, o mercado fornecedor compareceu e mostra-se em pleno desenvolvimento e expansão, assim como o próprio setor de parques e atrações.

Mas, antes de terminar, quero falar novamente da audiência deste último SINDEPAT Summit. Foram mais de 300 participantes, todos profissionais da operação de parques e atrações turísticas, fornecedores dessa cadeia ou investidores em potencial. Uma audiência que aplaudiu vários painéis do Summit, mas que bem poderia ter representantes no palco do evento, apresentando cases, ensinando, compartilhando os muitos desafios que o setor ainda enfrenta, nos âmbitos local e nacional. Para essa audiência, deixo aqui, o meu aplauso.

Em tempo – Como responsável pela Comunicação do SINDEPAT, esta visão é totalmente parcial, mas nem por isso menos sincera. Deixo aqui o convite para saberem mais sobre o evento aqui mesmo, no PANROTAS, clicando aqui: www.panrotas.com.br/tudo-sobre/sindepat. Boa leitura!  

A tirolesa do rio

Anunciada no ano passado, a tirolesa do Parque Bondinho Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, começou a ser construída e a promessa é de entrega da nova atração turística carioca no início do segundo semestre. Serão 755 metros de “voo”, partindo de 395 metros de altitude, entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca. Içados por cabos, em descida de aproximadamente 50 segundos, os visitantes poderão atingir a velocidade de 100 km/h e, ao desembarcar, depois de recuperar o fôlego, certamente vão contar a muitos sobre a experiência de voar sobre um dos mais famosos cartões-postais de todo o mundo.

O Parque Bondinho Pão de Açúcar, que já arranca suspiros de seus visitantes, com as vistas espetaculares que oferece de cada um de seus mirantes, vai fazer esses mesmos visitantes – ao menos os mais valentes – gritarem no minuto de duração da descida em sua tirolesa. Aos 110 anos, o parque inova no que parecia uma experiência completa, afinal, além dos próprios bondinhos e suas estações repletas de mirantes, oferece passeio de helicóptero, trilha pela Mata Atlântica, diversificadas opções gastronômicas e eventos com culturais e concertos. Agora, no meio do ano, haverá também a tirolesa.

Aviso publicado no site do Parque Bondinho Pão de Açúcar, sobre o início das obras da tirolesa; abertura está prevista para o segundo semestre

Mais que a “Tirolesa do Bondinho”, a nova atração deve virar a “Tirolesa do Rio”, tendo tudo para se tornar uma das experiências mais desejadas pelos visitantes da capital fluminense. Há críticas, naturalmente. Em entrevista ao jornal O Globo, o CEO do Parque Bondinho, Sandro Fernandes, assegurou que todas as licenças foram obtidas junto a órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com os impactos da nova atração bem estudados e debatidos.

O presidente da Associação Carioca de Turismo de Aventura (ACTA), Fábio Nascimento, que é montanhista e membro do Conselho Consultivo do Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e Urca (Consemona), participou da apresentação do projeto no ano passado e, em artigo, demonstrou todo seu otimismo com a nova atração. “O Pão de Açúcar é um dos símbolos do Rio e do Brasil, reconhecido em todo o planeta e visitado por 1,6 milhão de pessoas em 2022. A Tirolesa do Pão de Açúcar (eu diria Tirolesa do Rio), voando sobre o Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e Urca, a unidade de conservação mais visitada da cidade e uma das mais visitadas do país, será um marco do turismo de aventura no Rio e no Brasil.”

Afinal, como será?

Segundo o CEO do Parque Bondinho, a tirolesa tem investimento de R$ 50 milhões e terá quatro vias de descida paralelas, com partidas e chegadas em plataformas próximas às estações do teleférico. Os cabos serão quase imperceptíveis na panorâmica do Rio, com 15 milímetros de diâmetro. Os visitantes terão explicações sobre o Pão de Açúcar e orientações de segurança antes do preparo para a descida, com capacete que inclui proteção facial e acústica.

Objetivos soltos, como chinelos, celulares ou óculos, serão recolhidos em mochila acoplada à cadeirinha da tirolesa. Em tecido resistente, a cadeirinha será presa com equipamentos aos cabos da tirolesa e um sistema eletrônico-digital com sensores jamais permitirá que uma pessoa parta da rampa no Pão de Açúcar enquanto a que desceu anteriormente não tiver saído da via. A capacidade da tirolesa será de 100 pessoas por hora.

E aí, animou? Conta pra gente aqui nos comentários se você é do time que vai encarar a nova atração! Eu vou!

Balneário Camboriú (SC) e a fama de “Dubai brasileira”

Tradicional destino de praia dos argentinos nas décadas de 1980, 90 e no início dos anos 2000, Balneário Camboriú, em Santa Catarina, tem muitos registros desses visitantes – em nomes de restaurantes, condomínios residenciais e no sotaque que se escuta em suas areias –, mas a cidade deixou para trás sua fama de “balneário”, construindo aceleradamente seu lugar entre os destinos brasileiros com maior diversidade de atrativos. E são as “construções” que têm levado o destino a ser conhecido como a “Dubai brasileira”.

A comparação é exagerada, mas justificada. Balneário Camboriú tem hoje sua orla pontuada pelos maiores arranha-céus do Brasil, entre eles o mais alto da América Latina, a One Tower, edifício residencial com 290 metros. Para acompanhar o gigantismo das construções à beira-mar, a própria orla da Praia Central da cidade precisou ser remodelada. A obra de alargamento que ampliou a faixa de areia da praia de 25 metros, em média, para 70 metros durou cerca de nove meses e removeu 2,2 milhões de metros cúbicos de areia do fundo do mar para preencher os 5,8 quilômetros de extensão da Praia Central, sendo entregue em dezembro de 2021.

Faixa de areia da Praia Central foi ampliada de 25 metros para cerca de 70 metros, em média (Foto: Maria Izabel Reigada)

Nova praia, novos e gigantescos edifícios e novidades na área de atrações e entretenimento a cada ano são os ingredientes da receita que fazem a cidade catarinense ser comparada a Dubai. Desde a inauguração do Parque Unipraias, em 1999, sistema de bondinhos aéreos com duas estações, conectando a Barra Sul da Praia Central à Praia das Laranjeiras – e com atrações na estação intermediária, como mirantes, área gastronômica, atrações para crianças e tirolesa –, a cidade ganha constantemente novidades.

Antes dele, o Barco Pirata, dos anos 1980, já fazia sucesso e, desde o início de suas operações, o Píer da Barra Sul de Camboriú vem ganhando novas embarcações. A mais recente é o Galeão Santa Trindade, maior barco temático de madeira do Brasil, que começou a navegar neste verão. Com capacidade para 600 passageiros, o barco recebeu investimentos de R$ 5 milhões para se tornar a sexta embarcação na frota da empresa Barco Pirata.

Investimentos recentes

Entre as recentes atrações da cidade estão o Oceanic Aquarium, aberto em dezembro de 2019, com 3,5 mil metros quadrados de área onde estão 25 recintos que abrigam 130 espécies, a roda-gigante FG Big Wheel, aberta um ano depois, o Classic Car Show, ou Museu do Automóvel, também de dezembro de 2020, e o Aventura Pirata, atração interativa com storytelling inspirado nas lendas piratas, inaugurado em janeiro de 2022.  

Neste mês, foi a vez do Grupo Dreams fazer sua estreia em Balneário Camboriú com a inauguração da Selfie Experience, no último dia 10. A atração recebeu investimentos de R$ 10 milhões e reúne 40 cenários instagramáveis. Gaúcho, o Grupo Dreams tem 25 atrações em Gramado (RS), Foz do Iguaçu (PR) e Olímpia (SP), chegando agora a seu primeiro destino em Santa Catarina.

Investimentos públicos somam-se aos privados. Além da obra de ampliação da Praia Central, com custo de cerca de R$ 70 milhões, a prefeitura inaugurou em 2016 a Passarela da Barra, já transformada em cartão-postal da cidade. Com 190 metros de comprimento, a passarela sobre o rio Camboriú une a Barra Sul ao Bairro da Lagoa. São 57 metros de altura, o equivalente a um edifício de 22 andares, e vão livre de 114 metros. A visitação é gratuita e seus elevadores funcionam durante as 24 horas.

Investimentos futuros

Mas há mais por vir… No próximo ano, em comemoração ao 25º aniversário do Unipraias, será inaugurada a Super Giro Tower, torre giratória de observação para 50 passageiros que está sendo construída na Estação Mata Atlântica, a altitude de 300 metros. O Grupo Tedesco, idealizador do Parque Unipraias, tem projeto ainda para o Multiparque, também na cidade. O projeto inclui parque temático, aquático e parque verde, em área próxima à Praia do Estaleirinho, com acesso pela BR-101. São 160 mil metros quadrados e investimento previsto de R$ 150 milhões.

A 80 quilômetros de Florianópolis e 40 km de Penha, endereço do Beto Carrero World (e tema de um dos próximos posts), Balneário Camboriú reinventou-se neste século, ao aliar à sua vocação natural de destino de sol e mar o setor de parques e atrações turísticas. Com eles, dribla a sazonalidade e vai se firmando como um dos destinos turísticos obrigatórios do Brasil.

Conquistas e desafios

Em semana marcada pelas retrospectivas, afinal, é a última de 2022, quero escrever sobre o que considero uma conquista do setor de parques e atrações, além de, ao mesmo tempo, ser uma esperança na construção de um futuro melhor.

No final do mês passado, o SINDEPAT (Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas) e a Adibra (Associação Brasileira de Parques e Atrações), associações parceiras, que compartilham alguns associados e muitos planos, concretizaram um projeto debatido há algum tempo: a criação de um Comitê de Sustentabilidade das duas associações. No último dia de novembro, o comitê teve sua primeira reunião, virtual, com a apresentação de três cases.

O objetivo é compartilhar boas práticas, trocar informações e experiências entre os associados relacionadas a questões ambientais, sociais e de governança, a tão utilizada sigla ESG (das palavras em inglês). Como norte, as associações utilizam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Organização das Nações Unidas (ONU). Assim, a primeira reunião tratou da gestão de resíduos sólidos, enquanto reuniões futuras abordarão a gestão da água, a conservação da biodiversidade, as mudanças climáticas, a gestão de fornecedores, a interação com a comunidade e o relacionamento social, a inclusão, entre outras.

São temáticas abrangentes e cada parques ou atração turística pode estar mais avançado em uma delas, enquanto seu par em outro Estado desenvolve outras. O objetivo do Comitê é justamente compartilhar as experiências bem-sucedidas, para replicá-las nas diferentes e contrastantes, muitas vezes, realidades deste vasto Brasil.

Na primeira reunião, foram apresentados os cases do Parque Vila Velha, no Paraná, e do Beach Park, no Ceará, além das políticas de resíduos sólidos do Grupo Cataratas, gestor de empreendimentos no Rio de Janeiro, como o AquaRio, o Paineiras-Corcovado e o BioParque do Rio, além da EcoNoronha, em Fernando de Noronha (PE), e do Parque Nacional do Iguaçu e Marco das Três Fronteiras, em Foz do Iguaçu (PR). A audiência questionou, compartilhou contatos e apresentou os desafios que encontram regionalmente. Os cases chegaram a emocionar a plateia, diante das significativas conquistas.

O Beach Park, por exemplo, conseguiu criar a partir das boias plásticas descartadas chinelos que são hoje comercializados dentro do parque, envolvendo a comunidade local na confecção e com renda revertida para o próprio projeto. No Grupo Cataratas, a implantação de políticas de resíduos sólidos consistentes nos parques e atrações são dos casos mais bem-sucedidos do setor. Entre os projetos destacados, o viveiro de mudas nativas da EcoNoronha e o programa socioambiental do Paineiras-Corcovado são modelos. O Parque Vila Velha, em Ponta Grossa, conquistou o selo Aterro Zero, que garante que todos os resíduos gerados na operação tenham destino correto, sem que qualquer grama de lixo seja direcionado a aterros.

Foi somente a primeira reunião, mas extremamente rica na troca de conteúdo. O Comitê volta a se reunir em 2023 e a expectativa é de que, a cada nova abordagem, mais parques e atrações apresentem suas contribuições. O objetivo maior, claro, é que nas reuniões futuras os parques/atrações que nesta primeira reunião compartilharam angústias e desafios mostrem o sucesso das ações implantadas. É para isso que o Comitê foi criado. Parabéns às associações, aos associados que já compartilharam experiências e deixo como desejo de ano novo que cada vez mais o assunto entre nas pautas de prioridades, não somente de parques e atrações, mas de toda indústria do Turismo. Que o próximo ano traga robustos avanços! Feliz 2023!

O Destino Foz do Iguaçu e os 11 anos do #CataratasDay

Hoje, quando se comemoram 11 anos da inclusão das Cataratas do Iguaçu na lista das 7 Maravilhas Mundiais da Natureza, movimento internacional que elegeu os sete mais lindos monumentos naturais do mundo, quero falar de Foz do Iguaçu. Quando um destino começa a receber investimentos em parques e atrações turísticas, vemos frequentemente a comparação com Orlando, na Flórida, capital mundial dos parques temáticos. “Olha, aí vem a ‘Orlando’ brasileira…”, dizem autoridades e publicações.

Quando pensamos no turismo internacional, talvez Foz do Iguaçu seja o destino brasileiro com maior vocação para isso. Não para ser a “Orlando” brasileira, mas para atrair turistas de todo o planeta. Em 2019, antes da pandemia, o Parque Nacional do Iguaçu recebeu pela primeira vez desde sua criação mais de dois milhões de visitantes: foram 2.020.358. Esse número ainda não foi recuperado, com previsão de chegar a 1,4 milhão de visitantes neste ano, em um claro reflexo da lenta recuperação do turismo internacional no cenário pós-pandemia.

Crédito: Parque Nacional do Iguaçu

Mas Foz do Iguaçu vai muito além de suas magníficas Cataratas. A maior obra de engenharia do Brasil, a construção da Hidrelétrica de Itaipu, é outro atrativo turístico desde antes de sua inauguração. Inaugurada oficialmente em maio de 1984, a usina de Itaipu recebeu sua primeira visita turística oficial em abril de 1976! Em uma época em que o Turismo não era visto como pauta econômica, o gigantismo da construção brasileira já atraia curiosos. Hoje, com a divisão Turismo Itaipu, a visitação é ordenada e, além dos circuitos tradicionais, inclui ainda cicloturismo e o Refúgio Biológico Bela Vista, um zoológico com espécies da região. De 1977 a 2020, Itaipu recebeu mais de 24 milhões de visitantes de 209 países. Em 2019, foram mais de um milhão de visitantes, considerando os lados brasileiro e paraguaio.

Apesar da lentidão na recuperação dos turistas estrangeiros, Foz do Iguaçu ganhou novos atrativos nesses últimos dois anos e muitos investimentos. No próprio Parque Nacional do Iguaçu, concessionado no primeiro semestre, o Grupo Cataratas deverá investir R$ 500 milhões em infraestrutura, com potencial de duplicação do número de visitantes pré-pandemia. Em dezembro de 2018, foi inaugurado seu primeiro parque aquático, o Blue Park Foz, que no mês passado concluiu sua terceira fase de ampliação, com investimentos de R$ 128 milhões.

No ano passado, foi inaugurada a roda gigante do destino, a Yup Star Foz, investimento de R$ 200 milhões e, no mesmo ano, começaram as obras do aquário de Foz do Iguaçu, o AquaFoz, com previsão de construção de 24 meses, devendo ser inaugurado em 2023. São mais R$ 100 milhões em investimentos do Grupo Cataratas, proprietário também do AquaRio, no Rio de Janeiro, que constrói o aquário na entrada do Parque Nacional do Iguaçu.

E falamos apenas dos atrativos mais recentes… O Grupo Dreams abriu sua primeira atração na cidade em 2014, com a instalação do Museu de Cera. Depois dele, vieram outras cinco: Maravilhas do Mundo, Vale dos Dinossauros, Dino Adventure, Dreams Ice Bar e Dreams Motor Show. Apesar da pandemia, o turismo doméstico aquecido justifica os próximos investimentos do grupo, que anunciou a construção de um duty free e mais duas atrações temáticas, somando R$ 70 milhões nos próximos dois anos.

O Marco das Três Fronteiras é mais uma das opções turísticas da cidade, com um complexo de gastronomia e entretenimento que justifica a visita à tríplice fronteira. Se olharmos para os vizinhos, atrações como o lado argentino das Cataratas, o Casino Iguazú e o Duty Free Puerto Iguazú são outros atrativos para ampliar a permanência na região, além da caótica, mas curiosa, Ciudad del Este, no lado Paraguai. Com o Paraguai, a breve inauguração da Ponte da Integração dará ainda um novo cartão postal de Foz do Iguaçu. E há mais atrativos, já em funcionamento ou em fase de projeto.

Diante disso tudo, talvez caiba uma reflexão… Em vez de Orlando brasileira, quem sabe os outros destinos não gostariam de almejar uma “Foz do Iguaçu francesa, mexicana, chinesa…”. As Cataratas, no entanto, são únicas.

Ranking mostra resiliência do setor

Realizado anualmente pela Themed Entertainment Association (TEA), o ranking dos parques e museus mais visitados do mundo manteve na edição deste ano, que traz os números de 2021, a colocação obtida pelos empreendimentos em 2019, uma vez que as políticas restritivas impostas pela pandemia tiveram diferentes impactos regionais e nacionais. Questionado muitas vezes por contar com números fornecidos pelos próprios parques e museus – alguns auditados, outros não –, o relatório deste ano, mais do que destacar os rankings, enfatiza a resiliência do setor.

Em todo o mundo, quando abertos, os parques voltaram a ser visitados. Os 25 maiores parques temáticos do planeta em visitação – distribuídos entre EUA, Japão, China, França, Coreia do Sul, Alemanha e Holanda – receberam 141,3 milhões de visitantes no ano passado, contra os 83,2 milhões registrados em 2020, quando teve início a pandemia. Os visitantes de 2021 representam 56% do total pré-pandemia. No recorte latino-americano, a recuperação é de apenas 44%, uma vez que dois dos dez primeiros colocados entre os mais visitados, ambos mexicanos, estiveram fechados durante todo o ano de 2021.

Único parque brasileiro na lista dos dez mais visitados entre os temáticos latino-americanos, o Beto Carrero World, de Santa Catarina, mostrou recuperação mais forte que a média regional, com aumento de 51% nos visitantes entre 2020 e 2021, quando recebeu 1,89 milhão de pessoas. Em 2019, esse número foi de 2,2 milhões de visitantes. Os dez primeiros colocados recuperaram 44% da visitação pré-pandemia no ano passado.

Beto Carrero World, em Penha (SC)

Os aquáticos

Na lista de parques aquáticos, o Brasil é mais presente, com seis empreendimentos entre os dez mais visitados da América Latina. Entre eles, o aumento na visitação foi de 74% entre 2020 e 2021, quando sete milhões de pessoas estiveram nos dez parques. A recuperação em relação a 2019, quando se alcançou 10,2 milhões de visitantes, é de 68%, muito próxima da recuperação dos parques aquáticos da América do Norte, que chegou a 70%. Na Ásia/Pacífico, a visitação em 2021 foi de apenas 54% do total pré-pandemia, enquanto o combinado de Europa/Oriente Médio/África mostrou recuperação mais lenta, com 2021 registrando apenas 48% dos visitantes de 2019. A sazonalidade aparece como um dos principais responsáveis, além do impacto da variante Omicron da Covid-19 na região, no início do ano passado.

Entre os parques aquáticos brasileiros, o crescimento do Hot Beach Olímpia, no interior de São Paulo, é um dos destaques. O parque aumentou em 144% o número de visitantes entre 2020 e 21, chegando a 594 mil pessoas. Em 2019, antes da pandemia, o total foi de 608 mil visitantes. Primeiro colocado no ranking, o Thermas dos Laranjais, também em Olímpia, recebeu 922 mil visitantes em 2020 e 1,1 milhão no ano passado. Em 2019, segundo o estudo, foram 1,8 milhão de pessoas. A lista traz ainda entre os mais visitados o Hot Park (GO), o Beach Park (CE), o Magic City (SP) e o Thermas Water Park (SP). Pelos dados, é possível perceber uma recuperação mais rápida entre aqueles empreendimentos que se beneficiam do turismo rodoviário, caso dos parques de São Paulo, pela proximidade com os grandes mercados consumidores.

Os museus

Os museus devem demorar mais a se recuperar, segundo o estudo, em parte por serem atrações fechadas, na maioria das vezes, e também pela maior dependência do turismo internacional, em muitos casos. A visitação em 2021 representou apenas 29% dos níveis pré-pandemia. O Museu do Louvre, em Paris, primeiro colocado no ranking, com 9,6 milhões de visitantes em 2019, recebeu 2,8 milhões no ano passado, número que foi apenas 5% superior ao total de visitantes em 2021. O Tate Modern e a National Gallery, de Londres, que ocupam respectivamente a sexta e sétima posições no ranking, registraram redução no número de visitantes no ano passado, em relação a 2020. Os Museus do Vaticano, terceiro colocado no ranking, recebeu no ano passado 1,6 milhão de visitantes, contra os 7,3 milhões de 2019.

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