Natureza é destaque no Alchymist Prehistoric park, no ceará

Vista aérea do parque

Eles nunca saíram de moda, mas, de repente, os dinossauros começaram uma ampla invasão pelo Brasil. Nos últimos anos, temos acompanhado a abertura de grandes parques temáticos dedicados aos extintos dinossauros, que fascinam adultos e crianças, além das atrações com esse tema em parques já instalados. Para listar aqui alguns dos principais, o Vale dos Dinossauros, em Olímpia (SP), foi aberto em 2019, e o Terra dos Dinos, em Miguel Pereira, em 2022 (que já foi tema deste blog). No ano passado, foi a vez do Aventura Jurássica, levando todo esse universo para Balneário Camboriú (SC).

Neste ano, foi a vez do Ceará ganhar seu complexo “jurássico”. Em julho, o Grupo Alchymist, de empreendimentos como a Lagoa Encantada e a Lagoa Paraíso, ambos no Ceará, inaugurou o Alchymist Jurassic Park em Caucaia, a 30 quilômetros de Fortaleza e exatamente ao lado da Lagoa Encantada. Em sua primeira fase, o parque já reúne mais de 60 réplicas de dinossauros hiper-realistas, com destaque para o Argentinosauros, de 15 metros de altura e 38 metros de comprimento.

Os animatrônicos movimentam seus membros, girando a cabeça, aproximando as garras e emitindo sons: tudo ao mesmo tempo. Eles estão distribuídos ao longo de uma trilha natural, ao ar livre, de aproximadamente um quilômetro. Entre as espécies, estão dinossauros “clássicos”, que ganharam fama em filmes como “Jurassic Park”, de Steven Spielberg, caso da espécie Velociraptor, e também do Megalodon, logo no início da trilha.

Em meio ao cenário natural, as espécies estão espalhadas pelas árvores, encobertas pelas folhagens ou mesmo no alto de galhos. Há ninhos para conferir o tamanho dos “bebês” dinossauros e também filhotes entre as muitas espécies camufladas. Os sons vêm de todos os lados, tornando a experiência ainda mais realista. Um dos queridinhos para fotos é o Dilophosaurus, com cores vivas, um dos grandes predadores de sua época – como o animatrônico deixa claro!

Ampliação

Mais 20 réplicas de dinossauros devem ser entregues ao Alchymist Prehistoric Park. Além disso, outras atrações ainda serão incluídas na experiência do visitante, como a caixa de areia na qual as crianças poderão escavar e localizar fósseis e a aguardada “trilha aguática”, um percurso pelas águas para conhecer outras espécies de dinos. Ao todo, o parque conta com dez hectares e também deve ganhar uma caverna planetário e circuito de tirolesa.

Aberto de terça-feira a domingo, das 9h às 19h30, o parque pode ser visitado à noite, uma vez que escurece bastante cedo no Ceará. Certamente, uma experiência bastante distinta da visitação diurna! A visita ao Prehistoric Park pode ser combinada com a Alchymist Lagoa Encantada, ao lado, com espreguiçadeiras à beira da lagoa, restaurante, parque infantil e outras opções de lazer. Para valores atualizados e mais informações, vale seguir o perfil no Instagram, o @alchymistprehistoricpark.

Itaipu: uma gigante da criatividade humana

Na semana passada, a Câmara dos Deputados homenageou em Sessão Solene os 50 anos da criação da Itaipu Binacional. Ela foi o início do que seria, por décadas, a maior hidrelétrica do mundo. Começou ali, há 50 anos, um projeto único, que iria desviar o curso de um rio, fronteira natural entre Brasil e Paraguai, para abrir espaço para a construção da Hidrelétrica de Itaipu. Mas, peraí… este blog é sobre parques e atrações turísticas!

É que além da gigante fornecedora de energia para Paraguai e Brasil, Itaipu, nesses 50 anos, foi muito além. Recebeu seus primeiros visitantes ainda durante as obras, nos anos de 1970, tamanha a curiosidade que a construção despertava. Levou para uma Foz do Iguaçu de cerca de 20 mil habitantes uma população adicional de 40 mil empregados na construção. Começou a operar, oficialmente, em 1984. E a vocação para o Turismo, que as obras já tinham despertado, apenas cresceu com os avanços dessa gigante da criatividade humana.

Hoje, geridas pela Turismo Itaipu, há diferentes visitas que podem ser realizadas no complexo. No último dia 10, como parte das visitas técnicas do SINDEPAT Summit, realizado em Foz do Iguaçu, pude fazer uma delas, a “Itaipu Especial”. É essa visita, apenas para maiores de 14 anos, que permite entrar na imponente barragem de Itaipu. São cerca de duas horas e meia de informações riquíssimas, mesmo para quem não tem   interesses específicos pela engenharia que ergueu tudo aquilo.

Nesse roteiro, o interior da barragem é o ponto inicial. Os pescoços dobram para o alto e para baixo, nos paredões de concreto. As primeiras explicações chegam em uma das “catedrais”, as aberturas espalhadas ao longo da barragem. Do lado de fora, é possível tocar os condutos forçados, as grandes tubulações brancas que podem ser observadas na barragem mesmo à distância, com seus 10,5 metros de diâmetro e 142 metros de comprimento. São 20, ao todo, por onde passam 690 mil litros de água por segundo (vazão média).

A visitação segue para a sala de comando central, com os painéis analógicos servindo de redundância às novas tecnologias. Para os visitantes, que olham do alto, uma linha divisória mostra os lados brasileiro e paraguaio – e os relógios indicam a diferença de uma hora entre os dois países, naquela fronteira desenhada dentro do edifício. A visita prossegue para baixo, para cima, observando-se as cotas, que indicam a altitude em relação ao nível do mar. Assim, na visita, a variação é de cerca de 40 metros, e inclui a Galeria das Unidades Geradoras e o Eixo da Turbina.

Do lado de fora, há uma parada no alto da barragem, 225 metros acima do nível do mar, para contemplação do Lago de Itaipu, por um lado, e do rio Paraná e seu trecho desviado. Outras duas paradas são realizadas, nos mirantes Central e do Vertedouro. Esse, aberto em ocasiões de alto volume de águas do rio Paraná, deve ser um espetáculo à parte. Não foi o caso, durante minha visita!

Outras possibilidades em Itaipu

Crianças são bem-vindas em Itaipu, embora não no roteiro Itaipu Especial. Para elas, o “Refúgio Biológico Bela Vista” deve ser um dos mais agradáveis. Tem duração de duas horas e meia e divide-se em duas partes: a primeira, realizada em carros especiais para o passeio em direção ao Refúgio, observando áreas de mata reflorestada e as torres de transmissão de Itaipu; na segunda parte, o percurso é feito caminhando em trecho de cerca de dois quilômetros para visita aos mais de 15 recintos do zoológico, ao portinho do Refúgio, às margens do lago, e para participação em atividade de plantio de árvore nativo. Tudo permeado pelas explicações das equipes de conservação do complexo.

Mais curto, o Itaipu Panorâmica é o roteiro mais procurado no parque. Conta a história da construção da usina, curiosidades e é feito em ônibus que acessam a avenida dos  condutos forçados, o topo da barragem e paradas nos mirantes Central e do Vertedouro em trajeto de pouco mais de uma hora.

Outra possibilidade é visitar Itaipu à noite, roteiro que também pude conhecer durante o SINDEPAT Summit. As visitas noturnas ocorrem somente sextas-feiras e sábados, às 19h, com duas horas de duração. No programa Itaipu Iluminada, o destaque é ver a barragem ser ascendida, a partir do Mirante Central. Antes, show com músicas da fronteira animam os visitantes, até que as luzes se acendem. É o único dos passeios apenas em português.

Itaipu Iluminada, uma das possibilidades de roteiros

Há ainda outras possibilidades, como o Itaipu Vip e o Itaipu by Bike. Caso é que essa gigante da energia mundial ganha cada vez mais espaço no turismo. No ano passado, foi visitada por 509.899 pessoas. E não poderia ser diferente. Seria um desperdício não contar essa história….

Em tempo: no www.turismoitaipu.com.br estão os valores dos ingressos e informações curiosas, que podem animar a visita. Aqui, algumas delas:

– O volume de concreto utilizado para a construção da hidrelétrica seria suficiente para construir 210 estádios de futebol do tamanho do Maracanã, no Rio;

– A quantidade de ferro e aço utilizadas equivale à construção de 380 Torres Eiffel;

– A altura da barragem (196 m) corresponde à altura de um edifício de 65 andares;

– A vazão máxima do vertedouro da Itaipu (62,2 mil metros cúbicos por segundo) é 40 vezes superior à vazão média das Cataratas do Iguaçu.

Parque e atrações ganham destaque em edição histórica do Fórum PANROTAS

Realizado nesta semana, o Fórum PANROTAS deste ano foi especial, comemorando os 50 anos da PANROTAS e o pioneirismo e capacidade de inovar de seu fundador, Guillermo Alcorta. Mas o evento deste ano, em sua 21ª edição, foi especial também para o setor de parques e atrações turísticas brasileiros. Embora o setor sempre tenha estado presente no evento, um dos principais do Turismo no País, nunca teve tanto destaque quanto na edição deste ano.

A manhã do segundo dia teve a apresentação do painel que mostrou para os agentes de viagens a oportunidade de vendas que os parques e atrações representam. O CEO do Beach Park, Murilo Pascoal, também presidente do SINDEPAT, associação que reúne parques e atrações turísticas brasileiros, disse que a venda de ingressos dos parques é realizada majoritariamente de forma direta para o consumidor. “Há aqui uma oportunidade para os agentes, que vendem tão bem ingressos dos parques dos Estados Unidos”, disse.

Três modelos de negócios – todos com parques aquáticos – foram apresentados. O Beach Park, no Ceará, que nasceu a partir de uma barraca de praia, em 1985, criando depois o parque aquático e, posteriormente, os resorts. O Hot Park, em Goiás, que começou como uma pousada, ampliou a estrutura hoteleira e, depois, construiu seu parque aquático; e o Grupo Tauá, de “hotelaria raiz”, como definiu a CEO do Grupo, Lizete Ribeiro, que após a construção do primeiro parque aquático indoor do Brasil, em Atibaia (SP), conseguiu ampliar a permanência média do hóspede, as receitas e a fidelização do cliente.

“O modelo de hospedagem aliado ao entretenimento funciona tão bem, com resultados tão positivos, que estamos fazendo o mesmo nos resorts de Alexânia e Caeté”, contou Lizete. “ Em todos eles, temos grandes centros urbanos emissores. Em Atibaia, com o parque aquático, conseguimos ampliar a estadia dos hóspedes, que era alta somente nos finais de semana”, contou, sobre o resort localizado a uma hora da capital paulista.

Alessandro Cunha, CEO do Grupo Aviva, detentor do Rio Quente Resorts, endereço do Hot Park, e da Costa do Sauípe, com cinco resorts e que acaba de anunciar a construção de um parque aquático, para 2026, no valor de R$ 350 milhões (Hot Park Baía das Tartarugas), defendeu a capacitação dos agentes para a comercialização de parques no Brasil. “Já temos as ferramentas de vendas, que podem conectar as agências aos ingressos, em comercialização segura. A solução existe, mas precisamos especializar os agentes, que devem funcionar como concierges dos parques, sabendo informar cada cliente sobre as opções no parque, número de dias recomendados, o que fazer”, disse

Murilo Pascoal defendeu o entretenimento como fundamental para atrair visitantes para os destinos e ampliar a permanência deles. Não à toa, anunciou no Fórum PANROTAS o segundo parque do complexo Beach Park, o Arvorar, que será inaugurado neste ano. “Não é um parque aquático, nele o foco é na natureza, nas experiências que promoverão a conscientização ambiental de forma lúdica”, disse, acrescentando que o projeto é parte do “novo Beach Park”. “Além do novo parque, estamos ampliando a Vila Azul do Mar, que já ganhou um carrossel lindo, vamos iniciar a construção de mais um resort, o Ohana, com 218 apartamentos, e vamos inaugurar uma atração no parque aquático, o A Volta da Moreia”, contou.

O segundo dia do evento teve ainda a participação da diretora executiva da Mauricio de Sousa Produções, Mônica Sousa, que inspirou a criação da personagem mais famosa dos quadrinhos brasileiros. Ela participou de painel “Filhos do Turismo”, que reuniu quatro “herdeiros” dos negócios dos pais para falar sobre o avanço das políticas ESG em suas empresas, conflitos geracionais e a evolução dos negócios. “Hoje tenho meu filho trabalhando comigo e vejo a riqueza que um ambiente de trabalho com várias gerações incluídas pode oferecer”, defendeu Mônica, que falou ainda do projeto Donas da Rua, de empoderamento feminino.

Mônica Sousa, da MSP, no painel “Filhos do Turismo”

Parabéns ao PANROTAS, por incluir cada vez mais todos os segmentos do Turismo, por abraçar e defender os pleitos do setor – e houve, no primeiro dia, o momento “Fica Perse”, tão relevante para toda a indústria (e tema para outro post, porque o trabalho realizado pelo setor em defesa do PERSE merece ser registrado) – e por documentar tão bem a evolução do turismo brasileiro. É um orgulho e uma honra fazer parte dessa história.

Cacau show compra grupo playcenter

Marca mais conhecida do setor de parques no Brasil, o Grupo Playcenter teve sua venda anunciada ontem para a Cacau Show, que em 2023 foi, pelo segundo ano consecutivo, a maior rede de franquias do Brasil, com 4,2 mil unidades. O anúncio ocorreu na unidade Playland, do Grupo Playcenter, no Shopping Eldorado, na capital paulista, e reuniu os fundadores dos dois grandes grupos, Marcelo Gutglas, ícone da indústria de parques, e Alê Costa, da Cacau Show, como divulgado no Portal PANROTAS.

“Não poderia vender minha empresa para outra pessoa. Vejo nos olhos do Alê o brilho que sempre busquei em alguém que pudesse seguir com o meu negócio. Quando o procurei para falar sobre o Playcenter, sabia que ele era a pessoa certa”, disse Gutglas durante o anúncio. Com a aquisição, que ainda precisa ser aprovada pelo Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade), a Cacau Show faz sua segunda incursão no mercado de Turismo, uma vez que já ingressou na hotelaria com o Bendito Cacao, hotel em Campos do Jordão (SP), e o anúncio de um segundo empreendimento em Águas de Lindóia, também no interior paulista.

“Nossos primeiros 35 anos foram sobre cacau. Agora é a vez de falarmos de show”, disse Alê Costa, brincando sobre a marca. “Estamos adquirindo com muita honra um gigante do entretenimento, o Grupo Playcenter. Nos próximos 35 anos a missão é dar um verdadeiro show de diversão, adrenalina e emoção. Claro, tudo recheado de chocolate”, completou.

O anúncio é um marco para o setor de parques, não apenas pela referência que o Grupo Playcenter – detentor das marcas Playcenter Family e Playland – é, mas também pelos novos investimentos que o segmento de parques e atrações é capaz de atrair. Ao chamar a atenção de um dos empreendedores com trajetória mais bem sucedida do País, do setor alimentício e do varejo, o segmento de parques mostra o bom momento que vive, com mercado consumidor estimado em 89 milhões de visitantes/ano.

Além de adquirir o Grupo Playcenter, a Cacau Show também já sinalizou a construção de um parque temático em Itu, com projeto apresentado no final do ano passado na Câmara de Vereadores da cidade. Também no ano passado, Alê Costa adquiriu para a mega store da Cacau Show, em Itapevi (SP), sua primeira montanha-russa. Com ela, o espaço conhecido como Cacau Show Experience já soma cinco atrações – em um projeto inicial de parque temático.

Apesar das boas perspectivas que os novos investimentos representam para o setor, o tom de “despedida” de Marcelo Gutglas já deixou saudades entre os profissionais que conviveram com ele. “Somos um setor diferenciado. Trazemos para as famílias alegria, memórias afetivas, somos uma atividade que não polui e preserva, criamos uma comunidade solidária com troca de experiências, onde a segurança dos visitantes é a razão de nossa existência. Enfim, não somos concorrentes, mas sim sócios do mesmo mercado. O sucesso de um endossa o sucesso de todos”, defende Marcelo, que passará a ser conselheiro de Alê Costa no mundo dos parques e atrações.

Dinossauros em Miguel Pereira (RJ)

No final do ano passado, tive a chance de conhecer o Terra dos Dinos, parque de dinossauros em Miguel Pereira, na serra fluminense, a 150 quilômetros da cidade do Rio. Fui movida por muita curiosidade, afinal, antes da inauguração do Terra dos Dinos, desconhecia completamente a cidade que abriga o parque. Descobri que Miguel Pereira gaba-se de ter o terceiro melhor clima do mundo (!), situada a 618 metros acima do nível do mar, e sua história começa, justamente, por conta das boas condições climáticas, que levaram o sanitarista que deu nome à cidade a indicá-la para tratamentos médicos, no início do século 20.

Sem dúvida com temperaturas muito mais agradáveis que aquelas registradas na última semana de dezembro no Rio de Janeiro, Miguel Pereira é uma típica cidade do interior, de cerca de 27 mil habitantes, com ruas arborizadas, praças, construções charmosas e um parque de dinossauros que, em seu primeiro ano de funcionamento, recebeu 350 mil visitantes.

Mesmo os visitantes mais distraídos vão perceber a grande aposta no turismo que a cidade vem fazendo. Miguel Pereira quer ser o principal destino turístico da Serra Fluminense. O Terra dos Dinos foi o primeiro parque temático instalado, mas a cidade vive um processo de construções que inclui o maior pórtico de dinossauros do mundo, que terá 40 metros de comprimento e 16 metros de altura; a instalação da primeira Maria Fumaça do Rio de Janeiro; Museu de Cera; um parque indoor com neve, o Mundo da Neve; a primeira fábrica de chocolates da Lugano no Estado do Rio, investimento anunciado de R$ 100 milhões; uma unidade fabril da cerveja Proibida; e a segunda unidade do hotel de luxo Colline de France, de Gramado (RS), em investimento de quase R$ 500 milhões, previsto para iniciar neste mês.

A Serra Gaúcha é a clara inspiração no modelo de desenvolvimento turístico adotado por Miguel Pereira. Ainda no ano passado, a cidade inaugurou sua Rua Coberta, com praça de alimentação, restaurante com temática de dinossauros e modelo semelhante à rua coberta da cidade gaúcha. Com pouco mais de 3,5 mil leitos hoje, a cidade deve ver crescer esse número, deixando de ser um destino “bate-e-volta” do Rio de Janeiro, graças à quantidade de atrações que promete inaugurar nos próximos anos. O Terra dos Dinos é a primeira delas. Vamos a ele, então!

Maior parque de dinossauros do mundo

Visitamos o Terra dos Dinos em um dia em que houve queda de energia elétrica na região. Um indicativo de que a infraestrutura precisa acompanhar os investimentos privados. Avisados logo na entrada do parque de que muitos dos animatronics, os dinossauros robóticos com movimento e ruídos, não estariam funcionando plenamente, podíamos escolher entre remarcar a visita ou realizá-la mesmo assim. Com uma criança de 5 anos, a visita sem os ruídos acabou se mostrando mais agradável, sem sustos ou surpresas que crianças maiores e adolescentes certamente preferem.

A visita começa com a descida, em vans, para a entrada do parque. São cerca de 10 minutos de estrada de terra em meio à Mata Atlântica. Esse é, aliás, um dos pontos altos do parque para mim: todo ele foi construído em área de mata preservada, com ganhos em todos os sentidos, tanto na verossimilhança com o cenário original em que teriam vivido os dinossauros quanto pelo agradável passeio em trilha sombreada pela mata. Instalado em uma reserva de mais de 1,4 milhão de metros quadrados, é natural que o parque seja o maior do mundo em sua temática.

Ideal para famílias, o parque apresenta os dinossauros por meio de um storytelling bem desenhado, que cria um personagem central, com sua casa e laboratório no centro da visitação, e um meteorito que teria iniciado todo o processo de trazer de volta à vida os gigantes que habitaram o planeta. A partir daí, os visitantes caminham pela trilha desenhada na mata, com algumas inclinações e pontes suspensas, observando as diferentes espécies de dinossauros.

Em tamanho natural, as espécies têm placas de apresentação com informações sobre alimentação, período em que viveram e hábitos, entre outras. Sem os sons e movimentos produzidos pelos animatronics, pudemos realizar a visita atentos aos sons da mata, que se mostraram uma atração à parte!

Storytelling é um dos destaques na visitação

São mais de 40 modelos de dinossauros, divididos entre os períodos triássico, jurássico e cretáceo. Entre os destaques está o Argentinossauro, com mais de 30 metros de comprimento, maior réplica da espécie em todo o mundo. As crianças gostam muito dos ninhos com ovos de dinossauro, especialmente aqueles com filhotes por perto, e do final do passeio, concluído em uma grande caixa de areia sinalizada como área de escavação – onde os pequenos podem, de fato, ‘escavar’, realizando suas próprias descobertas. Realizamos o percurso em cerca de duas horas, porque o parque não estava cheio.

Além da trilha que todos os visitantes percorrem, há uma trilha suspensa e uma tirolesa, com ingressos vendidos separadamente. A trilha suspensa é um percurso de pouco mais de 200 metros, com trechos de até 10 metros de altura e tem como destaque a praça suspensa, com pontos de observação e contemplação da natureza.  Já a tirolesa tem percurso de 300 metros de extensão, com pontos de até 100 metros de altura. Crianças a partir de quatro anos já podem fazer. Para todos os preços atualizados, o site é www.terradosdinos.com.br.

São Paulo lança projeto para ampliar participação infantil entre turistas

“A capital paulista, para mim, é um grande parque de diversões. Assim como todo o Estado”, disse a CEO e fundadora da plataforma SP Pra Crianças, Priscilla Negrão, ontem, no lançamento do projeto de mesmo nome apresentado pela Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. A iniciativa da Setur-SP, em parceria com outras dez associações e órgãos públicos, tem o objetivo de fortalecer o turismo familiar, especialmente de famílias com crianças, nas cidades paulistas.

Principal destino de viagens de negócios do País, o Estado de São Paulo quer estimular as viagens familiares – internas e atraindo visitantes de outros Estados. Na apresentação, o secretário de Turismo do Estado, Roberto de Lucena, defendeu que o objetivo é ainda maior: transformar São Paulo no “melhor Estado para se ser criança do Brasil”, em suas palavras. “As famílias com crianças têm um turista mirim que, no futuro, será o visitante que recordará as histórias e experiências vividas em nosso Estado”, disse o secretário.

Lançada em parceria com a plataforma SP Pra Crianças, que virou o nome do projeto, a ação prevê a troca de conteúdos, pesquisas e fomento às atividades ligadas ao público infantil. O SP Pra Crianças se apoia em um tripé de ações práticas: promoção, com a criação de rotas turísticas amigáveis às crianças, com programas que unam turismo e educação; capacitação da mão de obra, para que se tornem mais atraentes e seguras ao público infantil; além do desenvolvimento de soluções tecnológicas, como a criação de um passaporte de integração com atrativos públicos e privados, com ofertas, combos e sugestões de restaurantes e meios de hospedagem.

PARQUES E ATRAÇÕES

Entre os principais atrativos para o turismo familiar, os parques e atrações encontram nas famílias com crianças seu principal mercado consumidor, como aponta o Panorama Setorial lançado em março deste ano pelo Sindepat e pela Adibra. Segundo o estudo, famílias com jovens até 17 anos representam 41% dos visitantes de parques e atrações. Quando analisados parques itinerantes (aqueles com montagens e desmontagens em diferentes cidades) e FECs (Family Entertainment Centers, como são conhecidas as unidades de parques instaladas em shopping centers), esse índice sobe para 52%.

O estudo mostra ainda a relevância das famílias segundo a faixa etária das crianças. Considerando 1 como irrelevante e 5 como mais importante, a pesquisa apontou que as famílias com crianças de até 10 anos alcançaram índice 4,2 em relevância na demanda média anula de parques e atrações.  

Reprodução do estudo Panorama Setorial Parques, Atrações Turísticas e Entretenimento no Brasil – março/2023

O Estado de São Paulo é rico em diversidade de parques e atrações, de empreendimentos temáticos, como o Animália Park, aberto neste ano, em Cotia, e o Parque da Mônica, na capital paulista, à grande variedade de parques aquáticos (Wet´n Wild; Acqualinda; Magic City; Thermas da Mata; Barretos Country; Hot Beach Olímpia; Thermas dos Laranjais etc). Na lista de atrações turísticas, as inaugurações são constantes. Entre as mais recentes, está a roda gigante da capital paulista, em operação desde dezembro, e a maior estátua de Nossa Senhora Aparecida do Brasil, inaugurada no último dia 7, em Aparecida, conhecida pelo Santuário Nacional. Também não faltam a São Paulo parques urbanos e naturais. Na capital, os parques Ibirapuera e Villa-Lobos estão repletos de atrações familiares, com foco especial nas crianças. Em Jundiaí, o Mundo das Crianças é mais um espaço público que faz a alegria da garotada, assim como a Praça dos Exageros, em Itu.

Mas há muitos mais, impossível de serem incluídos neste post. Muitos já têm lugar, no entanto, na plataforma SP Pra Crianças. Outros ainda poderão ser incluídos. Promover o que já existe e estimular a adaptação para crianças de atrações e espaços ainda não adequados, além de incentivar que mais parques e atrações apareçam é o objetivo do projeto lançado ontem. Fica nossa torcida para que tenhamos cada vez mais e melhores ambientes para o desenvolvimento de infâncias saudáveis. E, aproveitando a data, meu desejo de um Feliz Dia das Crianças!

Velhas novidades

Estou em dívida com este espaço, que não ganha um post novo desde o final do semestre passado. Faço um “mea culpa” trazendo neste post um pequeno retrospecto dos últimos três meses, tão dinâmicos para todo o Turismo e, especialmente, para o segmento de parques e atrações!

Julho

O setor de parques e atrações teve uma alta temporada, em julho, extremamente aquecida. Estive no Rio de Janeiro e visitei algumas das principais atrações da cidade: o Trem do Corcovado, lotado em plena quarta-feira; o AquaRio, igualmente cheio em um dia comum do meio da semana; o Jardim Botânico do Rio, com fila repleta de estrangeiros em uma segunda-feira. Atrações menos conhecidas, como o Espaço da Marinha, que tem o submarino Riachuelo como principal ponto de interesse, também tinham filas para visitação.

Fora do Rio de Janeiro, o Parque Nacional do Iguaçu recebeu em julho mais de 124 mil visitantes brasileiros, seu melhor registro de visitação de todos os tempos para o mês. Em Curitiba, a Linha Turismo, circuito que passa por 26 atrativos da capital paranaense, bateu recorde de visitantes, com resultado 35% superior ao mesmo período de 2019, antes da pandemia. Os números da hotelaria também mostram os bons resultados da temporada de julho. No Ceará, a ocupação hoteleira chegou a 80% no período, mesmo resultado de destinos como Olímpia, no interior de São Paulo, enquanto em São Luís, capital do Maranhão, a esse índice superou 85% no último mês de julho.

Agosto

O mês de agosto foi marcada por uma importante comemoração para o setor de parques e atrações turísticas. O Sindepat – Sistema Integrado de Parques e Atrações –, que em julho completou 20 anos, foi homenageado em Sessão Solene no Senado Federal. A homenagem foi realizada no dia 25, atendendo a requerimento do senador Eduardo Girão, do Ceará. Criado há 20 anos para conscientizar os Poderes Legislativo e Executivo da importância econômica e social dos parques e atrações, o Sindepat teve nesse reconhecimento, no Senado Federal, a comprovação de que vem alcançando esse objetivo em seu trabalho.

A Sessão Solene contou com a presença e as palavras dos representantes dos parques e atrações que fundaram o Sindepat, há 20 anos. A cerimônia foi transmitida ao vido pelo canal do Senado no YouTube e pode ser assistida clicando aqui.

Setembro

E chegamos a setembro. No mês passado, foram intensos os estudos e pesquisas produzidos pelas associações de Turismo para comprovar a relevância socioeconômica do setor e os impactos negativos que a Reforma Tributária pode acarretar. As principais lideranças das associações de Turismo têm visitado Brasília com frequência, incluído o Sindepat, que promoveu junto com o movimento Vamos com Eventos e Turismo café da manhã no restaurante do Senado para apresentar aos senadores esses dados. Foram 26 senadores e outros representantes de gabinetes, em total de 50 participantes, com destaque para o presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo no Senado, Marcelo Castro, a presidente da Comissão Mista do Orçamento, Daniella Ribeiro e o coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Tributária na Comissão de Assuntos Econômicos, Efraim Filho.

Mas setembro é o mês também em que a Revista PANROTAS traz o Guia de Férias, sua edição especial que circula na Abav Expo. Nesta edição, o guia mostra as novas atrações e experiências turísticas criadas nos Estados brasileiros nos últimos 12 meses. São muitas e variadas, como o Brasil. De Turismo de Base Comunitária, no Pará, à ampliação da faixa de areia da praia de Guarapari, no Espírito Santo, passando pela reabertura do Forte Nossa Senhora dos Remédios, em Fernando de Noronha (PE) ou pela inauguração do Museu Planeta Água, em Curitiba. Além de novas e charmosas opções de hospedagens em destinos do Rio de Janeiro, Ceará, Alagoas e São Paulo.

Os parques da Flórida têm destaque nesta edição do guia, assim como o destino Nova York, em matérias assinadas pelo editor-chefe da PANROTAS, Artur Andrade. Mas os parques brasileiros, também. Há novidades nos parques instalados, como nova área temática no Magic City, na Grande São Paulo, e a atração Turbilhados, no Hot Park, em Goiás, mas há também novíssimos parques e atrações.

É o caso do temático Animália Park, na Grande São Paulo, aberto em julho. Em dezembro, a capital paulista também já havia inaugurado sua roda gigante, a Roda Rico. Na região metropolitana de Belo Horizonte, foi aberto o aquático Aquabeat neste ano, enquanto em Martins, no Rio Grande do Norte, foi inaugurado o primeiro parque aquático do Estado, o West Aqua Park. No Sul, Gramado e Canela seguem captando cada vez mais atrações para a Serra Gaúcha, como o parque Vila da Mônica, aberto há um ano, e os mais recentes NBA Park e Space Adventure, deste ano.

No Rio de Janeiro, além da abertura do novo Museu do Flamengo, em agosto, o Estado ganhou há um ano o parque temático Terra dos Dinos, em Miguel Pereira.  Esse é o tema também do mais recente parque inaugurado no País, o Aventura Jurássica, em Balneário Camboriú (SC). Mas esse “título” de mais recente não deve durar muito, porque as aberturas têm acontecido em ritmo intenso. Mas esse é o tema para um próximo post…

“Os dez mais…”

Confesse aqui no blog… Você é ou não fã de rankings? Embora saibamos que muitos rankings têm classificações subjetivas (“As dez cidades mais bonitas da Itália…; “As dez aldeias portuguesas mais autênticas…”; “Dez aventuras imperdíveis em parques dos EUA…”), a verdade é que as publicações que trazem rankings muitas vezes estão entre as mais lidas. Uma curiosidade natural nos move na direção de saber quem são os “dez mais” relacionados aos temas que nos interessam. Por aqui, no caso deste blog, parques e atrações turísticas… Mas, de forma mais abrangente, turismo: destinos, restaurantes, experiências.

Nesta semana, o TripAdvisor divulgou a lista de melhores parque de diversão e aquáticos do mundo, segundo as avaliações do Prêmio Travellers´Choice 2023 – Best of the Best. São pessoas que estiveram nos parques listados e avaliaram a experiência dessa visita. É muito pouco provável que alguma dessas pessoas tenha visitado os 25 parques da lista (no mesmo ano) ou mesmo os dez primeiros desse ranking. Não se trata de uma lista com critérios objetivos que foram observados a cada visita, muito pelo contrário, trata-se da experiência de milhares de visitantes em variados parques em diferentes meses do ano. Isso não desmerece a avaliação dos visitantes e tampouco a elaboração de um ranking com elas, desde que fique claro aos leitores desses rankings os critérios de elaboração.

A princípio, pode causar alguma confusão no leitor notícias como:

“Beto Carrero World é eleito o segundo melhor parque temático do mundo”

“Beach Park é eleito o segundo melhor parque aquático do mundo por premiação do TripAdvisor”

“Pela 2ª vez, Terra Mágica Floribal está entre os melhores parques do mundo”

“Parque aquático de Goiás está entre os 3 melhores da Am. Latina e entre os 10 melhores do mundo”

Todos esses títulos são da mesma fonte de notícias: o ranking elaborado pelo Traveller´s Choice divulgado pelo TripAdvisor. Ao longo da semana, você ainda lerá muitos títulos diferentes, com recortes regionais, referindo-se ao mesmo ranking e, portanto, à mesma notícia. Independentemente do caráter subjetivo do ranking, deixamos aqui registrado o fato de quatro parques brasileiros estarem entre os 25 mais bem avaliados na premiação, liderada pelo espanhol Siam Park, em Tenerife. Beto Carrero World, em segundo lugar, Beach Park, em terceiro, Terra Mágica Florybal, em 13º, e Hot Park, em 18º, merecem reconhecimento pelo feito. Abaixo, a lista com os 10 primeiros colocados:

1 – Siam Park (Tenerife – Espanha)

2 – Beto Carrero Wold (Penha – Brasil)

3 – Beach Park (Aquiraz – Brasil)

4 – Ferrari World Abu Dhabi (Abu Dhabi – Emirados Árabes Unidos)

5 – Waterbom Bali (Kuta – Indonésia)

6 – Le Puy du Fou (Les Epesses – França)

7 – Futuroscope (Chasseneuil-du-Poitou – França)

8 – Pleasure Beach (Blackpool – Reino Unido)

9 – Yas Waterworld Yas Island (Abu Dhabi – Emirados Árabes Unidos)

10 – The Milky Way Adventure Park (Clovelly – Reino Unido)

13 – Terra Mágica Florybal (Canela – Brasil)

18 – Hot Park (Rio Quente – Brasil)

O primeiro parque dos Estados Unidos no ranking aparece na 14ª colocação e é o Silver Dollar City, de Branson, no Missouri. Logo depois dele, em 14º lugar, aparece o Dollywood, em Pigeon Force, no Tenneesse; o 16º é o Universal´s Islands of Adventure, em Orlando, seguido pelo Fun Spot America, em Kissimmee, também na Flórida, na 17ª colocação. Para conferir o ranking que traz apenas os parques dos Estados Unidos, Clique aqui.

Os mais visitados do mundo

A Themed Entertainment Association (TEA) divulgou também neste mês o ranking dos parques mais visitados do mundo. Embora o critério não seja tão subjetivo como pode ser um ranking dos “melhores”, aqui a questão também é polêmica. É que muitos parques não divulgam o número de visitantes que recebem, tornando o trabalho da TEA bastante complicado. Nos casos em que esses números são enviados para a associação, há dados que passam por auditorias, enquanto outros não.

Os parques brasileiros têm sempre destaque no recorte latino-americano do estudo, com o Beto Carrero World, por exemplo, tendo sido o parque temático mais visitado da região no ano passado, tema do último post publicado neste blog. Entre os dez parques aquáticos mais visitados da América Latina, há seis brasileiros e, nesta semana, houve uma mudança no ranking, com a divulgação oficial do número de visitantes do Hot Beach Olímpia, que figurava na oitava colocação. A atualização do número – foram 914 mil visitantes em 2022 – colocou o parque aquático do interior de São Paulo na quarta colocação, atrás dos também brasileiros Thermas dos Laranjais (2º lugar) e Hot Park (3º). Nada mal para um parque que completa seis anos amanhã, 28 de junho. Parabéns!

A TEA atualizou o ranking após o envio dos dados. Para conferir como ficou o novo ranking – afinal, gostamos sim de rankings –, clique aqui.

Novas atrações diversificam ainda mais oferta de parques na Serra Gaúcha

Space Adventure foi inaugurado em Canela (RS) na semana passada (Foto: Divulgação)

Na terça-feira, dia 10, foi inaugurada em Canela (RS) a Space Adventure, nova atração turística da cidade, com investimento de R$ 40 milhões do Grupo Oceanic. A atração leva para a Serra Gaúcha um mix de exposição e experiência imersiva, com simuladores e itens originais da Nasa, diante da temática da exploração espacial. No mês passado, a vizinha Gramado ganhou o maior parque da NBA na América Latina, o NBA Park. Ambos são novos “ingredientes” na diversidade de atrativos da região – que tem parques temáticos, aquáticos, naturais, atrações ligadas ao chocolate, ao Natal, a carros antigos, à magia, museu de cera etc.

Há quem diga que a região perde “autenticidade” ao tornar-se endereço de tão diversa oferta de atrativos turísticos. É essa diversidade, no entanto, que consegue manter o destino cada vez mais atraente para novos públicos. Na imensa variedade de atrativos que a região da Serra Gaúche reúne hoje, há opções para famílias de todos os perfis e gerações. Cada abertura, cada nova atração move a economia local, gera empregos, atrai visitantes e amplia a permanência dos que já estão lá. A Serra Gaúcha transformou-se nas últimas duas décadas, deixando de ser um tradicional destino de inverno, malhas e gastronomia para tornar-se um completo destino turístico, com visitas que ocorrem durante todo o ano. Os eventos, como o Natal Luz e a Páscoa, completam isso, sem dúvida!  

As recentes aberturas fazem parte dos 63 investimentos apontados pelo estudo “Parques, Atrações Turísticas e Entretenimento – Panorama Setorial e novos investimentos”, realizado pelo SINDEPAT e pela Adibra e lançado em março, no SINDEPAT Summit. O estudo mostra que dos 63 novos parques e atrações mapeados, que somam investimentos de R$ 9,6 bilhões no Brasil, 31 serão abertos ainda neste ano. E eles já estão aparecendo…

Em Canela, a Space Adventure reúne em quatro mil metros quadrados uma das maiores coleções de artefatos originais da agência americana de exploração espacial, com itens dos projetos Mercury, Gemini e Apollo. A capacidade é de quatro mil visitantes/dia. Tem ainda planetário, cinema 6D e simuladores e, em evento pré-inauguração, contou com a presença do astronauta Charles Duke, um dos 12 homens que já esteve na Lua. “John Young foi meu comandante e um dos trajes que ele usou na missão Apollo está aqui”, comentou ele sobre uma das peças originais dispostas na atração.

Além dos investimentos em novos projetos, como o Space Adventure e o NBA Park, os parques e atrações turísticas fazem constantes reinvestimentos. As inovações são fundamentais para garantir o retorno dos visitantes, cada vez mais ávidos por novidades. Um dos pioneiros de Canela, o parque Mundo a Vapor, é um exemplo disso, com investimentos de R$ 50 milhões anunciados na instalação de novas atrações, entre elas uma roda-gigante.

Juntos, os parques e atrações entrevistados para o Panorama Setorial do segmento apontaram investimentos de R$ 3,7 bilhões nos próximos anos. Somados aos R$ 9,6 bilhões em novos projetos, o total de investimentos em parques e atrações é superior a R$ 13 bilhões. Indutoras do desenvolvimento turístico, são as atrações que garantem a ocupação dos hotéis, dos restaurantes e a movimentação no comércio local, em muitos casos. Gramado, por exemplo, tem 86% de sua arrecadação assegurada pelo turismo. Não à toa a cidade cuida bem de seus visitantes… e também dos investidores!

Em tempo: o site da Space Adventure é o spaceadventure.com.br e a nova atração está no Instagram como @spaceadventurebr. O site do NBA Park é www.nbaparkgramado.com.br.

O evento dos parques e atrações do Brasil

Na semana passada, o SINDEPAT realizou, em Brasília, dias 22 e 23, a melhor edição do SINDEPAT Summit, consagrando o encontro anual como “o evento dos parques e atrações do Brasil”. Foi apenas a quarta edição do evento, mas já demonstrou, para além da organização e da riqueza e diversidade de conteúdos na plenária, uma excelente audiência.

Sobre os conteúdos, o Summit apostou na apresentação de cases, que ilustram a realidade dos parques e atrações e permitem, assim, vislumbrar oportunidades e aprender das experiências já praticadas. Foram cases com diferentes pegadas, como a ambiental, apresentada pelo Grupo Cataratas, Beach Park e Parque Vila Velha, com excelentes práticas ESG – sigla que certamente estará presente em futuras edições do Summit. Mas houve cases de novos parques/atrações, como o ViaNova, montado no Riocentro, no Rio de Janeiro, no ano passado, e as transformações do Zoo São Paulo, na capital paulista, e do Parque Capivari, em Campos do Jordão (SP), após as concessões.

O debate sobre a força do entretenimento no desenvolvimento dos destinos abriu a plenária desta edição do Summit, enquanto as oportunidades em ativos naturais, em um painel, e ativos históricos e culturais, em outro, reuniram no palco representantes do Ministério do Turismo, do BNDES e da iniciativa privada, com a rica apresentação do diretor da rede portuguesa Vila Galé no Brasil em um deles. A importância do storytelling para as atrações – alguém duvida? – também foi destacada, assim como a relevância da gestão da reputação e da imagem da empresa e seus colaboradores. O Chat GPT e outros modelos de inteligência artificial também foram apresentados nesta edição do Summit, levando reflexões à audiência do evento.

20 anos

E, comemorativa como foi a edição do Summit no ano em que o SINDEPAT celebra seu 20º aniversário, houve parabéns e presentes. Entre os “presentes”, o primeiro estudo sobre o mercado de parques, atrações e entretenimento no Brasil, realizado em parceria com a Adibra e produzido pela empresa Noctua. Nele, podemos observar que os parques e atrações representam, no Brasil, mercado de 89 milhões de visitantes anuais e com investimentos previstos, para os próximos três anos, de mais de R$ 13 bilhões. E ainda há muito para crescer…

Outro “presente” foi o lançamento do livro SINDEPAT, 20 anos de atuação no setor de parques e atrações turísticas no Brasil. Mais que contar a história dessas últimas duas décadas, o livro escrito pelo jornalista Luiz Sales, que já foi editor da PANROTAS, trouxe a história do entretenimento desde seu início, apresentando os primeiros empreendimentos, o começo da comercialização do lazer e a profissionalização do setor. Para completar, o Summit foi o palco do lançamento do primeiro curso de pós-graduação em Gestão de Parques e Atrativos Turísticos, outra parceria com a Adibra, desta vez com o apoio da Universidade Caxias do Sul.

Em Brasília

Realizado em Brasília, o Summit mostrou força política, ao contar com a ministra do Turismo em sua abertura, e reunindo mais de uma dezena de parlamentares no café da manhã institucional que realizou junto à Adibra, Resorts Brasil e FOHB, para apresentar as pautas prioritárias para o setor. Na Área de Exposição e nos showcases, 27 empresas fornecedoras mostraram novidades em produtos e serviços para o setor – mas há espaço para crescer, especialmente. Importantes fornecedores internacionais não estiveram presentes em razão de uma agenda apertada de eventos mundo afora – muito ainda em consequência do represamento provocado pela pandemia. Nacionalmente, o mercado fornecedor compareceu e mostra-se em pleno desenvolvimento e expansão, assim como o próprio setor de parques e atrações.

Mas, antes de terminar, quero falar novamente da audiência deste último SINDEPAT Summit. Foram mais de 300 participantes, todos profissionais da operação de parques e atrações turísticas, fornecedores dessa cadeia ou investidores em potencial. Uma audiência que aplaudiu vários painéis do Summit, mas que bem poderia ter representantes no palco do evento, apresentando cases, ensinando, compartilhando os muitos desafios que o setor ainda enfrenta, nos âmbitos local e nacional. Para essa audiência, deixo aqui, o meu aplauso.

Em tempo – Como responsável pela Comunicação do SINDEPAT, esta visão é totalmente parcial, mas nem por isso menos sincera. Deixo aqui o convite para saberem mais sobre o evento aqui mesmo, no PANROTAS, clicando aqui: www.panrotas.com.br/tudo-sobre/sindepat. Boa leitura!