Dinossauros em Miguel Pereira (RJ)

No final do ano passado, tive a chance de conhecer o Terra dos Dinos, parque de dinossauros em Miguel Pereira, na serra fluminense, a 150 quilômetros da cidade do Rio. Fui movida por muita curiosidade, afinal, antes da inauguração do Terra dos Dinos, desconhecia completamente a cidade que abriga o parque. Descobri que Miguel Pereira gaba-se de ter o terceiro melhor clima do mundo (!), situada a 618 metros acima do nível do mar, e sua história começa, justamente, por conta das boas condições climáticas, que levaram o sanitarista que deu nome à cidade a indicá-la para tratamentos médicos, no início do século 20.

Sem dúvida com temperaturas muito mais agradáveis que aquelas registradas na última semana de dezembro no Rio de Janeiro, Miguel Pereira é uma típica cidade do interior, de cerca de 27 mil habitantes, com ruas arborizadas, praças, construções charmosas e um parque de dinossauros que, em seu primeiro ano de funcionamento, recebeu 350 mil visitantes.

Mesmo os visitantes mais distraídos vão perceber a grande aposta no turismo que a cidade vem fazendo. Miguel Pereira quer ser o principal destino turístico da Serra Fluminense. O Terra dos Dinos foi o primeiro parque temático instalado, mas a cidade vive um processo de construções que inclui o maior pórtico de dinossauros do mundo, que terá 40 metros de comprimento e 16 metros de altura; a instalação da primeira Maria Fumaça do Rio de Janeiro; Museu de Cera; um parque indoor com neve, o Mundo da Neve; a primeira fábrica de chocolates da Lugano no Estado do Rio, investimento anunciado de R$ 100 milhões; uma unidade fabril da cerveja Proibida; e a segunda unidade do hotel de luxo Colline de France, de Gramado (RS), em investimento de quase R$ 500 milhões, previsto para iniciar neste mês.

A Serra Gaúcha é a clara inspiração no modelo de desenvolvimento turístico adotado por Miguel Pereira. Ainda no ano passado, a cidade inaugurou sua Rua Coberta, com praça de alimentação, restaurante com temática de dinossauros e modelo semelhante à rua coberta da cidade gaúcha. Com pouco mais de 3,5 mil leitos hoje, a cidade deve ver crescer esse número, deixando de ser um destino “bate-e-volta” do Rio de Janeiro, graças à quantidade de atrações que promete inaugurar nos próximos anos. O Terra dos Dinos é a primeira delas. Vamos a ele, então!

Maior parque de dinossauros do mundo

Visitamos o Terra dos Dinos em um dia em que houve queda de energia elétrica na região. Um indicativo de que a infraestrutura precisa acompanhar os investimentos privados. Avisados logo na entrada do parque de que muitos dos animatronics, os dinossauros robóticos com movimento e ruídos, não estariam funcionando plenamente, podíamos escolher entre remarcar a visita ou realizá-la mesmo assim. Com uma criança de 5 anos, a visita sem os ruídos acabou se mostrando mais agradável, sem sustos ou surpresas que crianças maiores e adolescentes certamente preferem.

A visita começa com a descida, em vans, para a entrada do parque. São cerca de 10 minutos de estrada de terra em meio à Mata Atlântica. Esse é, aliás, um dos pontos altos do parque para mim: todo ele foi construído em área de mata preservada, com ganhos em todos os sentidos, tanto na verossimilhança com o cenário original em que teriam vivido os dinossauros quanto pelo agradável passeio em trilha sombreada pela mata. Instalado em uma reserva de mais de 1,4 milhão de metros quadrados, é natural que o parque seja o maior do mundo em sua temática.

Ideal para famílias, o parque apresenta os dinossauros por meio de um storytelling bem desenhado, que cria um personagem central, com sua casa e laboratório no centro da visitação, e um meteorito que teria iniciado todo o processo de trazer de volta à vida os gigantes que habitaram o planeta. A partir daí, os visitantes caminham pela trilha desenhada na mata, com algumas inclinações e pontes suspensas, observando as diferentes espécies de dinossauros.

Em tamanho natural, as espécies têm placas de apresentação com informações sobre alimentação, período em que viveram e hábitos, entre outras. Sem os sons e movimentos produzidos pelos animatronics, pudemos realizar a visita atentos aos sons da mata, que se mostraram uma atração à parte!

Storytelling é um dos destaques na visitação

São mais de 40 modelos de dinossauros, divididos entre os períodos triássico, jurássico e cretáceo. Entre os destaques está o Argentinossauro, com mais de 30 metros de comprimento, maior réplica da espécie em todo o mundo. As crianças gostam muito dos ninhos com ovos de dinossauro, especialmente aqueles com filhotes por perto, e do final do passeio, concluído em uma grande caixa de areia sinalizada como área de escavação – onde os pequenos podem, de fato, ‘escavar’, realizando suas próprias descobertas. Realizamos o percurso em cerca de duas horas, porque o parque não estava cheio.

Além da trilha que todos os visitantes percorrem, há uma trilha suspensa e uma tirolesa, com ingressos vendidos separadamente. A trilha suspensa é um percurso de pouco mais de 200 metros, com trechos de até 10 metros de altura e tem como destaque a praça suspensa, com pontos de observação e contemplação da natureza.  Já a tirolesa tem percurso de 300 metros de extensão, com pontos de até 100 metros de altura. Crianças a partir de quatro anos já podem fazer. Para todos os preços atualizados, o site é www.terradosdinos.com.br.

A tirolesa do rio

Anunciada no ano passado, a tirolesa do Parque Bondinho Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, começou a ser construída e a promessa é de entrega da nova atração turística carioca no início do segundo semestre. Serão 755 metros de “voo”, partindo de 395 metros de altitude, entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca. Içados por cabos, em descida de aproximadamente 50 segundos, os visitantes poderão atingir a velocidade de 100 km/h e, ao desembarcar, depois de recuperar o fôlego, certamente vão contar a muitos sobre a experiência de voar sobre um dos mais famosos cartões-postais de todo o mundo.

O Parque Bondinho Pão de Açúcar, que já arranca suspiros de seus visitantes, com as vistas espetaculares que oferece de cada um de seus mirantes, vai fazer esses mesmos visitantes – ao menos os mais valentes – gritarem no minuto de duração da descida em sua tirolesa. Aos 110 anos, o parque inova no que parecia uma experiência completa, afinal, além dos próprios bondinhos e suas estações repletas de mirantes, oferece passeio de helicóptero, trilha pela Mata Atlântica, diversificadas opções gastronômicas e eventos com culturais e concertos. Agora, no meio do ano, haverá também a tirolesa.

Aviso publicado no site do Parque Bondinho Pão de Açúcar, sobre o início das obras da tirolesa; abertura está prevista para o segundo semestre

Mais que a “Tirolesa do Bondinho”, a nova atração deve virar a “Tirolesa do Rio”, tendo tudo para se tornar uma das experiências mais desejadas pelos visitantes da capital fluminense. Há críticas, naturalmente. Em entrevista ao jornal O Globo, o CEO do Parque Bondinho, Sandro Fernandes, assegurou que todas as licenças foram obtidas junto a órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com os impactos da nova atração bem estudados e debatidos.

O presidente da Associação Carioca de Turismo de Aventura (ACTA), Fábio Nascimento, que é montanhista e membro do Conselho Consultivo do Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e Urca (Consemona), participou da apresentação do projeto no ano passado e, em artigo, demonstrou todo seu otimismo com a nova atração. “O Pão de Açúcar é um dos símbolos do Rio e do Brasil, reconhecido em todo o planeta e visitado por 1,6 milhão de pessoas em 2022. A Tirolesa do Pão de Açúcar (eu diria Tirolesa do Rio), voando sobre o Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e Urca, a unidade de conservação mais visitada da cidade e uma das mais visitadas do país, será um marco do turismo de aventura no Rio e no Brasil.”

Afinal, como será?

Segundo o CEO do Parque Bondinho, a tirolesa tem investimento de R$ 50 milhões e terá quatro vias de descida paralelas, com partidas e chegadas em plataformas próximas às estações do teleférico. Os cabos serão quase imperceptíveis na panorâmica do Rio, com 15 milímetros de diâmetro. Os visitantes terão explicações sobre o Pão de Açúcar e orientações de segurança antes do preparo para a descida, com capacete que inclui proteção facial e acústica.

Objetivos soltos, como chinelos, celulares ou óculos, serão recolhidos em mochila acoplada à cadeirinha da tirolesa. Em tecido resistente, a cadeirinha será presa com equipamentos aos cabos da tirolesa e um sistema eletrônico-digital com sensores jamais permitirá que uma pessoa parta da rampa no Pão de Açúcar enquanto a que desceu anteriormente não tiver saído da via. A capacidade da tirolesa será de 100 pessoas por hora.

E aí, animou? Conta pra gente aqui nos comentários se você é do time que vai encarar a nova atração! Eu vou!

Oceanos ganham exposição imersiva no aquário do rio

Já esteve em alguma exposição imersiva, aquelas que usam diferentes recursos multimídia, com projeções, trilha sonora, muitas cores e luzes? Se você é assíduo do Instagram, certamente viu alguma foto da “piscina que não molha”, da exposição A Tensão, do argentino Leandro Erlich no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo. Uma das mais divulgadas, a Beyond Van Gogh, recebeu mais de 300 mil visitantes durante sua passagem pela capital paulista.

Famosas por reunirem obras de artistas em projeções, como as dos pintores Renoir, Monet e Portinari, essas exposições agora saem do mundo das artes e mergulham, literalmente, nos oceanos. O Aquário Marinho do Rio de Janeiro recebe até dezembro a exposição imersiva Oceano Sem Fronteiras, apresentando uma nova atração dentro do aquário, umas das atrações turísticas mais visitadas do Rio de Janeiro, que alcançou cinco milhões de visitantes em julho deste ano.

A exposição Oceano Sem Fronteiras propõe reflexões sobre a importância de garantir uma relação saudável com os mares. Por meio de projeções e diferentes recursos multimídia, é possível visitar o fundo do mar e interagir com as espécies que vivem por lá. São 170 metros quadrados com mapas, painéis e conteúdos que destacam a necessidade de conservação da biodiversidade dos mares. A exposição reúne ainda informações sobre economia oceânica, o litoral brasileiro e a relação dos seres humanos com o mar, alertando para a pesca predatória e o acúmulo de plástico nos oceanos.

Segundo a gerente de Sustentabilidade do Grupo Cataratas, responsável pela gestão do AquaRio, Talita Uzeda, o aquário prioriza, desde sua abertura, a conscientização do público sobre a importância da conservação da biodiversidade marinha. “Ao longo de mais de cinco anos, o atrativo trouxe diversas experiências aos visitantes. Com a exposição imersiva Oceano Sem Fronteiras, esperamos que o público se sinta engajado a ser o guardião dos mares, entendendo a relação única que a humanidade sempre teve com os oceanos”, defende.

A exposição tem ingresso independente do aquário e pode ser visitada das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira, e das 9h às 18h, nos finais de semana, ficando em cartaz até 11 de dezembro. A Oceano Sem Fronteiras é realizada pela Deeplab Project, em parceria com a Metaverse Agency e produzida pela Dellarte Soluções Culturais, responsável pela comercialização dos ingressos. Para mais informações sobre a exposição, clique aqui. O site do AquaRio e o www.aquariomarinhodorio.com.br.