Castelo do tarô na toscana

Imagine caminhar por um jardim encantado onde cada escultura conta uma história milenar. Assim é o Castelo do Tarô (Il Giardino dei Tarocchi), criado pela artista franco-americana Niki de Saint Phalle no sul da Toscana. Saint Phalle é bem conhecida dos paulistanos. Seus trabalhos fazem enorme sucesso na Pinacoteca de São Paulo.

Seu castelo, na Itália, é um lugar único no mundo, a meca dos tarólogos de esotéricos de todo o planeta, que transforma o baralho do tarô em esculturas monumentais, cobertas de mosaicos coloridos e espelhos brilhantes que mudam de acordo com a luz do sol.

Localizado em Capalbio, a cerca de duas horas de carro de Roma, o Castelo do Tarô é um passeio perfeito para quem busca unir arte, espiritualidade e a atmosfera bucólica da Toscana. Cada escultura representa um dos 22 arcanos maiores do tarô e convida o visitante a viver uma experiência diferente: caminhar pela Imperatriz, uma esfinge habitável onde a própria artista chegou a morar; contemplar a Roda da Fortuna girando lentamente; ou se perder nos reflexos coloridos dos mosaicos que transformam o jardim em um verdadeiro labirinto de sonhos.

Além do impacto visual impressionante, o Castelo do Tarô é também uma experiência de introspecção e inspiração, ideal para viajantes que buscam algo além do turismo tradicional.

O tarô, embora hoje amplamente associado ao esoterismo, ganhou essa aura simbólica graças a um personagem inusitado: o pastor protestante suíço Antoine Court de Gébelin (1725–1784). Em 1781, ele publicou a obra Le Monde Primitif, na qual defendeu que as cartas do tarô não eram apenas um jogo, mas sim fragmentos de uma antiga sabedoria egípcia, carregados de significados filosóficos, morais e espirituais. Essa interpretação inovadora, vinda justamente de um pastor protestante em plena era do Iluminismo, foi responsável por transformar o tarô em objeto de estudo esotérico, inspirando gerações posteriores de ocultistas, sociedades iniciáticas e pensadores interessados em símbolos e arquétipos universais.

Por que indicar a seus clientes?

Pouca gente conhece. Soube do destino através de Nei Naiff, o tarólogo brasileiro mais respeitado no planeta, autor de inúmeros best sellers sobre as cartas. Indicar o Castelo do Tarô a seus clientes é oferecer uma experiência realmente única no mundo: um parque de esculturas monumental que mistura arte contemporânea, espiritualidade e fantasia, capaz de transportar o visitante para um universo simbólico inesquecível. Localizado de forma estratégica no sul da Toscana, em Capalbio, o jardim pode ser facilmente incluído em roteiros entre Roma e Florença, servindo como um complemento exclusivo às tradicionais visitas a vinhedos, cidades históricas e paisagens rurais da região. Mais do que um passeio estético, trata-se de uma verdadeira viagem sensorial e cultural, perfeita para viajantes que buscam experiências diferentes, autênticas e memoráveis, combinando contemplação artística, introspecção espiritual e a atmosfera bucólica da Toscana.

O Castelo do Tarô é aberto ao público apenas em determinados meses do ano (de abril a outubro), o que o torna ainda mais especial. Visitar esse espaço é entrar em um universo mágico, onde cada detalhe surpreende e desperta a imaginação.

E não é só para esotéricos. Há um aspecto de autoconhecimento, mesmo para cristãos. Sugere-se algumas leituras para quem quer visitar o castelo com maior proveito. Entre as obras que aproximam o tarô de uma leitura simbólica e espiritual destacam-se algumas de grande relevância. Do ponto de vista psicológico, embora Carl Gustav Jung nunca tenha escrito um livro exclusivamente sobre o tarô, seus estudos sobre arquétipos e inconsciente coletivo inspiraram autores como Sallie Nichols, em Jung and Tarot: An Archetypal Journey (1980), e chegaram ao Brasil por meio de títulos como Tarô e Psicologia: símbolos do inconsciente (Paulus, 1991), que exploram as cartas como metáforas de processos internos e caminhos de autoconhecimento. No âmbito católico, a obra mais emblemática é Meditações sobre o Tarô: Uma Viagem ao Hermetismo Cristão, publicada anonimamente em 1980 e atribuída a Valentin Tomberg, com posfácio do teólogo Hans Urs von Balthasar. Nesse livro, os 22 arcanos maiores são apresentados como pontos de partida para profundas reflexões espirituais em chave cristã, distanciando-se da adivinhação e aproximando-se da tradição contemplativa da Igreja, em que a simbologia serve como porta de acesso a mistérios universais da fé.

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Ricardo Hida

Doutorando, Mestre em Ciência da Religião e pesquisador da PUC-SP em Turismo religioso, é escritor e professor. Graduado pela FAAP e pós-graduado pela Casper Líbero, trabalhou na Air France, Accor, Atout France e hoje dirige a Promonde, consultoria de marketing e comunicação. Escritor, está à frente também do Fórum de Turismo e espiritualidade. Foi em uma viagem de imprensa a Lourdes, na França, na época em que era diretor adjunto do escritório de Turismo francês no Brasil, que Ricardo Hida compreendeu a dimensão do Turismo religioso. Ao voltar para São Paulo, foi conhecer mais sobre esse universo que movimenta milhões de viajantes a cada ano em todo o mundo, há muitos séculos. Romarias, peregrinações, retiros. Não importa a tradição, o segmento não para de crescer.

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